segunda-feira, 22 de julho de 2013

Quando os números se igualam (Parte 1)

No próximo domingo, em Budapeste, irá decorrer o GP da Hungria, a décima corrida do Mundial de Formula 1 de 2013. Mas esta corrida já vai ficar na história da Formula 1 por ser por ser o 888º Grande Prémio nos 63 anos de história que já leva esta competição. Sendo assim, é a oitava vez que um Grande Prémio tem a particularidade de juntar três números iguais.

Com essa particularidade em mente, comecei a pensar o que se passou de relevante nos restantes sete Grandes Prémios onde os mesmos números se juntaram? Vim a descobrir que, entre outras coisas, assistiu-se a uma decisão do título mundial, a uma estreia nas vitórias de um piloto, um regresso e algumas boas corridas disputadas em três continentes. E em dois casos em particular, na mesma pista.

111 - GP da Africa do Sul de 1962

A primeira corrida onde o mesmo numero se junta por três vezes é logo o mais decisivo dessa temporada, num duelo entre Graham Hill, no seu BRM, e Jim Clark, no seu Lotus 25, que ficou para história como o primeiro monocoque na história da Formula 1. Também esta foi a corrida de estreia da Africa do Sul no Mundial, e aconteceu quase… em 1963, dado que correu-se a 29 de dezembro desse ano. Nessa altura, Hill tinha um avanço de nove pontos sobre Clark e era virtualmente o campeão, mas o escocês tinha uma chance muito remota, se Hill desistisse e o seu adversário vencesse.

Debaixo do verão austral sul-africano, Clark faz a pole-position, na frente de Graham Hill e Jack Brabham, que já corrida com o seu próprio chassis. A corrida foi essencialmente uma perseguição, com Hill a ir atrás de Clark, sabendo que bastava isso para garantir o seu campeonato. Contudo, na volta 62, as coisas começam a complicar para o escocês, porque têm uma fuga de óleo, que o obriga a ir às boxes. Os mecânicos tentam reparar a fuga, mas não conseguem e Clark é obrigado a abandonar.

Com isso, Hill é o campeão do mundo, mesmo que não termine a corrida. Contudo, ele chega ao fim, e como vencedor, não só se tornando campeão do mundo, como deu á BRM o seu primeiro título mundial de Construtores. A acompanhá-lo no pódio foram os Cooper de Bruce McLaren e do local Tony Maggs. A fechar os pontos estavam o carro de Jack Brabham e os Lotus de Innes Ireland e de outro piloto local, Neville Lederle, que conseguia aqui o seu primeiro e unico ponto... na sua corrida de estreia!

222 - GP do Brasil de 1973

Essa foi a segunda corrida da temporada desse ano, e foi a estreia do Brasil na Formula 1, no circuito de Interlagos, um veloz e extenso circuito na cidade de São Paulo. Corrido a 11 de fevereiro desse ano, debaixo do calor austral, nas horas antes da corrida, os espectadores tiveram de ser regados pelos camiões dos bombeiros para aplacar o calor que se sentia.

Naquele ano, a torcida local queria ver vencer o seu filho mais ilustre, Emerson Fittipaldi, que tinha vencido o campeonato do mundo no ano anterior, guiando um Lotus 72. O seu maior rival era o escocês Jackie Stewart, que naquele ano já andava a bordo do Tyrrell 006. Fittipaldi tinha vencido a primeira corrida do ano, quinze dias antes, na Argentina, e esperava repetir a vitória para tentar se distanciar de Stewart.

E assim foi: apesar de Ronnie Peterson ter conseguido ali a pole-position – a primeira da sua carreira – Fittipaldi largou melhor e levou o seu carro até à meta como vencedor, numa corrida sem grande história. A acompanhá-lo no pódio esteve Stewart e o McLaren de Dennis Hulme, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis estavam os Ferrari de Jacky Ickx e Arturo Merzário, e o BRM de Clay Regazzoni.

(continua amanhã)

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