sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A revelação de Vandoorne e a pressão da Red Bull

Stoffel Vandoorne revelou esta sexta-feira uma noticia surpreendente... e inquietante. O piloto belga de 21 anos, revelação na World Series by Renault 3.5 (WSR), afirmou hoje em Barcelona que no passado mês de setembro ele foi contactado pela Red Bull para substituir Daniel Ricciardo na Toro Rosso, só que recusou, porque quer ficar mais tempo na WSR.

Em setembro, a Red Bull me contatou”, disse o piloto belga em entrevista ao jornal local ‘Le Soir’. “Com Daniel Ricciardo a substituir Mark Webber na Red Bull, eles procuravam um novo piloto para a Toro Rosso”, declarou.

Eu falei com os meus empresários, que me aconselharam a continuar na McLaren. Além disso, a proposta da Red Bull seria apenas por uma temporada, e buscamos algo a longo prazo. Acredito que a McLaren continua a ser a melhor escolha para a Formula 1”, acrescentou o piloto belga, atual segundo classificado na competição, entre o dinamarquês Kevin Magnussen e o português António Félix da Costa, apoiado pela Red Bull e candidato à vaga de Ricciardo na Toro Rosso em 2014.

Sobre o que vai fazer na próxima temporada, o belga revelou que ainda não têm uma ideia clara do que vai fazer, com a continuidade na WSR em mente e a GP2 como uma boa alternativa. “Depois de Barcelona, nós vamos avaliar tudo. Eu posso continuar na World Series por mais um ano com o objetivo de conquistar o título, e essa deve ser a opção mais provável. Eu posso mudar para a GP2, mas não é muito diferente da World Series, e a McLaren não está muito impressionada com essa categoria. Eu também posso ir para a Formula 1 como piloto reserva, mas vamos ver”, concluiu.

A revelação de Vandoorne, e dadas as circunstâncias temporais, revela várias coisas: primeiro, a Red Bull não é "flor que se cheire", e foi por isso que pilotos como Robin Frijns a recusaram, sabendo da enorme facilidade que eles têm para "despejar" pilotos, e com os casos do passado, já os pilotos que estão em ascensão nas categorias inferiores começam a evitar a "cantera" da Red Bull, dada a enorme volatilidade da equipa liderada por Helmut Marko, que só têm um objetivo: encontrar o próximo Sebastian Vettel, a qualquer custo.

Sabiamos desta volatilidade desde que foi conhecida a noticia da entrada de António Félix da Costa no programa, em junho de 2012. A experiência de Filipe Albuquerque, em 2007-08, permitiu saber como é que eles funcionam, pois a permanência no programa depende de resultados, mas ao contrário de outros, desejam-nos para... ontem. Daí ter dito na altura que isto é um presente envenenado.

Contudo, quando Vandoorne diz que o procuraram em setembro, era numa altura em que Félix da Costa estava numa "mó de baixo" e isto deve ter servido como forma de pressão ao piloto português. E se isto foi antes da jornada dupla de Hungaroring, pode-se dizer que resultou: em quatro corridas, subiu ao pódio por três vezes, duas delas como vitória. Resta saber como se comportará neste fim de semana na jornada de encerramento da categoria, em Barcelona. Se for algo semelhante a Paul Ricard, com uma vitória à mistura, poderá significar que o lugar na Toro Rosso é dele. Isto, se a lógica imperar... 

5 comentários:

Ron Groo disse...

Corajoso ele. Disse não a uma vaga que muitos dariam a mãe pra ter.

Mr. K disse...

Daí a Toro Rosso ainda não ter confirmado o substituto do Ricciardo para a proxima temporada.
Sinceramente tb esperava mais do Felix da Costa esta temporada.

Jorge Dias disse...

Não digo "Corajoso", mas sim, antes CAUTELOSO.
Sim, com o seu futuro...

Jorge Dias

Raul Vaz Osorio disse...

Mr. K eu por mim esperava era bem mais da equipa do António Félix da Costa.
E na verdade, já se sabe que a cantera Red Bull é um ninho de víboras.

Unknown disse...

Com o passar do tempo, nós vimos que muitos pilotos foram buscados para a vaga no Junior Team, e todos recusaram. Daí, foram atrás de António.

Agora essas revelações, seguidas de outras que surgiram um pouco antes dessa. São só especulações, é verdade, mas, para min, fica claro que António não é exatamente o ideal que a RedBull busca, aconteceram muitos fatores, e todos eles o favoreceram.

Não tento aqui tirar méritos de António, muito pelo contrário, é claro o tamanho de sua habilidade, mas é claro também, todas essas incertezas que rondam essa história.