segunda-feira, 6 de julho de 2015

Este mês, no Nobres do Grid...

(...) Aos 21 anos [Piers Courage], decidiu começar uma carreira no automobilismo com um Lotus 22 para fazer uma temporada na Formula 3 europeia. O seu companheiro de equipa era outro britânico, Jonathan Williams, e os bons resultados fizeram com que ele corresse outra temporada, desta vez com um Brabham, ao serviço da equipa de John Lucas. Foi nessa altura que conheceu outro aspirante a piloto chamado Frank Williams.

Courage e Williams cedo fizeram amizade e formaram uma aliança no sentido de ele ser o manager da equipa, enquanto que ele era o piloto principal. A aliança resultou e Courage venceu quatro corridas na Europa. Isso foi suficiente para que Colin Chapman prestasse atenção nele e o convidasse para a sua equipa de Formula 3, em 1966. Apesar do chassis Lotus ser inferior aos Brabham, as suas performances em corrida compensavam as deficiências e cedo o seu talento foi suficiente para que fosse para a Formula 2, onde uma das corridas fazia parte do GP da Alemanha de Formula 1. Nessa sua estreia, um acidente o impediu de concluir a corrida.

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Sabendo que Williams tinha estofo para ser bem sucedido na Formula 1, [em 1970] deu o passo seguinte, que foi o de construir o seu próprio chassis. Não tendo a capacidade de construir um de raíz, aliou-se ao construtor italo-argentino Alessandro De Tomaso para a construção de um chassis, o modelo 505, feito de magnésio e com motor Cosworth. Apesar de ter o motor do momento, o carro era pesado e o desenvolvimento do chassis era complicado. Apenas terminou no GP do Mónaco, mas sem se classificar, pois ficou a 22 voltas do vencedor.

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A 21 de junho, a caravana da Formula 1 estava na Holanda, a sexta prova do campeonato. O pelotão ainda chorava o desaparecimento abrupto de Bruce McLaren, apenas dezanove dias antes, mas nos lados da Williams, a equipa comemorava o nono lugar da grelha conseguida por Courage, igualando a performance do Mónaco. Mas os treinos tinham deixado um pressentimento de que as coisas poderiam acabar mal, quando Jack Brabham e Pedro Rodriguez tiveram acidentes potencialmente graves (o carro de Brabham capotou), dos quais saíram incólumes. (...)

No passado dia 21 de junho, passaram-se 45 anos sobre o acidente fatal de Piers Courage, um talentoso piloto escocês, que foi amigo pessoal e o primeiro piloto de Frank Williams. Apesar de ser veloz e algo desastrado, com o tempo aprendeu a refinar o seu estilo de condução. A sua curta carreira resultou em vitórias na Formula 3, Formula 2, Tasman Series e dois pódios na Formula 1, os primeiros de Williams.

No Nobres do Grid, conto este mês a história da sua carreira, encurtada tragicamente por um acidente na pista holandesa de Zandvoort.

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