sexta-feira, 14 de março de 2014

Sobre os treinos livres da Austrália

Confesso que não ligo nenhuma ao primeiro treino livre, porque... não dá sinal algum. É basicamente um teste de adaptação à pista, com os pilotos a experimentarem soluções aerodinâmicas e afinações de corrida. E claro, a tabela de tempos é "mentirosa": o melhor tempo nem sempre será o mais rápido do fim de semana. Vejam só o que fazia a Red Bull nos treinos livres. Normalmente, os tempos que tinham eram sempre inferiores, mas eles estavam mais preocupados em prepara o carro para domingo. É por isso que só ligo ao fim de semana da Formula 1 a partir da qualificação, no sábado, porque ali não se esconde nada.

Mas como hoje foi a primeira vez que vi os carros sob novo regulamento, decidi abrir uma excepção. Vi a primeira sessão de treinos. Vi como é que os carros tiveram dificuldade em se agarrar à pista, não só por causa da sujidade, mas também por se adaptarem ao sistema de travagem "fly by wire", e também para ver como é que se adaptam aos novos motores. E uma grande surpresa foi ver que os Red Bull estão a portar-se melhor do que se esperavam.

E isso deu esperança aos responsáveis da Renault, como Rob White, o seu diretor-técnico. Ele explicou que “hoje conseguimos ultrapassar algumas falhas com certas equipas. O nosso principal objetivo foi afinar os parâmetros e aproximarmo-nos do limite de cada peça. Com algumas equipas, estamos muito mais próximos desse limite”. Já outro responsável pelas operações de pista da Renault, o francês Remi Taffin, destacou que “ficámos encorajados com a fiabilidade e desempenho da Red Bull em ambas as sessões, com o Daniel a completar mais do que uma distância de corrida nas duas e o Sebastian perto”.

Mas o que o pessoal da Renault não diz, e viu-se na pista, foi que os Lotus, Toro Rosso e a Caterham, as outras equipas que usam os motores franceses, estiveram a milhas de distância da concorrência. É certo que os responsáveis justificaram com problemas nas unidades de recuperação de energia, mas as coisas continuam complicadas para as equipas com esse motor, e o fim de semana arrisca a ser muito complicado.

Em suma: se a Renault andou bem ontem, a culpa é da Red Bull. Eles trabalham a todo o vapor para recuperar o tempo perdido e minorar os prejuizos nas primeiras quatro corridas do ano, para assim não perderem o comboio do título a favor dos Mercedes.

Mas continuo a dizer isto: é na qualificação que veremos como andam as coisas. E até prova em contrário, aposto nos Mercedes. Até direi que será uma batalha entre McLaren e Mercedes, com a Ferrari e a Williams a assistirem. Veremos na próxima madrugada.

1 comentário:

Ron Groo disse...

Treinos de sexta não me chamam a atenção nem mesmo por ser o primeiro do ano.
Mas uma coisa eu fiquei prestanto atenção: o som dos motores.
Não sei se gostei, mas achei diferente.