quinta-feira, 24 de setembro de 2015

GP Memória - Estados Unidos 2000

Duas semanas após a corrida italiana, a Formula 1 atravessava o Atlântico para desembarcar no circuito de Indianápolis. Nove anos depois de terem corrido do circuito urbano de Phoenix, a categoria máxima do automobilismo corrida de novo nos Estados Unidos, mais concretamente no circuito de Indianápolis, uma das catedrais do automobilismo americano. Mas eles iriam correr numa pista modificada para o efeito e iriam correr no sentido dos ponteiros do relógio, ao contrário do que acontecia com os carros da IndyCar.

No pelotão, havia novidades, e uma delas era que a Williams iria ter o colombiano Juan Pablo Montoya para a próxima temporada, que iria substituir Jenson Button, que iria ser emprestado à Benetton. O colombiano, então com 25 anos, tinha sido piloto de testes da equipa de Grove, mas nos dois últimos anos tinha sido piloto da Chip Ganassi, onde vencera o campeonato CART de 1999, substituindo o italiano Alex Zanardi. Na Prost, eles iriam trocar os ineficientes motores Peugeot pelos Ferrari.

Com uma grande luta entre Michael Schumacher e Mika Hakkinen, era importante saber quem ficaria com o melhor lugar da grelha. E isso calhou ao piloto alemão, que conseguira um avanço de 126 centésimos sobre David Coulthard. Mika Hakkinen tinha sido o terceiro, na frente do Ferrari de Rubens Barrichello, enquanto que na terceira fila ficavam o Jordan de Jarno Trulli e o Williams-BMW de Jenson Button. Heinz-Harald Frentzen era o sétimo, na frente do BAR de Jacques Villeneuve, enquanto que a fechar o "top ten" estavam o Sauber-Petronas de Pedro Diniz e o segundo Williams de Ralf Schumacher.

No dia da corrida, o asfalto ainda estava húmido devido à chuva que tinha caído nas horas anteriores à prova. Para além disso, estava frio e o tempo ameaçava nova chuvada, mas isso não tinha impedido que 250 mil espectadores tivessem ido ao "Brickyard" para ver a Formula 1 pela primeira vez aquele local.

Na largada, Coulthard largou melhor do que Schumacher e ficou com a liderança, com Hakkinen no terceiro posto, depois de ter superado Barrichello, e Trulli e Button a fechar o "top six". Contudo,  na volta seguinte, ambos colidiram e tiveram de ir às boxes para fazer reparações, caindo para o fim do pelotão. Algumas voltas depois, os comissários de pista decidiram rever as imagens televisivas e verificaram que o piloto escocês tinha arrancado antecipadamente e decidiram penalizá-lo, fazendo cair a liderança para Schumacher.

Por essa altura, os pilotos começaram a arriscar e a mudar para slicks, e o pelotão ficou um pouco baralhado. Somente na volta 16 é que as coisas estabilizaram, com Schumacher na frente de Hakkinen, mesmo após ter trocado de pneus e reabastecido. Mas nessa altura, o finlandês começou a aproximar-se do piloto da Ferrari. Na volta 23, a diferença tinha caído para os quatro segundos quando ele sofreu problemas de motor. Duas voltas depois, este explodiu na frente de toda a gente, deixando Schumacher mais à vontade. E provavelmente, teria sido o momento do campeonato.

Atrás, Coulthard tentava recuperar o tempo perdido, tentando aproximar-se dos lugares da frente, fazendo até a volta mais rápida da corrida. Mas isso pouco ou nada fazia mossa na corrida, pois Schumacher estava confortável no comando, enquanto que Barrichello lutava com Frentzen pelo segundo posto. Uma melhor paragem nas boxes fez com que o brasileiro levasse a melhor.

No final, foi assim mesmo: uma dobradinha da Ferrari, com Schumacher na frente de Barrichello, e Frentzen a ficar com o lugar mais baixo do pódio. Jacques Villeneuve foi o quarto no seu BAR, na frente de David Coulthard e o segundo BAR de Ricardo Zonta.

E em termos de campeonato, Schumacher tinha agora uma vantagem de oito pontos sobre Hakkinen, e bastava uma corrida na frente do finlandês em Suzuka para ser campeão do mundo. O velho sonho de 21 anos em Maranello estava prestes a ser alcançado.   

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