domingo, 27 de julho de 2014

Formula 1 2014 - Ronda 11, Hungria (Corrida)

Uma semana depois de Hockenheim, a Formula 1 avançou um pouco pela Europa Central e está em paragens húngaras, para mais uma ronda do mundial, curiosamente a última antes das férias de verão. E o mais interessante nesta "luta a dois" pelo campeonato, é que parece que a qualificação da pista húngara foi uma cópia do que se passou em terras alemãs: Nico Rosberg foi o melhor, Lewis Hamilton ficou-se pela Q1, vítima de um problema mecânico. Enormes contrastes, de facto, na equipa que tudo indica vencerá ambos os mundiais em 2014...

Com tempo instavel no horizonte, cabia a Lewis Hamilton, que largaria das boxes, tentar fazer a melhor recuperação possivel. Mas tal tarefa não se avizinhava fácil, dado que o circuito húngaro é bem mais estreito e sinuoso do que o anterior. E mais: quem também largaria das boxes era o dinamarquês da McLaren, Kevin Magnussen, que foi o que mais sofreu com a chuva na qualificação, ao embater no muro de proteção e danificou fortemente o seu chassis. Hamilton teria de ficar atrás dele, pois caso contrário, seria mais um obstáculo na sua eventual recuperação.

Antes da corrida, a chuva tinha caido fortemente na pista, e apesar de ter parado vinte minutos antes da partida, a pista estava molhada o suficiente para que na hora da largada, todos os pilotos tivessem de largar com os pneus intermédios. Quando as luzes se apagaram, Rosberg manteve a liderança, aguentando os ataques de Bottas e Vettel, enquanto que Hamilton, largando das boxes, tentava recuperar o tempo perdido, passando os outros dois pilotos que se encontravam parados, Kevin Magnussen e Daniil Kvyat (cujo motor se "apagou" antes da volta de aquecimento. 

Com o passar das voltas, Rosberg desapareceu do pelotão, com Bottas a ser logo pressionado por Vettel, enquanto que Hamilton tentava recuperar lugares do pelotão. Na oitava volta, tinha subido até ao 13º posto, depois de passar Kimi Raikkonen, mas por esta altura, a chuva tinha parado, e os pilotos andavam com pneus intermédios, o que começava a ser complicado devido ao aparecimento de uma linha seca no asfalto.

Mas na oitava volta, o Safety Car entra em ação na pista, depois do Caterham de Marcus Ericsson ter batido forte nas barreiras na curva 3. Por essa altura, todos decidiram parar para arriscar meter pneus slicks. Foi uma confusão, mas sem incidentes de maior. O SC era para sair dali a três voltas, mas Romnain Grosjean achou que era demasiado cedo e decidiu bater no muro de pneus não muito longe de Marcus Ericsson, fazendo com que este tivesse ficado até à volta 14.

Com o regresso da corrida, as coisas ficaram mais interessantes. Ricciardo era agora o líder, mas Button cedo o passou. Hamilton era agora o nono, mas cedo passou para sétimo, enquanto que Rosberg era quinto! E entre eles... Sebastian Vettel. E na frente do piloto alemão estava o Toro Rosso de Jean-Eric Vergne.

Na frente, Ricciardo estava com uma vantagem de cinco segundos sobre Felipe Massa e Fernando Alonso, com o seu Ferrari, em cima dele. As coisas andam relativamente calmas até à volta 23, quando Sergio Perez perde o controlo do seu Force India e bateu forte na reta principal. Graças aos destroços, o Safety Car entrou de novo na pista. Isso foi aproveitado por alguns pilotos para parar nas boxes, excepto Alonso e Vergne, que são os primeiros atrás do Safety Car.

E a corrida volta ao normal na volta 26, com Alonso na frente, tentando esticar essa liderança, pois o segundo classificado era o Toro Rosso de Jean-Eric Vergne. Mercedes e Red Bull andavam alternados a partir do terceiro posto, com Rosberg a tentar apanhar Vergne, mas com dificuldades. Aliás, parecia que o piloto da Toro Rosso era o "tampão" para o resto do pelotão.

Mas as emoções continuavam. Na volta 34, Vettel faz um pião no mesmo local de Perez e por muito pouco não batia no muro. Ao mesmo tempo, Rosberg foi às boxes e Hamilton conseguiu passar Vergne, para ficar com o segundo posto. Por essa altura, Alonso afastou-se em cerca de quatro segundos, mas Ricciardo, no terceiro posto, tinha pneus mais frescos e tentava apanhar os da frente. Alonso acabaria por parar na volta 39, fazendo com que Hamilton ficasse na liderança, pelo menos por uma volta. Quando saiu, o inglês era quinto, na frente de Rosberg, que era sexto. E na liderança, estava Ricciardo.

Logo a seguir, os Mercedes estavam a rolar juntos, com Rosberg a apanhar Hamilton à uma média de meio segundo por volta. Mas o inglês sabia que o seu companheiro de equipa teria de parar mais uma vez, então provavelmente o facilitaria. Contudo, Hamilton decidiu não facilitar e decidiu que só deixaria passar se ele tivesse mais perto dele. Só que nas voltas seguintes, tal não aconteceria...

Na volta 55, Ricciardo para nas boxes, dando a liderança para Alonso. Mas mais alguns pilotos teriam de parar até ao final, e a incerteza ainda pairava no ar. Rosberg parou - sem que Hamilton o deixasse passar - e ele voltou à pista na sétima posição. Rapidamente apanhou Raikkonen e Massa, que lutavam pelo quinto posto, e tinham Bottas não muito longe. O alemão passou toda a gente (Bottas parou nas boxes), enquanto que os três primeiros estavam juntos, com Alonso na liderança.

Agora, todos andavam juntos, com o australiano da Red Bull com pneus mais frescos. Hamilton queria ganhar, e dava o seu melhor, mas não poderia facilitar. Alonso comete um pequeno erro na volta 64, mas mantêm a liderança. Mas o homem mais "fresco" era Daniel Ricciardo, que em duas voltas, conseguiu passar Hamilton e Alonso. Primeiro, numa manobra na curva 2, superando o piloto da Mercedes. Na volta seguinte, na travagem para a curva 1, passou o piloto da Ferrari para depois se afastar de toda a gente, rumo à vitória.

Atrás, Alonso e Hamilton tiveram de lidar com um Rosberg que se aproximava velozmente deles, mas na penultima volta, ele tentou a sua sorte para passar o inglês, mas este fechou-o de forma musculada, pois sabia que cada corrida que acabasse à frente do alemão seria um ganho importante. E foi o que aconteceu: Hamilton subiu ao pódio e conseguiu ganhar três pontos importantes para o campeonato.

Mas com a amostragem da bandeira de xadrez, era um super-sorridente Daniel Ricciardo que vencia pela segunda vez no campeonato e mostrava que é um piloto a ter em conta, ainda por cima depois de ter superado mais uma vez a Sebastian Vettel, mostrando que têm mais estofo de campeão do que o piloto alemão, e consolidando também a Red Bull no segundo lugar do campeonato de Construtores. Um pouco mais atrás, na classificação, Felipe Massa conseguiu segurar Sebastian Vettel e foi quinto na corrida, ficando atrás de Valtteri Bottas, apenas o oitavo. Entre eles, num sexto lugar que teve tanto de inesperado como de interessante, ficou Kimi Raikkonen. Jean-Eric Vergne e Jenson Button ficaram com os restantes lugares pontuáveis.

Agora, a Formula 1 vai aproveitar o mês de agosto para umas merecidas férias. Com isto, Nico Rosberg têm uma vantagem de onze pontos sobre Lewis Hamilton, enquanto que o resto do pelotão observa a luta entre estes dois pilotos pelo título mundial. E nas oito provas que ainda faltam até que tudo acabe, em Abu Dhabi, tudo poderá acontecer na briga interna pelo título mundial.

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