sábado, 11 de abril de 2015

As fotos do dia


Descobri isto hoje, quando mexia os meus arquivos. Começamos já por fazer umas perguntas: vêm diferenças? Acham que foram tirados no mesmo dia, mas de ângulos diferentes? A resposta é não. Até digo isto: foram tirados com um ano de diferença. Pois é, num só ano, nada mudou: Lewis Hamilton conseguiu a pole-position na China, e se a mesma coisa acontecer amanhã o que aconteceu em 2014, mais vale dar agora o troféu de vencedor...

E já agora, qual é o de 2014 e qual é o de deste sábado? É simples: é o primeiro e o segundo.  

As diferenças do ano passado para este ano são poucas. Aliás, deverão ser três: a troca da Williams pela Ferrari no segundo lugar do campeonato, a ascensão da Sauber e o declinio da McLaren. Mas de resto, parece que Hamilton faz tudo certo e as expressões são quase as mesmas, quase instintivas, quase mecânicas. Mas aconteceu, numa coincidência feliz captada pelo fotógrafo da Sutton Images.

CNR: José Pedro Fontes venceu o Rali Cidade de Guimarães

José Pedro Fontes foi o grande vencedor do Rali Cidade de Guimarães, segunda prova do campeonato nacional de ralis. O piloto do Citroen DS3 R5 conseguiu uma vantagem de  segundos sobre o segundo classificado, João Barros, no seu Ford Fiesta R5. Ricardo Moura, o campeão nacional e vencedor no rali de abertura da temporada, o Serras de Fafe, ficou com o lugar mais baixo do pódio desta vez.

Depois de João Barros ter garantido a vitória na especial de abertura do rali, disputado no centro da cidade, máquinas e pilotos tinham pela frente um dia inteiro de classificativas à volta da região, todas em asfalto. E o primeiro a abrir as hostilidades foi José Pedro Fontes, que com o seu Citroen DS3 R5, partiu ao ataque e venceu as duas primeiras especiais da manhã, conseguindo abrir uma vantagem de 7,7 segundos para João Barros, que era o segundo classificado. Ricardo Moura conseguia acompanhar os dois com alguma dificuldade, pois tinha já um atraso de 15,5 segundos para o piloto da Citroen, fazendo com que isto começasse a ser um duelo a dois, pois o quarto classificado, Pedro Meireles, já tinha um atraso de 24 segundos, ao volante do seu Skoda Fabia S2000.

Por esta altura, já havia a primeira desistência de relevo, com o abandono de um dos Porsches, o de Carlos Vieira, que nem chegou a sair de Guimarães a contas com problemas na sua caixa de velocidades. 

No final da manhã, a diferença de Fontes para Barros já era de 19,9 segundos, mas a distância para a restante concorrência era arrasadora: Ricardo Moura perdia 43 segundos para ele, e Pedro Meireles já tinha um atraso de quase um minuto. 59 segundos, para ser mais exato. Carlos Martins, o sexto, tinha um atraso de um minuto e 30 segundos, a bordo de outro Skoda Fabia S2000, ambos a acusarem o desgaste das suas máquinas.

Com um avanço demolidor - tinha ganho todos os troços até então - José Pedro Fontes decidiu descontrair e controlar o avanço para João Barros. E foi altura do piloto do Fiesta brilhar, com vitórias na nona e décima especial, numa altura em que a vantagem tinha sido alargada para quase 30 segundos. Mas Fontes controlava as coisas e nunca permitiu que ele se aproximasse muito. Atrás, Ricardo Moura mantinha a terceira posição, com uma desvantagem a superar em mais de um minuto, mas também a uma boa distância de Pedro Meireles, que se tentava aproximar do lugar mais baixo do pódio.

Mas no final da 12ª e última classificativa, Fontes era o vencedor, com uma diferença de 23,7 segundos sobre Barros, dando à Citroen a sua primeira vitória em mais de dez anos, desde que Armindo Araujo venceu com o seu Citroen Saxo Kit Car. Ricardo Moura ficou no lugar mais baixo do pódio, com uma desvantagem de um minuto e 17 segundos, enquanto que Pedro Meireles (que correu em "casa"), ficou a dois minutos e 15 segundos com o seu Skoda Fabia S2000. Carlos Martins foi o quinto, com dois minutos e 51 segundos de desvantagem, enquanto que Adruzilo Lopes foi o sexto, e o melhor da categoria de Produção.

Na fase em que estamos, sem um conhecimento pleno do carro, aquilo que fazemos é tentar andar o melhor possível! Estamos ainda em período de aprendizagem, mas conscientes de que o trabalho que desenvolvemos na preparação deste rali tinha sido positivo. Findos os testes, era para nós certo que tínhamos condições para vir a Guimarães discutir a vitória no rali,” começou por afirmar o piloto da Citroen.

Na segunda fase da prova, na tarde de hoje, com a vantagem que tínhamos conseguido, percebemos que, mesmo querendo vencer troços e, assim, somar mais pontos para o Campeonato, podíamos assumir uma postura de expetativa em relação aos nossos rivais, e, desta forma, correr menos riscos. Este foi um resultado excelente! Para nós, vencer o segundo rali que disputámos com o DS 3 é algo de absolutamente notável. Por outro lado, também me agrada a forma consistente como alcançámos os nossos objetivos, que estão, naturalmente, renovados para o rali que temos pela frente já dentro de duas semanas, em Castelo Branco”, concluiu o vencedor.

O Campeonato nacional de ralis não para, pois vai acontecer o Rali de Castelo Branco, no fim de semana de 24 e 25 de abril.

Formula 1 2015 - Ronda 3, China (Qualificação)

Depois de duas semanas onde andamos a remoer o facto de Sebastian Vettel ter dado alguma esperança aos que aspiram a um equilibrio na Formula 1, máquinas e pilotos deslocavam-se a paragens chinesas para a terceira prova do ano, numa Xangai envolta pelo "smog" e onde tudo poderá acontecer, como foi ontem, quando um local decidiu atravessar a pista e foi parar às boxes da Ferrari, perguntando se poderia testar um dos SF15-T ali existentes. Restaria saber se Sebastian Vettel ou Kimi Raikkonen estariam dispostos a ceder-lhe a vontade, E pelos gestos de Kimi na quinta-feira, ele parecia ser o candidato ideal!

Mas brincadeiras à parte, a qualificação chinesa iria ver até que ponto a Mercedes tinha ficado ou não abalada com o que aconteceu em Sepang. Era certo que não eram mais imbatíveis, e que agora, era uma questão de ver como lidariam com os pneus Pirelli que tinham em mãos. se conseguissem safar-se bem, muito provavelmente seria outro passeio, e se calhar, outro monopólio para os Flechas de Prata.

Mas também esta qualificação chinesa tinha outras duas coisas interessantes de saber. A primeira era se os Manor iriam ter os seus dois carros qualificados e se ambos iriam cumprir o critério dos 107 por cento, e o segundo era saber se os McLaren por fim conseguiram evoluir o suficiente para poder passar à Q2 e começar a andar no meio do pelotão, que neste momento é o seu grande objetivo.

Os primeiros minutos dessa qualificação responderam a essas duas perguntas. A primeira foi positiva, e embora Roberto Merhi e Will Stevens tenham sido os últimos na grelha, o atraso para o resto do pelotão anda na casa dos quatro segundos, o que não é mau para um carro modificado, enquanto ainda se espera pelo chassis de 2015. Quanto à segunda pergunta, a resposta foi negativa, embora não se deixe de sentir um pouco a desilusão, especialmente quando nos treinos livres as indicações tinham sido positivas. E aos anti-alonsistas, fica a consolação de Jenson Button ter sido mais rápido do que o Principe das Asturias. Por 4 milésimos de segundo, mas foi. E a contagem está em 2-0 a favor do veterano inglês.

Pelo meio, na Q2, o mais interessante foi ver os Sauber a conseguirem entrar no "top ten", algo surpreendente - ou nem tanto - pois parece que se vê que desta vez, acertaram no chassis, acompanhado pelo bom motor que a Ferrari fez este ano. Pode ser que paguem as contas, não é? Em contraste, os Toro Rosso ficaram pelo caminho, o que demonstra que aqui, os motores Renault irão passar um mau bocado. E Daniil Kvyat também está a passar um mau bocado com a sua dificil adaptação ao carro, já que mesmo na Q1, teve muitas dificuldades em passar para a fase seguinte. Valeu a má prestação de Nico Hulkenberg.

No final, Lewis Hamilton conseguiu tirar um tempo na casa do 1.35, com Nico Rosberg não muito longe, mas não o suficiente para o deslojar. Sebastian Vettel ficou com o terceiro lugar com o seu Ferrari, que conseguiu superar Valtteri Bottas e Felipe Massa, com Kimi Raikkonen no sexto posto, na frente de Daniel Ricciardo. Para Hamilton, é a 75ª vez que colocou um carro seu na linha da frente de um Grande Prémio, e é mais um monopólio dos Flechas de Prata na primeira fila da grelha.

Em resumo, foi uma qualificação sem história. A hierarquia manteve-se com os Mercedes mais velozes do que a Ferrari, que por sua vez suplantaram os Williams. Os Red Bull lutam por melhores tempos, enquanto que os Sauber parece que estão a melhorar a olhos vistos. Contudo, amanhã é que veremos até que ponto as coisas serão diferentes. Ou se preferirem: até que ponto esta corrida será previsível ou haverá algum truque na manga.

CNR: João Barros é o primeiro líder do Rali Cidade de Guimarães

O rali de Guimarães arrancou na noite desta sexta-feira e João Barros aproveitou bem os 1900 metros da classificativa especial que existia no centro da cidade para fazer o melhor tempo, ao volante de um Ford Fiesta R5. O seu tempo foi 1,2 segundos mais veloz do que o segundo classificado, o outro Ford Fiesta R5 de Ricardo Moura.

José Pedro Fontes, no seu Citroen DS3 R5, foi o terceiro mais veloz, perdendo apenas 1,8 segundos para o líder, e ganhando 0,5 segundos a Pedro Meireles que terminou o primeiro dia no quarto posto, no seu Skoda Fabia S2000. Carlos Martins, noutro Skoda Fabia S2000, andava logo atrás, no quinto posto, a 4,7 segundos.

No final da especial, e depois dos carros recolherem ao parque fechado dentro do Pavilhão Cidade de Guimarães, João Barros comentou: “Não arrisquei, apenas tentei ser o mais eficaz possível e acho que consegui. Toda a gente sabe que na Superespecial se tem mais a perder do que a ganhar. Claro que tentei fazer o meu melhor, mas sempre a pensar em não correr demasiados riscos para não hipotecar as hipóteses de vencer amanhã, que é quando todo o rali se decidirá”.

Já Ricardo Moura reagiu: “Se calhar entrámos um bocadinho mais cautelosos do que é normal para não correr riscos. Mesmo assim, fizemos um segundo tempo, o que é bom. Contudo, acho que não serve de grande barómetro para amanhã, se bem que os 1,2s pode ser pouco mas também pode ser muito, como o ano passado se verificou. O objetivo é manter-me fiel às metas traçadas que é manter-me na luta pelo campeonato”.

Quanto a José Pedro Fontes, declarou: “As Superespeciais não são algo de que goste muito e não fazia isto há muito tempo neste tipo de carros e com estes pneus. Fui a tentar não cometer nenhum erro e acho que correu tudo dentro da normalidade, tendo a noção que fui cauteloso. Ficou a primeira indicação de quem são aqueles que poderão lutar pela vitória, mas amanhã vamos tentar entrar fortes”.

Em termos de produção, o melhor era Adruzilo Lopes, que era o sétimo no seu Subaru Impreza Sti, perdendo apenas seis segundos para a liderança, enquanto que Gil Freitas e Carlos Vieira ficaram logo atrás, nos seus Porsche 997. Gil Antunes fechava o "top ten" com o seu Clio R3.

Amanhã, o Rali Cidade de Guimarães continuará nas estradas à volta desta cidade nortenha.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

A foto do dia (II)

Karel Pieter Antoni Jan Hubertus (Carel) Godin de Beaufort. Longo nome, hein? Esta aristocrata holandês foi provavelmente um dos últimos amadores da Formula 1. Homem fiel à Porsche, foi ele a alma da Ecurie Maasbergen, que andava nas pistas com um Porsche laranja, digno da casa de Oranje, a casa real holandesa. Das 28 vezes em que andou na categoria máxima do automobilismo (e conseguiu quatro pontos), em apenas duas vezes andou com outros carros. Da primeira vez, em 1959, foi com um Maserati 250F. Da segunda vez, foi com um Cooper T51.

A foto que meto aqui trata-se da mais famosa das suas estorietas, que aconteceu em 1959, em Avus. A correr num Porsche numa das corridas de suporte do GP da Alemanha desse ano. Têm um pouco de cómico e trágico, pois ele foi bafejado com a sorte quando o seu carro saiu de pista no temivel "banking", mas ele caiu de pé, ou seja, não capotou. Não querendo acreditar na sorte que teve, Beaufort simplesmente ligou o carro de novo e continuou na parte de baixo, regressando à pista! Os comissários decidiram aplicar a bandeira preta e desclassificá-lo, mas depois de se convencerem de que ele não era um fantasma!

No dia seguinte, Beaufort comemorou a sua sorte sentando-se no banking com as suas sapatilhas Converse calçadas. A foto deu polémica, pois se ele comemorava a sua finta contra a morte, isto acontecia no dia seguinte à morte de outro piloto, quase no mesmo local, o francês Jean Behra

Se estivesse vivo, Carel de Beaufort faria hoje, 10 de abril, 81 anos. Mas ele não se levava muito a sério. Tanto que ele estava por vezes acima do peso (e chegou a pedir ajuda à lenda do judo holandês Anton Geesink para emagrecer), e por vezes corria descalço no seu modelo 718. Um desses exemplos aconteceu na sua corrida fatal, em Nurburgring, onde chegou a fazer umas voltas... com uma cabeleira dos Beatles! Mas há mais "estorietas" onde ele era protagonista, e a sua propensão para brincadeiras era lendária. 

Uma delas, contada pelo jornalista holandês Rob Widenhoff, afirma que em Rouen, palco do GP de França de 1962, ele encontrou com Beaufort no "lobby" de um hotel local, aliviado por falar em holandês com alguém nesse fim de semana. O jornalista tinha aparecido por lá num enorme Chevrolet, e Beaufort pediu a ele se não podia dar-lhe boleia até ao local onde o seu carro estava a ser reparado pela equipa oficial da Porsche. 

Chegados lá, rebocaram o carro, em troca de uma bela grade de cerveja holandesa, e na volta, iam calmamente a caminho do circuito, quando viram um agente da Gendemarie. Beaufort virou-se para ele e disse "Acelera, não temos nada a ver com essa gente!", ao mesmo tempo que colocava o seu pé em cima no de Widenhoff, que estava sobre o acelerador. Eviraram atropelar o "gendarme" por muito pouco, mas compensou: na corrida, vencida por Dan Gurney, noutro Porsche, Beaufort foi sexto, conseguindo o seu segundo ponto da sua carreira.

No ano seguinte, outra estória noutro circuito francês, em Reims. Durante minutos, nada se sabia da sua presença, temendo que se tivesse despistado e dado cabo do seu carro. Na realidade, estava a passear pela pista com uma bela "madmoiselle" ao seu lado, mostrando a pista e os seus arredores, a uma velocidade de passeio. Claro, os organizadores ficaram zangados...

O fim foi agonizante. Projetado para fora do seu Porsche, sofreu um traumatismo craniano e agonizou por dois dias antes de morrer, num hospital de Colonia. O seu acidente foram duas grandes ironias. primeiro, porque aconteceu em Bergwerk, numa das partes mais sinuosas do circuito, e segundo, De Beaufort tinha a fama de ser um piloto cauteloso. Aliás, o seu apelido no meio era "Veilige Careltje", ou seja, "pequeno e seguro Carel"... 

No seu funeral, o seu caixão passeou por cima de um... Porsche, e entre os que carregavam o seu féretro estavam o Barão Huscke von Hanstein, Graham Hill, Ben Pon e Bob Anderson, entre outros. Na sua tumba, uma frase em francês: "Vertu est un Beaufort". A virtude está em Beaufort.

Youtube Motorsport Trailer: A carreira de Paul Newman... nas corridas

Quase sete anos após a sua morte, e no ano em que faria o seu 90º aniversário, a vida de Paul Newman vai ter um documentário. Não como ator de Hollywood, mas sim como piloto de corridas. De seu nome "Winning: The Racing Life of Paul Newman", é produzido por Adam Carrola, também ator e notório "petrolhead", e o trailer saiu esta semana. A sua estreia em Hollywood acontecerá a 16 de abril, antes do lançamento nas salas de cinema a 22 de maio. 

Newmann pode não ter sido Steve McQueen e ter feito Sebring, mas esteve em Le Mans e quase ganhou, num Porsche 935, ao lado do alemão Rolf Stommelen. Começou muito tarde - tinha 43 anos - e venceu as resistências iniciais quer da comunidade cinematográfica e da comunidade automobilistica e acabou por ser respeitado, sendo piloto da Nissan na IMSA e vencer corridas por lá, na década de 80.


Para além disso, fez uma das melhores equipas da CART, ao lado de Carl Haas, a Newman-Haas, e contratou pilotos que foram desde o calibre de Mário Andretti (foi por ele que Newman e Haas se uniram, pois eles não eram os melores dos amigos...), o seu filho Michael Andretti, Nigel Mansell, Christian Fittipaldi e no fim, Sebastien Bourdais.


Já agora, vi isto em primeiro lugar no Flatout! Brasil. 

A foto do dia

Da China, pode-se esperar tudo. Mas este momento fez-me recuar mais de 25 anos no tempo, quando vi uma coisa dessas em Jacarépaguá, momentos antes de Nigel Mansell receber a bandeira de xadrez no GP do Brasil de 1989, logo na sua primeira corrida ao serviço do Cavalino Rampante.

Todos iremos dizer que é irresponsável, mas gostaria de saber o que é que ele tinha na cabeça para fazer uma coisa destas.

Mais um piloto benfiquista

André Rodrigues poderá ser um novato nas andanças dos ralis portugueses, e neste fim de semana irá estrear-se no Rali Cidade de Guimarães aos comandos de um Citroen DS3 R1, integrado no Challenge com a mesma sigla, incentivado pela marca francesa. Mas o que têm André Rodrigues de especial é que. para além de ser navegado por Hugo Magalhães, navegador de Bernardo Sousa, é que é patrocinado pelo Sport Lisboa e Benfica. Sim, o clube de futebol, que também patrocina Bernardo Sousa na sua aventura nos ralis, e apoia Paulo Gonçalves no Dakar.

O comportamento da viatura é muito bom. Conhecemos o histórico do carro e nas provas em que já participou este ano demonstrou ser fiável. Porém, não podemos esquecer que esta é a minha primeira prova e não posso estar a definir metas sem antes saber o andamento dos outros pilotos. Vamos aproveitar este primeiro rali para sentir melhor o carro na estrada e na próxima prova, quem sabe, prometer a luta pela vitória", referiu o piloto em declarações à Autosport portuguesa.

Saber que iria contar com o Hugo neste rali veio dar um novo folego ao projeto. A experiência dele é incrível e isso sente-se na estrada, a cada curva. Ele conhece bem o local da prova e a experiência que possui dos ralis internacionais em que participa vai ser importante para a minha estreia”, continuou.

O apoio institucional do Benfica é para o piloto uma grande prova de confiança que tudo fará para retribuir. “A minha ligação ao Benfica é importante e quero retribuir essa confiança na estrada. Espero que os sócios e adeptos do Benfica venham assistir ao rali e tragam os cachecóis, camisolas e bandeiras e contribuam para colorir ainda mais as estradas por onde irá passar esta competição”, concluiu.

É certo que ele não vai lutar pela vitória na geral, mas espera-se que faça boa figura num rali essencialmente disputado em asfalto.

Youtube Motorsport Comedy: A versão polaca do "Fast and Furious"


Isto é tão bom que vou dispensar a versão americana. E já agora, vi isto no Flávio Gomes.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

A foto do dia (II)

Há precisamente 15 anos, decorria o GP de San Marino, em Imola. Mas nesse dia, no ano de 2000, Jacques Villeneuve comemorava o seu 29º aniversário natalicio, a bordo de um BAR-Honda. A sua segunda temporada ao volante da equipa anglo-americana, com as cores da Lucky Strike, tinha de ser uma temporada bem melhor do que a anterior, que foi tudo senão um desastre completo.

Essa corrida até correu bem, já que terminou nos pontos, na quinta posição. E para o resto da temporada, ainda iria pontuar por mais cinco ocasiões, terminando no sétimo posto, com 17 pontos. Apesar de não ter subido ao pódio. Ele só voltaria no ano seguinte, com dois terceiros lugares, os dois últimos pódios da sua carreira.

Tenho - e tive sempre - a sensação de que depois de ter conseguido o que queria - vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis e o título na CART, e o título mundial na Formula 1 - ele desleixou-se. Conseguiu os seus objetivos, poderia descontrair-se. Um pouco como James Hunt, se quisermos colocar as coisas dessa forma. 

Não sei se as pessoas respeitam uma pessoa que só quer tocar o céu por uma vez. Num mundo onde queremos que todos sejam perfeitos a todas as horas, todos os minutos, pedimos a eles, que estão num desporto de elite, onde muitos adorariam estar no lugar deles, para que sejam perfeitos a todoas as horas. Que estejam sempre a lutar pelo título, em todas as corridas, que procurem sempre os melhores lugares, que estejam sempre no topo da forma. 

Lembro-me de ver o regresso de Jacques à Formula 1, pela Renault, no final de 2004. Foi penoso, quase risivel, vê-lo numa máquina que daria as chances de vencer, nas mãos de Fernando Alonso. Deu a sensação que se desleixou nesse periodo sabático e no regresso, teve de andar nessas corridas a recuperar o tempo perdido. No final, como sabem, fez mais duas temporadas e saiu pela porta pequena a meio de 2006, substituido por Robert Kubica, que chegou ao pódio... na sua terceira corrida.

Hoje em dia, ele corre de vez em quando. No ano passado, estava no WRX, o Mundial de Rallycross, ao lado de figuras como Tanner Foust, Kem Block ou Petter Solberg. Este ano, já apareceu na prova de abertura da Stock Car brasileira, ao lado do seu companheiro de equipa da BAR desse mesmo ano, Ricardo Zonta. Estava ali para se divertir, uma espécie de cigano do automobilismo. Não se importa de ser rigoroso, só se quer divertir. E se calhar deveriamos ser nós para deixarmos de ser exigentes para os outros e olhar mais para os que estão ali para experimentar coisas novas no automobilismo, divertir-se. Se calhar é essa a ideia do Jacques

A foto do dia

Poderemos ter várias interpretações, mas duas delas vêm-nos à memória: será que está aborrecido ou serão os efeitos do jet-lag?

As forças em presença no Rali Cidade de Guimarães

Nas vésperas da segunda prova do Nacional de Ralis, com o Rali Cidade de Guimarães, a primeira coisa que se tem de dizer é que a lista de inscritos é bem gorda. É que falamos de 77 pilotos inscritos, em várias categorias. E isso, numa prova a contar para o campeonato português de ralis, é um feito.

É certo que falamos de muitas categorias presentes: para além dos pilotos que lutam pelo campeonato nacional, com as inscrições de Ricardo Moura (que por estes dias anunciou que tem verbas para toda uma temporada, com um Fiesta R5 mais evoluido, ex-Kajetan Kajetanovicz), João Barros e Diogo Salvi, também num Fiesta R5, o Citroen DS3 R5 de José Pedro Fontes e os Skodas Fabia S2000 de Pedro Meireles - o piloto da casa e um favorito à vitória - e Carlos Martins. A grande ausência será Miguel Campos, no seu Peugeot 208 Ti16 R5, e que andou bem em Fafe.

Mas para além destes pilotos, outras máquinas aparecerão neste rali feito essencialmente em asfalto. Uma delas será os Porsche 997 de Gil Freitas e Carlos Vieira. No primeiro caso, trata-se da incursão do piloto madeirense ao continente, enquanto que no segundo caso, trata-se de um regresso, onde irá aproveitar o carro que José Pedro Fontes guiou no ano passado.

A minha prioridade é terminar, para acumular ritmo e experiência. Depois, creio não ser muito irrealista classificar-me no top 10, mas se conseguisse chegar ao top 5 já seria excelente”, começou por dizer Carlos Vieira à Autosport portuguesa.

Depois de ter disputado um Rali Sprint, fiquei com uma enorme vontade de explorar a disciplina e prontamente acertei tudo com a Sports & You”, conta o piloto de Braga, que vai ter Luis Ramalho como navegador. 

As notas são claramente a questão mais delicada deste desafio. O entrosamento com o navegador, um sistema eficaz para ambos e a concentração para as ouvir, algo a que nunca estive sujeito anteriormente”, concluiu.

Além dos dois Porsches que andarão por ali, também haverão carros do campeonato FPAK de Ralis do Norte, na sua maioria Mitsubishi Lancer EVO IX, bem como pilotos do Campeonato Nacional de Iniciados, na sua maioria Citroen DS3 R1, com algumas excepções, como o Renault Twingo R2 de Pedro Lago Vieira e David Brites, num Peugeot 206.

Para concluir, haverá também seis carros para disputar a Ladies Trophy, um troféu destinado a duplas femininas, com Isabel Ramos a alinhar num Clio R3, sendo eventualmente a favorita à vitória.

O Rali Cidade de Guimarães, organizado pelo Targa Clube, começa nesta sexta-feira à noite com uma Super-Especial de 1900 metros na cidade de Guimarães, com a segunda etapa a decorrer em doze classificativas, com o final a ser na Nossa Senhora da Penha, em Guimarães, no final da tarde de sábado.

Youtube Motorsport Classic: Os ralis de há 50 anos


Estas filmagens de 1965 da British Pathé mostram como eram os ralis naquele tempo, numa altura em que o profissionalismo já existia, mas em muitos aspectos, eram os amadores os grandes protagonistas destas competições. Neste caso em particular, era o RAC Rally, o antecessor do atual Rali da Grã-Bretanha, um dos clássicos do automobilismo.

São quase mio século, mas parecem dois mundos completamente diferentes. Vale a pena ver.

GP Memória - San Marino 2000

Duas semanas depois de terem corrido no Brasil, máquinas e pilotos cruzavam o Atlântico para correrem em Imola, palco do primeiro Grande Prémio em terras europeias. Com Michael Schumacher a vencer nas duas primeiras corridas do ano, era altura da concorrência começar a reagir, especialmente a McLaren, pois caso contrário, o alemão começaria a afastar-se irremediavelmente da luta pelo título mundial e o caso se resolver muito cedo.

Assim sendo, os McLaren começaram a reagir, e a luta entre eles e a "rossa" foi dura, com os quatro primeiros a serem separados por pouco mais de meio segundo. Mas o melhor foi Mika Hakkinen, que conseguiu bater Michael Schumacher por 91 centésimos de segundo. David Coulthard é o terceiro, a três centésimos, seguido por Rubens Barrichello, no segundo Ferrari. Ralf Schumacher era o quinto, no Williams-BMW, seguido pelo Jordan-Mugen Honda de Heinz-Harald Frentzen. Na quarta fila estavam o Jaguar de Eddie Irvine e o segundo Jordan de Jarno Trulli, enquanto que a fechar o "top ten" estavam o BAR-Honda de Jacques Villeneuve e o Sauber-Petronas de Pedro Diniz.

Na partida, Hakkinen larga bem, mas Schumacher não e tenta evitar que o piloto escocês o ultrapassasse. Na Tamburello, Coulthard trava para evitar um choque e isso é aproveitado por Barrichello para chegar ao terceiro posto. Atrás dele, Jacques Villeneuve também faz uma grande partida, e sobe quatro posições, para o quarto lugar.

Com o passar das voltas, Hakkinen e Schumacher começam a afastar-se do resto do pelotão à razão de um segundo por volta. Mas depois, foi a vez do finlandês se afastar de Schumacher, até que a diferença para os dois se situar nos três segundos, por volta da 20ª passagem pela meta. O finlandês parou nas boxes na volta 26, uma volta depois de Coulthard, para manter a liderança, após a paragem de Schumacher, na volta seguinte.

Pouco tempo depois de ter voltado à pista, Hakkinen passou por cima de um destroço de um acidente prévio e a sua direção piorou. As coisas ficaram assim por um tempo, mas quando se livrou, a diferença para Schumacher, que tinha diminuido para cerca de três segundos, aumentou para 5,9. As coisas começam a piorar na volta 39 quando um problema eletrónico afeta o carro de Hakkinen e Schumacher baixa a diferença para dois segundos. O carro volta a ligar-se, com o alemão em cima do finlandês, mas quando o piloto da Ferrari dobrava o Sauber de Diniz, ambos quase colidem e ele perde um segundo.

Na volta 43, Hakkinen para nas boxes e perde a liderança para Schumacher. O alemão para seis voltas depois, mas foi suficientemente veloz para ficar com o comando, e apesar do ataque do finlandês da McLaren, Schumacher resistiu o suficiente para ficar com o comando, e em cosequência, a vitória na corrida, com um avanço de 1,1 segundos. Coulthard foi o terceiro, a mais de 51 segundos, e Barrichello foi o quarto, e o último a ficar na mesma volta do vencedor. A fechar os lugares pontuáveis ficaram o BAR de Jacques Villeneuve e o Sauber-Petronas de Mika Salo. 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Um filme sobre Enzo Ferrari no horizonte?

A imprensa italiana fala hoje que poderá haver um filme sobre Enzo Ferrari num horizonte próximo. Eneste caso em particular, falamos de grandes nomes de Hollywood: Robert de Niro seria Il Commendatore - e também poderia ser um dos produtores - Clint Eastwood seria o realizador.

O ator de 71 anos já confirmou que fará o projeto: "Para mim é uma honra e uma alegria para contar a vida de um homem extraordinário que revolucionou o mundo automotivo e ao longo de períodos históricos e diferentes sistemas sociais, desde o fascismo à democracia, a partir da II Guerra até ao bem-estar econômico.", conta De Niro numa entrevista ao jornal Il Messagero.

Segundo se fala no jornal La Stampa, é um projeto que está a ser pensado há muito tempo, do qual está agora na fase de elaboração de um argumento. Gianni Bozzachi é outro dos produtores, e já disse que está em conversações com Eastwood para ver se poderá realizar o filme. "Apresentamos o projeto e ele disse que estava muito interessado, mas antes de dizer sim, querer ler o guião", afirmou Bozzachi.

Não será a primeira vez que se fará um filme sobre Enzo Ferrari. Em 2003 houve um telefilme feito pela Rai italiana sobre o fundador da marca que têm o seu nome, e cobriu o periodo entre a sua fundação e o inicio dos anos 80. Ainda nada se sabe sobre filmagens ou outros atores.

Enzo Ferrari nasceu a 16 de fevereiro de 1898 e morreu a 14 de agosto de 1988, aos 90 anos de idade. Piloto de automóveis após a I Guerra Mundial pela Alfa Romeo, fundou a sua marca em 1947, começando desde logo o seu envolvimento com o automobilismo, nomeadamente na Formula 1 e na Endurance.

Youtube Motorsport Presentation: Sabine Schmitz no WTCC


Os rumores já vinham desde a semana passada, mas hoje confirmou-se que a piloto alemã Sabine Schmitz irá correr com um Chevrolet Cruze da Munnich na etapa do Nurburgring Nordschleife do WTCC, que acontecerá a 16 de maio.

A "Rainha do Nurburgring", como ela se autointitula, (e com razão: já venceu as 24 Horas de Nurburgring em 1996 e 1997 pela BMW) vai ser a primeira mulher de sempre a correr no Mundial de Turismos desde a sua reintrodução, em 2005, e é uma das pilotos que melhor conhece o Inferno Verde, e já é conhecida desde que apareceu num episódio do Top Gear, há cerca de dez anos, onde tentou fazer abaixo dos dez minutos num Ford Transit equipado especialmente para o efeito. 

Mas ela já não corre para nova: tem 45 anos de idade, mas isso não é nada, para uma competição que têm nas fileiras cinquentenários como Gabriele Tarquini ou Franz Englester... 

E parece que neste video está a avisar aos seus concorrentes para terem cuidado com ela. Veremos. Só espero que chova nesse fim de semana!

Youtube Motorsport Commercial: Um test-drive com um vendedor...diferente


Isto é engraçado e vi no WTF1.co.uk. Basicamente, é um "test-trive" com um "twist": o que acontece se você pedir um test-drive num Infiniti e acabar com um vencedor... digamos, particular? Bom, foi o que aconteceu com um condutor sortudo, que acabou por fazer um test-drive com o Daniel Ricciardo.

A expectativa das corridas europeias da Formula E

Parecendo que não, há expectativa sobre as corridas europeias da Formula E, depois da jornada dupla nos Estados Unidos. É certo que ter havido seis vencedores diferentes nas seis primeiras corridas têm ajudado muito nisso - os carros são iguais, por exemplo - nas a competitividade inerente e a emoção que aconteceu em certas corridas ajudou muito a que já haja alguma antecipação nas provas que se seguem, a começar pelo Mónaco, a 9 de maio.

Segundo conta o sitio oficial da Formula E, os bilhetes para a corrida de Berlim vendem-se a bom ritmo, com já cinco mil a serem vendidos até agora, a um preço médio de 45 euros. Há bilhetes mais baratos - o mínimo é a 10 euros e pode ser comprado até ao dia 30 de abril - mas mesmo os bilhetes mais caros não custam mais do que 59 euros. Provavelmente os bilhetes mais baratos para a Formula 1 devem ser o dobro disso...

Nada se sabe ainda sobre o preço dos bilhetes no Mónaco, mas a organização da corrida de Londres, a corrida final e a única com jornada dupla neste campeonato, já disse em breve que irá divulgar o preço dos bilhetes no Battersea Park. E muito provavelmente serão bem mais baixos do que normalmente se praticam na Formula 1. 

terça-feira, 7 de abril de 2015

A foto do dia (II)

René Arnoux, no GP do Brasil de 1985, a bordo do seu Ferrari. Há precisamente 30 anos que começava o mundial de Formula 1 desse ano, e este foi a última corrida de Arnoux ao serviço da Scuderia.

Nunca houve uma explicação convincente porque é que o francês foi despedido e substituído pelo sueco Stefan Johansson - que nessa corrida, ao serviço da Tyrrell, acabou no sétimo posto - mas era um facto de que no final da temporada anterior Arnoux não estava mais a ser o piloto aguerrido que tinham habituado nos tempos da Renault. Não ganhava nada desde o GP da Holanda de 1983, e em 1984, só tinha conseguido quatro pódios, acabando a temporada no sexto lugar, com apenas 27 pontos.

Depois do Rio de Janeiro, Arnoux regressou no ano seguinte, ao serviço da Ligier, onde ficou até ao final da carreira, em 1989. Nunca conquistou um pódio e a sua última temporada, aos 41 anos, foi mais de se arrastar no final do pelotão - isto, quando se qualificava. É que não conseguiu em sete ocasiões. 

Assim sendo, recordo o dia em que, há 30 anos, Arnoux andou na "rossa" pela última vez. 

A foto do dia

Por muitos anos que passem, nunca se vai esquecer do dia da morte de Jim Clark, em Hockenheim, em 1968. As ondas de choque foram enormes, e durante meses, o dia 7 era temido pelos pilotos, por causa do que aconteceu com Mike Spence (maio), Ludovico Scarfiotti (junho) e Jo Schlesser (julho): todos morreram num dia 7. 

E o mais doido é que o dia 7 de agosto era o dia do GP da Alemanha, que aconteceu naquele Nordschleife com nevoeiro e chuva, talvez a corrida mais difícil de ser feita na história da Formula 1. Jackie Stewart conta que quando saiu do carro, a primeira pergunta que fez a Ken Tyrrell foi se alguém tinha morrido ou sofrido algum acidente grave. Tyrrell respondeu que todos tinham sobrevivido sem incidentes. A arrepiante coincidência tinha acabado.

Mas o choque da morte de Clark foi tal que todos se sentiram vulneráveis. Chris Amon disse-o: "Se isto pode acontecer a ele, pode acontecer com qualquer um. Muitos de nós achávamos inantingíveis e isso acabou ali". E Colin Chapman pesou seriamente em abandonar o automobilismo depois de perder o seu melhor piloto e também o seu melhor amigo.

Aquele 7 de abril de 1968 marcou toda uma geração de automobilistas. Tal como uma geração mais tarde, marcou o 1º de maio de 1994.

Noticias: GT3 podem voltar a correr no Nordschleife...


... mas com condições. A organização da série que acolhe o VLN, e também que organiza as 24 Horas de Nurburgring, decidiu levantar o banimento desta classe de correr no Nordschleife, com algumas condições que passam pelo limite de velocidade em certas zonas do circuito, como o Flugplatz, local onde aconteceu o acidente de Jann Mardenborough, que matou um espectador.

Entre as medidas, estão uma redução de cinco por cento na potência desses carros, e um limite de 200 km/hora em locais como Flugplatz, Schwendenkreuz e Antoniusbuche. Noutros sitios, como em Pflanzgarten ou Metzgerfeld, o acesso será limitado aos espectadores até que sejam construídas novas instalações onde eles possam ver as corridas de modo seguro.

Eis algumas das medidas publicadas no comunicado oficial:

- Os carros das classes mais velozes terão uma redução de cinco por cento da potência do motor.

- A fim de evitar que os carros fiquem no ar, a velocidade em locais críticos como Flugplatz, Schwedenkreuz e Antoniusbuche terá de ser reduzida.

- Haverá um limite de velocidade de 200 km/h (250 km/h em linha reta na 'Döttinger Höhe') em algumas centenas de metros antes destas partes da pista.

- Os limites de velocidade serão impostos por GPS com pesadas multas para as infracções. Uma vez que os carros passaram a zona de limite de velocidade, a aceleração será de novo permitida.

- Em zonas como Flugplatz, Schwedenkreuz, Metzgesfeld e Pflanzgarten, o acesso a determinadas zonas de espectadores será limitada até o trabalho de reconstrução foi concluído para permitir de novo a acesso total.

As medidas são controversas, pelo facto de, por um lado, colocar limites artificiais na competição e nos carros, mas por outro, é toda uma classe que pode voltar a correr, e não prejudicará as 24 Horas de Nurburgring, que esteve ameaçado devido à proibição da participação de uma determinada classe. Por agora, as medidas não se aplicam, por exemplo, ao WTCC, que vai correr no inicio de maio no Nordschleife.

Youtube Racing Crash: Mauricio Gugelmin, Formula Ford Festival, 1982


O Formula Ford Festival, que acontecia todos os anos em Brands Hatch, era uma das maiores realizações automobilisticas não só na Grã-Bretanha, como do mundo inteiro. Já houve três brasileiros a vencê-la (Chico Serra em 1977, Roberto Moreno em 1980 e Niko Palhares, em 1989), mas poderia ter havido mais um.

A edição de 1982 foi uma luta pela liderança entre Julian Bailey e Mauricio Gugelmin, piloto catarinense e amigo pessoal de Ayrton Senna e a briga no circuito "indy" foi tal que na curva antes da meta, ele tentou passar Bailey, mas fugiu de traseira e capotou, sem consequências.

O video não têm narração, só som ambiente, mas pode-se ver a preocupação do doutor em ver se ele está mesmo bem, enquanto ele vê o seu rival a vencer a corrida. Mas no final, ambos compensaram: chegaram à Formula 1, com diferentes sortes: Gugelmin na March-Leyton House e depois na Jordan, Bailey na Tyrrell e Lotus.  

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Youtube Motorsport Racing: Formula E em escolas


Eu sei que durante o dia da Formula E, entre a qualificação e a corrida, existe uma coisa chamada Formula E in schools. Basicamente, são os projetos escolares promovidos pela Formula E para mostrar aos mais novos a experiência de construir e competir num carro elétrico. E esses carros aparecerão depois na pista, numa competição local, para ver quem ganha.

O programa começou na quarta ronda, em Buenos Aires, e agora em Long Beach foi a terceira corrida do ano, e de uma certa maneira, é a competição mais lentas e mais silenciosas que poderão ver. A média destes carritos são de 90 km/hora e podem até ouvir as risadas das pessoas que estão nas bancadas a assistir a tudo isto, mas esta corrida de "tartarugas" até proporciona momentos divertidos, como a da partida, onde ninguém viu que as luzes estavam ligadas e quem viu foram as que estavam nas últimas filas. 

Atentem, por exemplo, no carro que está no sétimo lugar da grelha...

Noticias: Boullier e Watson acreditam na progressão da McLaren

Ex-piloto de Formula 1 entre 1973 e 1985, e antigo piloto da McLaren entre 1979 e 1985, o britânico John Watson acredita que a sua ex-equipa poderá apenas andar entre os da frente algures em 2017. Numa entrevista à Autosport britânica, "Wattie", que depois da Formula 1 foi comentador na Eurosport, afirmou que apesar do MP4-30 ter problemas de fiabilidade, progressos estão a acontecer, ao qual a experiência de Fernando Alonso e Jenson Button não são alheios.

Talvez levem até ao fim do ano para extrair todo o potencial que têm. Em 2016 pretenderão vencer corridas, e ser candidatos sérios, e em 2017, as coisas deverão estar equilibradas, e será aí que eles podem considerar se estão em posição de lutar pelos campeonatos", afirmou.

Para a corrida chinesa, Watson acha que irão haver progressos, com uma progressão bem forte em relação ao que aconteceu na Austrália e na Malásia. "Uma prestação muito mais forte do que vimos nas duas primeiras rondas”, concluiu.

No mesmo diapasão e na mesma publicação, Eric Boullier, o diretor desportivo da marca, afirma que apesar dos problemas, os progressos têm sido feitos e que em breve estarão nos pontos. "Nós não estamos nos pontos, mas estamos na frente da Force India. Contudo, não é onde queremos estar", começou por afirmar Boullier ao site Autosport.

"Ainda não estamos medindo o desempenho absoluto - que é quando você começa a lutar por uma pole-position e uma vitória - mas estamos medindo a comparação relativa com os testes de Barcelona e com a corrida na Austrália, e foi uma enorme diferença. Ambos os pilotos estavam felizes, na verdade, com o equilíbrio do carro e dirigibilidade, que é muito importante, e temos de continuar assim", concluiu.

O GP da China, que vai decorrer no circuito de Xangai, acontecerá no final da semana.

domingo, 5 de abril de 2015

A foto do dia (III)

Há uns dias, na apresentação dos Porsche nos testes colectivos em Paul Ricard, os três carros da marca apareciam em três cores diferentes: preto, branco e vermelho. Não só representavam as cores da antiga bandeira imperial, do Kaiser, mas também representaria algo mais recente na história do automobilismo: a primeira vitória da Porsche em La Sarthe, graças ao esforço da Porsche Salzburg, na... Áustria.

Os pilotos que conseguiram aquele feito foi o veterano alemão Hans Hermann e o britânico Richard Attwood. Attwood, ou "Dickie", não teve uma grande carreira na Formula 1 - onze pontos entre 1965 e 69, em carros como BRM, Cooper e Lotus - mas houve duas corridas onde se destacou, e ambas no Mónaco. No primeiro momento, em 1968, foi o homem da corrida, onde apesar de não ter conseguido apanhar Graham Hill, terminou no segundo lugar, e fazendo pelo meio a volta mais rápida. Acabou por ficar no resto desse ano para substituir Mike Spence, morto num acidente em Indianápolis quando tentava marcar um tempo com o Lotus 56.

No ano seguinte estava de novo no Mónaco, como subsitituto de Jochen Rindt após o seu acidente em Montjuich. Adaptou-se bem ao modelo 49, mas o fim de semana tinha sido conturbado, com a CSI - antecessora da FIA - ter decidido abolir as asas móveis, obrigando-os a tirar dos carros. No final, decidiu-se que as asas ficariam, mas passariam de monstros com mais de um metro de altura para asas fixas ao carro.

Depois de Le Mans, ambos decidiram fazer a mesma coisa: abandonar o automobilismo. Se Hermann tomou logo de imediato, Attwood fê-lo no final dessa temporada, depois de ajudar a Porsche a vencer o campeonato de construtores, ao lado de Pedro Rodriguez. Ainda voltou a Le Mans 14 anos depois, no meio dos Grupo C, no projeto da Aston Martin, mas a aventura durou pouco e ele, aos 44 anos, voltou à calma da retirada.

Attwood foi depois um dos pilotos que participou nas filmagens de Le Mans, com Steve McQueen. No final, comprou um dos 917 ali presentes e guardou-o, afirmando que iria ser "a sua pensão". E era verdade: trinta anos depois, colocou-o em leilão e valeu mais de um milhão de dólares.

Hoje em dia, quase 45 anos depois do feito de Le Mans, ambos estão vivos: Hermann têm 86 anos e ainda goza de vez em quando o previlégio de guiar algumas das máquinas do passado, enquanto que Attwood, que faz hoje 75 anos, também faz isso, para recordar os velhos tempos, especialmente em Goodwood. Aqueles em que não havia certeza se iriam chegar vivos ao final da corrida. 

A foto do dia (II)

Seis meses se passam hoje desde que Jules Bianchi teve o seu acidente em Suzuka. Nesses seis meses, onde do outono se fez inverno e agora se transformou em primavera, o piloto francês nunca se despertou para a realidade, desde o momento em que perdeu o controle do seu Marussia e chocou diretamente contra um trator que rebocava o Sauber de Adrian Sutil.

Nestes seis meses, pensamos, mas não falamos muito sobre Bianchi. Há uma espécie de suspensão do tempo, da vida. Aliás, é uma vida suspensa a que Bianchi vive, numa espécie de linbo onde não está vivo, mas não está morto. Aguardamos, não sem alguma angustia, pelo desfecho desta situação. Queremos o melhor, esperamos o pior, mas não vemos o final da viagem. Poderemos pensar como uma morte ao retardador, se quisermos. Mas não queremos.

Nesse tempo, a sua equipa caiu e está a levantar-se. Ele já saiu do Japão e já está na sua Nice natal, sendo tratado pelos melhores clinicos, num estabelecimento hospitalar, tentando que ele esteja o mais confortável possivel. Mas ele nunca mais acorda para a vida, não dá qualquer sinal de que podemos esperar por vida e redenção. E é isso que nos preocupa.

Mas como a esperança é a última a morrer, não queremos que nos deixe. E pedimos para que ele continue a lutar o mais que puder, enquanto rezamos por um milagre. 

A foto do dia

Nelson Piquet Jr, no circuito de Long Beach, a comemorar a sua primeira vitória na Formula E, 35 anos depois do seu pai ter comemorado no mesmo local a sua primeira vitória na Formula 1. O circuito americano já se tornou num classico do automobilismo, cumprindo o papel de ser o "Mónaco da California" quando Chris Pook o criou, em 1975. Ali, recebeu a Formula 1, a CART, a IndyCar, a Formula 5000, a IMSA e agora, a Formula E.

A corrida de 2015 tem muitas parecências com a de 1980. Piquet sénior dominou de ponta a ponta, como agora fez o seu filho, e o terceiro classificado de 1980 também era brasileiro. Era Emerson Fittipaldi, que vindo do último lugar da grelha, conseguia o seu último pódio da sua carreira ao volante do seu próprio carro. Aqui, neste sábado noturno, acabou por ser Lucas di Grassi quem subiu ao lugar mais baixo do pódio.

E nesta competição onde ainda ninguém repetiu a vitória, em seis corridas, a luta pela vitória do campeonato têm envolvidos dois brasileiros. Piquet e Di Grassi têm agora um ponto de diferença entre eles - 75 contra 74 - e estão ali porque são mais regulares do que a concorrência. Di Grassi subiu pela quarta vez ao pódio, enquanto que Piquet têm já três.

Agora, eles se dirigem para a Europa, para uma série frenética de quatro corridas em pouco mais de dois meses, a começar no Mónaco. Ambos aproveitaram o mau momento de Nicolas Prost e o quarto posto de Sebastien Buemi para se distanciar de ambos estes pilotos, mas tudo poderá acontecer a partir do Mónaco, para depois passarem por Berlim. Moscovo e a jornada dupla de Londres, a 27 e 28 de junho.

Mas hoje, o feito de Nelsinho fez recordar tempos idos. Não creio que isso seja a redenção de momentos mais embaraçosos, mas de uma certa forma, é mais um passo em termos de redenção. E curiosamente, aconteceu quando a equipa mudou de pintura no seu carro...  

Nelson Piquet Jr, 35 anos (e outra competição) depois

As coisas na Formula E são feitas num só dia. É um dia longo, mas bem proveitoso: primeiro, os treinos livres, depois a qualificação - por volta do meio-dia, hora local, e por fim, pelo meio da tarde, é a hora da corrida. E menos de três horas depois de Sebastien Buemi ter conseguido a sua segunda pole-position da temporada, máquinas e pilotos preparavam-se para a partida da sexta prova do campeonato inaugural da competição elétrica.

Disse Buemi? Pois... ainda antes da corrida começar, o piloto suiço perdeu dez lugares por ter usado demasiado... a potência das baterias. O grande beneficiado por isso foi o alemão Daniel Abt, no novo poleman.

A partida em Long Beach começou com Nelson Piquet Jr a passar Daniel Abt e conseguir a liderança da corrida. E ficou lá até ao final, onde confirmou ser o sexto piloto a conquistá-lo, em seis corridas diferentes. Trinta e cinco anos depois do seu pai ter conseguido o mesmo na Formula 1. E também houve outra coincidência: o terceiro classificado, também ocupado por um brasileiro. Em 1980 foi Emerson Fittipaldi, em 2015 foi Lucas di Grassi. Só que ele não veio do último lugar da grelha...

Jean-Eric Vergne conseguia o seu primeiro pódio no campeonato - e o quarto da Andretti - e Di Grassi era o terceiro, conseguindo assim regressar à liderança do campeonato. Quanto a Antonio Félix da Costa, conseguiu um sétimo lugar e manteve o sexto lugar na geral, embora tenha a ameaça de Jerome D'Ambrosio, que nesta corrida foi sexto, um lugar à sua frente.

Na classificação geral, Di Grassi e Piquet estão separados... por um ponto, quando a próxima corrida do campeonato vai acontecer dentro de um mês, a 9 de maio, no Mónaco.

Youtube Motorsport Race: A corrida de Long Beach na íntegra

A corrida aconteceu esta madrugada em terras europeias, onde Nelson Piquet Jr. conseguiu passar Daniel Abt na largada e dominou até à bandeira de xadrez. Tal como o seu pai há 35 anos, foi uma corrida com algumas coincidências: dominou de principio a fim e no terceiro posto, tivemos outro brasileiro no pódio, que foi Lucas di Grassi, no outro carro da Abt.

Após esta etapa do campeonato, a luta pelo comando está ao rubro entre dois brasileiros: Di Grassi lidera, mas Piquet têm apenas um ponto de desvantagem, 75 contra 74. Nicolas Prost não teve uma grande corrida e foi penalizado, enquanto que houve duas situações de Safety Car, um por causa de Scott Speed, outra porque Jarno Trulli levou um toque de Charles Pic.

De resto, eis o video da corrida na íntegra, para quem não viu, ou quem queira ver de novo.