sábado, 10 de agosto de 2013

A dança das cadeiras no WRC para 2014

A temporada de 2014 vai ser pródiga em novidades. A entrada em cena da coreana Hyundai vai colocar as coisas em quatro fabricantes, cinco, se contarmos com as participações esporádicas da Mini, através da Prodrive. Com essa entrada, e o desenvolvimento do modelo i20 para que tudo esteja pronto dentro de quatro meses em Monte Carlo, poderá acontecer que o panorama do WRC em 2014 esteja amplamente modificado.

Começa-se pela marca coreana. Com mais de 80 milhões de euros vindos de Seoul para investir, no sentido de desenvolver o carro, o facto do modelo i20 começar a mostrar sinais de competitividade despertou o interesse de vários pilotos de fábrica, sendo que dois deles são Mikko Hirvonen e Petter Solberg. Hirvonen, provavelmente vendo os dias na Citroen já contados, poderá buscar por eles para se manter no WRC. Pelo menos, o seu "manager", Timo Johuki, admite que vai bater à porta da marca. Quanto a Petter Solberg, afastado do WRC nesta temporada, já expressou o desejo de regressar ao Mundial em 2014, e os coreanos seriam uma boa hipótese.

Contudo, tudo depende de quantos carros a marca vai querer colocar na estrada. Partindo do principio que colocarão dois pilotos, eles neste momento têm três a desenvolver e a testar o carro: o finlandês Juho Hanninen, o francês Bryan Bouffier e o australiano Chris Atkinson. A marca poderá querer ter algum nome sonante para 2014, mas ainda é cedo para se dizê-lo.

Quanto à Volkswagen, pode-se dizer que têm a situaçao tranquila. Ela vai acabar o ano a conquistar ambos os títulos na sua temporada de estreia, graças a Sebastien Ogier, e em principio, não haverá alterações na sua equipa, com Ogier, o finlandês Jari-Matti Latvala e o norueguês Anders Mikkelsen

Mas nos lados da Citroen, que dominava o campeonato nos últimos anos, graças a Sebastien Löeb, as coisas são completamente diferentes. Procurando por alguém após Löeb (ele não volta em 2014, por estar no WTCC), os desempenhos de Mikko Hirvonen e Dani Sordo são considerados como decepcionentes. Nenhum deles venceu ralis e nos últimos tempos, os seus desempenhos - especialmente no caso de Sordo - tem sido demasiado modestos para os pergaminhos da marca francesa. 

Daí que eles possam pensar numa dupla totalmente nova, com Thierry Neuville e o polaco Robert Kubica. Yves Matton admitiu isso, e já disse que iria dizer algo após o Rali da Alemanha, no final deste mês. Mas o polaco já disse que essa é uma das hipóteses, para além de uma temporada em pista, provavelmente no WTCC ou DTM. E claro, ele ainda não colocou de lado o regresso à Formula 1. Oura boa hipótese para a Citroen poderá ser o britânico Kris Meeke, que fez um bom rali na Finlândia, tem o apoio da Abu Dhabi, e que neste momento está disponível para correr.

Na Ford, Malcom Wilson pensa em manter o alinhamento deste ano, constituido por Mads Ostberg, Thierry Neuville e Evgueny Novikov. Mas o patrão da M-Sport gosta também dos desempenhos do galês Elfyn Evans, e vai tentar manter os seus três pilotos, já que dois deles, Novikov e Ostberg, também pensam em entrar no comboio da Hyundai no ano que vêm. Apesar da M-Sport estar a desenvolver os modelos R5, não quer perder competitividade perante uma concorrência que vai se alargar a partir do ano que vêm. E com pilotos suficientemente jovens e com potencial para vencerem e serem campeões do mundo, o patrão da M-Sport não os quer pderder, para ajudar a desenvolver o modelo Fiesta.

Em suma, apesar de ainda faltar mais algumas provas para o final da temporada, tudo indica que já iremos ter em breve um campeão. E a entrada em cena de um novo construtor também fará com que as águas se agitem mais um pouco no mundo do WRC. 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Youtube Movie Trailer: Introduzindo James Hunt em "Rush"

E com a contagem para "Rush" a aproximar-se do zero, para 13 de setembro, aparecem cada vez mais clips. Agora, surgiu um que serve de introdução a James Hunt, interpretado por Chris Hemsworth.

Youtube Comedy Rally: Um navegador demasiado zeloso...

Isto é fantástico! Aconteceu num rali na Índia, no Rally Combiatore, e ao longo de quase quatro minutos, temos um navegador, de seu nome Vivek Ponussamy, que dá demasiados conselhos ao piloto Samir Thapar, sobre a melhor maneira de fazer esta classificativa. É certo que a paisagem pode enganar, mas aqui, se não acreditasse que eram dois homens sentados nos bancos da frente, iria acreditar que o navegador era a mulher dele...

Enfim, eu vi essa no Twitter do Julio Kronbauer. Divirtam-se! 

Noticias: Brawn e Withmarsh acham que 22 corridas é demasiado

Fala-se frequentemente do persistente rumor de que em 2014, o calendário da Formula 1 poderá ter 22 corridas, em vez das atuais vinte. As eventuais entradas de New Jersey, Austria e Rússia, apesar da saída da India, confirmada pelo próprio Bernie Ecclestone, colocam o calendário num limite de 21 provas, apesar de nada se saber sobre o calendário da próxima temporada.

Duas pessoas importantes na Formula 1 já falaram sobre isso, e manifestaram as suas dúvidas. A primeira é Ross Brawn, responsável pela equipa Mercedes, que afirma que as vinte corridas já é um limite bem razoável para as equipas e pilotos, e mais do que isso já é puxar por toda a gente dentro das equipas.

"Vinte corridas já é muito difícil para as equipas que possuem apenas um grupo de trabalho. Acho que, quando se chega a um ponto que avance esse número, então teremos de começar a pensar em contratar mais pessoas e fazer uma maior rotação entre funcionários. Isso é muito complicado, especialmente para os engenheiros, porque eles estão intimamente ligados aos pilotos", disse Brawn, numa entrevista ao jornalista britânico James Allen.

"Isso não é uma coisa fácil, mas com mais técnicos e mecânicos se pode fazer. Porém, 20 provas é algo muito intenso para toda a gente. Realmente, vai começar a ficar difícil de administrar tudo, então acho que vinte é um número limite bastante razoável", completou.

Já outra personagem que se pronunciou sobre este assunto foi Martin Withmarsh. Numa entrevista à Sky Sports, o responsável pela McLaren - e também presidente da FOTA, a associação dos Construtores - afirmou que “a Fórmula 1 precisa de novos circuitos – a Rússia é um mercado importante.” começou por dizer.

Com as dúvidas que temos sobre alguns dos circuitos, terá que se manter o ‘tapete rolante’, e ele (Bernie Ecclestone) tem sido muito bom a orquestrá-lo até agora. Para ser justo com o Bernie, ele tem sido muito bom a encontrar novas corridas. Neste clima financeiro há sempre locais em dúvida, por isso ter algumas provas de reserva não é má ideia”, continuou. 

Rumor do Dia: Kubica pode correr na equipa oficial da Citroen no WRC

A temporada de Robert Kubica nos ralis está a correr melhor do que o esperado. Duas vitorias na categoria WRC2 o colocaram na luta pelo título e isso está a despertar a atenção de Yves Matton, o responsável pela marca, que admitiu hoje que poderá dar um carro oficial para o piloto polaco... ainda nesta época.

Ele estará na lista que farei para o próximo ano. Vou esperar até depois do Rali da Alemanha para pensar no que farei relativamente aos pilotos”, afirmou à Autosport britânica. O responsável francês destacou a rápida evolução de Robert Kubica, que caso se mantenha o pode colocar “na lista para alguns ralis, e com isto não quero dizer a época toda”, explicou Matton. Sobre a hipótese de correr ainda este ano, Matton afirmou que Kubica “está neste momento a lutar pelo título do WRC 2 e isso é o mais importante para ele”.

Já o piloto polaco de 28 anos, desmentiu por agora ter feito “um acordo para conduzir um WRC em Espanha ou no próximo ano”, mas já afirmou que caso continue nos ralis na próxima temporada, “irei considerar pilotar um WRC”, disse. Esta temporada, para além de duas vitórias na categoria, conseguiu dois nonos lugares na classificação geral, tendo agora quatro pontos no campeonato.

Youtube Music Video: Nigel Mansell on Fire

E a fechar o dia em que andamos a comemorar os 60 anos do "Leão" Nigel Mansell, eis uma musica feita por um grupo brasileiro, para o homenagear. Gosto particularmente do videoclip...

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Vende-se: Honda NSX de 1993

Descobri essa no blog do Flávio Gomes: está à venda em Albufeira um Honda NSX negro, o numero 999 da série, com matricula de 1993. Porque falo deste exemplar do primeiro supercarro japonês? Porque o vendedor jura a pés juntos que pertenceu... a Ayrton Senna. Ele até afirma que no tapete ainda têm as impressões dos seus pés. O preço? 48,5 mil libras, cerca de 50 mil euros, e tem 31 mil milhas no conta-quilómetros.

Gosto é do título do artigo em inglês: "God's footprint". Acho um piadão...

Piadas à parte, é certo que Senna tinha três carros da marca quando ficava em Portugal, na sua casa da Quinta do Lago. Por acaso já passei ao largo dela, em 1997. Costumava passar férias na Quarteira, não muito longe dali, e o sitio parece um bairro ao largo de tudo o que está à volta, entre aí e Faro, que não distava mais do que uns 15 quilómetros. Muito agradável, mas com aquele tipico ar de milionário.

Para além dessa casa, Senna costumava ficar em mais uma, na zona de Sintra, que pertencia ao seu amigo Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha. De origem portuguesa, era um banqueiro que se tornou dono da Atlântica Seguros e que ficou milionário quando a vendeu para a Bradesco. Com dinheiro a sair dos bolsos, decidiu acompanhar o automobilismo e fazer amizade com Senna. E por causa disso, lhe ofereceu a tal casa. E sabia que ele andava com mais um Honda NSX, esse de cor vermelha, e do qual até há uma foto onde se vê a lavar esse carro. 

Onde será que andará esse carro vermelho? Espero que esteja numa garagem, em boas mãos...

PS: o José Francisco Correia falou-me na página do Facebook da Motorart que o tal Honda NSX vermelho está também no Algarve e está numa grande coleção pertencente ao representante da Honda em Portugal (a marca cedia sempre esse carro sempre que o piloto brasileiro vinha cá). Bom saber que está perfeitamente conservado e em boas mãos. Chegou a estar à venda há uns anos, mas nunca encontrou um comprador.

Youtube Motorsport Interview: a entrevista a Maurice Hamilton


Mario Muth é um cineasta "freelance" baseado em Londres, onde anda a coleccionar entrevistas às pessoas que estiveram ligadas a esse mundo fascinante que é a Formula 1. Aos poucos, vai conseguindo algumas coisas bem interessantes de se ver. A mais recente das quais é uma entrevista ao jornalista Maurice Hamilton, que trabalha no meio há mais de 35 anos, e que escreveu para jornais como o The Guardian, revistas como a Autocar e Autosport, e colaborou diretamente para a BBC Radio.

Na entrevista, eu captei duas coisas bem interessantes. Uma delas acontece bem no inicio, quando fala sobre a sucessão de Bernie Ecclestone. "Não sei se quero estar por perto quando Bernie parar. Acho que vai haver sangue por um ano, pois vai haver fações que lutarão pelo seu controle e provavelmente terás duas ou três pessoas a fazerem aquilo que Ecclestone faz hoje. Não digo que ele faça certo ou que seja bom naquilo que faz, mas ele é a "cola" que une a Formula 1. E quando essa cola desaparecer, aquilo vai se tornar numa zona. Irá haver muita discussão, muita politicagem, e para mim, será a ocasião ideal para dizer: 'foi bom, tenho excelentes recordações, mas está na hora de sair'"

A segunda coisa que captei nesta entrevista acontece à volta dos 30 minutos, quando ele discute a ideia se a Formula 1 é um desporto de competição ou é um espectáculo de entretenimento. Ele responde: "Em certos aspectos é definitivamente um negócio, na área do entretenimento, mas no computo geral, é um desporto. (...) A minha parte favorita é sempre a hora anterior à corrida. A tensão está sempre a aumentar e sentes isso no ar. Os mecânicos, quando colocam os fatos, fumam o seu último cigarro, os jornalistas que vagueiam a grelha... todos estão um grau acima do normal, estão excitados com o que vêm a seguir. Alguns te dizem 'boa sorte para a corrida', quando sabes que não vais correr... é por isso que para mim essa é a melhor altura do fim de semana, nunca falha".

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

GP Memória - Hungria 1988

Duas semanas depois de terem corrido na Alemanha, máquinas e pilotos estavam na Hungria para correr pela terceira vez atrás da Cortina de Ferro, numa altura em que as coisas para aqueles lados tendiam a "descongelar-se", pois a Guerra Fria estava a aproximar-se do seu final feliz. Com um campeonato dominado pelos McLaren, e com Senna a ter conseguido a sua segunda vitória consecutiva na corrida alemã, esperava-se que o piloto pudesse recuperar mais algum terreno perdido na classificação geral.

O fim de semana húngaro estava a ser particularmente difícil para Nigel Mansell, que estava febril e a sofrer de varicela, transmitida por um dos seus filhos. Apresentado sob o efeito de medicamentos, iria tentar fazer o melhor fim de semana possível com o seu Williams-Judd. Além disso, as curvas e contracurvas da pista, aliadas à má aderência do asfalto, faziam a vida complicada para os pilotos com motor Turbo.

Na qualificação, Senna levou a melhor sobre o Mansell, com 108 centésimos de segundo de diferença. Na segunda fila estava o Benetton de Thierry Boutsen, seguido pelo surpreendente March de Ivan Capelli, enquanto que na terceira fila estava o segundo Benetton de Alessandro Nannini e o segundo Williams de Riccardo Patrese. Alain Prost era apenas o sétimo, seguido pelo segundo March do brasileiro Mauricio Gugelmin, e a fechar o "top ten" estavam o Ferrari de Gerhard Berger e o Dallara de Alex Caffi.

Cinco carros não iriam alinhar naquela corrida: Nicola Larini não se tinha pré-qualificado com o seu Coloni, e o Tyrrell de Julian Bailey, o Eurobrun de Oscar Larrauri e os Zakspeed de Bernd Schneider e de Piercarlo Ghinzani iriam assistir à prova da bancada.

A corrida, que iria acontecer debaixo do sol escaldante do verão húngaro, começou com Senna a defender-se do ataque inicial de Mansell pela liderança. Atrás, Patrese consegue pular para o terceiro posto enquanto que Prost tem um péssimo arranque e cai para o nono lugar no final da primeira volta. Atrás, Capelli era o quarto, mas o motor Judd começava a apresentar falhas e após a quinta volta, ele foi às boxes e de lá não mais saiu.

Na frente, Senna sofria as pressões de Mansell, e na 12ª volta, o "brutânico", na tentativa de o apanhar, perdeu o controlo do seu carro e sofreu um pião, caindo para o quarto posto. Com isso, Patrese herda o segundo posto, e passa a atacar Senna, com Nannini e Boutsen atrás. Mas o italiano da Benetton tem problemas de sobreaquecimento na volta 24 e acaba por desistir, cedendo o lugar para Boutsen.

Pouco depois, Patrese tem problemas no motor do seu Williams e atrasa-se, sendo ultrapassado pelo piloto belga. Atrás, Mansell era o quarto, mas parava para trocar de pneus na volta 37, voltando com um pior desempenho, ainda por cima, por essa altura, já estava afetado pelos efeitos da febre provocada pela varicela.

Na frente, Prost, que aproveitava os azares alheios para subir, passa o belga na volta 42 para ficar com o segundo posto, indo atrás de Senna e esperando por uma oportunidade para o passar. Que o teve na volta 47, quando o brasileiro sentiu dificuldades para tentar passar dois carros atrasados. O francês decide efetuar uma ultrapassagem arriscada e passa todos numa só manobra. Mas ele exagera e o carro sai um pouco da pista, que Senna aproveita para o voltar a passar na liderança.

Prost não deixou de pressioná-lo até ao fim, algo que Mansell não conseguiu fazer, desistindo na volta 58, também com problemas de vibração nas suas rodas.

No final, Senna ganhou com pouco mais de meio segundo de vantagem sobre Prost, com Boutsen a completar o pódio. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Ferrari de Gerhard Berger, o March de Mauricio Gugelmin e o Williams de Riccardo Patrese.

Entender a saída da corrida indiana do calendário de 2014

Já se sabe desde a segunda-feira passada que o GP da Índia não estará no calendário em 2014, com o próprio Bernie Ecclestone a fazer o anuncio e a justificar a razão dessa supressão por "motivos de agenda". A ideia inicial era que Bernie queria a corrida para o inicio do ano, provavelmente entre as corridas da China e do Bahrein, mas com isso a acontecer poucos meses depois deste Grande Prémio, correria o risco de ser altamente inviável.

Mas este episódio de "abandono temporário" da corrida indiana (eles prometem que regressará em 2015) levanta algumas questões sobre a necessidade - ou a viabilidade, se quiserem - de ter uma corrida no subcontinente indiano. É certo que é um país extremamente populoso - mais de mil milhões de habitantes, pouco menos do que a China - mas ao contrário do Império do Meio, existem imensas diferenças para além do fato de serem mercados com enorme potencial consumidor. Sim, a Índia é felizmente uma democracia, mas têm enormes bolsas de pobreza e a sua administração pública é conhecida por ser enormemente burocrática, ineficaz e corrupta.

E tudo isso é descrito pelos jornalistas que querem acompanhar o GP da Índia: a burocracia para tirar um visto é enorme e não facilita de modo algum. Muitas pessoas conseguem o visto mágico "in extremis", a poucos dias da corrida e é graças a favores de A ou B, através de conhecimentos de este e aquele amigo que lhe deve um favor, etc e tal, e lá conseguem o que querem. O que te faz pensar que muito provavelmente, a intervenção de algumas "verdinhas" não ajudaram a desbloquear a coisa.

Mas não é só esse problema que tem esbranquiçado ainda mais os cabelos do "anãozinho tenebroso". Tem a haver com outro problema. O governo indiano têm uma lei que obriga a todos os espectáculos desportivos que ocorram em solo indiano sejam obrigados a pagar uma taxa, neste caso em particular, 1/19 avos. Só que Ecclestone e as autoridades de Nova Delhi estão em desacordo com a interpretação dessa lei. Eles querem 1/19 avos... de todos os lucros da Formula 1, enquanto que Ecclestone quer, claro, cobrar 1/19 avos dos lucros da corrida indiana.

Sobre isso, o presidente da Federação Indiana, Vicky Chandhok (pai do Karun Chandhok) queixou-se sobre esse assunto numa entrevista à Forbes India:

"Daquilo que eu estou a entender, estão a tentar cobrar 1/19 avos porque existem 19 corridas, do qual se inclui a Índia  E o mais estranho no meio disto tudo é que estão a querer taxar 1/19 avos das receitas [da Formula 1] e não dos lucros. Ora, neste campo, ou encorajamos a receber eventos desportivos, ou a largamos, como a que dizer 'vão para o Inferno'. Depois do que aconteceu nos Jogos da Commenwealth [realizados em outubro de 2010 em Delhi], fizemos um bom trabalho quando recebemos a Formula 1. É um motivo de orgulho e deveria ser tratado como tal.", começou por afirmar.

"Um pouco por todo o mundo, todos os governos providenciam dinheiro para receber a Formula 1, com a excepção do Reino Unido e a Índia  Eles o fazem porque reconhecem o seu valor em termos turísticos ou uma maneira de promover o seu país no estrangeiro. Aqui na Índia  encontramos todas as formas possíveis de cobrar taxas alfandegárias de todo o tipo. Nós não estamos a dar as boas vindas, estamos a dizê-los que não são desejados.", concluiu.

O exemplo dado por Chandhok sénior deu pode-se explicar em poucas linhas: após a realização dos Jogos da Commenwealth, os equivalentes ingleses dos Jogos Olímpicos, toneladas de equipamentos, especialmente vindos da BBC, ficaram retidos na alfândega durante mais de um ano pelo fato de as autoridades alfandegárias locais cobrarem taxas que julgavam à partida que não seriam cobradas nessa altura. Ambos os lados se mostraram irredutíveis durante muito tempo, até que a situação foi desbloqueada, aparentemente com intervenção governamental.

Quanto a quem é que paga as despesas da corrida, é certo que será o Jaypee Group, uma entidade privada, que cobra as despesas de acolher a corrida. Mas Chandhok afirma que isso não acontecerá para todo o sempre: "Eu não espero que a Jaypee Group financie isto para todo o sempre. E sobre o assunto dos apoios governamentais, sinceramente, só com um milagre", declarou.

De uma certa maneira, as queixas sobre esse assunto resumem-se a uma frase: a Formula 1 é um desporto ou um espectáculo? Claro que se pode discutir isso de modo filosófico ou sociológico (do género debordiano do espectáculo contemporâneo), mas na Índia, a questão tem a ver com as taxas. No país que viu nascer Mahatma Gandhi, se for um espectáculo semelhante a um concerto de musica, seja ele ocidental ou de Bollywood, não necessita dos subsídios governamentais e como tal, não necessita de algum tipo de isenção de taxas. Bem pelo contrário. E o que Chandhok sénior quer dizer é que isto... não dá dinheiro. Daí que o Jaypee Group ter chegado a um acordo com Ecclestone para que em 2014, façam uma pausa e voltem em 2015, numa outra data.

Mas isso levanta outra questão: como é que eles chegaram a este tipo de acordo, algo que seria impensável na Europa ou em certas partes da Ásia? A razão é simples: porque Ecclestone quer mais a Índia do que os indianos querem a Formula 1. Resta saber até quando é que vai continuar a suportar as burocracias e as taxas indianas.

Youtube Drift: Idiota ao volante e as suas consequências


Vi este video pela primeira vez há uns meses e detestei. Ver um idiota chapado a armar-se em carapau de corrida nas ruas de uma grande cidade, exibindo o seu BMW, fazendo drifting à frente de toda a gente, no tráfego normal das pessoas, causando sustos de morte como não se fosse nada, só para exibir aquilo que chamo de "pequenez do seu pénis".

O fulano de m**** que se exibe neste video, num BMW série 5 de segunda geração - que aqui é muito usado pelos "azeiteiros" de serviço - chamava-se Georgi Tevzdaze, e decidiu fazer um filme acerca dos seus feitos, para mostrar aos outros que é "muito bom". Bela bosta seria o mais indicado. Mas vindo de onde vêm, justifica-se. O carro tem matricula georgiana, e nesse espaço do antigo Império Soviético, civilidade na estrada não existe. Aliás, uma das razões pelo qual os russos metem câmaras nos seus carros é para filmar os acidentes, que são assustadoramente frequentes. E quase vinte mil pessoas morrem por ano no espaço russo devido a acidentes de viação. Sejam por manobras perigosas, semelhantes a este tipo, ou por causa das condições atmosféricas, ou por causa do excesso de álcool, entre outras coisas.

E hoje descobri que desses vinte mil que bateram - e infelizmente irão bater - a bota este ano, no espaço da antiga União Soviética, está este fulano. A coisa aconteceu há cerca de um mês, no passado dia 24 de junho, em Tiblissi, a capital georgiana, quando o seu BMW M5 (nem sei se o autocolante era verdadeiro...) bateu fortemente contra uma árvore. Segundo conta o site Jalopnik, o piloto de 26 anos... não era o condutor na viagem fatidica com o BMW. A razão? Ele tinha bebido e passara o volante ao seu amigo, que estava sóbrio. 

As ironias da vida... não sei se deva dizer que arda no Inferno, mas com a idade que tenho, digo que a razão para existirem os parques de estacionamento, autódromos e kartódromos, e para fazer este tipo de manobras. As estradas servem para as pessoas normais poderem andar calmamente e sem correrem o perigo de morrer por um idiota que gosta de se armar em carapau de corrida. Se o Inferno existir e se tivesse no papel de Lucifer, queria que o castigo dele fosse a repetição do seu acidente vezes sem conta, como se fosse um GIF. Só pelo gozo. 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Youtube Rally Crash: Ouninpohja não perdoa erros...


O Rali da Finlândia é pródigo em acidentes, e claro, Ouninpohja não perdoa aqueles que cometem um erro, devido à sua estreiteza e velocidade. Que diga Tomi Vilenius, um local que capotou o seu Renault Clio R3 numa das curvas da classificativa. Felizmente, nada sofreu, o que não se pode dizer o mesmo do seu carro...

Quem me mandou esta foi a Esther, a namorada do Antti Kalhola, dois dos que assistiram ao vivo a tudo isto e mais algumas coisas... 

Os problemas da Genii Capital, dona da Lotus de Formula 1

Há algumas semanas falou-se dos problemas que a Sauber passou em termos de finanças, onde as coisas acabaram por ser resolvidas graças à entrada de patrocinadores russos. Ora, passada essa gente, agora temos a Lotus. Propriedade da Genii Capital, a marca têm uma divida de 120 milhões de euros e este mês parece que atrasou os salários dos funcionários, incluindo... o próprio Kimi Raikkonen, que já admitiu essa situação: “Aconteceu no ano passado, e agora outra vez, e isso não é a situação ideal”, disse.

Para terem uma ideia do que se passa, a marca de Enstone acumula prejuizos desde 2010, quando a Genii Capital entrou no negócio. Nesse ano, o prejuizo foi de 51 milhões de euros, para diminuir para 31 milhões, mas em 2012, este aumentou para... 85 milhões de euros. Nâo se sabe ainda as contas de 2013, mas pelos vistos, vai ser outro ano no "vermelho".

Claro, por causa disso, as especulações sobre a sua ida para a Red Bull e a Ferrari dispararam nas últimas semanas. E Kimi poderá bem seguir o mesmo rumo de James Allison, o diretor técnico da marca, que aceitou recentemente ir trabalhar para a Ferrari. Aliás, por causa da falta de dinheiro, o desenvolvimento do E21 encontra-se parado e isso poderá estragar as chances de título por parte de Raikkonen em 2013. Alan Permane, engenheiro-chefe da Lotus, referiu isso mesmo à publicação alemã Auto Motor und Sport, afirmando que: “Nós não temos muito mais na calha para 2013. O que estava planeado já foi desenvolvido e ficará tudo como está”. E isso, claro, não ajuda nem Kimi, nem o seu companheiro de equipa, Romain Grosjean.

Sobre o assunto, Eric Boullier, o chefe da equipa, explicou que “nós vamos reorganizar o processo financeiro da equipa”. Ele afirmou que é esperado “um grande investimento financeiro, que faz parte dos planos futuros da equipa”. Boullier desvalorizou os atrasos, acreditando que “a situação vai ser reparada dentro de dias. Faz parte das discussões e iremos dar as respostas que o Kimi precisa. Iremos ter todas as respostas e poder tomar uma decisão em poucas semanas”, referiu Boullier.

Já agora, o grande investimento financeiro do qual Boullier fala é a Infinity Racing, que em junho anunciou a compra de 35 por cento da equipa, mas do qual o negócio ainda não está fechado. Para além disso, a equipa anda há meses a negociar um acordo de patrocinio com a Honeywell, mas também isso ainda não está concluído. Talvez neste mês de agosto alguma coisa seja resolvida no sentiudo da marca ficar com Kimi Raikkonen, pois eles reconhecem que ele é um ativo importante para ser guardado, a salvo das equipas mais fortes. Especialmente a partir de 2014, quando entram os motores Turbo.

Mas o problema de equipas como a Lotus mostra até que ponto é que está a Formula 1 quando existem assuntos não resolvidos como o novo Acordo da Concórdia e a distribuição de dinheiros entre as equipas. Sem isso, a nova distribuição dos dinheiros não está válida e as equipas que não têm apoios externos, como a Mercedes, McLaren e a Ferrari (equipas de fábrica) e a Red Bull, apoiada pelos dinheiros da marca de bebidas energéticas, estão em maus lençois. Vamos a ver se o acordo é assinado rapidamente.

Youtube Racing Preview: A apresentação do novo carro do WTCC para 2014

A Citroen mostrou esta tarde o video do seu modelo de WTCC para 2014, que terá em principio Sebastien Löeb e Yvan Muller ao volante. O bólido é baseado no modelo C-Elyseé, e espera-se que seja um rival de respeito para a Chevrolet, Honda, Lada e Seat, entre outros. 

E ambos os pilotos mostram o carro no circuito de Paul Ricard, divertindo-se com ele...

Youtube Rally Onboard: Ouninpohja vista por Sebastien Ogier

Ouninpohja é a classificativa mais conhecida e mais temida pelos pilotos de ralis. O Antti Kalhola até fez um video sobre ele, e desde o ano passado, altura em que voltou em força, tornou-se na Power Stage do Rali da Finlândia. Este ano, Sebastien Ogier tornou-se no vencedor do Rali, indo inexoravelmente a caminho do título mundial com o seu Volkswagen Polo R.

E o canal oficial do WRC no Youtube mostrou como foi a primeira passagem de Ogier por Ouninpohja. São 16 minutos onde podemos ver o seu estilo de condução. Observem.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O piloto do dia - Leo Kinnunen

Muito antes de Keke Rosberg, Mika Hakkinen ou Kimi Raikkonen, quando se associava automobilisticamente a Finlândia aos pilotos de ralis, nos anos 60 e 70, existia um piloto solitário que contrariava a tendência das classificativas, levando a bandeira da cruz azul nas pistas de todo o mundo, alcançando bons resultados. Até passou pela formula 1 onde, apesar de não ter tido resultados de relevo, ficou na memória por ser o último piloto a usar o capacete aberto num cockpit de Formula 1, em 1974. Hoje, no dia em que se comemora o 70º aniversário do seu nascimento, falo-vos de Leo Kinnunen, o primeiro finlandês na Formula 1.

Nascido a 5 de agosto de 1943 na cidade de Tampere,  A carreira de Kinnunen começou no motociclismo. Mas no inicio da década de 1960, quando recebeu a licença de condução, decidiu mudar de rumo a apostar no automobilismo, e a ir onde todos os outros pilotos da sua era faziam: os ralis. Mas Kinnunen também começou a correr no Rallycross e nas corridas sobre gelo, típicos de um país cujos lagos congelavam no inverno. Com o tempo e a competitividade dos concorrentes, Kinnunen começou a destacar-se entre os demais e a alcançar resultados. Foi vice-campeão finlandês, igualando em pontos com Simo Lampinen, mas este foi melhor devido ao numero de vitórias.

Em 1967, tentou a sua sorte nas pistas, começando primeiro pela Formula 3, onde a bordo de um Brabham em segunda mão, começou a ter resultados de destaque no ano seguinte, com um chassis Titan, onde venceu várias corridas, incluindo uma mítica em Ahvenisto, onde bateu, sem apelo nem agravo, um dos mais talentosos pilotos nórdicos de então. Seu nome? Ronnie Peterson.

Em 1969, Kinnunen faz a transição completa para as pistas ao correr no Nordic Challenge. Venceu duas corridas e foi campeão. Mas onde deu nas vistas foi no recém-inaugurado circuito de Keimola, nos arredores de Helsinquia, onde perdeu a corrida a favor de Jochen Rindt. Mas a luta foi tão cerrada que atraiu as atenções da Porsche, que o convidou para testar a sua nova máquina, o 917. O teste foi noutro novo circuito, em Zeltweg, na Austria, e impressionou de tal forma que a marca alemã o contratou para correr ao lado do mexicano Pedro Rodriguez.

Em 1970, a primeira corrida em que ambos correram juntos foram as 24 Horas de Daytona, onde impressionaram no modelo 917 que acabaram por vencer a corrida. E com essa dupla, as vitórias surgiram em catadupa, acabando por ajudar a marca alemã a vencer o Campeonato de Marcas. Contudo, as vitórias eram mais de Rodriguez do que do próprio Kinnunen, pois o carro estava mais desenhado para ele, e o finlandês pouco ou nada podia fazer senão adaptar-se ao carro. Contudo, na Targa Florio desse ano, a bordo de um 908/03, aproveitando o facto de Rodriguez não poder competir devidamente por estar doente, teve a oportunidade de brilhar, acabando no segundo lugar e fazendo a volta mais rápida da corrida de 33 minutos e 36 segundos, um recorde que até hoje é válido.

Por esta altura, os seus feitos tinham despertado o interesse das equipas de Formula 1. Segundo ele conta, Jochen Rindt queria-o na Lotus na temporada de 1971, provavelmente para ser o seu substituto (Rindt tinha intenções de abandonar a competição no final daquela temporada), mas o seu acidente mortal em Monza fez com que o interesse se tenha desaparecido, e Chapman tivesse apostado em Emerson Fittipaldi e Reine Wissell. Pouco depois, Bernie Ecclestone, que era empresário de Rindt e estava em vias de comprar a Brabham, também estava interessado em Kinnunen, na condição de guiar... de graça. Sendo um piloto profissional, e mesmo sendo pago pela Porsche, o finlandês recusou a oferta.

Outra pessoa que estava interessada nos seus serviços nesse ano de 1970 tinha sido... Steve McQueen. Nessa altura, o ator americano estava a filmar "Le Mans", quando pediu à Porsche que dispusesse os serviços de Kinnunen para algumas cenas do filme. A marca alemã, contudo, recusou o pedido e ele teve de se virar para David Piper, que acabou por ter um acidente nas filmagens, que o fez perder uma das pernas.

Em 1971, Kinnunen competiu na Interserie, a bordo de um 917 inscrito por um compatriota seu, Antti-Aarnio Wihuri. As suas iniciais AAW formaram a equipa, e ele venceu o campeonato, apesar de ter visto morrer o seu companheiro Rodriguez na prova de Norisring, a 11 de julho, quando o seu Ferrari 512 da equipa de Herbert Muller bateu contra outro carro e pegou fogo. Repetiu o feito em 1972 e 1973, e pelo meio foi buscar um Porsche Carrera para competir no Rali dos Mil Lagos, antecessor do Rali da Finlândia. Conseguiu chegar ao pódio no terceiro posto, atrás apenas de Timo Makkinen e de Markku Alen.

No inicio de 1974, Kinnunen procurava por um novo desafio e foi abordado por John Surtees, antigo piloto e agora construtor. Surtees ofereceu um chassis TS16, desde que ele pudesse arranjar patrocinio. O seu antigo patrão Antti-Aarnio Wihuri acedeu em estender a sua equipa AAW para acomodar o carro. Tudo isso ficou pronto apenas na quinta prova do ano, na Belgica, e quando o carro chegou, descobriu que o chassis era o de testes, já com alguns defeitos, oitenta quilos mais pesado do que um chassis médio e com um motor pouco potente. O resultado era o esperado: não se qualificou para a corrida. Mas os espectadores e os jornalistas descobriram que Kinnunen corria com o capacete aberto, numa altura em que a esmagadora maioria dos pilotos corria com capacete fechado. Ele iria ser o último piloto a correr assim na Formula 1.

Kinnunen voltou apenas na Suécia, onde conseguiu qualificar o carro no 25º posto, numa corrida onde apenas 24 carros é que entrariam na prova. Contudo, graças às boas relações que mantinha com os organizadores, Kinnunen foi deixado participar na prova. Por essa altura, eles sabiam que o carro não iria completar a corrida, e decidiram que iriam colocar uma quantidade minima de combustivel. A corrida de Kinnunen durou apenas oito voltas, mas não parou o carro por falta de gasolina. Uma vela mal colocada saiu do lugar e o carro parou na berma.

Até ao final da temporada, Kinnunen tentou qualificar-se para mais quatro corridas: França, Grã-Bretanha, Austria e Itália, mas sem sucesso. No final do ano, o dinheiro acabou e a sua saga na categoria máxima do automobilismo terminava por ali.

Em 1975, Kinnunen volta para a Endurance, correndo com um modelo 908 ao lado de Herbert Muller, pintado com as cores da Martini Racing. No ano seguinte, mudou de equipa e de carro, num modelo 934, onde ao lado de Egon Evertz, acabou no segundo lugar nas Seis Horas de Watkins Glen. Queria participar em 1977, mas a equipa desistiu devido a problemas financeiros. Assim sendo, Kinnunen decidiu abandonar a carreira a tempo inteiro, participando depois em eventos pontuais nos ralis na sua Finlândia natal.

Youtube Touring Crash: o acidente de Jason Plato em Snetterton


O BTCC, campeonato britânico de Turismos, é muito conhecido pelos "petrolheads" por ser uma competição extraordinariamente disputada, e por vezes os toques são exageradamente fortes, com acidentes em frequência. Este domingo, depois de um mês de pausa, a competição voltou no circuito de Snetterton, e não foi excepção, quando o carro do veterano Jason Plato sofre um toque por trás e capota. 

Felizmente, o piloto saiu incólume do carro. Vi essa no site Velocidade.org.

Youtube Formula 1 Classic: GP da Alemanha de 1973, na integra


Hoje passa-se exatamente 40 anos sobre esta corrida. Num Nurburgring atipicamente com céu limpo, e uma semana depois do acidente que matou Roger Williamson, na Alemanha, máquinas e pilotos estavam no temivel Nordschleife para fazer 14 voltas à pista. Jackie Stewart era o lider do campeonato - especialmente após a sua vitória em Zandvoort, que tinha-o elevado para 26 vitórias, batendo Clark - e tinha feito a pole-position com o Lotus de Ronnie Peterson a seu lado. Atrás dele estavam o outro Tyrrell de Francois Cevért e o belga Jacky Ickx, que, sabendo que a Ferrari iria se ausentar da corrida alemã, pediu para ser libertado do seu contrato e correr no terceiro carro da marca.

Como já disse, por essa altura, Stewart tinha batido o recorde de Clark, mas estava a caminho de conseguir mais vitórias, para ver se alcançava o seu terceiro título mundial, ainda mais quando Emerson Fittipaldi estava em fase de recuperação de um acidente que tivera em Zandvoort, daí ele ser apenas o 14º na grelha. Em contraste, o jovem austriaco Niki Lauda surpreendia toda a gente ao ser o quinto na grelha com o seu BRM. Nada mau para terceiro piloto...

O resultado é sabido: Stewart chegou às 27 vitórias, numa corrida superior dos Tyrrell, quer com Stewart, quer com Cevért, que tinham feito a terceira dobradinha do ano, segunda consecutiva. A acompanhá-los no pódio ficara Ickx, o vencedor do ano anterior e que se dava otimamente no Nordschleife. E nos restantes lugares pontuáveis, todos brasileiros: o Surtees de José Carlos Pace, o Brabham de Wilson Fittipaldi, na frente do Lotus de Emerson Fittipaldi.

Se quiserem ver a corrida na integra, como foi aquela tarde de há quarenta anos, sente-se, vá buscar umas pipocas e assista ao video, assim pode colmatar a ausência de corridas e ver a cores como eram as coisas há muito tempo. 

domingo, 4 de agosto de 2013

WTCC - Argentina (Corridas)

Após mais de um mês de pausa, o WTCC começou este fim de semana a segunda parte do campeonato, com as paragens fora da Europa. Em estreia neste fim de semana estava o circuito de Termas de Rio Hondo, na Argentina, um circuito que tinha sido renovado para receber não só esta prova como também receberá, a partir do ano que vêm, o Moto GP.

A primeira corrida foi dominada por Yvan Muller.O piloto francês dominou a corrida a seu bel-prazer e venceu com quase cinco segundos de vantagem sobre Pepe Oriola, que lutou por essa posição com Tom Chilton, ambos em Chevrolet. Ambos tiveram primeiro de se livrar do Honda de Norbert Mischelisz, que era o segundo nas primeiras voltas e fazia de "comboio" para o resto do pelotão, enquanto deixava que Muller se distanciasse enormemente dos seus adversários.

Pouco depois, James Nash tentou passar o piloto húngaro, mas acabou por dar um toque, caindo para o sétimo posto. Quem beneficiou de tudo isto foi José Maria "Pechito" Lopez, o convidado local, que no seu BMW, subiu vários lugares para a quinta posição final, na frente de Michel Nyaker.

Para Tiago Monteiro, o fim de semana foi de luta. No sábado, teve bons desempenhos, do qual o quarto lugar na grelha para a segunda corrida foi o facto relevante. Mas depois, uma troca de motor do seu Honda o fez relegar para o último lugar na primeira corrida, o que fez com que efetuasse uma corrida de recuperação. Depois de arrancar de último, Monteiro recuperou lugares com alguma facilidade e entrou no décimo lugar a quatro voltas do fim, depois de passar Marc Basseng, e ficou a pressionar Rob Huff e James Nash até ao final, mas conseguir os passar, ficando com um ponto para a classificação geral, mas atingindo os objetivos e esperando por melhor na segunda corrida.

Aí, tudo indicava que o piloto português ele iria chegar ao pódio. Lutando com "Pechito" Lopez e Yvan Muller nas primeiras voltas, sofreu um toque de Muller na volta quatro numa travagem, quando se defendia dos ataques do piloto da Chevrolet. Monteiro regressou no meio do pelotão e recuperou até ao sexto posto, atrás de Norbert Mischelisz, enquanto que Muller foi penalizado e caiu até ao fim do pelotão.

Com isso, "Pechito" Lopez ficou cada vez mais tranquilo na frente, enquanto que Tarquini ficou com o segundo posto, seguido pelo Chevrolet de "Pepe" Oriola. E com isso, o piloto argentino venceu em casa, numa vitória tão inesperada no WTCC, mas não tão inesperada assim, já que ele é um dos melhores pilotos do campeonato local, o TC 2000.

Na classificação geral, apesar da penalização, Muller é cada vez mais líder e poderá ser coroado campeão nos Estados Unidos, pois têm 312 pontos, mais do dobro do que Michael Nyaeker. Gabriel Tarquini é o terceiro. O WTCC regressa ao ativo no circuito americano de Sonoma, a 8 de setembro.

WRC: Pirelli explica as razões do seu regresso em 2014

Soube-se esta semana, durante a realização do Rali da Finlândia, que a Pirelli vai fazer o seu regresso em 2014 ao WRC, ficando ao lado da Michelin, DMack, e da coreana Hankook no fornecimento de pneus às varias equipas presentes no Mundial. Depois de ter estado presente entre 2008 e 2010 em regime de monopólio, e de ter apoiado o projeto Star Driver e a Academia WRC, com o objetivo de promover a próxima geração de jovens pilotos até ao topo do desporto de ralis de automóveis, agora, a empresa italiana – atualmente o fornecedor exclusivo de pneus para o campeonato de Fórmula 1 – regressa ao WRC em competição aberta.

Paul Hembery, o diretor de competição da marca italiana, explica as razões pelo qual decidiram fazer este regresso: “Também tomámos esta decisão na sequência de pedidos de nossos clientes, agora que os regulamentos dos campeonatos Europeu e Mundial estão a ficar mais em consonância. De momento, não temos quaisquer acordos com qualquer dos fabricantes oficiais por isso não estamos à espera de competir por vitórias absolutas, mas em vez disso pretendemos fornecer o melhor serviço possível aos nossos clientes." começou por dizer.

"Temos confiança na excelência dos nossos produtos e a sua competitividade, equipando a mais recente geração de carros do WRC. Para um fabricante de pneus, os ralis são um fantástico desafio, na medida em que os pneus são postos à prova em todas as superfícies de estrada, numa enorme diversidade de condições climatéricas. A modalidade de ralis é um desporto extremo no limite da aderência, onde os pneus podem fazer toda a diferença. Estamos realmente a aguardar com grande expetativa este desafio e também de nos tornarmos um parceiro proativo num campeonato que está encaminhado para se tornar cada vez mais forte, graças ao aumento da sua promoção e ao um elevado nível de interesse da parte de novos fabricantes.” concluiu.

O regresso da Pirelli ao Mundial de WRC foi acolhido com satisfação pela FIA, como afirmou o seu diretor-geral, Jarno Mahonen: “Ter a Pirelli a regressar ao Mundial de Ralis é muito positivo e, em conjunto, as quatro marcas de pneus irão proporcionar uma grande plataforma para uma competição aberta, bem como opções de escolha e variedade para os competidores nas nossas provas.”, referiu.

Youtube Rally Crash: o quase acidente de Robert Kubica na Finlândia


Robert Kubica continua a fazer uma boa temporada no WRC2, a segunda categoria do Mundial de Ralis. Desta vez, na Finlândia, acabou no segundo lugar na categoria e nono da geral. conseguindo mais dois pontos para a classificação geral. 

Mas foi por muito pouco que tudo isso poderá não ter acontecido. Este video, filmado na 11ª especial do rali, mostra que ele e Robert Baran, seu navegador, não ganharam para o susto à saída de uma curva. A sorte é que os estragos foram menores, o tempo perdido foi quase o mínimo, mas a árvore não deve ter ficado bem tratada...

Este mês, no Nobres do Grid...

(...) Na qualificação, onde Ronnie Peterson tinha levado a melhor, e Emerson Fittipaldi corria inferiorizado devido a um acidente que o tinha ferido numa das pernas, Williamson tinha sido o 18º na grelha, três lugares à frente de Purley. Na volta seis, um pneu furado faz com que Williamson bata nos “rails” pela esquerda na curva Scheivlak e ricocheteia, virado de pernas para o ar, arrastando-se pelo chão para o outro lado da pista. Nesse percurso de 275 metros durante o arrasto, o tanque riscou o asfalto, com o efeito similar ao de um palito de fósforo sendo friccionado contra a caixa, causando de imediato um incêndio. Quando o carro acabou por parar, Williamson estava vivo, consciente, preso, sem possibilidade de sair.

Testemunha do que tinha acontecido, pois seguia imediatamente atrás dele, David Purley encosta o seu March e corre em direção de Williamson, acreditando que ele estava vivo. Entretanto, o incêndio espalhava-se e os comissários de pista tentavam apagar o fogo com os seus extintores. Quando Purley chega, começa por tentar apagar o fogo, para depois tentar virar o carro ao contrário, com os comissários a assistirem passivos ao que se passava, pois julgavam que o carro que Purley estava a virar... era o dele!

Corre-se a lenda que, vendo o que se passava, Williamson reconheceu Purley e gritou: “Pelo Amor de Deus, David, tira-me daqui!”. Este fazia o impossível, e pedia aos comissários para o ajudar. Mas estes não o fizeram, devido ao fogo, que era cada vez mais intenso, e para piorar as coisas, a organização não tinha visto a coluna de fumo e interrompido a corrida, limitando-se a assinalar o local com uma bandeira amarela. Um equívoco que acabaria por ser fatal. 

Ao fim de alguns minutos, desolado, Purley caminhou para fora dali. Entretanto, um carro dos bombeiros tinha sido finalmente levado para o local – com a corrida a decorrer - e apagaram o incêndio em pouco mais de um minuto. Mas ali, já era tarde demais: o promissor piloto inglês de 25 anos, que tinha ganho tudo na Formula 3 britânica, estava morto. (...)"

Esta semana recordei por aqui os eventos de Zandvoort, em 1973, mas também aproveitei a minha coluna mensal no site "Nobres do Grid" para recordar Roger Williamson e David Purley, que foram protagonistas, pelo pior, do Grande Prémio da Holanda desse ano. O facto de Williamson ter morrido à frente de toda a gente, e as tentativas desesperadas de outro piloto, que parou para o tentar salvar, ficou marcado para toda a história. 

Tudo isso e muito mais pode ser lido neste link