quinta-feira, 23 de maio de 2013

As polémicas dos pneus Pirelli e as ameaças ao futuro

A história dos pneus feitos pela Pirelli nesta temporada está para lavar e durar. Desde o inicio da pré-temporada que se sabia que estes pneus estavam feitos para se degradarem em poucas voltas, de forma a que alguns pilotos expressaram a sua preocupação no sentido de que em algumas corridas, poderiam ter seis ou mais paragens na corrida... em condições normais.

Em média, as coisas ficam-se pelas quatro paragens, especialmente quando são obrigados a andarem com, pelo menos, dois compósitos. E se os espectadores gostam do "espectáculo", as equipas reclamam disso - especialmente a Red Bull - com a marca italiana a dizer, após o GP de Espanha, em Barcelona, que iria mudar a composição dos pneus após o GP do Canadá, mas apenas em nome da segurança, que é isso que a FIA autoriza.

Isto porque durante a corrida espanhola, alguns pilotos tiveram graves problemas com os pneus traseiros, especialmente o francês Jean-Eric Vergne, que viu o seu pneu traseiro rebentar "em grande estilo", obrigando-o a abandonar. No final da corrida, a Pirelli reconheceu o problema, que segundo eles, deve-se ao aço existente na área, que os faz sobreaquecer prematuramente.

A Pirelli quer agora que as equipas troquem pelo kevlar que usavam em 2012, que assim, o sobreaquecimento dos pneus fica, de certa forma, resolvido. Algumas equipas gostaram da ideia, mas parece que poderá não avançar. Isto porque a Force India decidiu que irá vetar qualquer tentativa de alteração. “Construímos o nosso carro baseado nas especificações dos pneus dadas pela Pirelli em Setembro de 2012. Trocar o aço com kevlar, altera a dinâmica do pneu, o que pode ser bom para algumas equipas, mas não para nós. Não vemos porque a Pirelli deva intervir porque há equipas que estão a ter problemas. Eles devem é alterar os carros. Os pneus são seguros, ponto final!” afirmou o diretor desportivo da marca, Otmar Szafnauer.

Apesar das ameaças, Paul Hembery, diretor da Pirelli, é mais otimista em relação às modificações para este ano, afirmando que um acordo está para breve: "Estamos muito perto de um acordo com as equipas - que é realmente importante - acerca das mudanças que queremos fazer aos pneus traseiros", começou por dizer. "Queremos livrar da delaminação que encontramos e que está a causar todos estes cortes nos pneus, induzidos pelo desgaste, que criou um ponto fraco e está a fazer com que os pneus sobreaqueçam. Temos feito simulações e testes, e encontramos uma solução que resolverá de vez este problema", concluiu.

Contudo, uma nuvem negra paira no horizonte. Em 2014, como se sabe, tudo muda em termos de regulamento. Paul Hembery já disse que as equipas têm de chegar a um acordo até setembro, pois caso contrário, não continuam na próxima temporada: “Aparentemente, a 1 de setembro, temos de informar [as equipas] tudo que eles precisam saber sobre os pneus da próxima temporada, mas agora estamos no meio de maio. Vocês podem imaginar o quão ridículo isso é quando não temos os contratos no lugar. Talvez não estejamos aqui...”, começou por afirmar.

Este desporto tem que tomar uma decisão rapidamente, pois, além de termos recursos fixos envolvendo a Formula 1, há também um trabalho técnico. Não é só apenas uma questão de colocar um pneu mais duro que os pneus deste ano, [as alterações] são tão dramáticas que vamos precisar refazer a engenharia do pneu. Isso leva tempo, então, se demorar demasiado tempo, o nosso trabalho se tornará impossível,” continuou.

Como podem ver, estas coisas não se resolverão rapidamente. E prometem piorar.

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