sábado, 18 de maio de 2013

CPR: Bernardo Sousa foi o melhor no Rali de Guimarães

Depois do Rali de Portugal e o Rali dos Açores, o Campeonato Português de Ralis (CPR) regressou para um rali de asfalto, feito num só dia, à volta de Guimarães. Entre Fafe e Guimarães, pode ser uma distância curta em termos geográficos, mas em termos de tempo e calendário  foi um mundo inteiro de diferença pois passaram quase três meses, desde o Rali Serras de Fafe.

E passado esse tempo, houve muitas mudanças em termos de carro. Em Fafe, apenas Pedro Meireles tinha um Skoda Fabia S2000, contra o Peugeot 207 S2000 de Bernardo Sousa. O piloto da Madeira continua com o carro, mas pelo meio foi buscar um Ford Fiesta RRC para o Rali dos Açores e pretendia continuar assim para o resto da temporada. Mas quando disseram que os RRC não iriam pontuar para o campeonato,  Sousa manteve o Fiesta, mas na versão S2000. 

Pelo meio, o campeão nacional, Ricardo Moura, decidiu mudar do Mitsubishi Lancer Evo IX para um Skoda Fabia S2000... e compensou. Depois de ter sido terceiro classificado - e melhor português - "em casa", decidira continuar com o carro para o resto da temporada, tentando o bicampeonato, fazendo com que, por agora, existissem três S2000 neste campeonato, com a possibilidade de pilotos como Bruno Magalhães e Miguel Campos de conseguir mais carros desse género.

Atrás, havia alguns veteranos que apareciam por aqui para tentar uma surpresa. Adruzilio Lopes, que deu nas vistas nos (já distantes) anos 90, com o mítico Peugeot 306 Maxi, vinha correr com o Subaru Impreza R4, enquanto que outro veterano, José Pedro Fontes, iria correr noutro Subaru Impreza WRX. 

Mais interessante seria ver José Janela, que iria aparecer no Rali Cidade de Guimarães com um... Porsche 911, para a classe GT, algo inédito até agora.

Num fim de semana de maio anormalmente marcado pelo frio e chuva, máquinas e pilotos esperavam um dia muito complicado, a prova começa com Bernardo Sousa a ser o mais veloz, 2,7 segundos mais velozes do que Miguel Campos e cinco segundos mais velozes do que Ricardo Moura. Adruzilio Lopes, mais experimentado nestas coisas, era o quarto classificado.

Com o avançar da manhã, Sousa parecia gerir a liderança... até chegar a terceira especial. Ali, Ricardo Moura terminava as suas hipóteses ao levar um toque e arrancar a roda traseira esquerda. Bernardo Sousa podia ter menos concorrência, mas na quarta especial, ele também tinha problemas, tocando também com o carro e perdendo tempo, caindo para o quarto posto da geral, que assim caia ao colo de Pedro Meireles.

Mas na especial seguinte, a quinta, este teve problemas, não conseguindo trocar os pneus a tempo e tendo uma penalização de 55 segundos. Com isso, a liderança ia para Adruzilio Lopes, que usando a sua veterania para alcançar uma liderança que à partida seria complicada.

As coisas complicaram-se ainda mais para Pedro Meireles na sexta especial, quando sofreu um acidente e o seu carro bloqueou a estrada o suficiente para que esta fosse neutralizada. Isso foi aproveitado por Bernardo Sousa para apanhar Adruzilio Lopes e o passar na especial seguinte, de modo tão surpreendente que provavelmente, o resultado poderia dar brado. Nas duas especiais seguintes  Lopes foi o melhor, mas Sousa ficou logo atrás, para gerir a vantagem, que se situava agora nos 25,5 segundos.

A partir daqui, a grande tarefa de Bernardo Sousa era de levar o carro até ao fim, mesmo sabendo nas condições do carro, especialmente a sua roda traseira direita. Reforçada com uma cinta, a cada troço, Sousa venceu depois as duas últimas classificativas dia. E no final da Power Stage, Sousa foi o melhor, conseguindo assim a sua segunda vitória neste campeonato, e a conseguir o máximo de pontos possíveis  conseguindo consolidar a sua liderança e rumar ao bicampeonato.

Adruzilio Lopes foi o segundo, e a fechar o pódio ficou o Renault Clio S1600 de João Barros, que aproveitando as desistências, averbou um ótimo terceiro lugar, bem como a vitória na CPR2. Diogo Gago, no Citroen C2, foi o quarto, na frente de Miguel João Barbosa, no Mitsubishi Lancer Evo IX.

Vende-se: Nurburgring

Depois de no ano passado se souber que a administração do circuito de Nurburgring tinha entrado em insolvência, graças às enormes dívidas, soube-se este fim de semana, ao mesmo tempo em que se disputam as míticas 24 Horas de Nurburgring, que este está à venda pela módica quantia de... 130 milhões de euros.

A partir de segunda-feira, começarão a ser aceites as propostas de compra, mas a entidade que está a gerar o complexo - circuito, hotéis e demais edifícios adjacentes, como o parque temático, o centro de congressos e o museu - quer que os interessados apresentem um plano de longo prazo que passa por algumas condições. As mais óbvias são a manutenção do programa de corridas, e que o circuito esteja a funcional ao longo do ano.

Para além disso, a Comissão Europeia, que está a supervisionar toda esta venda, devido às acusações anteriores de fraude no uso dos fundos comunitários, exige que o processo seja cem por cento transparente. Fala-se que a Hyundai e a Volkswgen poderão estar interessados na compra do complexo, e que o negócio esteja fechado até ao inicio de 2014. Veremos.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O alto preço dos motores de Formula 1

Falei de raspão no passado dia 11, quando contava acerca do iminente regresso da Honda à Formula 1, mas hoje volto a falar sobre o preço dos motores para 2014. É que o jornal alemão "Sport Bild" fala na edição de hoje que os preços que as três montadoras andam a pedir às equipas é simplesmente demasiado para os seus orçamentos. E das onze equipas presentes, sete estão com dificuldades em arranjar o dinheiro exigido na próxima temporada.

Para quem não leu o artigo, digo que as três montadoras estão a dar preços diferentes pelos seus motores. A Ferrari pede entre 13 a 15 milhões por ano, a Mercedes anda a pedir entre 18 e 20 milhões e a Renault pede mais com um valor na ordem dos 25 milhões por temporada. Só que isso é demasiado para os preços que estão a ser exigidos pelos motores que andam a usar agora, que estão limitados nos 6 milhões de euros, logo, um aumento brutal.

Ora, com estes preços, apenas Ferrari, Mercedes, Red Bull e McLaren tem essa capacidade. A Lotus tem dificuldades em pagar tal valor para os Renault, apesar das relações de algum privilégio  e a Williams e Caterham provavelmente poderão pedir aos seus pilotos pagantes para que arranjem novos patrocínios para preencher os valores em falta. No caso da Mercedes, mesmo com a McLaren a ser capaz de pagar as despesas por um último ano, antes de passar para a Honda, a Force India tem as suas dificuldades bem noticiadas pela imprensa, devido aos problemas com os negócios de Vijay Mallya.

No caso da Ferrari, a Sauber poderá, graças às suas relações algo privilegiadas com a marca de Maranello, mas eles já espreitam um acordo com a Honda, ao mesmo tempo que a Lotus também se encontra a negociar um acordo semelhante. E não se pode esquecer que existem desde há algumas semanas rumores de que em 2015, a Toyota poderá fazer o seu regresso à Formula 1, abastecendo a Williams. Justamente a equipa, que tem um contrato com a Renault, que terminará no final da temporada de 2014...

Muito provavelmente, a Marussia - que é a única que não tem contrato com nenhuma destas montadoras, já que vai de Cosworth - irá escolher os propulsores da marca de Maranello. Ainda por cima, pode ser que isso garanta a continuidade do francês Jules Bianchi, já que é piloto de testes da marca.

O certo é que isto está a deixar as equipas a pensar. Helmut Uhl, o jornalista que escreve o artigo do Bild, afirma que “ainda em Barcelona, você podia sentir algo estranho, uma tensão invisível”, descreveu. E nos próximos tempos, as coisas prometem aquecer ainda mais.

Youtube Motorsport Testing: os testes de Sebastien Löeb para o Pikes Peak

E por estes dias, Sebastien Löeb anda a preparar o seu Peugeot 208 Ti 16 Valvulas para o Pikes Peak, algures no final de junho no estado americano do Colorado. E para se preparar, nada como fazer testes no Monte Ventoux, nos Alpes franceses, mais conhecido pelas suas etapas ciclisticas na Volta à França. 

Com algum público a assistir às suas passagens, é certo, parece que o piloto, nove vezes campeão do mundo de ralis, está a levar esta aventura muito a serio. Ora vejam este video.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Youtube Motorsport: Os sons da Rampa da Falperra

Continuando na minha pesquisa no Youtube sobre os videos da Rampa da Falperra, que aconteceu no passado domingo, descobri este video sobre os carros que andaram pela rampa, só com os sons ambientes, ou seja: o ronco dos motores. De todos os tipos, clássicos e modernos, alguns voam a velocidades estonteantes e outros de forma mais de "passeio", todos eles desafiam o cronómetro na subida do Bom Jesus, um dos clássicos do automobilismo português e europeu.

Tem mais de onze minutos, mas vale a pena.

Fibra de Carbono - Episodio 26

E depois de algum tempo de ausência... estamos de volta! Eu e o Pedro Mendes voltamos a gravar mais um podcast do Fibra de Carbono, e neste episódio 26, decidimos falar um pouco sobre o (na altura) possível regresso da Honda à Formula 1, fornecendo motores à McLaren, e também sobre a polémica do desgaste excessivo dos pneus Pirelli durante a corrida e as reclamações das equipas sobre isso.

Tudo isso e muito mais, podem ouvir neste link. E agora estamos a tentar gravar podcasts mais curtinhos, à volta de meia hora. Espero que sejam do vosso agrado. 

5ª Coluna: sobre o regresso da Honda à Formula 1

E agora sabemos que é oficial: a McLaren e a Honda juntam-se de novo, 23 anos depois de uma parceria vitoriosa que teve pilotos como Alain Prost, Ayrton Senna e Gerhard Berger ao volante, e que deu ao mundo chassis fabulosos como o McLaren MP4/4, projetado por Gordon Murray e dando 15 das 16 vitórias possíveis na temporada de 1988. Assim sendo, ano que vêm- curiosamente, o primeiro da nova era dos Turbos - a parceria entre a equipa de Woking e a Mercedes terá os seus dias contados, 19 anos após o seu inicio. 

Já corriam rumores sobre isso desde há várias semanas, tantas que já tinha escrito sobre isso no mês passado para a revista Speed, onde tinha colocado as razões e os motivos pelos quais uma aliança como esta seria vantajosa para ambos os lados. Eis alguns excertos sobre o artigo que escrevi na altura:


"Uma das razões pelo qual podemos acreditar nesse regresso salta à vista: tem a ver com a relação privilegiada entre a equipa e a fornecedora de motores. Até 2010, altura em que a Mercedes decidiu avançar com a sua própria estrutura, a relação da McLaren com a Mercedes era de privilégio: todas as novas evoluções do motor pertenciam à equipa e isso fez com que a marca conquistasse títulos em 1998 e 1999, ambos com Mika Hakkinen ao volante, para além das dezenas de vitórias que alcançou desde o GP da Europa de 1997, do qual contribuíram pilotos como David Coulthard, Mika Hakkinen, Kimi Raikkonen, Lewis Hamilton, Fernando Alonso e Jenson Button.

"Após esta transferência de privilégio, ambos os lados decidiram que iriam manter a relação até ao final de 2013, com opção para os dois anos seguintes, dando mais do que tempo para a marca procurar novos propulsores ou a construir o seu próprio motor, agora que ele já fabrica os seus próprios carros de estrada. Contudo, com o passar do tempo, não se viu sinais nessa direção, demonstrando que as prioridades para a marca seriam o prolongamento da parceria. Mas quando a Mercedes afirmou que a relação com a marca passaria para a de cliente, semelhante à que tem a Force India, provavelmente Martin Whitmarsh começou a pensar que já seria a altura de procurar novos parceiros." (...)


Também nessa altura, recorri a um artigo escrito pelo jornalista James Allen - escrito a 7 de março no seu site - onde ele tinha uma entrevista feita ao analista Rudolf Ganter, do banco UBS, que fala de uma boa razão pelo qual a Honda teria de voltar à Formula 1: visibilidade. Pelo menos na Europa.


“[Ao contrário da Toyota], a Honda não é tão conhecida na Europa, pois eles sempre tiveram focados na Ásia e nos EUA. Um envolvimento na Formula 1 os poderia colocar de novo na Europa", começou por afirmar.

Não se pode esquecer também o que está a acontecer com os produtos japoneses. O valor do iene enfraqueceu nos últimos tempos - desvalorizou-se cerca de 20 por cento face ao dólar e ao euro - e isso os coloca mais competitivos em relação à concorrência. Isso pode fazer com que tenham mais lucros ou então que vendam os seus carros de forma mais barata do que os seus concorrentes europeus e americanos.", continuou.

A Honda sempre teve fama pelos seus motores de alta performance e o regresso à Formula 1 seria ótimo para a sua reputação. Nesse aspecto, um regresso desses faria sentido", concluiu Ganter.

De uma certa maneira, o facto da Honda ter uma equipa oficial no WTCC, onde têm dois carros (para o italiano Gabriele Tarquini e o português Tiago Monteiro), para além de mais outro a ser preparado por um privado (nas mãos do húngaro Norbert Mischelisz), também serviria para lançar o nome da marca numa competição internacional com impacto na Europa, como é o WTCC. Os frutos dessa parceria estão a ser vitoriosos, pois ele já estão a ganhar corridas.

Claro, o regresso desta parceria vai ser grande, com impacto em ambos. A Honda vai "dar" os motores à McLaren, ajudando-os para fazer desenvolver e regressar a equipa ao topo (caso consigam, claro) e numa competição onde agora, com a nova regulamentação dos Turbo de 1.6 litros, os carros estão a ficar cada vez mais híbridos - por exemplo, o KERS vai dobrar a sua potência, recorde-se - isto poderá servir otimamente para os seus propósitos comerciais. É que as marcas japonesas estão desde há muito a apostar na tecnologia híbrida nos seus carros de estrada, e agora, os resultados estão à vista. Numa altura em que as marcas querem apostar nos elétricos, em 2012, uma marca como a Honda já vendeu mais de seiscentos mil carros híbridos, um pouco por todo o mundo. E isso já é obra.

E isto pode não ficar por aqui: surgem desde há algumas semanas outros rumores de que a Toyota poderá pensar também num regresso à Formula 1. Apesar de estar envolvido com o seu carro de fábrica na Endurance, tem a capacidade de desenvolver o seu próprio motor Turbo 1.6, e também estaria bem a tempo de apresentar o seu motor em 2015. Também esse regresso seria nos moldes que a Honda vai fazer com a McLaren. Mas o parceiro seria a Williams, pois faz algum sentido, já que elabora o seu próprio KERS e seria bem mais barato do que construir chassis e motor. E não se importa de ter a bordo um piloto talentoso como Kamui Kobayashi, um ex-piloto de testes da marca, ou Kazuki Nakajima...

Em jeito de conclusão, a mudança de motores para 2014 já deu os seus primeiros frutos. Outros construtores poderão vir a seguir o mesmo rumo da Honda, o que será benéfico para a Formula 1, e quem sabe, outras competições.

Noticias: Motores Honda regressam à Formula 1 em 2015

Já tinha falado nisso na segunda-feira, mas agora é oficial: a Honda voltará à Formula 1 como fornecedora de motores da McLaren, a partir de 2015, oito anos depois de terem ido embora da competição. A marca já afirmou que as unidades de teste já estão a ser experimentadas na unidade de Tochigi, no Japão, a será o regresso de uma parceria que deu enorme sucesso entre 1988 e 1992, com os seus motores V10 e V12, para além do motor Turbo 1.5 litros, em 1988, ano em que venceram 15 das 16 corridas daquela temporada, a bordo do McLaren MP4/4.

Numa conferência transmitida em direto da sua sede, em Tóquio, o presidente da marca, Takanobu Ito, afirmou estar contente com o regresso de uma das parcerias com maior sucesso na história do automobilismo: “A Formula 1 está prestes a introduzir novos regulamentos, que exigem um motor mais reduzido com um turbocompressor e sistemas de reaproveitamento de energia, o que se encaixa melhor com as tecnologias ambientais para os veículos de produção em massa. Como resultado, mais do que nunca, podemos esperar mais feedback dos carros de corrida nos veículos de produção em série e algum feedback dos carros produzidos em série para os carros de corrida”, começou por comentar.

Desde sua criação, a Honda tem sido uma empresa que cresce, assumindo desafios das corridas. A Honda tem uma longa história de fazer avançar nossas tecnologias e nutrir nosso povo por meio da participação na mais prestigiada categoria do mundo das corridas. Os novos regulamentos da Formula 1, com foco ambiental significativo, vão inspirar ainda mais o desenvolvimento de nossas próprias tecnologias avançadas, e isso é fundamental para nossa participação na Formula 1”, continuou.

Temos o maior respeito pela decisão da FIA de introduzir esses novos regulamentos, que são altamente desafiadores, mas também atraentes para os fabricantes que buscam tecnologias ambientais, e para a Formula One Group, que desenvolveu a Formula 1 por um alto custo e é uma categoria top apoiada por fãs entusiasmados. Nós gostaríamos de expressar a nossa sincera gratidão ao Sr. Jean Todt, presidente da FIA, e ao Sr. Bernie Ecclestone, CEO da Formula One Group, que mostraram grande compreensão e cooperação para ajudar a concretizar nossa participação na Formula 1”, concluiu.

Martin Whitmarsh, o chefe da equipa, comemorou também o regresso da Honda à Formula 1 e de uma parceria de sucesso: “É uma notícia fantástica para todos que amam a Formula 1 poder receber a Honda de volta. Juntos, estamos prestes a embarcar em um novo e extremamente empolgante capítulo na história da McLaren”, começou por celebrar o dirigente britânico.

Como a McLaren, a Honda é uma empresa que tem o automobilismo entranhado em sua herança. Estamos muito orgulhosos e entusiasmados em unir forças para, mais uma vez, enfrentar o mundo da Formula 1. Embora ambas as empresas estejam plenamente conscientes de que estamos embarcando em uma jornada muito exigente em conjunto, estamos extremamente comprometidos com o sucesso da parceria, e vamos passar os próximos 18 meses trabalhando lado a lado para garantir que estamos plenamente estabelecidos e competitivos para o nosso primeiro GP juntos em 2015”, continuou Whitmarsh.

Os nomes de McLaren e Honda são sinônimos de sucesso na Formula 1, e para todos os que trabalham para ambas as empresas, o peso das nossas realizações passadas está fortemente sobre os nossos ombros. É uma marca da ambição e determinação que nós compartilhamos que queremos mais uma vez para elevar a McLaren-Honda para o topo da F1. Juntos, nós temos um grande legado e estamos totalmente empenhados em mantê-lo”, concluiu.

Apesar de tudo, Withmarsh não deixou de dar uma palavra de apreço à Mercedes, cuja parceria que se iniciou em 1995, terá, 19 anos depois, o seu final anunciado: “É justo reconhecer que, até o fim de 2014, vamos manter um compromisso total com o nosso parceiro atual e de longa data, a Mercedes-Benz, para a qual mantemos o maior respeito e com quem temos a intenção de seguir trabalhando com afinco e profissionalismo”, garantiu.

Youtube Video Onboard: Frederico Liber, Rampa da Falperra

Neste fim de semana que passou, houve a Rampa da Falperra, provavelmente a mais famosa em Portugal e uma das mais reconhecidas em toda a Europa. E no meio dos muitos videos que andam por aqui, dei conta deste, do piloto italiano Frederico Liber, que guia aquilo que parece ser um carro da antiga Formula 3000.

As imagens colocadas no topo do seu monolugar são assombrosamente excitantes, no mínimo. Vale a pena ver.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Eis o chassis da Formula E para 2014

A Formula E mostrou esta tarde no seu site o chassis para a competição que irá começar no ano que vêm. O modelo, que ainda não têm nome, será construído em parceria com a Renault e com a preparadora Spark, que irá construir os chassis para o campeonato. Para além disso, a organização também declarou que a TAG Heuer será a cronometradora oficial da competição, depois de se saber que a Michelin será a fornecedora oficial dos pneus.

A Renault e a Fórmula E compartilham o mesmo compromisso com a tecnologia inovadora e o automobilismo sustentável. Estamos muito felizes em recebê-los no campeonato como um dos sócios fundadores”, começou por declarar Alejandro Agag, o diretor da categoria.  “Não apenas a Renault é uma das principais fabricantes de automóveis do mundo, com experiência de sucesso no automobilismo, como também uma pioneira nos veículos elétricos. Ter uma fabricante deste calibre é uma grande prova do crescente apelo da Fórmula E.”, concluiu.

A Formula E começará no próximo ano em dez circuitos citadinos espalhados pelo mundo. Até agora, oito estão confirmados: Rio de Janeiro, Roma, Los Angeles, Londres, Miami, Pequim, Buenos Aires e a cidade malaia de Putrajaya. Existirão dez equipas, com dois pilotos cada e as corridas serão duplas, e ate agora, três equipas estão confirmadas, entre elas a britânica Drayson Racing, que está a construir um carro elétrico de Endurance, baseado num chassis Lola.

Noticias: Mercedes quer saber o que se passou em Barcelona

A performance da Mercedes no fim de semana de Barcelona causou espanto pelo contraste entre a qualificação e a corrida. Se no primeiro caso, os Flechas de Prata monopolizaram a primeira fila da grelha de partida, na corrida, o desgaste dos pneus foi de tal forma que Lewis Hamilton terminou fora dos pontos, enquanto que Nico Rosberg não foi mais longe do que um pálido sexto posto.

Em declarações à Reuters, Christian "Toto" Wolff, um dos patrões da Mercedes, revelou que a sua equipa irá analisar de forma muito mais profunda tudo o que sucedeu no passado fim de semana, de modo a tentar perceber porque têm um carro tão rápido em qualificação e depois em corrida não o conseguem fazer funcionar com os pneus.

Penso que temos de analisar o problema de forma diferente, pois se fizermos como até aqui continuamos na mesma. O carro é rápido, não nos falta andamento. Não me parece que as outras equipas tenham sido muito mais conservadoras que nós na afinação para a corrida, acho que é outra coisa, que nós ainda não descortinámos. Penso que temos de verificar os processos ao pormenor, como os pneus foram tratados, como foram aquecidos,como o calor foi retido, se é porque se andou depressa ou devagar nas primeiras voltas. Olhando para outras equipas concluímos facilmente que há quem esteja a ter vida bem mais fácil com os pneus”, referiu Wolff.

Noticias: Documentário sobre Jackie Stewart estreia em Cannes

No próximo dia 22, em Cannes, Roman Polanski e Jackie Stewart irão relançar um filme com... 40 anos. "Weekend of a Champion" trata do fim de semana do piloto escocês no GP do Mónaco de 1971, corrida onde ele conseguiu uma das suas seis vitórias, a caminho daquilo que iria ser o seu bicampeonato. O filme, que teve distribuição limitada quando foi lançado, em 1972, acabou por ser obscurecido ao longo dos anos, sendo agora redescoberto por ambos os protagonistas.

No documentário - feito como se fosse um reality show "avant la lettre" - Stewart expõe a sua vida ao longo de um fim de semana de Grande Prémio, explicando os detalhes dos preparativos, da pista, bem como fala das suas motivações e preocupações.

Agora, 41 anos depois, o filme foi refeito, com Stewart e Polanski a voltarem ao mesmo quarto de hotel, e o filme terá direito a estreia oficial. E aparecerá na seleção oficial do famoso festival de cinema francês. Após isso, será distribuído pela Ray Documentary Films, que disponibilizará na rede Netflix.

E este pode não ser o unico filme sobre Jackie Stewart. Sabe-se desde o ano passado que este quer fazer outro sobre a relação entre Stewart e o seu companheiro de equipa na Tyrrell, o francês Francois Cevért, morto a 6 de outubro de 1973 no circuito americano de Watkins Glen. Ainda não se sabe em que pé está o filme, mas o facto de este ano vir "Rush", realizado por Ron Howard, fez com que o cinema ande a descobrir o automobilismo, pois outros projetos existem ou vêm a caminho.  

Definitivamente, Hollywood está a voltar a descobrir a Formula 1. 

terça-feira, 14 de maio de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana têm basicamente três assuntos: o GP de Espanha, em Barcelona, a Rampa da Falperra, em Braga, e o GT Open, em Portimão. Em destaque está a corrida espanhola, com um vencedor espanhol e como tal, o título é apropriado a uma tourada: "Fiesta Brava de Fernando Alonso"

Em baixo, as referências à Rampa da Falperra, onde se fala sobre'"A Magia de Simone Faggioli" e em cima, sobre "A Primeira Vitória do Ano para Miguel Ramos" em Portimão, para o International GT Open.


Noticias: McLaren considera o regresso da cor laranja

A McLaren vai perder o patrocínio da Vodafone no final desta temporada e a equipa pondera um regresso ás origens na próxima temporada, ou seja, voltar a adotar o "papaya orange" que correu quando foi formada por Bruce McLaren, em 1963, e que a usou na Formula 1, mas também na Can-Am e na Indycar americana. 

Numa entrevista ao site russo "F1news", o patrão da McLaren, Martin Withmarsh, afirmou: "Eu realmente gosto da ideia", começou por afirmar Whitmarsh. "Laranja é uma cor ótima, especialmente para a McLaren. Nós a usamos nos nossos carros de estrada e fica ótimo. Vamos continuar a avançar neste sentido." continuou.

"A Formula 1 é um pouco diferente: o modelo de negócios moderno é uma das principais tarefas da nossa equipa. Devemos promover as marcas dos nossos parceiros. Mas, se tivermos a sorte de encontrar um patrocinador que goste da cor laranja, você verá essa cor novamente na Formula 1.", concluiu.

A cor laranja foi usada desde 1966 na Can-Am, embora Bruce McLaren só a tenha usado na Formula 1 em 1968. Ele a manteve até 1973, quando trocaram pela vermelha e branca cor da Marlboro, que ficou na equipa até 1996, altura em que trocaram pelo cinzento da West e da Mercedes. Apesar de em 1997 e em 2006 terem usado na pré-época, somente voltaram a usar tal cor quando lançaram o McLaren MP4-12C, o seu primeiro carro de estrada e o usaram para os seus modelos de estrada seguintes, como o supercarro P1.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Youtube Formula 1 Interview: Entrevista com o Dr. Gary Hartstein

Estava a ler o Twitter do João Pedro Quesado (Potenza Blog) quando ele colocou o link da entrevista com o antigo médico da FIA, o Dr. Gary Hartsein. É uma longa, mas fascinante entrevista, feita por Mario Muth, com alguém que esteve ligado à Formula 1 de 1997 até ao final de 2012, altura em que a FIA decidiu não renovar o seu contrato.

Para quem não sabe, este médico anestesista americano foi o sucessor de Sid Watkins como delegado médico da Formula 1 quando este se reformou, em 2005. A entrevista tem cerca de 45 minutos, logo, é um bom pretexto para um serão bem passado. Aproveitem!

Extra-Campeonato: Space Oddity no Espaço

Este deve ser o video do momento: o astronauta canadiano Chris Hadfield, que está na Estação Espacial Internacional, vai-se embora na próxima madrugada para regressar à Terra, mas antes de se ir embora, e no meio de todas as tarefas, decidiu fazer algo diferente: ser o primeiro ser no Espaço a gravar uma musica e respectivo videoclip.

E Hadfield escolheu a musica apropriada para a ocasião: "Space Oddity", de um David Bowie nos tempos de Ziggy Stardust, 40 anos depois de ter sido gravado. Bowie já respondeu, dizendo "Hello, Space Boy" (Olá, rapaz do Espaço) 

Noticias: Procuradoria de Munique vai acusar Ecclestone de corrupção e suborno no "caso Gribowsky"

Apareceu neste sábado no jornal alemão Suddeutsche Zeitung a noticia de que a Procuradoria de Munique já poderá ter concluído as suas investigações sobre o envolvimento de Bernie Ecclestone no "caso Gribowsky", o caso em que Gerhard Gribowsky, funcionário do banco Bayern LB, foi acusado de enriquecimento ilicito e corrupção, no valor de 50 milhões de euros.

Recorde-se que Gribowsky foi já julgado e condenado a oito anos de prisão em junho de 2012, e Ecclestone já admitiu que pagou esse suborno a ele, alegando que o fez "para o manter calado". E por causa dessa admissão, a procuradoria de Munique decidiu investigar o envolvimento de Ecclestone neste negócio e poderá, agora que as investigações estão concluidas, processá-lo nas próximas semanas.

O jornal afirma que o julgamento poderá começar algures em julho, num tribunal de Munique, mas não diz se Ecclestone tem de comparecer em tribunal ou se irá emitir um mandato de captura europeu contra ele. Mas a hipótese de uma grande agitação existem especialmente numa altura em que o novo Acordo de Concórdia precisa de ser assinado, e fala-se de que poderá haver a hipótese da Formula 1 ir para a Bolsa de Singapura, algures em setembro deste ano.

Já agora, para quem quiser entender o caso, basta ler um post que escrevi sobre isso no inicio de 2011.

Formula 1 em Cartoons - Espanha (Pilotoons)

O GP de Espanha, visto pelo Pilotoons do Bruno Mantovani. E o cartoon está bem mandado!

Vimeo Chase Car Movie: Micro Mayhem!


Micro Mayhem! from Stoopid Buddy Stoodios on Vimeo.
Descobri este filme no Jalopnik. E apesar de ter cerca de duas semanas, já tem mais de 450 mil visualizações no Vimeo, desde que foi lançado. O mais engraçado é tudo feito em "stopwatch" (tirando fotos frame por frame) e é feito com miniaturas de carros. 

Dura só 1:50 minutos, mas a cena é tão boa como as melhores perseguições policiais do cinema.

domingo, 12 de maio de 2013

Demorou, mas a aposta foi paga

Quando Richard Branson decidiu em 2010 que iria ter uma equipa de Formula 1, o patrão da - entre muitas outras coisas - Virgin Airways, iria ter como rival outro dono de uma companhia aérea: o malaio Tony Fernandes, dono da - entre muitas outras coisas - Air Asia, e que iria trazer de volta o nome da Lotus. E ambos os multimilionários tinham feito uma aposta: quem perdesse, iria vestir-se de hospedeira na companhia rival num vôo comercial. 

Resultado final: a Lotus (agora Caterham) bateu a Virgin e Branson teria de se vestir de hospedeira. Só que mais de dois anos depois é que Branson cumpriu a promessa. Num vôo de seis horas entre Perth, na Austrália, e Kuala Lumpur, na Malásia, Banson apresentou-se de salto alto, pernas raspadas e batôm nos lábios. E como hospedeira não foi lá muito convincente, pois entornou uma bandeja para cima do seu patrão, que ia no avião.

Resultado final: Tony Fernandes declarou depois de quase seis horas de voo que as habilidades de Branson eram "um lixo" e que iria ser "sumariamente demitido naquele momento". Mas isso não impediu que que se passasse uma tarde divertida, e a promessa foi cumprida.


Formula 1 2013 - Ronda 5, Espanha (Corrida)

A primeira corrida em solo europeu de 2013 fazia-se sob bons auspicios: um belo tempo primaveril em solo catalão, uma multidão no circuito esperando por uma vitória de Fernando Alonso, apesar da primeira fila da Mercedes, e um equilibrio que se esperava na corrida entre Lotus, Ferrari, Red Bull e Mercedes, embora se esperasse que os carros da Flecha Prateada não tivessem o mesmo ritmo de corrida que os restantes, andando provavelmente ao nivel da McLaren nesta pista. Mas isso teria de ser visto graças ás estratégias de uns pneus que tinham a capacidade de resistência de uma mosca na lama. Aliás, algumas equipas esperavam fazer quatro paragens nas boxes, enquanto que a generalidade das pessoas acreditava que três paragens seria o ideal. 

Numa partida sem dramas, Alonso largou bem e chegou-se atrás de Nico Rosberg, esperando pela melhor oportunidade de atacar e ficar com a liderança. Atrás dele, Kimi Raikkonen decidira adoptar uma estratégia diferente dos outros pilotos, calçando médios para ver se acabava melhor do que a concorrência.

A partir da volta 12 começaram as primeiras trocas de pneus. Com a ideia feita de que iria haver as tais três paragens nas boxes, Rosberg tentou manter Vettel e Alonso atrás de si, mas não conseguiu, mostrando que não tinha carro para corrida, perdendo lugares atrás de lugares um poucas curvas, já que o seu carro não funcionava em relação à concorrencia. Aliás, temos depois, com Hamilton ainda mais para trás do que Rosberg, e quando foi superado pelo Williams de Pastor Maldonado, queixou-se na rádio que "tinha sido passado por um Williams". Há uns 15 anos, isso não seria noticia... 

Quase dez voltas depois, houve novas paragens, com Massa a parar na volta 21, tentando ser mais ousado e fazer quatro paragens. Na frente, Alonso já efetuava a sua estratégia, mas nova paragem para pneus fez com que Vettel liderasse, com Raikkonen no segundo lugar, mas a aproximar-se, e Alonso era o terceiro. Entretanto, bem atrás, Giedo Van Der Garde era o centro das atenções quando na volta 24, a sua roda traseira esquerda decide ter vida própria e ir à sua vida. O holandês consegue chegar às boxes em três rodas, e consegue continuar.

E a partir da volta 28, a Ferrari tinha os seus dois carros na liderança. Atrás, por essa altura, o centro das atenções focava-se a luta entre Vettel e Raikkonen, com o finlandês da Lotus a tentar de tudo até à volta 33, quando ele consegue passar o alemão no final da reta. Justamente na mesma altura em que se ouve uma mensagem na radio do engenheiro do Vettel pedindo para poupar os pneus, algo que o iria impedir no final de chegar ao pódio.

Na volta 36, um incidente de boxes, quando o Sauber de Nico Hulkenberg, que saia das boxes, tocou no Toro Rosso de Jean-Eric Vergne, que destruiu o seu nariz, obrigando-o a fazer uma paragem extra. Na volta seguinte, os Ferrari voltam a parar, com Alonso primeiro e Massa depois.

E por esta altura, já se via que a velocidade de Alonso era mais do que suficiente para aguentar a resistência do finlandês. Iria ser como na China: o melhor aproveitamento dos pneus por parte do piloto espanhol a meio da corrida perante a concorrência de Raikkonen seria mais do que suficiente para assegurar a vitória nesta corrida. Somente as paragens finais nas boxes poderiam modificar - ou confirmar - essa impressão.  

Quando aconteceu, Raikkonen foi o primeiro a parar, tentando chegar ao fim com um jogo de pneus que aguente as 19 voltas finais, enquanto que pouco depois, os Ferrari pararam, primeiro Massa, depois Alonso. Mas o espanhol estava confortável, e cada vez mais confiante de que ia a caminho da sua segunda vitória na temporada. Com isso resolvido, esperava-se que Felipe Massa poderia apanhar Kimi Raikkonen para conseguir uma dobradinha para a Ferrari que não acontece desde 2010. Contudo, os seus pneus não aguentaram o seu ritmo - sempre foi mais violento com os pneus do que o resto da concorrencia - e teve de ficar com o terceiro posto.

No final, perante o delírio dos seus fãs, Fernando Alonso levou a melhor sobre Kimi Raikkonen e Felipe Massa. Sebastian Vettel conseguiu o quarto lugar, na frente de Mark Webber e Nico Rosberg, que mostra que o Mercedes, por muito bom que sejam nas qualificações, não tem ainda ritmo de corrida suficiente para vencer. Hamilton, por exemplo, ficou fora dos pontos... a fechar os pontos vieram Paul di Resta, os McLaren de Jenson Button e Sergio Perez e o Toro Rosso de Daniel Ricciardo.

Depois de Barcelona, todos rumam para Monte Carlo, onde dali a duas semanas, a Formula 1 andará no sitio mais luxuoso e glamouroso que existe.