quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Como andam as coisas na Manor?

Em outubro, nas vésperas do GP do México, parecia que a Manor teria um futuro risonho: motores Mercedes em 2016, financiador na figura de Stephen Fitzpatrick e alguns patrocinadores a aparecer nos chassis dos seus carros. A equipa, que tinha começado em 2010 como Virgin, e que depois passou para Marussia, tinha conseguido dois pontos em 2014 graças ao nono posto de Jules Bianchi no Mónaco, meses antes do seu acidente fatal, no Japão. Agora com dinheiro e um motor competitivo, o salto para o meio do pelotão parecia ser um facto.

Contudo, no fim de semana do GP do México, os seus dois diretores, John Booth e Graeme Lowndon, anunciaram a sua demissão da equipa, alegando divergências com o seu financiador. As razões expuseram toda uma série de divergências entre os diretores da Manor e o seu principal financiador em relação aos rumos que queriam tomar no futuro. Booth e Lowndon são pessoas que vivem o automobilismo por dentro (a Manor Motorsport é de 1990, com triunfos e títulos na Formula 3 britânica, por exemplo), enquanto que Fitzpatrick, com o seu conglomerado Ovo, parece ser um daqueles empreendedores que pretende comprar barato para vender caro, algo que por exemplo, Bernie Ecclestone não deseja, e como já expliquei sobre isso há cerca de um mês

Passado algum tempo, há algumas novidades no horizonte, e duas delas são as seguintes: Fitzpatrick pediu autorização para colocar outro nome na equipa, e os dois homens da Manor vão continuar com o nome, mas no WEC.

Comecemos pelo fim: ambos, Lowndon e Booth, foram vistos no fim de semana das Seis Horas do Bahrein, a ver as coisas a passar, e segundo conta hoje o site dailysportscar.com, é altamente provável que ambos voltem à carga com um prótótipo da LMP2, desconhecendo saber qual. O site fala que os planos de ambos serão revelados nos próximos dias, e que terão os direitos ao nome Manor, tanto que já apareceu uma conta no Twitter cujo endereço é @realManor. E claro, fala-se que ambos ficaram impressionados com a organização e a estrutura da competição.

Quanto a Fitzpatrick, o nome que deseja para a sua equipa ainda não é sabido, mas tudo indica que não será o grupo Ovo. Já em relação aos pilotos, sabendo o que têm em mãos, ele está a definir um preço para que as suas vagas - agora altamente cobiçadas - sejam preenchidas. O custo? Dez milhões de euros por lugar. 

E isso já fez assustar Toto Wolff, que já lhes deu os motores Mercedes, pois desejava lá colocar o novo campeão do DTM, Pascal Wehrlein. E sacar mais dinheiro da marca de Estugarda parece ser um pouco demais, mesmo para Wolff: "À medida que a competitividade da equipa aumenta, o mesmo acontece com o valor", admitiu o austriaco à publicação alemã Auto Motor und Sport. "Temos um orçamento para piloto, mas não nesta escala", concluiu. Assim sendo, é provável que Will Stevens e Alexander Rossi possam continuar na equipa em 2016, apesar de oficialmente os seus lugares ainda estarem vagos. 

Mas ainda temos a hipótese do indonésio Rio Haryanto, do qual tem patrocinadores que poderão estar dispostos a largar até 60 milhões de euros para correr em 2016. Resta saber se os novos donos da Manor aguentam a tentação, mas sabendo desse preço, talvez nem precisam de gastar isso tudo. Basta-lhes 15 milhões, por exemplo. 

 E claro, Wehrlein poderá ter de continuar no DTM em 2016 para defender o seu título.

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