sexta-feira, 31 de julho de 2015

GP Memória - Hungria 2005

Uma semana depois de terem corrido na Alemanha, máquinas e pilotos estavam em terras húngaras para a 13ª corrida da temporada, numa altura em que a União Europeia tinha decidido que as leis anti-tabagistas, que implicavam a abolição em eventos desportivos, incluído a Formula 1, iria entrar em vigor. Como boa parte das equipas tinha patrocinios nessa área - BAR, McLaren, Ferrari e Renault eram alguns deles - algumas das equipas decidiram tirá-las dos seus chassis e substituir por outros patrocinios. Como fez a McLaren, que anunciou em Budapeste um acordo com a Johnny Walker, marca de... whiskie. 

No final da qualificação, todos ficaram espantados com a pole-position de Michael Schumacher, a sua primeira da temporada. Muitos suspeitavam que ele tinha usado uma gasolina especial, mais leve, para fazer com que ficasse livre de qualquer carro que ficasse à sua frente, numa pista notoriosamente conhecida pela dificuldade em ultrapassar. E ainda mais tinha dado quase um segundo sobre Juan Pablo Montoya, o segundo da grelha.

Na segunda fila estavam o Toyota de Jarno Trulli e o segundo McLaren-Mercedes de Kimi Raikkonen, enquanto que na terceira fila estavam o segundo Toyota de Ralf Schumacher e o Renault de Fernando Alonso. Rubens Barrichello era o sétimo na grelha, na frente do BAR de Jenson Button, enquanto que a fechar o "top ten" estavam o segundo Renault de Giancarlo Ficishella e o segundo BAR de Takuma Sato.

O dia da corrida iria acontecer debaixo de calor - 34ºC na atmosfera, 47ºC no asfalto - e na largada, Schumacher e Montoya foram velozes, mas Raikkonen passou Trulli e Montoya para ficar com a segunda posição. Atrás, Ralf Schumacher de Fernando Alonso tocaram-se e o espanhol ficou prejudicado, pois a sua asa frontal ficou danificada, enquanto que Rubens Barrichello bateu na traseira do Toyota de Trulli, danificando a sua asa dianteira. 

Ao mesmo tempo, no fundo do pelotão, outro toque acontecia, com consequências mais espectaculares: o Sauber de Jacques Villeneuve tocou no Red Bull de Christian Klien, com o austríaco a capotar e a ficar com as rodas no ar, mas sem consequências físicas.

Alonso arrastou-se até às boxes, dando uma volta inteira, mas enquanto fazia isso, a asa desfazia-sem e deixava destroços pelo caminho. Um deles caiu entre as curvas 10 e 11, e David Coulthard não o viu no asfalto, atingindo-o em cheio. A suspensão traseira direita ficou rebentada e ele foi forçado a desistir.

No final da primeira volta, Schumacher tinha dado um avanço de 1,9 segundos sobre Raikkonen, enquanto que Alonso, Barrichello e o Jordan de Tiago Monteiro estavam nas boxes para fazer os devidos reparos nos seus carros.

Nas voltas seguintes, Schumacher e Raikkonen começaram a fazer um duelo entre eles, até à 11ª volta, altira em que Raikkonen parou para o seu primeiro reabastecimento, ocasião aproveitada por Schumacher para tentar se afastar. O alemão parou quatro voltas depois, deixando o colombiano Montoya na liderança. O piloto da Ferrari voltou à pista na frente de Raikkonen, o que queria dizer que estaria na frente de corrida quando fosse a vez do colombiano parar. Quando aconteceu, na volta 22, ele tinha um avanço de 16 segundos sobre Schumacher.

O alemão lá voltou à primeira posição, mas por essa altura, Raikkonen estava bem perto, tendo conseguido reduzir a sua diferença para 0,6 segundos. Nas voltas seguintes, o finlandês andou atrás do alemão, esperando apenas para a altura em que ele fosse às boxes para tentar aumentar a distância para ele. Isso aconteceu na volta 35, quando Schumacher parou para o seu segundo reabastecimento. Ele voltou atrás dos McLarens, com Raikkonen a parar na volta seguinte, ficando o comando para Montoya. Este ficou no comando, enquanto que o finlandês conseguiu ser mais veloz nas boxes do que o alemão, ficando na frente dele.

As coisas melhoraram para Raikkonen quando o seu companheiro Montoya parou na volta 41 com problemas na sua transmissão. Sem ninguém à sua frente, aumentou o seu ritmo e em poucas voltas, tinha um avanço de vinte segundos sobre o piloto da Ferrari. Até ao final da corrida, o finlandês aumentou o ritmo para quase meio minuto, enquanto que Ralf Schumacher aproximava-se do seu irmão com o seu Toyota, ameaçando o seu segundo lugar.

Mas no final, Raikkonen levou a melhor e Ralf ficou atrás do seu irmão, ficando com o lugar mais baixo do pódio. O segundo lugar de Michael Schumacher tornou-se no quinto pódio da temporada (iria ser o último) enquanto que nos restantes lugares pontuáveis (sem Rubens Barrichello e Fernando Alonso) ficaram o segundo Toyota de Jarno Trulli, o BAR-Honda de Jenson Button, os Williams de Nick Heidfeld e Mark Webber e o segundo BAR-Honda de Takuma Sato. 

Sem comentários: