sábado, 23 de março de 2013

Concurso de popularidade ou falta de cérebro, Kubica?


Parece que Robert Kubica está mais a querer dar espectáculo do que a vencer ralis. Ou então adoptou a "estratégia Gilles Villeneuve": Win or Wall. Acho que há imensa gente que adora isso, que esse é que deveria ser o espírito da competição, e não os "chatos pragmáticos" que podem vencer as corridas, os ralis e os títulos, mas não conquistarão os corações dos adeptos.

Quando vi Kubica ontem a vencer as oito classificativas do Rali Islas Canárias, espantei-me pelo facto de querer vencer tudo, mas pensei que ele hoje iria abrandar a gerir a vantagem, para que a sua primeira saída com o Citroen DS3 RRC no Europeu fosse vitoriosa. Pensava até que hoje ele iria abrir mão para controlar os seus adversários e rumar a uma inédita vitória no Europeu de Ralis. Mas parece que continuou a acelerar até que numa das classificativas da manhã, Kubica fez mal uma curva e sofreu um toque, obrigando-o a abandonar, quando tinha tudo para ganhar.

Já não é a primeira vez que fez isso: o Rally du Var, no final do ano passado, ele estava a dar mais de quatro minutos de avanço sobre a concorrência no seu Citroen C4 WRC ex-Sebastien Löeb. Depois de dois dias a espantar toda a gente com a sua velocidade e quando se pensava que ele estava a caminho de uma vitória, ele também acabou por errar na saída de uma curva e caiu ravina abaixo, com o seu carro a arder. Felizmente, quer ele, quer o seu navegador nada sofreram.

Agora, não só os adversários já descobriram o seu verdadeiro talento, mas também o seu verdadeiro defeito. Se fosse piloto de ralis e visse o Kubica na frente, fazia o possível para ficar com o segundo lugar, pois tinha a garantia de que mais cedo ou mais tarde, ele iria sair de estrada. Só espero que ele não tenha ficado magoado, e agora, voltaremos a vê-lo em Portugal, daqui a umas três semanas. 

Formula 1 2013 - Ronda 2, Malásia (Qualificação)

A sessão de qualificação do GP da Malásia poderá ter dado como "poleman" Sebastian Vettel, mas ele têm atrás de si os seus maiores rivais para a vitória - e se calhar para o título - nas figuras de Felipe Massa e Fernando Alonso. E o vencedor da Austrália, Kimi Raikkonen, foi apenas sétimo na pista, até que os comissários terem dito que ele bloqueou Nico Rosberg numa das suas voltas rápidas e o penalizarem em três lugares, caindo para o décimo lugar da grelha de partida.

Tal como em Melbourne, choveu na qualificação, especialmente depois da Q2, e ali todos usaram os pneus intermédios. E pelo que se vê pela tabela de tempos, as hierarquias de Melbourne se mantêm: Red Bull e Ferrari na frente, com a Lotus-Renault à espreita, Mercedes, Force India na frente da McLaren e lá em baixo, Junes Bianchi a dar o seu melhor com o seu Marussia, ameaçando os Williams-Renault, que parecem estar a ter um péssimo arranque de temporada. Desta vez, Valtteri Bottas ficou na frente de Jules Bianchi, mas a diferença não foi muita, diga-se: 227 centésimos de segundo entre os dois, apesar do novato finlandês ter ficado a apenas cinquenta centésimos de Jean-Eric Vergne, da Toro Rosso.

O mais interessante no campo final, numa Q3 onde choveu bastante, foi que pela quarta vez seguida, Felipe Massa ficou na frente de Fernando Alonso. Embora seja uma diferença mínima (140 centésimos de segundo) e na maior parte das vezes, Alonso consegue ser melhor em termos de ritmo de corrida, isso demonstra que o equilíbrio na Ferrari é mais óbvio do que se possa imaginar. Claro, ambos ficaram mais de um segundo distantes de Vettel na chuva, mas amanhã vão todos partir em circunstâncias iguais.

Apesar das diferenças, as coisas para amanhã vão ser atrativas. Se o tempo colaborar, teremos uma corrida debaixo de chuva, e aí, as coisas tendem a baralhar um pouco. Agora, se me perguntam se teremos o segundo vencedor diferente na temporada, hmmm... pois. Eu tendo a esperar o inesperado. 

Youtube Rally Onboard: Robert Kubica no Rali Islas Canárias

Quem assistiu ao primeiro dia de Robert Kubica, no Rali das Islas Canárias, ficou espantado pelo facto de ele ter mostrando estar tremendamente competitivo num carro de rali como aquele. É certo que um Citroen DS3 RRC é mais novo do que um Skoda Fabia S2000, por exemplo, e ainda faltar a Kubica ver como andará num rali de terra - poderemos ver isso a partir do inicio de abril em terras portuguesas - mas pelo que se viu ao longo do dia de hoje nas Ilhas Canárias, com condições que mudavam rapidamente, entre o seco e o molhado, a performance do piloto polaco de 28 anos é, no mínimo, incrível.

Sim, pode ter um carro mais novo do que Jan Kopecky ou Craig Breen, mas mesmo assim não se explica como é que pode vencer as oito (!) especiais do dia naquele Rali Islas Canárias, que conta para o Europeu de Ralis. Como é que um "outsider", que está a usar os ralis como forma de reabilitação de um acidente que quase lhe custou a vida - e por causa disso, ainda tem a sua mão direita algo entrevada - está a colocar em sentido pilotos bem mais experimentados.

Ainda falta mais dois dias de rali para ver se Kubica consegue subir ao lugar mais alto do pódio neste Rali Islas Canárias. Mas pelo que já tinha visto anteriormente no Rali du Var e noutros ralis em asfalto, pode-se dizer que em termos desta superficie, o piloto polaco deve ser um dos melhores da atualidade. E adoraria ver a Citroen lhe der um WRC para competir num rali de asfalto como na Alemanha ou na Alsácia contra os Sebastiões: Sebastien Ogier e Sebastien Löeb.

Pode ser que não volte à Formula 1 - ainda quero ver se vai se sentar num carro em breve - mas tem de certeza um grande futuro no automobilismo. WRC, DTM ou outras competições de Turismo, caso queira andar por aí. A sua rapidez e competitividade não foi perdida.

sexta-feira, 22 de março de 2013

5ª Coluna: A última vez que quero falar de Ayrton Senna

Quem me acompanhou neste blog ao longo de seis anos - e no dia de ontem, na minha página de Facebook - sabe que fartei de escrever sobre o aniversariante do dia, quer agora, quer a cada 1 de maio, quando se lembra do seu acidente mortal, no circuito italiano de Imola. Já escrevi dezenas de vezes sobre Ayrton Senna, sobre as suas corridas, sobre as suas passagens pelas equipas, sobre as suas polémicas com os pilotos, os dirigentes e muitos mais. Já falei sobre pormenores inéditos da sua carreira, e já falei sobre o tristemente famoso fim de semana em Imola. 

Para terem uma ideia, no próximo mês irei abordar aquela primeira volta do GP da Europa de 1993 na revista online Speed. É um grande feito, aquele que fez naquele 11 de abril de 1993, daqueles que merece figurar na história do automobilismo, mas ao vasculhar o meu cada vez mais extenso arquivo e reler tudo o o que escrevi ao longo deste tempo, não só para esse assunto, como para os outros que falei ao longo deste tempo, cheguei à conclusão que, conhecendo eu a sua carreira desde as categorias de promoção, já não tenho mais nada para acrescentar sobre ele neste sitio.  

Tenho a sensação que tudo o que foi escrito acerca dele, já foi escrito. E tenho a sensação que indo para além disso faz-me mais mal do que bem, pois nada mais eu irei acrescentar. E chover no molhado já faz mais mal do que bem. Assim sendo, mesmo eu, que adoro resgatar o passado do automobilismo - e da Formula 1 em particular -  para que as pessoas o compreendam a razão pelo qual chegamos onde chegamos, chego à conclusão que esta é uma grande altura para encerrar este capitulo. Não vou escrever mais sobre ele, "finito". 

Porque vamos ser sinceros: a partir daqui, e caso não apareça nada de tremendamente novo e inédito, tudo que escreva sobre ele não será mais do que um "andar às voltas", uma reciclagem que mostrava à face de todos que estava a ficar velho e decadente. Há que saber parar, e muitos, infelizmente, não sabem. Não falo disto porque estou farto de Senna. Estou mentalmente esgotado de Senna, porque cheguei ao ponto em que não existe mais nada para acrescentar sobre ele.

Há outra coisa também que tenho de dizer: há muito tempo decidi mentalmente que nunca iria escrever uma biografia de Ayrton Senna. Por duas razões: a primeira é pessoal, pois é alguém que considerei um ídolo na minha adolescência, e ele foi uma personagem que mexeu imenso comigo, de modo muito profundo. E o segundo facto é também porque de toda a gente conhecer todos os seus feitos na pista, bem como as suas polémicas, as suas qualidades, os seus defeitos. Eu tenho, por exemplo, na minha biblioteca pessoal, três biografias do piloto. Assim sendo, fazer tal coisa por aqui não seria mais do um "chover no molhado", porque não acrescentaria mais nada. E nestes tempos de blog, aconteceram coisas muito boas como por exemplo, o documentário.

Acho que esta é a altura ideal para fechar este capitulo no blog. O automobilismo é mais do que Formula 1, é mais do que Ayrton Senna. Há todo um mundo lá fora que precisa de ser descoberto, há toda uma série de competições, toda uma serie de pilotos cujas histórias merecem ser contadas, mostradas para toda a gente. 

Falar sobre Senna foi ótimo, mas já acabou. O legado está aí e podem todos ir ler, sempre que quiserem. Basta procurar no Google. Voltar ao assunto neste blog, para mim, só se valer imenso a pena.

Rumor do Dia: Löeb pode fazer Pikes Peak

Um dos rumores do dia vem hoje na revista francesa AutoHebdo, quando afirma esta tarde que o francês Sebastien Löeb, nove vezes campeão do Mundo de WRC, poderá fazer a subida de Pikes Peak, nos Estados Unidos, a bordo de um Peugeot 208 que está a ser modificado para o efeito nas oficinas da Peugeot-Sport, em Velizy.

A prova está marcada para o dia 30 de junho, no Colorado, e o objetivo será o de bater o recorde de percurso, que atualmente na posse do neozelandês Rhys Millen, com o tempo de 9.46,164 segundos.

Não vai ser a primeira vez que a Peugeot estará na clássica subida à montanha, de 19,98 quilómetros, com 156 curvas (!) e onde sobem até aos 4300 metros de altura. Em 1988, Ari Vatanen levou num modelo 405 Ti 16 modificado e conseguiu ser o melhor, batendo o então recorde do percurso.

Formula 1 2013 - Ronda 2, Malásia (Treinos)

As duas sessões de treinos em Sepang, que aconteceram nesta madrugada e manhã, mostraram que - se é que existe algo que se possa mostrar - que a Lotus se tornou numa equipa a ter em conta. Pelo menos na segunda sessão, onde Kimi Raikkonen foi o melhor do que Sebastian Vettel. Porque na primeira sessão, o finlandês ficou mais tempo nas boxes, a conta de um problema com o seu KERS, do que na pista. Mas no pouco tempo em que esteve, foi marginalmente mais lento que Mark Webber, no segundo Red Bull: 68 milésimos de segundo.

E para demonstra o equilíbrio e a incerteza - pelo menos nestas sessões de treinos - o Ferrari de Fernando Alonso esteve 384 centésimos mais lento que Webber, tendo o quarto melhor tempo, enquanto que na segunda sessão, Felipe Massa ficou no terceiro lugar - atrás de Raikkonen e Vettel - mas apenas por... 92 centésimos. Atrás do trio Red Bull, Ferrari e Lotus, ficaram o Mercedes de Nico Rosberg, o Force India de Paul di Resta, o segundo Mercedes de Lewis Hamilton e o segundo Force India de Adrian Sutil. E todos eles colocaram os McLaren de Sergio Perez e Jenson Button fora do "top ten".

Claro, boa parte da segunda sessão de treinos livres aconteceu debaixo de chuva intensa, o que poderá ser um fator a perturbar o fim de semana das corridas, porque ele aconteceu na hora que deverá ser a qualificação e a corrida. E como sabemos como foram as coisas na Austrália, há cerca de oito dias, o receio é grande.

Mas há outros receios: de que a McLaren possa ficar com um atraso maior, de tal forma que as suas candidaturas a ambos os títulos fiquem como em 2009, fiquem cedo fora da luta. E também que outras equipas que não estiveram bem em Melbourne, como a Sauber e a Williams (Jules Bianchi, da Marussia, foi mais veloz do que o Williams de Valtteri Bottas no segundo treino livre!), podem mostrar este ano que estão piores que na temporada passada.

Ainda é cedo para ver no que isto pode dar, porque falta a qualificação e a corrida, no domingo. Mas se Kimi e a Lotus podem ter um trunfo debaixo do braço em relação à concorrência: se conseguir conservar os pneus por mais tempo que a concorrência, isto pode significar que é um verdadeiro candidato ao título, ao lado de Fernando Alonso e Sebastian Vettel. Se as pessoas ainda não sabem disso, deveriam pensar nessa ideia.

O tributo de St. Petersburg a Dan Wheldon

Este final de semana começa a temporada de 2013 da IndyCar Series, no circuito urbano de St. Petersburg. E nos dias em que se antecipam a nova temporada, começam a aparecer vários eventos, um deles a homenagem a Dan Wheldon, o bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis morto em 2011 e que vivia nesta cidade do estado da Florida. Na tarde desta quinta-feira, a IndyCar e a cidade de St. Petersburg, na Florida, decidiram homenageá-lo com o descerramento de um memorial ao piloto.

O monumento, com base em tijolo - para homenagear as duas vitórias do piloto nas 500 Milhas de Indianápolis, em 2005 e 2011 - foi revelado pelo "mayor" da cidade, Bill Foster, pela viúva e pelos filhos do piloto. Emocionada, Susie Wheldon agradeceu a homenagem da cidade: “Gostaria de agradecer ao suporte de todos nos últimos 17 meses. Vocês me levantaram e eu gostaria que soubessem o quão grata eu sou. Ontem eu e meus filhos viemos deixar nossas marcas e é ótimo dividir esses momentos com eles para que eu possa mostrar que grande piloto e campeão Dan foi."

Para além disso, foi também inaugurado um "Hall of Fame" dedicado a todos os vencedores de corridas na pista citadina desde 2005, sendo que o primeiro vencedor foi Dan Wheldon. Todos os outros pilotos presentes - Dario Franchitti, Helio Castro Neves, Graham Rahal, Will Power e Ryan Briscoe - apareceram para a inauguração do monumento.

Para Castro Neves, vencedor no ano passado, este foi uma ocasião especial: “Foi uma honra, no ano passado, ter parado aqui na curva do Dan Wheldon para comemorar a vitória e um dos fiscais apontar para a placa [com o nome do inglês] e dizer ‘por que você não escala lá?’. Para mim, foi especial, nunca vou esquecer aquele momento”, relembrou o brasileiro, vencedor por três vezes em St. Petersburg (2006, 2007 e 2012)

A IndyCar começará neste domingo.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Europeu de Ralis: Kubica foi o mais veloz no shakedown

Já se sabia que iria ser muito interessante acompanhar as prestações de Robert Kubica neste fim de semana no Rali Islas Canárias, a bordo do seu Citroen DS3 RRC, a contar para o Europeu de Ralis. O que não sabia era que Kubica era suficientemente veloz para fazer o melhor tempo no "shakedown" perante imensos pilotos mais experimentados, como o checo Jan Kopecky ou o irlandês Craig Breen.

O piloto polaco registou o tempo de 1.26,5 segundos, seis décimos na frente do piloto checo, que alinha num Skoda Fabia S2000, e do local Luis Monzon, que no seu Mini JCW RRC, ficaram ambos com o mesmo tempo. De forma algo surpreeendente, o brasileiro Daniel Oliveira conseguiu o sexto melhor tempo no seu Ford Fiesta RRC.

Amanhã começa o rali, e vamos a ver até que ponto Kubica consegue andar nos lugares da frente com o seu carro em asfalto.

Noticias: Marussia e Caterham estiveram perto da fusão

Caterham e Marussia discutiram seriamente a hipótese de fusão no final do ano passado. Quem o conta é um dos dirigentes da Marussia, Graeme Lowndon, à Sky Sports britânica. "Posso confirmar que as discussões aconteceram. Eu não estive envolvido e, até onde sei, a conclusão era inaceitável para os nossos acionistas. Por conta disso, nada aconteceu", concluiu.

Para além disso, a Times britânica afirmou que as conversações tiveram lugar em dezembro. O acordo passaria por garantir que a verba de 12 milhões de euros, que iria para Marussia, fosse entregue pela FOM. E havia o beneplácito de Bernie Ecclestone: "Eu tinha tudo preparado para eles assinarem contrato, não seria problema. Eles não estavam felizes e quase se fundiram, mas de repente as negociações acabaram. Isso me faz imaginar o que aconteceu", comentou.

Caso tivesse acontecido a fusão, a Formula 1 iria contar com dez equipas nesta temporada, logo, vinte lugares. Como não aconteceu, ambas as marcas terão de lutar - com pilotos pagantes, diga-se - pelo décimo posto no Mundial de Construtores, a última vaga que garante dinheiro por parte do organismo liderado por Bernie Ecclestone. Nesta temporada, a Caterham terá como pilotos titulares o holandês Giedo Van der Garde e o francês Charles Pic, enquanto que na Marussia estarão o britânico Max Chilton e o francês Jules Bianchi.  

Formula 1 em Cartoons - Austrália (GP Toons)

A vitória de Kimi Raikkonen em Melbourne, a bordo do seu Lotus, foi recordada desta forma pelo cartoonista Hector Garcia.

Vai chover na Malásia

E depois de Melbourne, o mau tempo poderá fazer nova aparição num fim de semana de corrida. Desta vez na Malásia, o boletim meteorológico prevê que haja chuva torrencial nos três dias do Grande Prémio. Nos três dias do fim de semana a previsão vai ser sempre a mesma: chuva forte de manhã, aguaceiros na hora da qualificação e corrida, e temperaturas a rondar os 30º Celsius. 

No domingo, dia da corrida existe mesmo a possibilidade de chuva torrencial intermitente, o que poderá fazer com que a corrida possa terminar como em 2009, quando foi interrompida a meio devido à intensidade da chuva. Ou então, que possa começar debaixo do Safety Car.

O mínimo que se pode dizer é que será uma corrida interessante. Resta saber é se haverá corrida.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Formula 1 em Cartoons - Austrália (Jim Bamber)

Para quem não sabe, Jim Bamber é o lendário cartoonista da Autosport britânica, e para este Grande Prémio da Austrália, caricaturou os dois últimos vencedores de Melbourne, Kimi Raikkonen e Jenson Button

E ali afirma que adora correr em Albert Park "porque há sempre uma pista reservada para os McLaren..."

Noticias: Dakar 2014 passa pela Bolívia e sai do Peru

Os organizadores do Rali Dakar anunciaram esta tarde que o Rali Dakar em 2014 passará pela Bolivia, em detrimento do Peru, uma edição que começará na Argentina e acabará no Chile.

De acordo com a organização, a ASO, o rali começará a 5 de janeiro, na cidade argentina de Rosário e terminará a 18 do mesmo mês, na cidade chilena de Valparaiso, com uma passagem pela Bolivia a meio do percurso, e em 2014, a organização quer apostar mais nas etapas-maratona (mais compridas) e trechos mais curtos em estradas. 

Quanto ao dia de descanso, acontecerá no dia 11, na localidade argentina de Salta.

As dificuldades da Formula 1

Não sei se hei de rir ou hei de chorar, mas li agora esta tarde que a Formula Sochi, empresa que gere o projecto de construção e promoção do Grande Prémio da Rússia de Fórmula 1, declarou falência, o que coloca de imediato em causa a realização da prova russa, que está prevista para... novembro de 2014.

Contudo, isso é nada que assuste a Omega, que é a empresa mãe do grupo onde se insere a Formula Sochi.   Dmitry Erofeev, diretor de marketing da Omega, declarou à agência de informação Izvestia que esta alteração em nada influenciará a continuidade dos trabalhos no complexo do circuito em Sochi, e já revelou que tomaram as rédeas do projecto, assumindo todas as responsabilidades inerentes ao avanço das obras e promoção da corrida.

Apesar destas "garantias", as preocupações dominam sobre não só este caso, como em muitos outros aspectos. Quando li no final da semana passada um artigo da alemã Motorsport-Total.com sobre a situação financeira das equipas de Formula 1, chega-se à conclusão de que, gastando como eles gastam, a competição terá vida curta. Especialmente quando das onze equipas, sete entrariam em falência em menos de cinco anos. E entre essas que andam apertadas de finanças, encontram-se... a McLaren e a Lotus-Renault.

Sabia que esta última tem um "buraco" de oitenta milhões de euros para tapar, e que esteve para ser vendida no final do ano passado, algo que foi impedida porque Kimi Raikkonen começou a ganhar corridas, mas a história da McLaren é a mais surpreendente, pois como os vi a lançar dois supercarros em menos de dois anos, julgava que estaria mais saudável. Mas quando vi que eles ficarão sem um grande patrocinador em 2014, com a saída da Vodafone, vi que eles precisam de alguém que leve para lá o equivalente. E claro, também um motor que os faça voltar a ter uma relação privilegiada. Daí a hipótese Honda, que viria com motor e - porque não? - um patrocínio que cobrisse esse buraco.

Fala-se que o famoso Acordo da Concórdia já está negociado e só falta assinar para ser real. Mas diga-se o que disserem, a Formula 1 tem de parar de gastar em coisas acessórias e passar a ser mais essencial, sob pena de que algum dia, a médio prazo, se imploda por si mesma. E por essas alturas, duvido que, por exemplo, Bernie Ecclestone ande por aí a tentar apagar os fogos...

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana mostra como principal assunto a Formula 1, principalmente a vitória de Kimi Raikkonen no GP da Austrália, algo inesperada para muita gente, mas a demonstrar que a Loitus-Renault é outra candidata às vitorias. 

"Lotus: o Special Player" é o titulo escolhido, e os subtítulos, como "Raikkonen assina 20ª vitoria"; McLarenm a desilusão de Melbourne" e "Sutil com regresso em grande" demonstram como foi esta corrida.

Em cima, uma referência ao WRC, com uma entrevista a Michel Nandan, o responsável pelo desenvolvimento do Hyundai i20, o carro que em 2014 andará pelas classificativas do mundo inteiro ao lado de Ford, Citroen, Mini e Volkswagen. Ali, ele refere que "O nosso timing é muito apertado".

Em baixo, referências à velocidade nacional ("Velocidade arranca em Braga a meio-gás"), uma matéria sobre os construtores ("Que retorno tiram?") e sobre o Track Day que houve no Estoril.

terça-feira, 19 de março de 2013

Vende-se: Mercedes campeão do mundo

Esta vem hoje na Top Gear britânica: um dos Mercedes de Formula 1, guiado por Juan Manuel Fangio na temporada de 1954, está à venda. 

Não é um modelo qualquer, pois este W196, chassis numero seis, foi guiado por ele nos Grandes Prémios da Alemanha e da Suiça desse ano, e deu a "El Maestro" (ou "El Chueco") duas vitórias seguidas, importantes para a conquista do campeonato daquele ano. E ainda por cima, nessa corrida de Nurburgring, ele o venceu depois de nos treinos, o seu compatriota e amigo Onofre Marimon sofreu um acidente fatal. 

Quando o carro foi apresentado, no GP de França desse ano, com o modelo "streamliner", representou um enorme avanço na Formula 1 na altura: o motor era de injeção direta, as suas suspensões eram independentes, os seus travões estavam dentro da estrutura, de forma a que o seu centro de gravidade estivesse o mais baixo possivel. E quando entrou em cena, a marca alemã dominou, vencendo dois títulos de pilotos seguidos, em 1954 e 1955, com Fangio e o britânico Stirling Moss ao volante, para além de outros pilotos como os alemães Karl Kling e Hans Hermann.

O preço-base deste carro não está ao alcance de qualquer bolsa: cinco milhões de libras. Esteve até agora nas mãos de um colecionador privado e não é visto em público há quase 30 anos. Vai a leilão a 12 de julho pela Bonhams, depois de uma demonstração no Goodwood Festival of Speed. 

Já agora... faço anos nesse dia, se alguém quiser fazer uma oferta pelo carro e quiser dar-mo de presente, tenho uma garagem pronta para o receber... :)

Youtube Rally Test: Latvala a fundo em Portugal


Faltam três semanas para o Rali de Portugal, mas as marcas já andam a preparar-se para o rali. Neste caso em concreto, trata-se do finlandês Jari-Matti Latvala que anda a testar o seu Volkswagen Polo R WRC no Alentejo, no sentido de se preparar da melhor maneira possível para a primeira prova em solo europeu. 

As imagens são de ontem, e pelos vistos, o finlandês está a dar o seu melhor. E só se espera que não acabe na valeta...

O novo grande desafio de Robert Kubica

Depois de se ter sabido o programa de ralis de Robert Kubica e de na semana passada se ter sabido qual será a decoração do novo carro, o piloto polaco falou na conferência de imprensa que teve em Varsóvia, na apresentação do novo carro, para referir os desafios que terá na frente nesta temporada, que vai começar nas ilhas Canárias e que terá passagens no rali de Portugal e nos Açores, ambos ralis de terra, ao contrário do asfalto, no qual ele já mostrou excelentes dotes de condução:

Todos os ralis serão novos para mim, mas o Rali de Portugal será o mais difícil. Apesar de haver quem tenha dito que já testei em pisos de terra, a verdade é que nunca o fiz. Vamos testar após o Rali das Canárias e o Rali de Portugal será o meu primeiro evento do WRC, primeiro rali de terra, e pela primeira vez vou disputar troços tão grandes, um deles tem mais de 50 km. Será um rali de aprendizagem para nós. O meu objectivo é aprender, e a experiência é fundamental aqui. Se nos circuitos se realizam muitas voltas, nos ralis é importante as notas serem perfeitas e para mim é importante trabalhá-las.”, disse.

Ao todo, o polaco de 28 anos vai fazer sete provas do Mundial, começando a sua participação no Rali de Portugal, para além de cinco participações no Europeu de Ralis, todos eles a bordo de um Citroen DS3 RRC.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Automobilismo e Conclaves


Este ano, vivemos algo inédito nas nossas vidas. Pela primeira vez em quase 600 anos, um Papa decide abdicar em vez de esperar que a Natureza cumpra o seu destino e fique no cargo até ao final dos seus dias. A eleição do novo papa, o argentino Jorge Bergoglio, o primeiro proveniente da América do Sul, aconteceu precisamente na semana em que, no outro lado do Mundo, no circuito australiano de Melbourne, começava mais uma temporada de Formula 1.

E num pequeno exercício de memória, descobri uma coisa tremendamente interessante: existe uma coisa em comum entre a eleição de um Papa e a vitória de um carro que tenha um de dois nomes: Lotus e Renault. E com a vitória de Kimi Raikkonen em Albert Park, poderá ser um indicador de que este pode ser o vencedor do campeonato. É que sempre que a Formula 1 acontece em anos de Conclave - excepto por um - um carro Lotus ou Renault é campeã do mundo. Mais: ele vence em anos de domínio. E mesmo no ano da excepção, o nome da equipa fundada por Colin Chapman não anda longe. Ao longo das linhas seguintes, vou mostrar-vos essas coincidências históricas.

Desde que a Formula 1 começou, em 1950, houve até agora seis Conclaves Papais: 1958, 1963, 1978 (duas vezes), 2005 e agora, em 2013. E fazendo esse exercício, descobre-se que a Formula 1 passou por anos bem interessantes. Quando Pio XII morre, a 9 outubro de 1958, a temporada estava prestes a acabar e era marcado pelo duelo entre a Vanwall e a Ferrari, com os britânicos Mike Hawthorn e Stirling Moss a lutarem pelo ceptro individual. Faltavam dez dias para o GP de Marrocos para decidir tudo, mas a temporada de 1958, que foi a primeira a instituir o título de Construtores, tinha mais equipas britânicas do que italianas (Cooper, BRM, Vanwall, Connaught...) E uma delas - que tinha chegado nesse ano - se chamava... Lotus.

Cinco anos mais tarde, quando a 3 de junho de 1963, João XXIII acaba por morrer, aos 81 anos, vitima de um cancro no estômago, a pequena equipa fundada por Colin Chapman tinha alcançado o topo. Tinha feito o modelo 25, o primeiro monocoque da categoria, e tinha encontrado o seu piloto ideal, na figura do escocês Jim Clark. Quando o Conclave escolheu o Cardeal Montini para ser Paulo VI, a 23 de junho desse ano, Clark estava entre duas vitórias: uma a chuva, em Spa-Francochamps, e outra na Holanda, em Zandvoort. No final do ano, o piloto escocês iria dar a ele mesmo e à equipa os titulos de pilotos e construtores, ambos pela primeira vez.

Quinze anos depois, quando o mundo assistiu a mais do que um Conclave num ano - o primeiro desde 1605 - onde o primeiro escolhido, Albino Luciani, não viveu mais do que 33 dias como João Paulo I. E dois meses depois, em outubro, os cardeais decidiram escolher, pela primeira vez desde 1532, um papa não italiano, na figura do Cardeal Karol Woityla, ou João Paulo II. E como acontecera em 1963, era um ano de domínio da Lotus, pois foi nesse ano que Colin Chapman introduziu um carro que iria revolucionar o automobilismo  com o Lotus 79, que aplicava na perfeição os princípios da asa invertida, ou o efeito-solo.

Nesse ano, a equipa de Chapman tinha uma dupla imbatível na figura do italo-americano Mário Andretti e do sueco Ronnie Peterson. Quando aconteceu o Conclave que escolheu Luciani, a 26 de agosto, estava-se no fim de semana do GP da Holanda, onde Andretti viria a ser o vencedor, numa dobradinha com o sueco Peterson na segunda posição. Iria ser a última de sempre da equipa, antes da trágica consagração de Andretti em Monza, com o seu companheiro Peterson a sofrer o seu acidente fatal. O sueco morre a 11 de setembro daquele ano, apenas 17 dias antes de Luciani morrer, causando choque na igreja. A eleição do segundo Papa, a 16 de outubro, acontece uma semana depois do final do campeonato, no GP do Canadá, onde se viu a primeira vitória de Gilles Villeneuve, no seu Ferrari.

João Paulo II teve um longo papado, e em 2005, quando morre, a Lotus não estava na Formula 1 há dez anos. Mas, tal como em 1963 e em 1978, era um ano de mudança e de domínio de uma equipa: a Renault. O espanhol Fernando Alonso ia a caminho do seu primeiro título, e a quebrar o domínio da Ferrari. Por alturas do conclave que escolheu Bento XVI, a 19 de abril, calhou na semana do GP de San Marino (João Paulo II tinha morrido no fim de semana do GP do Bahrein, a 2 de abril), uma corrida vencida pelo piloto espanhol, após uma batalha épica pela liderança com o Ferrari de Michael Schumacher. Era a sua terceira vitória consecutiva, e por essa altura, se duvidas existissem, a Renault era o candidato numero um para ficar com ambos os títulos. E foi o que aconteceu, no final desse ano.

Quase oito anos depois, com novo conclave a acontecer na semana de inicio desta temporada, há muitas coincidências em relação ao passado. Durante este tempo, a equipa de Formula 1 da Renault, cuja sede  era em Enstone - que anteriormente tinha acolhido a Benetton - decidira sair discretamente de cena como construtor, mantendo-se como fornecedor de motores. O Grupo Genii, que decidira comprar a equipa e as suas instalações, decidira também aliar-se à Lotus, que quando teve o polémico Dany Bahar ao leme, decidira que eles iriam ficar com o nome na Formula 1, simbolizando o regresso da marca à categoria máxima do automobilismo.

E coincidência das coincidências, um Lotus-Renault foi o grande vencedor da primeira corrida de Formula 1 após um conclave papal. Tal como em 1963 e 1978, e em 1958, a data de estreia da Lotus na categoria máxima do automobilismo. E se incluirmos a marca Renault, poderemos dizer que há uma união com o de 2005. Estranhamente, parece que a Lotus tem uma "relação abençoada", mas se isto quer dizer que vão ser os candidatos ao título mundial, pode-se dizer que ainda é cedo para se pronunciar. Mas que quer o carro, quer o piloto são nomes a ter em conta neste ano que promete ser equilibrado, isso é verdade... 

As duvidas e aflições da McLaren

A performance da McLaren na Austrália andou à beira do desastre: Jenson Button foi apenas o nono colocado e Sergio Perez foi incapaz de entrar nos pontos, ficando na 11ª posição. Já se sabia desde os testes de pré-temporada que o MP4-28 não era o carro que a equipa acreditava estar em condições de discutir a vitória, mas o facto de Jenson Button ter tido dificuldades de entrar na Q3 e Sergio Perez não ter conseguido entrar nela fez com que ao longo do fim de semana tenham circulado rumores de que em Woking já se pensava em trocar pelo modelo anterior, enquanto que o novo modelo não se tornava suficientemente competitivo para os pergaminhos da equipa fundada há 50 anos por Bruce McLaren.

Contudo, o seu chefe, Martin Withmarsh já excluiu a ideia de retirar o carro do museu e colocá-lo de novo a correr: “Temos que trabalhar bem neste carro, pois sabemos que tem mais potencial que o modelo do ano passado, e só temos que perceber como o ir buscar. Ainda não o conseguimos entender. Não há uma solução simples, mas não temos dúvidas que pode ser melhorado. Só não sabemos quanto tempo vamos levar…”, disse.

Em suma, por agora, a equipa vai decidir manter a confiança no MP4-28, esperando que as coisas no próximo domingo, na Malásia, sejam totalmente diferentes. Os engenheiros da equipa ainda acreditam que o monolugar de 2013 tem potencial, que por agora está ‘escondido’. Mas até o encontrarem, poderá ser que já seja tarde demais para a equipa conseguir algo para alcançar ambos os títulos. Tal como aconteceu ao chassis anterior...

domingo, 17 de março de 2013

Formula 1 em Cartoons: Austrália (Pilotoons)

Para Kimi Raikkonen, isto foi tão fácil que foi buscar o seu picolé ao frigorífico e controlar o avanço sobre Fernando Alonso e Sebastian Vettel

É assim que o Bruno Mantovani retrata o GP da Austrália nos seus Pilotoons. Agora resta saber se vai ser assim para o resto da temporada...

Formula 1 2013 - Ronda 1, Austrália (Corrida)

Depois de uma qualificação e duas partes - do qual podem reler aqui e aqui - a corrida inaugural centrava expectativas dos quais achei por vezes repetidamente exageradas. Especialmente depois do monopólio da primeira fila dos Touros Vermelhos após a "qualificação, parte dois". Muito li no Twitter as expressões das pessoas que receavam que a temporada de 2013 fosse a repetição do padrão de 2011. Experiente que sou nestas coisas - são quase 30 anos a ver, apreciar e observar a Formula 1... - sabia que havia de dar tempo ao tempo. E a melhor prova disso seria a corrida.

Havia um sinal de que as coisas iriam ser diferentes, e tinha escrito em meros 140 caracteres: os pilotos que tinham feito a Q3 arrancariam com os pneus supermacios, ao contrário dos que tinham ficado pela Q2, onde usaram os intermédios. É que eles poderiam mudar de pneus antes da corrida e terem uma vantagem sobre os outros. Isso aconteceu, mas não esperava que um desses "não-qualificados", o regressado alemão Adrian Sutil, tivesse um impacto tão grande na corrida, como acabaria por ter.

A corrida começou com Nico Hulkenberg a ser a primeira vitima do ano, e com os Red Bull a terem dificuldades com os pneus macios, que foram "carcomidos" num instante, o que fez com que o carro não funcionasse em condições de corrida e foram apanhados pela Ferrari e Mercedes, para além do Lotus de Kimi Raikkonen. Outra grande vitima foi a McLaren, que mesmo com todos os esforços de Jenson Button, não conseguia fazer muito com o seu carro. Que contraste com doze meses antes, quando foi o vencedor! 

Mas Adrian Sutil foi o que saiu melhor em toda esta jogada, subindo de posições e acompanhando Raikkonen até ao topo. Tanto que nas primeiras 25 voltas, ele foi o centro das atenções. Andou na liderança e fez render os pneus até onde foi humanamente possivel, demonstrando que o seu ano sabático não faz mal nenhum à sua performance.

Para além disso, a Mercedes demonstrou que estava bem também. Nico Rosberg poderia ter acabado no pódio, se não fosse o seu problema elétrico a estragar a sua corrida. E Lewis Hamilton lutou com Fernando Alonso, Sebastian Vettel e Felipe Massa por um lugar no pódio, numa briga honesta, embora a sua tática de duas paragens não ter sido bem sucedida porque os pneus se degradaram mais rapidamente do que pensava que se iriam degradar.

E as Ferrari demonstraram que estão ali para vencer. Fernando Alonso e Felipe Massa andaram juntos durante grande parte da corrida. É claro que uma corrida não significa nada, mas e uma situação bem possivel: que ambos os pilotos andarão com ritmos iguais. O grande problema foi que Massa arriscou outra tática e não resultou, porque em uma das situações, queria passar Sutil pelas boxes e a coisa não resultou. Mesmo assim, o quarto lugar é muito melhor do que o inicio de 2012, onde as suas performances eram tão más que muita gente pediu a sua cabeça. A Ferrari pode ter feito o mais difícil: recuperar um piloto. E isso pode ser bastante útil mais adiante na temporada, se esta for tão equilibrada como em 2012.

No final, resumiu-se aos pneus e o seu consumo. Kimi Raikkonen foi o melhor porque conseguiu poupar os seus pneus o suficiente para fazer duas paragens, colocando os mais duros para a parte final e fazê-los funcionar de forma a distanciar-se da concorrência. Assim, deu à "Lotus-Renault" a sua segunda vitória desde o seu regresso à Formula 1 e a segunda vitória na atual encarnação. 

E se juntarmos a Lotus de Colin Chapman, parece que voltamos a 1978, quando Mário Andretti venceu na Argentina. Isso quererá dizer alguma coisa? Provavelmente nada, porque ainda faltam dezoito corridas para o final do campeonato e há mais do que um candidato ao titulo, como todos sabem. E incluo nesse cesto de candidatos a Mercedes, mas não a McLaren. Pelo menos, não com este chassis.

Semana que vem, na Malásia, haverá mais ação.

Formula 1 2013 - Ronda 1, Austrália (Qualificação, segunda parte)

Ao aproximarem-se os minutos para a segunda parte da qualificação, as pessoas esperavam que as condições estivessem as melhores para que aquilo que começou ontem de modo caótico, tivesse um bom final, já que a corrida estava a meras seis horas de distância. Não se previa chuva, apesar do céu estar nublado, e a sessão seria curta, dado que por alturas da interrupção, os carros tinham feito a Q1 e essa parte já estava decidida.

Quando os carros estavam a alinhar-se para a Q2, olhei para a tabela de tempos e vi que o lider era o Mercedes de Nico Rosberg, e lembrei-me que o seu carro tem uma espécie de suspensão ativa hidráulica. Uma maneira bem hábil para contornar os regulamentos, já que as suspensões ativas eletrónicas estão abolidas desde 1993. E pensei para mim mesmo: 'Se a Mercedes levar a melhor neste truque e conseguir a pole-position, das duas uma: ou os outros pedem para ilegalizar, ou começa uma nova corrida à tecnologia'.

E era com essa curiosidade na minha mente que me sentei à frente deste portátil para ver a segunda parte da qualificação.

O tempo estava cinzento e a pista húmida. Os primeiros pilotos andaram com pneus intermédios, como os Toro Rosso, por exemplo, pois ainda existiam lugares molhados. Eles andaram assim até que Sergio Perez decidiu calçar pneus slicks. Pouco depois, foi a vez dos Ferrari tentarem a sua sorte. Mas após uma volta dentro da pista, o mexicano voltou às boxes, pois as condições não estavam as ideais.

No final da Q2, pilotos como Perez, Vergne ou Nico Hulkenberg ficavam de fora da Q3, enquanto que quase todos os "graúdos" entraram para o "top ten", com os Mercedes nos melhores lugares, seguido do Red Bull de Sebastian Vettel e do McLaren de Jenson Button.

Com o aproximar da Q3, o mais interessante seria ver se nesta parte alguém iria usar os famosos pneus slicks. Algumas partes do circuito estavam a secar, mas não eram os suficientes para tentar a sua sorte. Jenson Button voltou a sair com os pneus slicks, para voltar a tentar a sua sorte, e aos poucos, todos foram às boxes e tentar a sua sorte com esses pneus. 

E os resultados foram imediatos: Button fez o melhor tempo. A seguir, todos colocaram os seus pneus e os tempos começaram a cair vertiginosamente. 

Após a bandeira xadrez, saiu algo previsível, com Sebastian Vettel a conseguir a primeira pole-position do ano e a 37ª da sua carreira, com Mark Webber a seu lado. Atrás dele, estavam o Mercedes de Lewis Hamilton, a começar bem a sua carreira na Mercedes, e o Ferrari de Felipe Massa, que por pouco conseguiu bater o seu companheiro de equipa, Fernando Alonso. Nico Rosberg, apesar de ter andado grande parte do treino à frente de Hamilton, acabou apenas no sexto posto, na frente dos Lotus de Kimi Raikkonen e Romain Grosjean, e por fim, o Force India de Paul di Resta e o McLaren de Jenson Button, que pagou o preço de ser "a lebre de serviço".

E com isto, faltarão cinco horas e meia para a corrida. E o tempo, até lá, pode ter um papel a jogar nisto tudo.