sábado, 20 de julho de 2013

WSR: Sorensen foi o melhor na Austria, Félix da Costa foi o sétimo

A primeira corrida da ronda austríaca da World Series by Renault viu o dinamarquês Kevin Magnussen a ser cada vez mais o líder, apesar de não ter vencido a corrida desta tarde em Zeltweg. Magnussen acabou na terceira posição, mas os seus rivais ficaram mais atrás, com Will Stevens a ser quarto, António Félix da Costa a ser sétimo e Stoffel Vandoorne a não terminar.

A corrida foi dominada por outro dinamrquês, Marco Sorensen, homem que fizera a pole-position e que não teve adversários durante a corrida, mesmo com duas situações de Safety Car que lhe tiraram a vantagem que tinha amealhado. Na parte final da corrida, viu aproximar-se o holandês Nigel Melker, mas este não foi capaz de apanhar Sorensen.

Quanto a Félix da Costa, lutou contra um carro que não colaborou devidamente nos treinos. Largando do sétimo posto da grelha, perdeu um lugar na largada para Nicolai Martsenko, depois aproveitou um desentendimento para subir dois lugares e pressionar Arthur Pic na luta pelo quinto posto, mas atrás, outros pilotos mais velozes o apanhavam, apesar de por vezes conseguir ser melhor do que eles. Na parte final da corrida, perdeu o sexto lugar a favor de Will Buller.

No final, explicou na sua página do Facebook a razão do seu franco andamento: "Problemas de sobreaquecimento de motor fizeram-me perder andamento na corrida. Vamos analisar com a equipa e resolver este problema para amanhã, pois ainda temos a 2ª corrida e quero voltar aos lugares da frente."

Na classificação geral, Magnussen é o líder com 148 pontos, seguido por Vandoorne, com 136, Félix da Costa, com 95 pontos e Will Stevens, com 93. Amanhã é a segunda corrida do fim de semana na pista austriaca.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Os 35 anos do primeiro teste de Nelson Piquet na Formula 1

O dia 19 de julho também é importante no automobilismo brasileiro, e não foi só em relação ao primeiro teste de Ayrton Senna na Formula 1, em 1983, a bordo de um Williams FW08, no circuito de Donington Park. Exatamente cinco ano antes, em Silverstone, Nelson Piquet teve o seu primeiro teste a bordo de um Formula 1, num McLaren M23 da BS (Bob Sparshott) Fabrications.

Tal como aconteceu cinco anos mais tarde, Sparshott ficou impressionado com um piloto que estava nessa altura na Formula 3 inglesa, pela sua capacidade de se adaptar a um carro daqueles. Mas ao contrário do que aconteceu com Senna, Piquet foi logo para a Formula 1: onze dias depois, a 30 de junho, o piloto brasileiro estava a bordo de um Ensign no GP da Alemanha, onde não fez feio.

Mas não esqueceu de Sparshott: alinhou no seu McLaren M23 nos GP's da Austria, Holanda e Itália, onde teve como melhor resultado um nono lugar em Monza. E lá, o seu diretor desportivo, David Simms, afirmou: "Aposto o meu dinheiro, com quem quiser, que ele será campeão dentro de três anos". Não errou.

O primeiro teste oficial de Susie Wolff

O último dia destes testes não ficou só marcado pelo melhor tempo de Sebastian Vettel no seu Red Bull, mas também ficou marcado pelo facto de pela primeira vez em um ano vermos uma mulher a guiar um carro de Formula 1. Susie Wolff, ex-Stoddart, a mulher de Christian "Toto" Wolff, deu 89 voltas ao volante de um Williams FW35, fazendo tempos decentes. O seu melhor tempo foi de 1.35,093, a pouco mais de dois segundos do melhor tempo de Sebastian Vettel, que foi de 1.32,894.

Mais do que a relatividade dos tempos, ou de saber se Wolff rodou com pneus médios ou moles, é saber como é que ela se comportou dentro do carro. "Fisicamente, não foi fácil, mas era o que estava à espera. O unico grande problema que tive foi que o meu lugar mexia um pouco quando estava dentro do carro. Quando fiz as paragens nas boxes, durante a tarde foi benéfico para mim, pois aprendi muita coisa sobre a melhor maneira como abordar as pragens. Foi uma experiência fantástica", referiu.

"A equipa fez um bom trabalho comigo ao longo do dia, mostrando passo a passo como é que as coisas são feitas. Gostaria de ter andado com os pneus novos, pois acho que não tirei o melhor partido dos pneus médios", concluiu a piloto de 31 anos.

Sobre a sua performance, o engenheiro-chefe Xevi Pujolar elogiou a performance de Wolff: "A Susie fez hoje um grande trabalho para nós. Fizemos alguns testes aerodinâmicos, enquanto ela se familiarizava com o carro, e depois levamo-la a fazer algum trabalho em termos de performance. Na parte da tarde, decidimos que ela faria algumas simulações de paragens nas boxes para troca de pneus. Fizemos alguns bons progressos e a Suise foi muito boa nesta área, fazendo tudo certo", concluiu.

Parece que a Susie Wolff não fez nada feio num teste como este. Contudo, este é apenas um mero teste e ela teve apenas direito a um dia no carro. É certo que agora os dias para testes estão contados, mas parece que, caso fosse piloto titular, não faria feio contra os Caterham e os Marussia. Quanto ao resto do pelotão... francamente, tenho algumas duvidas. Mas este ano, o carro da Williams é, infelizmente, pior do que o do ano passado.

Youtube Motorsport Documentary: Hunt vs Lauda, a temporada de 1976

Andei à procura deste video a semana toda, desde o momento em que ouvi no Top Gear que a BBC iria colocar um documentário sobre a temporada de 1976 e o duelo entre Niki Lauda e James Hunt, bem como as polémicas entre Ferrari e McLaren, as desclassificações de Jarama e Brands Hatch, o acidente do austríaco em Nurburgring, o seu regresso em Monza e a decisão final em Mont Fuji.

Encontrei o video ontem à noite, e andei a vê-lo para saber o que trazia de diferente sobre outros documentários sobre os dois. Ali fala gente bem interessante: Daniele Audetto, o manager da Ferrari nesse ano; Alastair Caldwell, o diretor desportivo da McLaren nesse ano; John Hogan, o representante da Marlboro na Europa; a irmã de James Hunt, jornalistas como Peter Windsor e claro, o próprio Niki Lauda.

O documentário tem algumas imagens inéditas, mas não acrescenta muito à história que todos nós sabemos e do qual Ron Howard decidiu transformar em filme de Hollywood, com Chris Hemsworth como Hunt e Daniel Brühl como Lauda. Mas não deixa de ser bom, com o habitual selo de qualidade da BBC. Dura uma horta e eu recomendo, daí eu colocar aqui no blog.

Youtube Motorsport Classic: o primeiro teste de Ayrton Senna


Hoje, os brasileiros lembram-se do dia em que Ayrton Senna sentou num cockpit de Formula 1 pela primeira vez. Naquele já distante 19 de julho de 1983, no circuito de Donington Park, Frank Williams decidiu dar uma chance à "coqueluche" da Formula 3 britânica, um brasileiro que dava nas vistas com os seus duelos contra outra esperança britânica, Martin Brundle. Ayrton Senna da Silva dominava aquele campeonato, e claro, as equipas de Formula 1 estavam de olho. Mas a Williams foi a primeira a dar a chance de se sentar num carro desses, e ele o experimentou durante 35 voltas num FW08 com o numero 1, atribuido a Keke Rosberg no ano anterior.

Por essa altura - aconselho a lerem a imprensa da altura - Senna já dava nas vistas. Muito nas vistas. Um pouco por causa dos seus resultados em pista, outro bocado por causa do seu poder de persuasão na imprensa - ele mandava frequentemente comunicados e fotos para a imprensa, no sentido de que eles olhassem para ele - quando ele teve a sua primeira chance para se sentar num carro, já tinha uma equipa de TV da Rede Globo, comandado por Reginaldo Leme, a seguir atentamente à evolução de Senna. O resultado é o video que coloco aqui.

Se quiserem ler mais sobre isso, recomendo este post do Renan do Couto, do site Grande Prémio, onde fala em exclusivo com Frank Williams sobre esse dia, e revela que ele já era muito especial e conversaram bastante para que ele se estreasse pela sua equipa em 1984.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Testes de Silverstone: Félix da Costa quer um lugar na Formula 1

Depois deste segundo dia ele ter conseguido 19 voltas e o terceiro melhor tempo, apenas atrás de Oliver Turvey, da McLaren, e de Daniel Ricciardo, também a correr na Red Bull, António Félix da Costa mostra-se satisfeito com o resultado dos testes e mostrava-se cada vez mais confiante de que no ano que vêm, o seu lugar será a Formula 1.

"É fácil começar ir reduzindo as diferenças para os grandes nomes da Formula 1, mas o último meio segundo é que é a parte difícil. Aí, precisamos de forçar bastante. É complicado olhar para os tempos de volta, quando todos estão rodando com diferentes cargas de combustível e pneus. A equipa está feliz e eu estou feliz, pois conseguimos realizar todo o programa." começou por dizer, em declarações captadas pela Autosport portuguesa.

Questionado depois sobre se está pronto para a Formula 1, respondeu decisivamente: "Sim, certamente. Quando saí do carro após a última volta de hoje, pensei: Estou pronto, eu quero mesmo isto. Mas como disse ontem, tudo vai depender do resto da minha temporada na World Series by Renault. Temos que merecer um lugar na Formula 1 e eu quero merecê-lo. O momento é bom e eu acredito que se fizer o meu trabalho corretamente, então poderei consegui-lo", concluiu Félix da Costa.

Mas antes disso estão as World Series by Renault, que decorrerão este fim de semana na Austria, mais concretamente na (agora denominada) Red Bull Ring: “Será uma estreia absoluta para todas as equipas, mas não para todos os pilotos, pois alguns já aqui correram. Para mim será uma estreia, mas já conheci o circuito no simulador da Red Bull e pareceu-me interessante. Nesta fase do campeonato o meu pensamento é corrida a corrida, procurando vencer o maior número de corridas, a classificação do campeonato logo se verá no final”, referiu o piloto da Red Bull Junior Team, que corre pela equipa Arden Caterham.

O meu foco neste momento é a World Series. É natural que se fale muito em Fórmula 1, principalmente nestes dias depois do teste, mas neste momento estou concentrado em dar tudo na World Series para no futuro vir a merecer um lugar na Formula 1”, finalizou.

Os testes e as ambições de António Félix da Costa

Depois do primeiro dia do teste de pilotos, com o McLaren de Kevin Magnussen a ser o melhor, seguido por Paul di Resta, no seu Force India, e do português António Félix da Costa, com o seu Red Bull - aparentemente rodou inteiramente com pneus duros - e ele terá a hipótese de rodar mais um meio dia, depois da FIA ter esclarecido uma lacuna em relação aos pilotos titulares que fez excluir Mark Webber desta sessão de testes, fazendo com que Sebastian Vettel seja o único piloto titular.

Acerca deste primeiro dia de testes, onde ele fez 82 voltas ao circuito britânico, destacou o facto de este teste servir para rodar: “Não é a minha primeira vez pelo que as coisas já são mais familiares. Este é um teste importante para a equipa, já que rodar a meio da temporada é muito importante e tendo em conta que os pneus foram alterados para a próxima corrida, temos que nos certificar que a transição corre bem e que percebemos o que valem as novas peças que introduzimos no carro.", começou por dizer. 

"O meu trabalho passa por pilotar consistentemente, não cometer erros e ajudar a equipa o melhor possível. Um teste destes, apesar de ser para rookies, é fundamental e a equipa precisa de toda a ajuda que lhe for dada. “, continuou Félix da Costa, que não fugiu da questão que todos lhe colocam: irá estar na Formula 1 em 2014? 

Não o escondo, o meu objetivo é estar na Fórmula 1 no próximo ano, mas isso só acontecerá se fizer um bom trabalho na World Series, portanto é aí que o foco deve estar. Temos que elevar o nível. As coisas estão bem, mas não excelentes, pelo que temos de vencer corridas e depois se vê se o passo é dado ou não.”, concluiu o piloto luso.

Amanhã continua o teste de jovens pilotos em Silverstone.

Noticias: Wolff chantageado por Kolles!

A Mercedes é a grande ausente no teste de jovens pilotos que começou esta quarta-feira em Silverstone devido à penalização sofrida por ter feito o famoso "teste secreto" com a Pirelli após o GP de Espanha, em maio. Contudo, parece que as coisas poderão andar de mal a pior na equipa alemã. Não só pela quantidade de pessoas que estão no topo da cadeia, que parece ser demasiado e que poderão fazer da marca uma "Jaguar II", como parece que vêm aí escândalo.

Segundo a edição desta quarta-feira do tablóide "Bild", Colin Kolles (esse mesmo!) tentou chantagear Christian "Toto" Wolff com uma conversa gravada em fevereiro deste ano onde ele fala mal de Niki Lauda, Ross Brawn e de Dieter Zetsche, o CEO da marca de Estugarda. A conversa tinha sido gravada após uma sessão de testes em Barcelona e este foi usado logo depois para o chantagear, pedindo uma determinada quantia em dinheiro, em troca de não ver na imprensa os detalhes dessa conversa.

Wolff denunciou a chantagem e as coisas terminaram com uma intervenção de Bernie Ecclestone. Ao mesmo tempo, a marca alemã conseguiu uma ordem judicial junto de um tribunal de Estugarda, impedindo a publicação de qualquer trecho da gravação à imprensa. Veremos se isso se mantêm por muito tempo... 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Mitos e lendas de Bernie Ecclestone

Confesso que ainda não consegui ler os dois livros que já foram feitos sobre Bernie Ecclestone. Mas dos que já leram, eles me contam que de facto, o "anãozinho tenebroso" nunca foi flor que se cheire. Mas o mais interessante no meio disto tudo é que Ecclestone tem uma carreira com mais de 50 anos no automobilismo, primeiro como piloto, depois como proprietário e por fim, como "capo de tutti cappi", ou seja, o patrão da Formula 1.

Se me perguntarem que ele já foi proprietário de uma equipa de formula 1, eu vos responderei que não. Na realidade, ele teve duas equipas. A primeira delas foi a Connaught, em 1958, e ele até tentou se qualificar para uma corrida, no Mónaco. Lembram-se? Enfim, essa primeira passagem pela Formula 1 foi efémera, pois abandonou-a no final daquele ano quando o piloto no qual era o seu "manager", Stuart Lewis-Evans sofreu um acidente fatal quando guiava o seu Vanwall no GP de Marrocos, a última prova daquela temporada.

Depois deste episódio, Ecclestone afastou-se do automobilismo durante grande parte da década de 60, voltando para ser o manager de outro piloto: o austriaco Jochen Rindt. E mesmo que tenha tido o mesmo destino de Lewis-Evans, em 1970, Ecclestone ficou definitivamente, ao comprar no final do ano seguinte a Brabham, sendo o seu proprietário até 1986, e depois fazer o percurso que toda a gente conhece.

Contudo, quando Ecclestone voltou à ribalta, no final dos anos 60, ele já era um homem rico. Alguns afirmavam que era demasiado rico para um mero vendedor de carros usados. Quando foi questionado, afirmou que tinha enriquecido com a venda de propriedades. Mas durante muito tempo circulou outra história...

Hoje, o jornalista Andrew Benson, da BBC, trouxe essa história, e para mim, ela não é nova porque já o ouvi há alguns meses, quando por acaso andava a ler sobre o Grande Assalto ao Comboio, que no mês que vêm vai fazer 50 anos.

A história é simples: um dos elementos do "gang" que planeou o assalto era piloto de Formula Junior, Roy James.(na foto, em 1979, após ter saido da prisão) Em 1963, ele era bem promissor, ao ponto de vencer corridas na Grã-Bretanha naquele ano. No assalto, ele seria um dos que iria guiar os carros que serviriam para escapar dali. Acabou por ser capturado no final do ano, e ficou cerca de doze anos preso, antes de tentar retomar a sua carreira na Formula Ford. Pouco depois, foi ter com Ecclestone para lhe pedir um emprego.
  
Ele contou essa história em 2005, numa entrevista ao jornal "The Independent": "Roy era um grande amigo de Graham Hill. Quando ele saiu da prisão, ele pediu-me um emprego [na Brabham].", começou por dizer. "Não o ia dar-lhe um lugar na equipa, mas em vez disso, dei-lhe um troféu para o fazer, pois soube que tinha sido joalheiro. Ele fez um troféu que é dado todos os anos aos melhores promotores de Grande Prémio. Eles não sabem que estão a receber um objeto que foi feito por um dos integrantes do Grande Assalto".

Roy James acabou por morrer em 1997, vítima de um ataque cardíaco. Contudo, há quem jure a pés juntos que os carros que foram usados nesse assalto vieram de um concessionário que era propriedade de Ecclestone. E que pouco tempo depois, ele venderia esse local. Uma coisa é certa: Ecclestone nunca teve muito trabalho - ou nunca pensou verdadeiramente - em desmentir os rumores sobre esse caso, que andaram a vagar durante mais de 40 anos, até aos dias de hoje.

Aliás, sobre isso, nessa mesma entrevista deixou uma frase enigmática: "Não havia dinheiro suficiente nesse comboio. E se fosse eu a planear o assalto, teria feito bastante melhor". Uma coisa é certa, Bernie adora uma boa história e tudo isto serve para que falem sobre ele. Não há nada como publicidade, boa ou má... 

Youtube Movie Trailer: "Rush", clipe numero quatro


E com o passar dos dias, o pessoal que faz "Rush" lança clips de promoção do filme, que se vai estrear no dia 13 de setembro, nos ecrãs um pouco por todo o mundo. Ontem, eles lançaram o quarto, que conta o duelo entre Niki Lauda e James Hunt, e a temporada de 1976, nomeadamente o duelo entre os dois, o acidente de Nurburgring, que quase custou a vida do piloto austríaco e o duelo final, na chuva que foi o GP do Japão.

O filme é realizado por Ron Howard, com um argumento de Peter Morgan, o mesmo de "Frost/Nixon" e têm Chris Hemsworth como James Hunt e Daniel Bruhl como Niki Lauda. 

Noticias: Bernie Ecclestone foi formalmente acusado

Agora é oficial: a justiça alemã acusou formalmente Bernie Ecclestone de suborno no caso das acusações contra Gerhard Gribowsky. A investigação feita pela Procuradoria federal de Munique chegou à conclusão de que foram feitos pagamentos a Ecclestone e o tribunal aceitou os termos da acusação. Agora, será marcada data para o julgamento, que poderá começar ainda este ano.

Ecclestone já reagiu, afirmando que recebeu a acusação, e que o irá contestar em tribunal: “"Iremos nos defender propriamente. Vai ser um caso bem interessante e é uma pena que isto tenha acontecido. Meus advogados aceitaram o indiciamento, e isso significa que eles precisam de respondê-lo, o que já estão fazendo de forma tenaz”, declarou à agência de noticias AP.

Recorde-se que Ecclestone é acusado de, em 2006, ter subornado Gribowsky em cerca de 50 milhões de euros para ficar com os direitos da Formula 1, que tinham caído nas mãos do Grupo Kirch, que por sua vez, tinha falido dois anos antes. Por causa disso, quando em 2011 as autoridades alemãs descobriram os 50 milhões não declarados por Gribowsky, este foi preso e acusado de evasão fiscal. Resultado: em junho de 2012, Gribowsky foi condenado a oito anos de prisão por fraude e evasão fiscal.

Ecclestone admitiu o suborno, mas a justificação que deu foi no minimo, desconcertante: afirmou que estava a ser chantageado por Gribowsky devido ao uso que fazia ao fundo Bambino, feito por si para beneficio das suas filhas Tamara e Petra Ecclestone. Ele afirmou que caso não pagasse, Gribowsky iria alertar as autoridades britânicas para que estes fizessem uma auditoria às suas contas.

Para terem uma ideia de como é intrincado este caso, recomendo que leiam um post meu do inicio de 2011 que fala sobre o assunto. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Vergne está com os dias contados?

Se formos ler o que o Joe Saward escreveu hoje no seu blog, parece que sim. O jornalista britânico, normalmente bem informado, disse hoje que o facto de ele não estar incluido no lote de pilotos que irão testar o Red Bull no teste de jovens pilotos em Silverstone - vai ter direito a meio dia pela Toro Rosso - poderá significar que a Red Bull pensa seriamente na hipótese de colocar Daniel Ricciardo no segundo lugar da Red Bull, caso em 2014 eles não consigam os serviços de Kimi Raikkonen.

A Red Bull, como seria de esperar, colocou no teste os seus pilotos titulares - Sebastien Vettel e Mark Webber - e deu oportunidade aos seus dois pilotos da "Junior Team", o português António Félix da Costa e o espanhol Carlos Sainz Jr, depois de este também estar durante meio dia na Toro Rosso, ao lado do russo Dani Kyvat e o venezuelano Johnny Ceccoto Jr.

E sobre Vergne, Saward afirma que ele têm talento e consistência. Mais até do que Ricciardo, que têm mais meia temporada de experiência ao serviço da Hispania, em 2011. E este ano, o piloto francês já conseguiu treze pontos, contra os onze do australiano. Mas parece que é essa experiência que está a contar como fator de decisão em relação ao sucessor de Mark Webber.

Interessante ler a descrição que Saward faz de Félix da Costa: "the man who is currently the apple of Red Bull eyes". Traduzido, fica algo como "o menino bonito da Red Bull". O jornalista britânico fala que Vergne (ou Ricciardo) até poderiam servir como moeda de troca para obterem Raikkonen da Lotus em 2014, e creio que não seria uma má ideia.

Mas uma coisa é certa: tudo indica que o piloto português vai ter a sua estreia na próxima temporada na categoria máxima do automobilismo. Agora, terá a companhia de um dos atuais pilotos da Toro Rosso, ou será num novo alinhamento, do qual a Red Bull muito adora fazer na Tor Rosso, de dois em dois anos?

Youtube Goodwood Crash: a batida do Lotus 98T de Ayrton Senna

Foi em Goodwood, e aconteceu neste fim de semana que passou. É certo que andar com carros antigos e classicos têm o seu quê de perigoso, e alguns pilotos devem ser mais do que avisados de que esses carros têm de ser bem tratados, tentando levar até ao fim inteiros. Mas parece que o senhor que guiou este Lotus 98T de 1986, guiado por Ayrton Senna, teve problemas em controlar esse carro e bateu forte nos fardos de palha à saída de uma curva. 

Algo me diz que esse senhor será barrado no aeroporto da próxima vez que vier ao Brasil...

Quem colocou essa foi o Dú Cardim.

Noticias: Pat Symmonds será o novo diretor da Williams

E parece que a Williams é uma equipa que está apostada na reinserção social. A partir de 19 de agosto, Pat Symmonds será o novo responsável técnico da equipa, substituindo Mike Coughlan, que estava na escuderia de Grove desde maio de 2011. Assim sendo, será o regresso de Symmonds a um cargo técnico, quase cinco anos depois de ter sido forçado a abandonar a Renault após o "Crashgate" do GP de Singapura de 2008. Symmonds já tinha feito um regresso no ano passado, quando foi consultor externo da Marussia, cargo que abandonou há algumas semanas.

A carreira de Symmonds na Formula 1 tinha acontecido no mesmo lugar desde 1981, quando entrou na Toleman. Só que o seu lugar mudou de nome ao longo dos anos, passando para Benetton e depois Renault, onde lá foi crucial para as 32 vitórias e quatro títulos mundiais alcançados por Michael Schumacher (1994 e 1995) e Fernando Alonso (2004 e 2005). Curiosamente, Symmonds vai substituir Coughlan, outro engenheiro ligado a um escândalo de espionagem industrial, nomeadamente no "Stephneygate", em 2007, onde esteve ligado na transmissão de segredos industriais da Ferrari para a McLaren.

Symmonds chega à equipa na pior altura possivel, pois a Williams não conseguiu até agora qualquer ponto neste campeonato.

Rumor do dia: Bouffier a caminho da Hyundai?

Poucos dias depois de confirmarem o finlandês Juho Hanninen, a Hyundai poderá estar a dias de confirmar o seu segundo piloto, e poderá estar a querer um experimentado. E o escolhido poderá ter sido o francês Bryan Bouffier, de 34 anos de idade. 

Bouffier, vencedor do Rali de Monte Carlo em 2011, ainda este estava no Intercontinental Rally Challenge, poderá ser contratado pela marca coreana no sentido de efetuar um intenso programa de testes, comandado por Michel Nandan e que será feito em Alzenau, nos arredores de Frankfurt, na Alemanha, nos próximos meses, no sentido de que tudo esteja pronto no modelo i20 WRC a partir da temporada de 2014.

A carreira de Bouffier tem sido feita ao serviço de carros do Grupo PSA, seja Peugeot, seja Citroen. Em 2002 venceu o Volant Peugeot 206, antes de ser tricampeão de ralis... na Polónia (2007 a 2009), ao volante de um Peugeot 207 S2000. No ano seguinte, regressou a França, para ser campeão nacional de ralis.

Em 2011, Bouffier venceu em Monte Carlo, antes de conseguir mais quatro pódios e ser o sexto classificado no IRC, para no ano seguinte conseguir um terceiro lugar no Rali dos Açores. Este ano participou no Rali de Monte Carlo com um DS3 WRC, onde terminou na quinta posição, antes de participar em mais dois ralis num DS3 R3T. Pelo meio, no Europeu de Ralis, já venceu o Rali da Córsega e subiu ao pódio em mais dois ralis, sendo neste momento o terceiro classificado da geral.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Noticias: Alguns nomes para o teste de jovens pilotos de Silverstone

No final da semana teremos em Silverstone o teste dos jovens pilotos, que devido aos acontecimentos do GP da Grã-Bretanha, se tornaram num teste alargado aos pilotos titulares (e mesmo assim, a FIA não permite a entrada da Mercedes...). E aos poucos, as equipas andam a confirmar os pilotos que andarão por lá.

McLaren e Williams decidiram que iriam dar chance aos seus pilotos jovens, o que no caso da equipa de Woking, serão apenas eles a testar os carros, sem o envolvimento dos titulares Jenson Button e Sergio Perez. Assim sendo, por Woking alinharão o dinamarquês Kevin Magnussen e os britânicos Oliver Turvey e Gary Paffett, enquanto que na equipa de Grove estarão o espanhol Daniel Juncadella e a escocesa Susie Wolff (ex-Stoddart), para além do venezuelano Pastor Maldonado.

Claro, para a piloto de 30 anos, que não corre desde o final de 2011, quando estava na DTM, é uma ocasião feliz: “É uma oportunidade fantástica para mim, mas agora cabe-me preparar o melhor possível para esse dia. Vai ser um grande desafio, mas o mais importante é fazer o trabalho de sólido e consistente, e dar um bom feedback para a equipa para ser capaz de comprovar que estou no nível de um dia como este. A maioria do meu trabalho é baseado no simulador, e por isso que este dia é tão importante para mim. Ele vai dar-me uma melhor compreensão do que o carro é, e como se correlaciona com o simulador, o que logicamente vai ajudar a desenvolver ainda mais o trabalho que eu posso fazer lá.”, referiu. 

Desde que corra melhor do que o teste com a Maria de Villota no ano passado, é o que interessa...

Para além disso, fala-se que em Espanha, Carlos Sainz Jr. poderá fazer um dia na Toro Rosso antes de fazer os restantes dias na Red Bull, ao lado do português António Félix da Costa.

Tudo isto se junta às confirmações já sabidas: a Lotus alinhará com Kimi Raikkonen, o italiano Davide Valsecchi e o francês Nicolas Prost; a Sauber colocará o japonês Kimiya Sato, o holandês Robin Frijns e o alemão Nico Hulkenberg.   

Noticias: Sauber anuncia parceria com empresas russas

A Sauber vai ser salva pelos russos. A marca suiça, que nas últimas semanas têm estado nas bocas do mundo devido aos persistentes rumores de salários em atraso e a possibilidade do seu piloto, o alemão Nico Hulkenberg, de sair da equipa devido ao não pagamento de dois meses, parece ter agora o seu futuro assegurado, ao anunciar esta manhã que assinou parcerias com três empresas russas, que irão injetar dinheiro para eles poderem pagar o que devem, que pelo menos para um conjunto de fornecedores que  colocaram a marca em tribunal, é superior a um milhão de euros.

Em compensação, a marca irá acolher o jovem russo Serguei Sirotkin, atualmente com 18 anos e que corre nesta temporada na World Series by Renault, para o preparar na sua entrada na Formula 1, e irá promover o GP da Rússia nos seus flancos.

Nós estamos animados em anunciar um acordo entre o Fundo Internacional de Investimento Corporativo; o Fundo Estadual de Desenvolvimento do Noroeste da Federação Russa e o Instituto Nacional de Tecnologia da Aviação com a equipa Sauber, incorporando também a promoção da Formula 1 na Rússia e o desenvolvimento de soluções de alta tecnologia”, começou por afirmar a marca suiça em comunicado.

Com o Instituto Nacional de Tecnologia da Aviação, uma das instituições líderes em pesquisa científica na Rússia, a equipe Sauber vai se beneficiar do avançado know-how dos cientistas e engenheiros russos. O objetivo da parceria é abrir novas perspectivas de receitas ao comercializar o desenvolvimento conjunto de tecnologias”, acrescentou. 

Essa cooperação extensiva vai mostrar as inovações russas na principal categoria do automobilismo mundial. Ao mesmo tempo, a Sauber terá uma fundação sólida pra aumentar a competitividade a longo prazo”, concluiu.

domingo, 14 de julho de 2013

The End: Henri Julien (1927-2013)

O mecânico e fundador da AGS, Henri Julien, morreu este fim de semana em Hyeres, aos 85 anos de idade. A morte dele veio terminar a história de um "ultimo dos moicanos", daqueles que teve sempre alma de construtor e que, de um mero garagem e apenas sete elementos, em meados dos anos 80 teve uma equipa na Formula 1, e de onde entre 1986 e 1991 passaram pilotos como Ivan Capelli, Roberto Moreno, Philippe Streiff, Gabriele Tarquini, Yannick Dalmas, Stefan Johansson e Fabrizio Barbazza. A sigla AGS era uma ligação à cidade onde nasceu: Automobiles Gonfafoises Sportives.

Nascido na cidade de Gonfaron em 1927, começou desde cedo na mecânica, sendo que aos 20 anos era dono da sua própria oficina, que também servia como estação de serviço. Mas a sua ideia era de correr, e foi o que fez, com os seus próprios carros. O primeiro aparece em 1950, o JH1 (uma inversão das suas iniciais, Henri Julien), com motores BMW e Panhard, e correu até 1965.

A partir daqui, Julien pensou em ser construtor, mas é somente a partir de 1968, com a constituição da Formula France, é que ele têm hipóteses de o ser. Ao lado do seu assistente, o belga Christian Vanderplyn, criou o chassis JH5 para a temporada de 1970, e a partir do ano seguinte que começa a ter resultados com pilotos como Francois Rabbione e Richard Dallest. Com o passar dos anos, até 1978, ele corre na Formula Renault e na Formula 3, mas nesse ano, Julien e Venderplyn decide ir para a Formula 2.

A mudança compensou: com Dallest ao volante, e apesar de dois anos a pensar, sem conseguir qualquer ponto, em 1980, com motores BMW, venceu em Nurburgring e Zandvoort, acabando a temporada na sexta posição. Continuando na temporada seguinte, conseguiu apenas quatro pontos, mas em 1982, as coisas são melhores com outros dois franceses: Philippe Streiff e Pascal Fabre. Streiff conseguiu dois pódios e o sexto lugar na geral, com Fabre a conseguir também outro pódio. Em 1983, o francês consegue três pódios e o quarto lugar da geral, antes de em 1984, ser o último vencedor da história da Formula 2 antes desta voltar à ativa, em 2009.

Com o fim da Formula 2 e a sua substituição pela Formula 3000, Streiff continua a correr, mas Julien já pensa em dar o pulo para a Formula 1. Adquiriu um chassis Renault RE40 de 1983 e passa ano e meio a modificá-lo, para ser o chassis JH21C. Com motores Motori Moderni Turbo - feitos por Carlo Chiti - chega a ser testado em Paul Ricard pelo convalescente Didier Pironi, antes de correr em duas corridas da temporada de 1986 - Monza e Estoril - com o italiano Ivan Capelli ao volante.

No ano seguinte, o carro é modificado para ser o JH22, com motores Ford Cosworth, e coloca Pascal Fabre como piloto. Contudo, na parte final do ano é substituído pelo brasileiro Roberto Moreno e na última corrida da temporada, em Adelaide, ele consegue levar o carro até ao sétimo posto, que será sexto quando o Lotus de Ayrton Senna é desclassificado devido a irregularidades no sistema de arrefecimento dos travões.

Em 1988, Julien contava com Moreno, mas um dos seus pilotos da Formula 2, Philippe Streiff, aparece com um bom patrocínio do Grupo Bouygues e ele decide continuar com um só carro, escolhendo o piloto francês. A temporada é boa, com qualificações no "top ten", mas sem conseguir pontuar. Entretanto, o novo patrocinador fazia com que Julien pudesse pensar em expandir as suas instalações, nos arredores de Gonfaron, mas no final desse ano, o grupo decide abandonar a equipa, deixando-a com problemas financeiros. 

Para piorar as coisas, no inicio de 1989, durante os testes de pré-temporada no Rio de Janeiro, Streiff sofre um grande acidente e fica paralisado do pescoço para baixo. É substituído pelo italiano Gabriele Tarquini, mas Julien decide que já era a altura de abandonar e vende o negocio para o seu compatriota Cyril De Rouvre, que continua a lidar com a equipa até ao final da temporada de 1991, altura em que encerra as suas atividades na Formula 1, após 80 Grandes Prémios e dois pontos.

Mesmo após o final da aventura da Formula 1, Henri Julien continuou entusiasmado pelos automóveis e pelo automobilismo. No meio dos anos 90, construiu um carro com 500 cc que o colocou em vários testes de velocidade, e do qual bateu vários recordes. Apesar de tudo, Julien nunca perdeu o fascinio que tinha pelos automóveis, a sua mecânica e a competição, e pelos vistos, o manteve até ao fim. 

Ars lunga, vita brevis, Henri Julien.

Super Vettel Karting

É domingo e estamos em julho. O verão europeu está em todo o seu esplendor e a Formula 1 só voltará daqui a duas semanas, logo, teremos de nos contentar com coisas como a IndyCar, por exemplo. Assim sendo, não se admire que as coisas mais importantes deste fim de semana sejam Goodwood, uma demonstração de carros antigos, e... Sebastian Vettel vestido como Super Mário.

A razão para coisa tão inusitada? Um evento promovido pela Red Bull na cidade alemã de Rust, a Soapbox Race, onde carros de rolamentos rolam encosta abaixo, e o mais original ganha. Vettel decidiu reavivar um clássico dos videojogos, o Super Mario Kart. E ele se deu bem - conseguiu boas notas - apesar de ter perdido o bigode pelo caminho...

Formula 1 em Cartoons - As mudanças pré-húngaras (GP Toons)

É sabido que Bernie Ecclestone e a FIA decidiram tomar medidas radicais referentes ao incidente nas boxes da Red Bull, onde um cameraman da FOM foi atingido com força com um dos pneus do carro de Mark Webber. Assim sendo, ninguém pode circular na zona das boxes sem um capacete colocado, e no caso dos profissionais da comunicação, estes não podem circular na zona das boxes... de todo.

Assim sendo, o nosso amigo Hector Garcia, do GP Toons, decidiu desenhar um cartoon acerca dessa proibição, com Bernie Ecclestone como o policia das boxes, fazendo aplicar a sua lei. A bem... ou a mal.