sábado, 4 de julho de 2015

A foto do dia

Nunca podemos esquecer que hoje seria o dia de aniversário de Roland Ratzenberger. E hoje seriam 55, os anos que teria cumprido.

Onde quer que estejas, feliz aniversário. E cumpriste o teu sonho, não te preocupes.

The End: Carlo de Gavardo (1969-2015)

O corredor chileno Carlo de Gavardo morreu este sábado em Buin, nos arredores de Santiago, vitima de um enfarte do miocárdio. O antigo motard estava a fazer exercício físico com o seu filho quando sofreu o ataque cardíaco. Levado a um hospital próximo e apesar dos esforços dos médicos, acabou por morrer. Iria fazer 46 anos na próxima terça-feira.

Por causa disso, foi cumprido um minuto de silêncio no inicio da final da Copa América, entre Chile e Argentina.

Nascido a 14 de julho de 1969, Gavardo começou a correr em competições de Enduro em 1986, onde se tornou campeão nacional por nove vezes seguidas até 1994. Por essa altura, depois de representar o seu país no Mundial de Enduro, foi participar em 1996 no Paris Dakar, onde terminou na 17ª posição. A partir dali, o "Condor de Helquen" tornou-se num participante regular, acabando em 2001 a conseguir a sua melhor posição de sempre, no terceiro lugar. Quatro anos antes, em 1997, chegara em quarto lugar no Master Rally, entre Paris e Pequim.

Em 2006, volta a ter um lugar de destaque no Rali Lisboa-Dakar, ao acabar na quinta posição da geral e no ano seguinte, no Rali dos Faraós, foi o sétimo e vencedor na categoria Diesel.

Com a chegada do Dakar à America do Sul, continuou a correr em motos, até fazer a transiçõo para os automóveis, primeiro num Hummer, depois num Chevrolet, 




WRC 2015 - Rali da Polónia (Dia 2)

O segundo dia do Rali da Polónia ficou marcado pela continuação do duelo entre Volkswagens, com Jari-Matti Latvala e Anders Mikkelsen a perseguirem Sebastien Ogier na liderança do rali, com outros pilotos à espreita, como Ott Tanak e Kris Meeke.

E este sábado começou com as classificativas mais limpas, sabiamente aproveitadas por Sebastien Ogier para ampliar a liderança do rali sobre Mikkelsen em três segundos. Atrás, Latvala e Tanak discutia a terceira posição, com Haydon Paddon a aproximar-se desses dois. Contudo, nas classificativas seguintes, o piloto da Ford aproximou-se bastante, vencendo duas das classificativas da manhã. No final da amanhã, Ogier continuava a liderar, mas tinha Mikkelsen a 3,1 segundos e Latvala a 14,2, com Tanak bem próximo, a 16,2 segundos. mesmo depois de uma pequena excursão fora de estrada.

A tarde começava com Ogier a reagir e a tentar afastar-se de Mikkelsen, mas na 14ª especial, os espectadores eram muitos e a organização achou por bem cancelar a especial, recomeçando na classificativa seguinte, a segunda passagem por Wiezlicki. Ali, o norueguês da Volkswagen conseguiu vencer a especial e ficar a 5,8 segundos de Ogier. E essa especial foi tão renhida que Jari-Matti Latvala, que é quarto, perdeu apenas 0,2 segundos para Mikkelsen e tirou seis décimas a Tanak, recuperando o lugar no pódio com uma vantagem de... meio segundo para o adversário da M-Sport.

Mas no final do dia, Tanak venceu a penultima classificativa do dia e recuperou o lugar mais baixo do pódio, enquanto que Mikkelsen reduzia a diferença a Ogier para 4,8 segundos. Depois, Ogier venceu e conseguiu alargar a diferença em 0,9 segundos, para 5,6. 

Mas o mais incrivel é que a diferença do primeiro para o quarto posto são de meros... dezanove segundos. Tanak é o terceiro, a 17,6 segundos, enquanto que Jari-Matti Latvala está a 19,1 segundos. Haydon Paddon é o melhor dos Hyundai, na quinta posição, mas está a 55,9 segundos. O seu companheiroa de equipa, Thierry Neuvuille, é no sexto posto, com 19,4 pontos de atraso sobre Paddon e a um minuto e 15 segundos de desvantagem sobre o líder.

Não muito longe, a um minuto e 29 segundos está Robert Kubica, no seu Ford, enquanto que dez segundos atrás está Kris Meeke. A fechar o "top ten" estão o segundo Citroen de Mads Ostberg, a um minuto e 56 segundos, e o terceiro Hyundai de Dani Sordo, a dois minutos e 17 segundos.

O rali da Polónia termina amanhã.

Formula 1 2015 - Ronda 9, Grã-Bretanha (Qualificação)

Depois de Montreal, a Formula 1 estava em solo britânico, numa das catedrais do automobilismo. O circuito de Silverstone iria albergar neste fim de semana a nona prova do Mundial de Formula 1, numa altura em que chegava ao equador do campeonato, num equilibrio a dois entre os pilotos da Mercedes... com o resto do pelotão a observar, qual "Combate dos Chefes". Com um britânico na luta pelo título, era mais do que certo que as bancadas se encheriam - são esperados 140 mil espectadores neste fim de semana! - todos para apoiar Lewis Hamilton, o atual campeão do mundo, na sua luta pelo tricampeonato.  

O mais interessante nesta ronda britânica era saber como é que Lewis Hamilton iria reagir perante o seu público, especialmente quando sabe que Nico Rosberg, seu companheiro de equipa - que pensava estar neutralizado após a sua entrada de leão na temporada - estava a começar a mostrar-se, com três vitórias nas últimas quatro corridas. E por causa disso, a luta pelo comando do campeonato estava muito equilibrado, com apenas dez pontos a separar ambos. e um lugar na grelha de partida era importante. 

E claro, se o imprevisível tempo britânico iria ajudar nisso.

A qualificação começava com céu nublado e algum calor na zona de Silverstone, mas os do costume tinham os seus problemas: a McLaren queixava-se de problemas de tração, mas para piorar as coisas, a direção de prova decidira ser rigoroso: quem colocasse as quatro rodas fora da pista na curva Copse, veria os seus tempos anulados. Nico Hulkenberg, Pastor Maldonado e até Sebastian Vettel tinham sido apanhados a fazer isso. Já no lado da Mercedes, os dois pilotos marcavam tempo, mas sem forçar.

No final, os pilotos começaram a moderar-se e os eliminados foram os do costume: McLaren e Manor-Marussia. Ainda havia uma réstia de esperança para o pessoal de Woking, mas essa ilusão desvaneceu-se logo. E o piloto que sobrou foi o Sauber de Felipe Nasr, mas apenas por meros 0,1 segundos.

Na Q2, apesar dos fogachos iniciais da Williams, foi a Mercedes que acabou com a brincadeira, com Rosberg na frente de Hamilton, conseguindo uma vantagem de 331 centésimos sobre o inglês e claro, passar para a Q3. Atrás, foi a briga habitual. Se Ferrari e Red Bull passaram facilmente - Kvyat fez o quarto melhor tempo, na frente de Vettel - na parte de trás, a angustia foi grande. O maior frustrado tinha sido Max Verstappen, que tinha carro para entrar, mas não conseguiu mais do que a 13ª posição da grelha, fazendo companhia a Marcus Ericsson, Sergio Perez, os Lotus de Pastor Maldonado e Romain Grosjean. Do outro lado, os sortudos foram Carlos Sainz Jr. e Nico Hulkenberg.

A Q3 foi de ataque para Lewis Hamilton, que fez 1.32,248 segundos, fazendo um tempo superior em um centésimo de segundo ao piloto alemão. A Williams ficava com a segunda fila - Bottas superior a Massa - e os Ferrari a ficar com a terceira fila, com Raikkonen a ser mais veloz do que Vettel. Depois de um momento em que foram às boxes, trocar de pneus, saiam para a sua última tentativa em pista, e quando a bandeira de xadrez foi mostrada, Hamilton abortou a sua tentativa de qualificação, quando viu que Rosberg não iria melhorar.

Assim sendo, Lewis Hamilton conseguia mais uma pole-position, a oitava do ano, e pela 17ª vez consecutiva colocava o seu carro na primeira fila, igualando o recorde de outro britânico, Damon Hill. Nico Rosberg era o segundo, e o monopólio da Mercedes segue firme e forte. Felipe Massa foi o terceirom conseguindo superar o seu companheiro de equipa, Valtteri Bottas, e relegando a Ferrari para a terceira fila, com Raikkonen a ser melhor do que o aniversariante Vettel.

A fechar o top ten ficaram o Red Bull de Kvyat, o Toro Rosso de Carlos Sainz Jr, o segundo Red Bull de Daniel Ricciardo e o Force India de Nico Hulkenberg.

No final, é aquela previsibilidade do qual a Formula 1 está a observar desde o inicio de 2014. Só por quatro vezes é que houve um vencedor diferente que não os Mercedes, e provavelmente é o que vai acontecer amanhã. Mas provavelmente o elemento potencialmente desiquilibrador nisto tudo é saber se Lewis Hamilton conseguirá vencer em casa. Já provou que sim, e ele vai querer responder às vitórias de Rosberg, e por vezes, o inglês cede à pressão...

sexta-feira, 3 de julho de 2015

A foto do dia

Sebastian Vettel, no GP da Índia de 2013, reverenciando o carro que lhe deu os seus quatro títulos mundiais.

Hoje é o 28º aniversário natalício deste pilotos alemão de Heppenheim. E esta, creio eu, é a melhor altura de declarar a minha admiração por este piloto. Não vou dizer que é o melhor da sua geração, mas direi que ele é aquilo que mais se aproxima da idolatria.

Tenho hoje uma visão desapaixonada dos pilotos. Não são infalíveis, têm os seus dias maus, não os defendo de modo incondicional. Aliás, mesmo quando na minha infância seguia os feitos de Ayrton Senna, não gostava de algumas atitudes mais musculadas da sua parte. Os pilotos não são deuses, são de carne e osso, e a história demonstrou vezes sem conta, podem acabar por morrer ao volante dos seus carros.

Mas Sebastian Vettel agarrou-me desde aquela tarde chuvosa de Monza. Aquele fim de semana surreal, onde quase parecia que os porcos estavam a voar e as galinhas cresciam dentes, pois nunca se vira um piloto de 21 anos, a bordo de um Toro Rosso, a superar toda a gente, Ferrari e McLaren incluídos, e fazer a pole-position. E depois, a fazer uma corrida irrepreensível, para chegar ao lugar mais alto do pódio. Como a Autosport portuguesa escreveu depois, "A vitória do puto maravilha!"

E a esmagadora maioria das pessoas nem associou a outra mitica vitória, dominante, que tinha acontecido 23 anos antes, no Autódromo do Estoril, a um certo brasileiro...

Aprendi a não ter expectativas, mas sabia que ali, estava um piloto com estofo de campeão, e com uma máquina competitiva, as vitórias e os títulos apareciam com naturalidade. E apareceram: quatro, de seguida, numa era em que ganhou admiradores.

E claro, detratores. Precisamente um ano antes, no mesmo lugar, Fernando Alonso desvalorizava as vitórias de Vettel, afirmando que eram as vitórias do Adrian Newey, o projetista dos seus carros. O piloto espanhol lutava pelo título com o alemão, e usava todas as armas para o destabilizar. Foram declarações infelizes, e só demonstrava a frustração de um piloto que julgava que seria como Schumacher, que seria ele a dominar o campeonato. Andou perto em 2010 e 2012, mas ele saiu da Scuderia sem títulos, e agora, pena na McLaren-Honda, ainda por cima... sem pontuar!

Mas recordo sempre que os fãs mais fanáticos do piloto espanhol pegaram nas declarações do seu ídolo e fizeram de tudo para o diminuir. Os famosos assobios em 2013, onde durante seis corridas seguidas os fãs na tribuna assobiavam sempre que ele erguia o troféu de vencedor... até me admiro como ele teve fair-play e paciência para aturar tudo isso. De uma certa forma, era mais uma atitude de campeão, que demonstrava ter.

Agora, está na Ferrari. E mesmo numa altura em que parece que a Mercedes "come" tudo, Vettel brilha. Aquela vitória na Malásia foi sem dúvida, uma das mais bem conseguidas, do qual abalou a soberba dos alemães de Brackley (quem diria!) e deu a Maranello um piloto para quem possam admirar. Mesmo com carros inferiores - o único mau ano dele foi 2014 - ele demonstrou ser um piloto que tirava o melhor do carro e de si, quando o carro não colaborava. De uma certa forma, conseguia ser mais consistente em termos de resultados do que o veterano Kimi Raikkonen. E é por causa disso que ele é o melhor dos não-Mercedes, no terceiro lugar, bem distante dos Williams e até da sua ex-equipa, a Red Bull.

Poderá ser complicado alcançar mais títulos, mas é por agora. Da maneira como andam as coisas, a Ferrari ainda arranjará forma de voltar aos lugares da frente. E se Vettel lá estiver, será candidato ao título, com certeza.

Até lá... "Alles Gute Zum Geburtstag, Seb!" (Feliz Aniversário, Seb!)

WRC 2015 - Rali da Polónia (Dia 1)

Sebastien Ogier é o lider do Rali da Polónia, após um dia agitado, com pelo menos três lideres e um deles algo inesperado: o estónio Ott Tanak deu espectáculo no seu Ford Fiesta, antes de ser superado pelo piloto da Volkswagen.

Depois do francês da Volkswagen ter ganho no dia anterior por meio segundo sobre... Robert Kubica, o dia começou com uma classificativa de treze quilómetros, vencida por Anders Mikkelsen, que se tornou no novo lider do rali, com 2,3 segundos sobre Ott Tanak. Ogier - que abriu a estrada - somente foi o quinto na especial e desceu para terceiro na geral, realçando, porém da rapidez dos troços: "Andamos a 129,6 quilómetros por hora!", afirmou no final.

A segunda classificativa do dia - a de Goldap, com 18,75 quilómetros - teve nova mudança de líder, com Ott Tanak a ser mais veloz por meros 0,1 segundos e a ficar com a liderança sobre Mikkelsen. Ogier tinha mais dificuldades e caia mais uma posição, superado por Jari-Matti Latvala. Kris Meeke era o quinto, sendo o melhor dos Citroen, enquanto que Haydon Paddon vinha a seguir, conseguindo passar Robert Kubica.

No final da manhã, Tanak consolidava a liderança, com uma vantagem de 3,9 segundos sobre Ogier na especial, e tinha uma distancia de 4,9 segundos sobre Mikkelsen. E ele estava contente para marcar uma posição: "Estou a andar a fundo. O carro está bom e eu estou a tirar partido. As instruções da equipa são para mostrar aos outros que estamos cá", afirmou. Atrás, Paddon passava Meeke e era quinto na geral, enquanto que Neuville superou Kubica e era o sétimo na geral.

Pela tarde, na segunda passagem por Babki, Ogier começou a reagir e encurtou as diferenças para Mikkelsen e Tanak, numa altura em que a escolha dos pneus começava a ser importante, com o francês a forçar, enquanto que o estónio da Ford a afirmar que tinha de começar a gerir.

E parecia que Ogier aproveitava as segundas passagens pelas classificativas polacas, já limpas, para se aproximar da liderança. Duas vitórias seguidas fez com que alcanlasse a liderança, com uma vantagem de 1,7 segundos sobre Anders Mikkelsen, enquanto que Ott Tanak caia para terceiro, a queixar-se dos seus travões e da degradação dos pneus, que até o fizeram sair da estrada, mas sem perder muito tempo. Meeke perdia três posições e caia para a oitava posição, enquanto que Paddon era agora o quinto.

O final do dia ainda reservou uma surpresa, com a vitória do Ford de... Martin Prokop, a ser o quinto vencedor de um troço neste dia, conseguindo uma vantagem de 1,8 segundos sobre Ogier, mas o francês terminava o dia com uma vantagem de 2,3 segundos sobre Anders Mikkelsen.

Jari-Matti Latvala era o terceiro da geral, a meros 10,8 segundos, enquanto que Ott Tanak era agora o quarto - e melhor dos não-Volkswagen - perdendo 16,5 segundos para o lider. Haydon Paddon era o quinto, e o melhor dos Hyundai, a 35,9 segundos, e com uma vantagem de 1,4 segundos sobre Robert Kubica, o sexto classificado. Thierry Neuville tinha saído para o sétimo posto, enquanto que Kris Meeke agora tinha uma desvantagem de um minuto e sete segundos, sendo o oitavo classificado.

A fechar o "top ten" estavam o terceiro Hyundai de Dani Sordo e o Ford de Elfyn Evans, a um minuto e 41 segundos do piloto da frente.

O rali da Polónia continua amanhã. 

Rumor do dia: O provavel calendário para a segunda temporada da Formula E

Esta sexta-feira, soube-se que a organização da Formula E entregou à FIA o calendário da segunda temporada, com algumas alterações interessantes em relação à temporada anterior. E algumas delas são bem interessantes: continuarão a haver doze corridas em onze lugares, com o inicio e o fim a manterem-se nos mesmos locais: Pequim, na China, a 17 de outubro, e a cidade de Londres, com uma jornada dupla, a 25 e 26 de junho de 2016.

As entradas serão as corridas de Paris e da Cidade do México, que usará uma parte do Autódromo Hermanos Rodriguez, que seria a primeira corrida em pista, em vez de ser nas ruas da cidade. No caso da capital francesa, seria uma corrida na zona dos Invalides, perto da Torre Eifel. A corrida aconteceria a 24 de abril e seria a primeira de quarto na Europa.

Quanto às saídas, as corridas de Miami e do Mónaco sairiam de cena. Mas há ainda uma data por preencher, em março, antes da corrida de Long Beach, que poderá ser em Abril. Candidatos não faltam, desde Bruxelas às cidades de Roma e Nápoles, em Itália, bem como Montreal, e até... uma corrida no Cazaquistão! Para além disso, não haverá corridas em janeiro, e vai-se tentar evitar colisões com o calendário da Endurance, nomeadamente as 24 Horas de Le Mans.

O calendário será apresentado oficialmente dentro de uma semana, a 10 de julho.

Eis o possível calendário:

17 de outubro - Pequim, China
21 de novembro - Putrajaya, Malásia
12 de dezembro - Punta del Este, Uruguai
Fevereiro - Buenos Aires, Argentina
Fevereiro - Hermanos Rodriguez, Cidade do México
Março - A Anunciar
Abril - Long Beach, Estados Unidos
24 de abril - Paris, França
21 de maio - Berlim, Alemanha
11 de junho - Moscovo, Rússia
25-26 de junho - Londres, Grã-Bretanha

Youtube Motorsport Climbing: Um carro elétrico a subir o Pikes Peak

O nome do piloto neozelandês Rhys Millen pode não ser muito conhecido, mas ele é um dos melhores drifters do mundo, e ainda por cima vem de uma conhecida familia automobilistica, pois é filho de Rod Millen, que andou nos ralis e do drifting, e é sobrinho de Steve Millen, que andou nos anos 80 pela IMSA, ao serviço da Nissan, e venceu as 24 Horas de Daytona e as 12 horas de Sebring.

Pois bem, na semana passada, Rhys Millen esteve em Pikes Peak para vencer a competição, e ele se apresentou com uma máquina de... 1368 cavalos. E mais um pequeno detalhe: o carro era eletrico.

Com o PP03 (que é o nome do chassis do carro), não só venceu, como obteve um tempo de nove minutos e três segundos, que não sendo o suficiente para bater o recorde de Sebastien Loeb, que é de oito minutos e 38 segundos, é certamente o carro elétrico mais veloz a subir a mítica montanha americana. 

Deixo-vos aqui o video da subida. Vi pela primeira vez no sitio do Top Gear britânico.

GP Memória - França 2005

Duas semanas depois das polémicas em Indianápolis, a Formula 1 tentava voltar à normalidade em solo europeu, com a realização do GP de França. Este seria o primeiro de quatro corridas que aquele mês iria ter, o mais ocupado até então da história da categoria máxima do automobilismo. Sem alterações no pelotão, máquinas e pilotos preparavam-se para o fim de semana competitivo.

A primeira grande alteração na qualificação foi na McLaren, quando o motor V10 da Mercedes de Kimi Raikkonen rebentou e teve de cumprir uma penalização de dez lugares por causa disso. o piloto finlandês acabaria a qualificação na terceira posição, mas iria largar na 13ª posição.

Na frente ficou Fernando Alonso, que no seu Renault, conseguia a terceira pole-position da temporada, com Jarno Trulli, da Toyota, a seu lado. Michael Schumacher era o terceiro, seguido do BAR-Honda de Takuma Sato, enquanto que na terceira fila estavam o segundo Ferrari de Rubens Barrichello e o segundo Renault de Giancarlo Fisichella. Jenson Button, no segundo BAR-Honda, era o sétimo na grelha, seguido pelo McLaren de Juan Pablo Montoya, e o "top ten" fechava com os Sauber de Felipe Massa e Jacques Villeneuve.

Debaixo de um tempo tipicamente de verão, a corrida começou com Alonso a afastar-se de Trulli, que aguentava os ataques dos Ferrari de Schumacher e Barrichello, que conseguira passar o BAR de Sato. Atrás, Raikkonen também arrancava bem, conseguindo passar o Toyota de Ralf Schumacher e o Williams de Mark Webber, para ser o 11º no final da primeira volta.

Nas voltas seguintes, Alonso afastava-se do resto do pelotão, encravado atrás de Trulli. Os primeiros reabastecimentos aconteceram na volta 17, quando Barrichello foi às boxes. Na volta seguinte, Trulli e Schumacher reabasteceram, com o alemão da Ferrari a ser mais veloz e conseguindo ficar com o segundo posto. Alonso parou na volta 20, com quase trinta segundos de vantagem sobre o segundo classificado, logo, quando voltou à pista, manteve a liderança, com os McLarens de Montoya e Raikkonen logo atrás, ficando ali até à volta 25, quando o colombiano reabasteceu. Raikkonen aguentou até à volta 28, saindo na frente do seu companheiro de equipa.

A partir dali, o grande incidente aconteceu na volta 34, quando o Minardi de Christijan Albers bateu forte na barreira de proteção, causando bandeiras amarelas no local. Alonso parou de novo na volta 41, e voltou mantendo a liderança, com Raikkonen atrás, mas de forma muito distante, com Montoya atrás. Este retirou-se na volta 46, devido a uma falha no sistema hidraulico, deixando Michael Schumacher na terceira posição, que o manteve na volta 51, quando reabasteceu.

Até ao fim, o grande incidente de monta foi quando na volta 58, Giancarlo Fisichella deixou morrer o motor enquanto fazia o seu segundo reabastecimento. Os mecânicos conseguiram fazer funcionar o motor de novo, mas perdeu dois lugares, de quarto para sexto.

No final, Alonso vencia pela quinta vez na temporada, indo calmamente a caminho do seu campeonato, com Kimi Raikkonen a ver recompensada a sua estratégia com um segundo lugar, embora a onze segundos de Alonso. Michael Schumacher ficava com o lugar mais baixo do pódio, enquanto que Jenson Button conseguia os primeiros pontos da BAR na temporada. Jarno Trulli foi o quinto, seguido pelo Renault de Giancarlo Fisichella, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficavam o segundo Toyota de Ralf Schumacher e o Sauber de Jacques Villeneuve.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Youtube Rally Crash: O acidente de Kris Meeke no "shakedown"

O Rali da Polónia começa esta noite, mas antes, no shakedown, o britânico Kris Meeke capotou o seu Citroen da maneira como vemos nesse video. Os estragos foram grandes, mas a equipa recebeu autorização da organização porque, depois de verificados os estragos, o "roll-bar" não foi afetado e a segurança do piloto e do seu navegador não estavam em perigo.

A(s) foto(s) do dia

Passam hoje 30 anos sobre o seu desaparecimento. E como já disse muito sobre ele ao longo destes anos, hoje vou ser sintético nas palavras: ele é um herói para os nossos tempos. Porque ao menos , David Purley tentou salvar Roger Williamson, quando muitos ficaram quietos. E precisamos de exemplos desses nestes tempos que correm.

Claro, foi herói por mais coisas, e no fim de semana do GP britânico, recordamos também o seu acidente de 1977, onde sobreviveu a 176,2 G's de força no seu próprio carro. E continuo a dizer que a sua vida vale um filme de Hollywood. Pode ser que um dia façam. 

GP Memória - França 2000

Duas semanas após a corrida canadiana, máquinas e pilotos estavam de regresso à Europa para fazer o GP de França, que era disputado no sinuoso circuito de Magny-Cours. Entre esse tempo, a Formula 1 fez testes no mesmo lugar para se preparar para a corrida, e a McLaren estava esperançada de que iria apanhar a Ferrari, apesar de esta ter vantagem no campeonato, graças a Michael Schumacher, que liderava com 22 pontos de avanço, e parecia que ia imparável a caminho do tricampeonato.

Se não havia alterações na lista de inscritos, isso não acontecia que as coisas estavam paradas nos bastidores: a Benetton tinha anunciado um acordo para que em 2001, teriam de novo motores Renault, enquanto que a Jordan anunciava que iria ter motores Honda nesse ano, deixando cair o preparador Mugen no nome. E a McLaren anunciava também que iria renovar o contrato aao escocês David Coulthard.

Na qualificação, o melhor era Schumacher, que conseguira um avanço de 102 centésimos sobre Coulthard. Na segunda fila ficaram o Ferrari de Rubens Barrichello, que tinha a seu lado o segundo McLaren de Mika Hakkinen. Ralf Schumacher, no seu Williams, e Eddie Irvine, no seu Jaguar, ocupavam a terceira fila, enquanto que na quarta estavam o BAR-Honda de Jacques Villeneuve e o Jordan-Mugen Honda de Heinz-Harald Frentzen. A fechar o "top ten" estavam o segundo Jordan de Jarno Trulli e o segundo Williams do jovem Jenson Button.

Debaixo de um tempo idilico de verão, máquinas e pilotos preparavam-se para a corrida. Quando as luzes se apagaram, Schumacher defendeu-se de Coulthard, enquanto que Barrichello aproveitou para ficar com o segundo lugar. Irvine caia algumas posições, para o décimo posto, sendo passado por Ralf, Frentzen, Trulli e o Sauber de Mika Salo. Em contraste, Jacques Villeneuve conseguira passar o piloto da Williams e era quinto, atrás de Hakkinen.

Nas voltas seguintes, Schumacher começa a ir embora do resto do pelotão, enquanto que Barrichello segurava os McLaren. Na décima volta, a diferença já estava em cinco segundos, e na volta 18, já era de 6,2 segundos. Três voltas depois, Jarno Trulli era o primeiro piloto dos da frente a parar para reabastecimento, seguido por Villeneuve, Frentzen e Ralf Schumacher. Na volta seguinte, Coulthard conseguia passar Barrichello para ficar com o segundo lugar, mas pouco depois, ambos paravam nas boxes, o que indicava que iriam fazer dois reabastecimentos. Nas duas voltas seguintes, Hakkinen e Michael Schumacher também iriam fazer o primeiro reabastecimento.

Na saída das boxes, o alemão manteve a liderança, mas a partir dali, Coulthard tinha pneus mais eficazes e na volta 32, estava bem perto do alemão, que tentou a sua sorte na travagem para o gancho de Adelaide, mas Schumacher defendeu-se de forma musculada, de tal maneira que o escocês travou para evitar a colisão. Zangado, Coulthard respondeu com o dedo do meio, ou como diria Nelson Piquet, "mandando aquele gesto bacana"...

Entretanto, Hakkinen aproximou-se dos dois primeiros, mas na volta 40, Coulthard voltou a tentar a sua sorte, com sucesso para o piloto da McLaren. A seguir, viu aproximar Mika Hakkinen, altura em que aproveitaram para irem para as boxes pela segunda vez para reabastecer, na volta 43. Ambos saíram atrás de Barrichello, mas quando este parou, na volta seguinte, os dois regressassem ao segundo e terceiro classificado, respectivamente.

Ambos rolavam juntos, com o finlandês a tentar encontrar uma oportunidade de passar o alemão até que na volta 59, o motor Ferrari explode e Schumacher encosta à berma, com Hakkinen a herdar o segundo posto.

Com isto, o resto da corrida não teve muita história, com os McLaren a comemorar uma dobradinha quando foi mostrada a bandeira de xadrez, com Coulthard como vencedor e Hakkinen na segunda posição, a 14 segundos do vencedor. Rubens Barrichello ficou com o lugar mais baixo do pódio, com os restantes lugares pontuáveis a ficar para o BAR de Jacques Villeneuve, o Williams-BMW de Ralf Schumacher e o Jordan-Honda de Jarno Trulli.  

Noticias: Manor-Marussia têm novo patrocinador

A Manor apresentou esta tarde mais um novo patrocinador, a forma de contentores Flex-Box. Baseada em Hong Kong, a firma fabrica e manda mais de 25 mil contentores para todas as partes no mundo, e vai estar nos flancos dos Manor até ao final da temporada, sendo o segundo patrocinador a aparecer na equipa de Banburry, depois da Airbnb.

"Estamos muito satisfeitos em receber a Flex Box na Marussia F1 Team Manor" começou por dizer o chefe de Manor, John Booth, no comunicado oficial da marca. "Somos duas empresas muito ambiciosas, aspirando a um enorme crescimento na cena internacional e também fazer um grande impacto nas nossas respectivas indústrias", continuou. "Este é a nossa segunda parceria em poucas semanas, logo, são tempos excitantes no desenvolvimento da nossa equipa. É muito gratificante para nós poder acolher marcas de pensamento similar para se juntar a nós nesta jornada e ajudá-los a alcançar seus próprios objetivos", concluiu Booth.

Já do lado da empresa, Henrik Nielsen, o proprietário da empresa, começou por afirmar: "Estou muito contente de ter acordado uma parceria entre Flex Box e a Marussia F1 Team Manor, e anunciar isso no seu Grande Prémio caseiro, neste fim de semana". 

"Temos um forte pedigree no automobilismo, com parcerias em nove categorias diferentes. De uma certa forma, a Flex Box já tem uma forte presença no desporto automóvel. Estamos muito satisfeitos por ter estendendo essa presença na Fórmula 1, num movimento que é representativo das nossas ambições globais para o crescimento do nosso negócio", concluiu.

A partir de agora, os carros de Will Stevens e Roberto Merhi terão mais uma cor nas suas carenagens, o azul.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

As fotos do dia






Eu já disse isto num destes "Dias de São Gilles e São René": que nunca uma corrida teve um vencedor tão subestimado. Ainda por cima, um vencedor que tinha alcançado algo incrível na história da Formula 1: o primeiro piloto a vencer com um carro com motor Turbo. E mais do que isso, pois falamos de um piloto francês, num carro francês, com pneus franceses e motor francês. E isso, em 1979, era único.

Para melhorar isso, a vitória de Jabouille e da Renault acontecia quase dois anos após a sua estreia em Silverstone. Os críticos, especialmente os britânicos gozavam com eles, chamando ao carro de "chaleira amarela", e pessoas como Bernie Ecclestone, então o patrão da Brabham, tinham declarado prematuramente o fracasso do motor Turbo. Poucos meses depois, já falava com a BMW para que fizesse um motor de 4 cilindros em linha para colocar nos seus carros...

Mas azar dos azares, Jean-Pierre Jabouille alcançou a sua primeira vitória na pior altura possível. Porque as câmaras da televisão francesa andaram a parte final da corrida a captar as imagens do segundo e terceiro classificado, o Ferrari de Gilles Villeneuve e o segundo Renault de René Arnoux. O francês queria fazer a dobradinha para a Renault, e o canadiano queria mostrar que o seu flat-12 ainda era superior aos V6 Turbo. Mas no final, aquela luta mítica não era perfeita: o motor de Arnoux tinha um problema no seu Turbo que impedia de dar a devida potência.

Mas houve males que vieram por bem. Aquele momento ficou para a história. 

Noticias: Kubica ainda sonha com a Formula 1

No fim de semana do Rali da Polónia, Robert Kubica, o herói local, falou à imprensa sobre a sua carreira nos ralis e a possibilidade de um regresso à Formula 1, do qual vestá fora desde fevereiro de 2011, altura do seu acidente no Rali Ronda di Andora, onde ficou profundamente afetado na sua mão direita.

Na próxima temporada se alguém viesse ter comigo e dissesse: 'Robert, vais correr em Monza', eu aceitaria imediatamente. Sinto-me capaz de pilotar um Formula 1 em algumas pistas. Depois do acidente encontrei-me numa situação onde preciso constantemente de novos desafios para a minha carreira” entende o piloto polaco, atualmente com 30 anos.

Sobre o atual estado da modalidade, Kubica confessa que raramente acompanha os Grandes Prémios, mas considera que “a modalidade está menos atrativa porque os monolugares estão mais lentos. As voltas iniciais das provas estão cerca de oito segundos mais lentas do que em 2008” concluiu.

O Rali da Polónia começa amanhã com o "shakedown" e Kubica será dos mais seguidos, para além dos pilotos de fábrica.

terça-feira, 30 de junho de 2015

A Formula E pode ir para Imola?

Sempre achei que o grande defeito da Formula E é não ter um circuito permanente no seu calendário, e pensava que daquilo que ando a ouvir sobre o possivel calendário para a segunda temporada não teria grandes alterações. Mas parece que hoje surgiu algo completamente diferente: a proposta de um circuito permanente. E não é um qualquer: é Imola. Dizendo melhor... meia Imola.

A proposta foi mostrada hoje e mostra uma circuito de 2842 metros, onde é aproveitado o circuito entre Acqua Minerale, Variante Alta, Rivazza e a reta da meta, cortando antes de Tamburello, voltando à pista, evitando a Villeneuve, Tosa, e Piratella. Os subscritores são o presidente da câmara local, Daniele Manca, com o presidente da Con.Ami, Stefano Manara, que estiveram neste fim de semana de Londres com Alejandro Agag. O circuito cumpre os critérios, ou seja, um circuito com menos de 3000 metros, para que os carros consigam sempre ter energia para chegar ao fim.

Veremos se a proposta será aprovada. Alejandro Agag já disse há umas semanas que chegou a receber propostas de... 180 cidades para receber a competição elétrica.

A foto do dia

Esta foto é rara e vi no Facebook do Paulo Marinho Tavares: Jody Scheckter, em Fiorano, a testar o Ferrari 126C1 Turbo, que não iria aproveitar em 1981, porque tinha decidido abandonar a Formula 1. Com esta foto, decidi recordar o piloto, agora com 65 anos, radicado em paragens inglesas e a viver a sua vida como... agricultor biológico.

De origem judaica, nasceu em East London a 29 de janeiro de 1950, com um irmão mais velho, Ian, que também foi piloto. Depois de uma "entrada de leão" na McLaren, onde causou uma carambola na segunda volta do GP da Grã-Bretanha, em 1973, Scheckter mudou de atitude quando foi o primeiro a chegar aos destroços do carro de Francois Cevért, em Watkins Glen, nos treinos para o GP dos Estados Unidos daquele ano. A partir dali, o sul-africano só queria sair dali vivo.

Depois da Tyrrell e Wolf, Scheckter chegou à Ferrari no final de 1978 e aproveitou a ocasião para vencer em três provas, na Belgica, Mónaco e Itália. E por essa altura, os dias selvagens do piloto sul-africano já tinham desaparecido, tanto que aproveitou os passos em falso do seu companheiro de equipa, o canadiano Gilles Villeneuve, para ser campeão do mundo. E depois disso, Scheckter limitou-se a cumprir o contrato que tinha com Enzo Ferrari. Tanto que quando defendeu o titulo, conseguiu apenas dois pontos, contra os seis de Gilles.

Mas no meio disso tudo, foi um profissional dedicado até ao último dia, mesmo testando carros que sabia que não iria usar.

À caça de gambuzinos

Tem dias que dá nisto. Quem me conhece, sabe que gosto do que faço, e faço-o bem feito. E isso me deu ao longo destes oito anos de existência deste blog, vários convites para colaborar em sitios de automobilismo. Colaborei em sites como o Supermotores, o Portal F1, o Motordrome, a revista virtual Speed e recentemente, o Nobres do Grid e o Vavel Portugal. Sempre colaborei em automobilismo, escrevi sobre Formula 1, Ralis, Formula E, IndyCar, etc. Escrevi muito sobre a história e claro, sempre fui muito profissional e dei sempre o melhor, mesmo em momentos em que tinha de lutar contra mim mesmo e o meu desânimo, sempre que tinha frustrações de vária ordem.

Quando comecei nesta aventura, em 2007, estava desempregado, e sempre achei que isto serviria para duas coisas: a primeira, para me treinar a escrever noticias, reportagens, entrevistas, cronicas e afins, e a segunda serviria como montra para um possível empregador, que me recrutasse e pudesse por fim viver o meu sonho: ser pago para escrever. O sonho realizou-se por duas vezes, uma no inicio de 2009, quando fui para um jornal desportivo local, o Desporto Total, e a segunda, no outono de 2011, no Portal F1, quando me contrataram para escrever na versão portuguesa, pois o site tinha uma base inglesa.

Infelizmente, as experiências foram curtas: a primeira terminou cinco meses depois, com salários em atraso - sou credor de 2100 euros, e provavelmente nunca mais verei esse dinheiro - e a segunda também terminou ao fim de cinco meses, depois de divergências entre os dois sócios que tomavam a conta do negócio. Felizmente, nunca houve salários em atraso.

Há momentos em que sinto que voltei à casa de partida, e este é um deles. O pior disto tudo - daí o título, é que sempre que tenho um convite e o aceito, é daqueles em que a colaboração "é para aquecer", ou seja, não há dinheiro. É tudo voluntário. Sempre me contaram que nestas coisas, o dinheiro é um grande incentivo para continuar. Continuar a colaborar, a apresentar ideias, a melhorar o produto. Tive momentos em que vi coisas que poderiam ser geniais se arranjassem dinheiro para pagar a todos, arranjar publicidade ou um financiador. O momento mais frustrante foi a Speed, que poderia ter sido uma excelente revista se fizesse isso. Infelizmente, ou não conseguiram, ou não compreenderam a ideia. E perdeu-se uma chance.

Não vou dizer que não sei fazer outra coisa - claro que sei, e se aparecesse a oportunidade, não a enjeitaria - mas adoraria viver disto. Ter o meu pé de meia para colocar de lado e investir noutras coisas. Não quero abandonar isto, mas creio que é altura de deixar de ser ingénuo e não aceitar mais colaborações gratuitas. Para isso, já faço aqui. Ir para outros lados esperando que algum dia seja pago é um pouco esperar que chova no deserto. Isso pode nunca acontecer, ou quando acontecer, sera demasiado tarde.

Portanto, a partir de agora, terminaram as colaborações. Para além do blog, a unica excepção será a do Nobres do Grid, porque é uma coluna de opinião mensal. Sinto-me cansado de ao fim destes anos todos, terem sido mais as colaborações não-pagas do que pagas. E sinto também uma grande frustração porque ao longo deste tempo todo, a minha ideia de ter um sitio funcional, pago, onde todos saíssem beneficiados, esbarrasse com incompreensões e com intenções diferentes. Confesso-me até surpreso por não ter encontrado ninguém em português - quer em Portugal, quer no Brasil - que quisesse escrever sobre automobilismo e ser pago por isso, como fazem o Motorsport Brasil ou o Grande Prêmio. Acho que há muito romantismo por aí, e muito amadorismo também. Daí a efemeridade de muitos desses projetos em que me vi envolvido.

Acho que é altura de serem mais sérios, e eu ser menos ingénuo. Porque já estou muito cansado e frustrado. E a minha paciência - grande, para ser honesto - têm limites. 

Formula E: Renault vai construir o seu proprio propulsor

Dois dias depois do final da primeira temporada da Formula E, a Renault anunciou que na próxima temporada irá construir o seu próprio motor elétrico. A marca francesa, que forneceu propulsores elétricos a todas as equipas nesta temporada, vai construir um propulsor diferente para a e.dams, equipa liderada por Jean-Paul Driot e Alain Prost, e que teve Sebastien Buemi e Nicolas Prost como pilotos.

Estamos a tornar-nos um construtor independente para a próxima temporada, por isso vamos desenvolver o nosso próprio motor elétrico para o monolugar. Este ano ele é Spark-Renault e foi usado por todas as equipas, no próximo será Renault, utilizado pela e.dams-Renault”, explicou Patrice Ratti, o CEO da Renault Sport Technologies.

A Renault vai seguir o exemplo das restantes equipas, que vão fazer os seus próprios propulsores. A Virgin, por exemplo, aliou-se à Citroen, enquanto que a ABT está numa aliança com a Audi. As restantes equipas vão fazer as suas próprias unidades de propulsão, como a Venturi, a Mahindra ou a Andretti, entre outros.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Dailymotion Motor Show: O último episódio do Top Gear


Film 1 por topgear2015

Film 2 por topgear2015
Acabei a noite de ontem a ver, não sem alguma melancolia, o último episódio do Top Gear tal como o conhecemos. Com James May e Richard Hammond a apresentar o programa num estudio vazio, eles lá colocaram os filmes que já tinham feito antes de Jeremy Clarkson ter esmurrado o produtor e a BBC acabar por o despedir.

O programa consiste em dois filmes: um com carros clássicos dos anos 70 - Jeremy num Fiat 124, Hammond num MG e May num Peugeot 304 descapotável, passeando por campo inglês. E o final é surpreendente.

O segundo filme são os mesmos três estarolas, mas desta vez a guiar jipes. Os SUV's, tão na moda hoje. O orçamento? 250 miseras libras. E conseguiram-se algumas coisas interessantes: May num Mitsubishi Pinin, Hammond num Cherokee, e o orangotango num Opel Frontera. Ou como se diz na Grã-Bretanha... Vauxhall. Neste caso, sem escape e mais tarde com umas jantes... especiais.

E depois disto, aparecerá uma nova era. Os Três Estarolas vão para a Net, e o Top Gear terá Chris Evans e mais dois badamecos. Veremos como será num futuro próximo. 

Youtube Motorsport Racing: A segunda corrida de Londres na integra

A primeira temporada da Formula E acabou hoje, com a vitória de Sam Bird em termos de corrida, e onde Nelson Piquet Jr se tornou no primeiro campeão da categoria, conseguindo bater Sebastien Buemi... por um ponto, e com Lucas di Grassi a ficar no terceiro posto, a dez pontos do primeiro.

A corrida foi emocionante até à última curva, especialmente quando tivemos a parte de Bruno Senna, que conseguiu aguentar os ataques de Sebastien Buemi nas últimas voltas e quase perdeu o seu quarto lugar - o melhor resultado do ano para o sobrinho do Ayrton.

Assim sendo, quem não viu a corrida ou quem gostaria de voltar a vê-la, coloco aqui na integra o video da corrida de encerramento do campeonato, no Battersea Park.

domingo, 28 de junho de 2015

A foto do dia (II)

Isto foi do que sobrou do Abarth do búlgaro Teodor Slavov, morto esta manhã aos 31 anos de idade num rali na sua terra. Aparentemente, ele não teve grande chance após o acidente, enquanto que o seu navegador foi levado para o hospital, sem ferimentos graves.

Sempre nos disseram que o automobilismo é perigoso, mas creio que por estes tempos ganhou-se a ilusão de que, porque os carros estão cada vez mais fortes, nunca mais morrerão pilotos. Puro engano, nem a Formula 1 se salva, como soubemos no ano passado com Jules Bianchi.

No final, só podemos lamentar mais esta morte no automobilismo. Pagou o preço mais alto por aquilo que mais gostava.

A foto do dia

Nelson Piquet Jr nos braços dos seus membros de equipa, após o final da corrida de Londres. O piloto brasileiro da China Racing fez das fraquezas forças, após um desastroso 16º posto na qualificação para ao corrida de hoje, e a sua corrida foi dura, conseguindo subir até ao sétimo posto, mais do que suficiente para ser campeão, com um ponto de diferença para Sebastien Buemi, e dez sobre Lucas di Grassi. E na corrida, ambos ficaram na frente do piloto brasileiro, mas não se distanciaram o suficiente para o superar. E nisso, até teve a ajuda de... Bruno Senna, que foi o quarto no seu Mahindra.

O título de Piquet tem um sabor de justiça. Desde o "Crashgate" de Singapura, em 2008, a reputação do piloto brasileiro estava nas ruas da amargura. Fez uma carreira fora da Formula 1 e da IndyCar, andando no RallyCross, por exemplo, até que foi convidado em meados do ano passado para correr numa nova categoria, num carro totalmente novo. Aceitou o desafio sem problemas e conseguiu mostrar todo o seu talento, fazendo com que muitos, mesmo no Brasil, começassem a pensar de forma diferente sobre ele.

No final, duas vitórias, mais três pódios e uma volta mais rápida fizeram com que ele passe à história como o primeiro campeão na nova categoria elétrica. Mas a sua primeira vitória foi apenas em Long Beach, a sexta corrida do campeonato. A regularidade compensou.

Quanto à Formula E, as expectativas foram grandes, e em muitos aspectos, foram superadas. Os carros poderiam ser iguais, mas muitas das corridas foram bem disputadas. Há defeitos - só circuitos citadinos, alguns deles demasiado apertados, com o o de Battersea Park - mas as disputas até ao último momento atrairam fãs. 

A próxima temporada será diferente, porque os chassis serão feitos pelas equipas, com a FIA a ficar com as unidades de potência, que isso fica para 2017. Os custos aumentarão, é inevitável, mas no final, a industria automóvel - e nós - beneficiaremos disto tudo. Foi assim no passado, e será assim no futuro. 

Formula E em Cartoons: Nelson Piquet campeão! (Pilotoons)

E o Bruno Mantovani decidiu celebrar o título de Nelson Piquet Jr com este cartoon. Notem o detalhe do piloto que foi o quarto classificado na corrida de hoje. Esta geração é mesmo diferente da anterior...

Formula E: Bird vence, Piquet Jr. é o campeão

Nelson Piquet Jr. aguentou as pressões dos concorrentes e venceu o primeiro título da Formula E, conseguindo bater Sebastien Buemi e Lucas di Grassi. O piloto da China Racing terminou a corrida no sétimo posto, após uma qualificação desastrosa, onde partiu do 16º posto. Sam Bird foi o vencedor da corrida, aproveitando a penalização de Stephane Sarrazin.

As coisas começaram primeiro nos treinos, quando a instabilidade meteorológica colocou Stephane Sarrazin na pole-position, seguido por Loic Duval e Jerôme D'Ambrosio, com Sebastien Buemi no sexto posto e Nelson Piquet Jr dez posições mais atrás, na 16ª posição. Lucas di Grassi não tinha sido muito brilhante, pois tinha sido o 11º na grelha.

Com a luta pelo título ao rubro entre três pilotos, restava saber qual deles é que iria ser mais feliz, pois apenas treze pontos separavam o primeiro do terceiro lugar. Para Sebastien Buemi, bastava ser sexto classificado para ser campeão... desde que Piquet não pontuasse.

Com tudo isso em jogo, a corrida começou com Piquet a ganhar quatro lugares, enquanto que Buemi subiu para o quinto lugar. Di Grassi subiu dois lugares, para o nono lugar. Na frente, Sarrazin conseguiu manter a liderança, enquanto que Jerome D'Ambrosio consegui passar Loic Duval. Atrás, o brasileiro da China Racing afastava-se dos da frente, conseguindo perder cinco segundos em menos de cinco voltas.

Na quinta volta, Leimer e De Silvestro tocaram-se e um dos pedaços caiu na pista, causando confusão, mas sem consequências. Mas duas voltas depois, Sakon Yamamoto bateu na travagem para Curva 2 quando tentava passar Jarno Trulli, e arrastou-se na pista. As bandeiras amarelas foram agitadas, mas nada de Safety Car. Na décima volta, Nick Heidfeld foi para as boxes para tentar trocar de carro, e Di Grassi ganhou uma posição, enquanto que Piquet Jr continuava fora dos pontos. A seguir, Vergne (que era nono), era penalizado, e Piquet entrava nos pontos.

Na volta 15, os pilotos pararam para trocar de bólido, com Piquet a ficar na pista por mais duas voltas.  Mas na saída, Buemi faz um pião na curva 2 e perdeu tempo, com Di Grassi logo atrás do suiço. Na frente, Sarrazin está na frente de Duval e Bird, enquanto que Piquet saia da pista no décimo posto, pressionado por Nicolas Prost. Nesta altura, Buemi era campeão por quatro pontos sobre Piquet (143 contra 139), mas o suiço nessa altura tinha a volta mais rápida. Pouco depois, Oliver Turvey tinha conseguido a volta mais rápida e a diferença tinha sido reduzida para dois pontos. Ao alcance de Piquet, que bastava passar um piloto e fazer a volta mais rápida.

Na volta 19, Fábio Leimer bateu no muro numa das chicanes e o Safety Car foi obrigado a entrar na pista. Ele ficou por duas voltas, para que os comissários tirassem o carro do suiço da Virgin, e quando voltou a corrida, Piquet estava atrás do seu companheiro de equipa, Oliver Turvey. Na frente, Bird era agora o segundo, enquanto que Duval caia para quarto, passado por D'Ambrosio.

Na volta 23, Piquet passou para nono, atrás do mexicano Salvador Duran, mas logo a seguir, o brasileiro passou para o oitavo lugar, o que daria o campeonato para o brasileiro... por um ponto. E ele estava imediatamente atrás de Buemi e Di Grassi. O suiço da e.dams reagiu e tentou passar Bruno Senna, o quinto, mas conseguiu defender-se.

Na frente, Bird estava a pressionar Sarrazin para a liderança, enquanto que atrás, Senna defendia-se de Buemi. O britânico tentou passar na penultima volta, mas sem sucesso, enquanto que Buemi tentou tudo para passar o sobrinho de Ayrton Senna, mas aguentou.

No final, Stephane Sarrazin aguentou os ataques de Sam Bird - e o carro "a seco" - para vencer a corrida, mas os comissários aplicaram uma penalização de 49 segundos por excesso de energia, dando a vitória ao piloto britânico, com D'Ambrosio e Duval nos outros lugares do pódio. Todos subiram uma posição, com Buemi a ser quinto, Di Grassi sexto e Piquet sétimo, mas o piloto brasileiro a ser o campeão, com um ponto de diferença: 144 contra 143 pontos do piloto suíço, num final absolutamente emocionante. Lucas di Grassi acabou em terceiro, com 133 pontos. 

Ralis: Piloto bulgaro morre em acidente

O piloto bulgaro Teodor Slavov morreu esta manhã no rali Vardica-Elena, disputado na sua Bulgária natal. O acidente ocorreu quando o seu carro, um Abarth Punto S2000, perdeu o controlo e sofreu um forte impacto, tendo ficado totalmente destruido. Apesar de ter sido mobilizados os meios de socorro, que chegaram rapidamente ao local, Slavlov não resistiu aos ferimentos. Tinha 31 anos.

Slavlov tinha um palmarés impressionante na região, tendo participado no European Rally Challenge, ao volante de um Renault Clio R3, e no Mundial Junior do WRC, onde foi terceiro classificado em 2010. Em 2013, tinha vencido a FIA Balkan Cup.

Youtube Motorsport Racing: A primeira corrida de Londres na integra

Este sábado houve a primeira corrida da jornada londrina da Formula E, que ao contrário dos outros, vai ser uma jornada dupla. Com três pilotos em batalha para o primeiro título da categoria - Lucas di Grassi, Nelson Piquet Jr e Sebastien Buemi - a prova deste sábado prometia ser emocionante, pois o piloto suíço tinha a pole-position e iria fazer de tudo para vencer e aproximar-se da dupla brasileira.

E foi o que aconteceu: Buemi venceu e reduziu a diferença para cinco pontos sobre Nelson Piquet Jr, que foi quinto, ficando até atrás de Lucas di Grassi, que foi quarto. E a diferença entre primeiro e terceiro é de 15 pontos, deixando tudo em aberto para a corrida deste domingo.

Se não viu a corrida, ou quer voltar a ver, coloco aqui o video da prova.