domingo, 31 de maio de 2015

A foto do dia (II)

Colin Chapman deve ser dos construtores mais notáveis da segunda metade do século XX. Mais do que ter feito uma marca de automóveis que levou à pratica o seu mantra de "simplicidade adicionada à leveza", os seus carros de competição, especialmente na Formula 1, lhe deram oito títulos mundiais entre 1963 e 1978. E no meio disto tudo, ninguém teve maior impacto na história do que o escocês Jim Clark. Mais do que a relação de pai-filho entre os dois, mais do que os dois títulos mundiais na Formula 1, em 1963 e 1965 - vencidas de forma dominante - o momento mais importante dessa relação foi a que aconteceu a 31 de maio desse ano, faz hoje 50 anos: as 500 Milhas de Indianápolis.

Desde 1958 que a Formula 1 tinha-se convertido ao motor traseiro graças aos Cooper, mas no inicio da década de 60, quando todos na Europa já usavam, os Estados Unidos ainda estavam agarrados aos carros de motor dianteiro, que eram limitados, comparados com os carros de motor traseiro.

Desde 1963 que Chapman queria vencer Indianápolis por um motivo: era a corrida mais rica do campeonato. Era o equivalente a vencer um campeonato do mundo e claro, vencer ali seria muito importante para vender mais carros da sua marca no mercado americano. Clark esteve para vencer em 1963 e 1964, mas problemas mecânicos o impediram de alcançar esse feito, em corridas vencidas por carros com motor à frente.


Em 1965, tudo mudou: Chapman desenhou o modelo 38, com a ajuda de Len Terry, e com motor Ford nas suas costas, Clark qualificou o carro tranquilamente na primeira fila (A.J. Foyt fez a pole-position) e dominou em 190 das 200 voltas que constituíram essa corrida e assim fez história, sendo o primeiro carro de motor traseiro a vencer no "Brickyard", mas também o primeiro estrangeiro a vencer desde 1946, com o canadiano Geroge Robertson. Mas o mais interessante é que isso foi "mais um feito" para o escocês, que abdicou de participar no GP do Mónaco, mas isso não impediu de vencer o mundial de Formula 1, com cinco vitórias no campeonato.

E a partir dali, nunca mais um carro de motor frontal venceu em Indianápolis. Hoje em dia, os americanos reconhecem que é um dos carros marcantes da história do automobilismo do seu país. E temos de entender que eles raramente aceitam génios de outras paragens...

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