quarta-feira, 26 de março de 2014

Bólides Memoráveis - Shadow DN5 (1975-77)

O carro do qual escrevo desta vez foi o terceiro chassis da equipa Shadow na Formula 1. Depois de uma evolução com potencial, mas com frustrações pelo meio, o terceiro carro desenhado por Tony Southgate mostrou um potencial ainda maior, que os faz sonhar com as vitórias, conseguindo pole-positions e voltas mais rápidas. Contudo, os resultados foram dececionantes, senão frustrantes, e a melhor prova foi a vitória de Tom Pryce… numa corrida extra-campeonato. Hoje, falo sobre o Shadow DN5.

Desenhado por Southgate, o DN5 foi uma evolução do DN3, o chassis de 1974. Aqui, as grandes modificações em relação ao chassis anterior foi o de refinar a aerodinâmica e a reequilibrar a distribuição de peso ao longo do chassis, de forma a melhorar as suas performances. Com essas alterações, toda a gente pensava que as coisas poderiam fazer com que fossem mais velozes do que no ano passado… e foi mesmo o que aconteceu.

A Shadow entrou na temporada de 1975 com estrondo, pois o chassis foi introduzido na corrida inaugural, na Argentina. Jean-Pierre Jarier foi o contemplado com o primeiro exemplar, a combinado com a sua propensão para a velocidade pura, fez a pole-position, surpreendendo toda a gente. Contudo, a felicidade foi de pouca dura: na volta de aquecimento, um problema num dos cubos de roda, na volta de aquecimento, fez com que visse a corrida das boxes.

Na corrida seguinte, Jarier repetiu o feito, ao ser “poleman” em Interlagos e a liderar a corrida durante boa parte do tempo, fazendo até a volta mais rápida. Contudo, na volta 32, o sistema de alimentação de combustível falha e quem aproveita é o Brabham de José Calos Pace, que guia até à vitória final.

No regresso à Europa, um segundo chassis ficou pronto para Tom Pryce, que aproveitou para mostrar a sua rapidez, vencendo a “Race of Champions” em Brands Hatch, uma corrida extra-campeonato. A vitória, que aconteceu debaixo de condições adversas, foi o primeiro grande resultado quer de Pryce, quer da Shadow. A meio do ano, o galês repetiu o feito em Silverstone, ao fazer a pole-position, a terceira da marca naquela temporada. Contudo, tal como a Jarier, Pryce não conseguiu terminar essa corrida.

Nas corridas da Austria e de Itália, a Shadow decidiu colocar um motor Matra V12 no carro de Jean-Pierre Jarier, e para isso, o carro foi modificado no sentido de aumentar a distância entre-eixos e de acomodar um depósito de gasolina maior. Este Shadow-Matra ficou conhecido como o DN7, mas os resultados foram dececionantes. Nunca passou do meio do pelotão nas qualificações, e não chegou ao fim em qualquer uma das corridas. No final do ano, a Matra decidiu fornecer os carros da Ligier para a temporada de 1976, e o projeto ficou descartado.

No final de 1975, depois de terem conseguido 9,5 pontos e um pódio (Pryce, na Austria), o chassis foi melhorado, passando a ter uma versão B. O carro ficou mais fiável, mas perdeu alguma da sua velocidade, embora na corrida inicial dessa temporada, no Brasil, Jarier conseguiu uma volta mais rápida e Pryce subiu ao degrau mais baixo do pódio. Mas para o resto do ano, o carro não conseguiu mais resultados de relevo, excepto um quarto lugar em Brands Hatch. A meio da temporada, a equipa introduziu o DN8, que foi guiado por Pryce, enquanto que Jarier andou com o DN5B até ao final do ano. No inicio de 1977, Jarier sai da equipa e é substituído pelo italiano Renzo Zorzi, que em Interlagos dá um último motivo para sorrir para a equipa, ao conseguir um ponto no GP do Brasil, que viria a ser a última corrida deste chassis.


Ficha Técnica:

Chassis: Shadow DN5
Projetista: Tony Southgate
Motor: Ford Cosworth DFV V8/ Matra V12
Caixa de Velocidades: Hewland de 5 velocidades
Pneus: Goodyear
Pilotos: Tom Pryce, Jean-Pierre Jarier, Renzo Zorzi
Corridas: 32
Vitórias: 0
Pole-Positions: 3 (Jarier 2, Pryce 1)
Voltas Mais Rápidas: 2 (Jarier 2)

Pontos: 18,5 (Pryce 15, Jarier 1,5, Zorzi 1)

1 comentário:

antonio carlos manzon. disse...

O gde problema deste fantástico carro foi a falta de verba. Nso acreditei qdo vi Jean Pierre Jarrier voando baixo na reta de chegada e contornar as curvas 1 e 2 de pé cravado, sem diminuir a velocidade.