sexta-feira, 10 de julho de 2015

As indecisões da Citroen

Estamos a meio do ano, e a Citroen vive alguns momentos interessantes em relação ao seu futuro competitivo. Para quem não sabe, a marca do "double chevron", liderada por Carlos Tavares, está em três frentes: WRC, WTCC e Dakar. E haverá uma quarta frente, esta coberta pela marca DS, e essa é a Formula E, graças a um acordo com a Virgin para fazer as baterias dos seus carros, a partir da próxima temporada.

Mas o mais interessante no meio disto tudo é que parece que, se nos Turismos, eles são reis e senhores do asfalto, Tavares acha que há coisas que precisam de ser melhoradas. E uma delas é o WRC, que precisa de ser mais acarinhado, especialmente após a saída de Sebastien Loeb, que depois de nove campeonatos, decidiu procurar outras paragens. Yves Matton, o chefe da marca no WRC, quer o alsaciano de 41 anos de volta aos ralis, segundo conta o Autosport britânico

"Sebastien é o nosso embaixador da marca", começou por afirmar Matton. "Acho que ele está a gozar aquilo que faz. Sei que por vezes não tem tanto gozo quando não ganha corridas, mas isso é normal numa competição como o WTCC, onde há mais candidatos à vitória do que no WRC", continuou.

"A grande fraqueza do WRC é que neste momento só tens dois candidatos à vitória ao Mundial, e um deles está a correr por lá [Sebastien Ogier] e o outro está no WTCC [Sebastien Loeb]. Já conversamos sobre a chance de um regresso ao WRC, mas não creio que ele queira regressar ao Mundial a tempo inteiro", concluiu. 

Contudo, há duas grandes razões para que ele não esteja muito interessado. Primeiro, no WTCC está muito mais liberto de compromissos e, apesar de vencer menos, continua a vencer corridas, e segundo, está crescentemente interessado em correr no Dakar, depois de ter experimentado o modelo 2008 DKR. E isso é determinante, pois no final de 2016, Matton escolherá qual das competições a Citroen ficará: WRC ou WTCC?

É que nos ralis, com Sebastien Ogier a vencer tudo, a Citroen, desde que Löeb se retirou a tempo inteiro em 2013, só venceu um rali, este ano, na Argentina, graças a Kris Meeke. E foi quando Sebastien Ogier teve um mau rali, acabando apenas na 17ª posição. Assim sendo, a ideia de continuar a ser uma força vencedora desvanece-se. No WTCC, com pilotos como José Maria "Pechito" Lopez e Yvan Muller, Loeb seria mais um bom piloto a vencer, numa máquina que até o chinê Ma Qinghua já subiu ao lugar mais alto do pódio.

Veremos o que irá dar. Falta temporada e meia para ver o que a marca do "double chevron" irá decidir...

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