sábado, 8 de agosto de 2015

A apresentação da Andretti

Na passada quinta-feira, a Andretti Autosport anunciou os seus planos para a segunda temporada da Formula E, e ali houve grandes novidades. É que para além de dar à suíça Simona de Silvestro um lugar a tempo inteiro, a equipa americana apresentou o patrocínio da Amilin, que no ano passado estava na equipa Aguri.

"Eu não poderia estar mais animado com os planos da Andretti para a segunda temporada da Formula E", disse o seu proprietário, Michael Andretti. "A Amlin tem feito um grande trabalho de construção da sua marca em várias plataformas, e tem mostrado uma grande paixão por automobilismo. Estamos ansiosos para que o novo relacionamento pode trazer", concluiu.

Sobre o acordo, o CEO da Amlin, Charles Phillips, comentou: "A Amlin e Andretti conseguiram detectar rapidamente o potencial da Fórmula E. Ambas as organizações são orientados e focados para a tecnologia, o que significa que há muito a olhar em frente ao longo das próximas temporadas. A força global da Amlin está na análise de dados e nossa visão de longo prazo deste negócio encaixa bem com esta série, e combinado com o excelente pedigree automobilistico da Andretti, significa que nós estamos olhando para alguns anos fantásticos."

A Andretti vai participar nos testes colectivos para a segunda temporada, em Donington Park, durante a semana que vem, onde alguns dos candidatos ao segundo lugar irão ser testados.

Formula E: Vergne é piloto da Virgin


Tudo apontava que Jean-Eric Vergne confirmasse a sua estadia na Andretti Autosport na segunda temporada da Formula E, mas na apresentação da equipa ao mundo, o piloto francês não foi anunciado ao lado da suiça Simona de Silvestro. Logo, sem o piloto francês, havia várias hipóteses estão em cima da mesa, desde a chance de correr na novata Haas, fazendo assim um regresso à Formula 1, ou então uma outra equipa, com a Virgin a ser uma grande chance, ao lado do britânico Sam Bird. Isto porque este ano, a equipa britânica vai ser assistida pela Citroen, através da sua marca de luxo DS.

Pois bem, esta tarde, confirmou-se: o piloto de 25 anos estará aos comandos de um dos carros da Virgin, ao lado de Sam Bird na temporada de 2015-16. "Estou muito feliz por me juntar à equipa num momento tão emocionante", começou por dizer Vergne no comunicado oficial da marca.

"Com a chegada da marca DS, estou ansioso para alinhar com uma marca francesa, com uma visão de futuro", continuou. "Compreendo que haja uma série de coisas interessantes a acontecer nos bastidores, que deverão assegurar que teremos uma temporada competitiva", concluiu.

Alex Tai, o diretor da equipa Virgin, acrescentou acerca da chegada de Vergne à equipa: "Sam [Bird] e Jean-Eric são talentos excepcionais e eu acredito que agora temos uma das duplas mais fortes do campeonato. Estou ansioso por competir por bons resultados de corrida para corrida", concluiu.

Apesar de só ter aparecido na terceira corrida do ano, em Punta del Este, Vergne foi um dos pilotos que mais deu nas vistas na primeira temporada da Formula E, conseguindo três pole-positions e uma volta mais rápida, bem como dois pódios, sendo o seu melhor lugar um segundo posto em Long Beach, conseguindo 70 pontos e o sétimo lugar na geral. 

A foto do dia

Confesso que pensava que tal coisa nunca tinha acontecido, mas aconteceu: Carlos Reutemann, em Silverstone, algures em 1979, a testar o radical Lotus 80. Colin Chapman está de costas, enquanto que Mário Andretti observa os progressos do seu companheiro de equipa.

Em 1979, a aerodinâmica era rei. A Lotus tinha ganho tudo no ano anterior com o modelo 79, onde se colocava em pratica os conhecimentos de efeito-solo, e Colin Chapman queria continuar a estar na dianteira. Julgava que com o modelo 80, ele repetiria o que fez no ano anterior, onde disparou para a frente, com vitórias e títulos. Mas nessa altura, desconhecia-se a aerodinâmica na sua totalidade, e alguns efeitos mais perniciosos dessa secção. 

E cedo se descobriu que demasiada aerodinâmica... fazia mal. O carro dobrava-se nas curvas e este começava a tornar-se perigoso de ser controlado. Exemplos como o Arrows A2 demonstraram isso. Mas Chapman arriscou o carro em três corridas, a começar em Espanha, e deu algum resultado, com o italo-americano a conseguir o terceiro lugar. Mas Reutemann nunca guiou o carro em prova, por achar "demasiado perigoso", correndo apenas com o modelo 79.

Julgava que ele nunca tinha estado dentro do carro, mesmo em testes. Afinal, estava enganado.

Formula E: Jacques Villeneuve vai correr pela Venturi

O rumor confirmou-se: Jacques Villeneuve vai ser piloto da Venturi na próxima temporada da Formula E, no lugar de Nick Heidfeld. O anuncio foi feito esta sexta-feira no comunicado oficial da marca. O piloto de 44 anos, campeão do mundo de Formula 1 em 1997 e filho de outra lenda do automobilismo, Gilles Villeneuve, voltará aos monolugares, sendo o primeiro campeão a fazer a experiência nos carros elétricos, e ainda por cima na "equipa da casa", pois a Venturi é do Mónaco e Jacques passou muito tempo a viver no Principado.

"Já faz dez anos desde a última vez que guiei em monolugares, mas é como andar de bicicleta, você nunca esquece", começou por dizer Villeneuve no comunicado oficial da Venturi. "Estou muito feliz. Há um excelente ambiente com a Venturi e um dos engenheiros com Venturi é uma pessoa com quem eu trabalhei no início da minha carreira. Isso foi ótimo. Estava muito animado e tudo correu bem. Na última temporada, sempre que eu cruzava com pilotos da Fórmula E, eles diziam que é realmente um campeonato muito interessante", comentou.

"Esta vai ser a primeira vez em muitos anos que vou participar numa temporada completa", acrescentou. "Estou animado porque a atmosfera, enquanto trabalhava ao lado da equipe Venturi é grande e que tem uma influência muito grande. Também conheço bem o Stéphane Sarrazin, vamos confiar muito uns nos outros", concluiu.

"É um verdadeiro prazer dar as boas-vindas ao grande campeão Jacques Villeneuve", começou por dizer Gildo Pastor, CEO da Venturi Automobiles. "Ele é o primeiro piloto campeão de Fórmula 1 a se juntar à Fórmula E. Para além de seu título 1997 e suas inúmeras vitórias na Formula 1, ninguém se esqueceu da sua vitória no Indianapolis 500 ou na IndyCar World Series. Ele cresceu no Mónaco, e nós cruzamos caminhos tantas vezes durante as nossas infâncias, então ele vai estar em casa com Venturi. Estou muito feliz em ter um duo muito experiente e muito talentoso como é Jacques e Stéphane", concluiu.

Piloto durante 163 corridas, entre 1996 e 2006, ao serviço de equipas como Williams, BAR, Renault, Sauber e BMW, Villeneuve venceu onze corridas, conseguiu treze pole-positions, obteve 23 pódios e nove voltas mais rápidas, num total de 235 pontos. Para além disso, venceu as 500 Milhas de Indianápolis em 1995, no mesmo ano em que alcançou o campeonato CART, e em 2008, foi segundo classificado nas 24 Horas de Le Mans, ao lado de Marc Gené e de Nicolas Minassian, no Peugeot 908. 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Os planos futuros da Mahindra

A Mahindra não teve uma primeira temporada fácil na Formula E em 2014. com Bruno Senna e Karun Chandhok como pilotos, a equipa indiana não conseguiu ter vitórias, pódios ou poles, conseguindo como melhor resultado um quarto lugar de Bruno Senna na segunda corrida de Londres. Em termos de Construtores, foram apenas oitavos no campeonato, superando apenas a Venturi e a Trulli, conseguindo apenas 58 pontos. Assim sendo, para a próxima temporada, decidiram fazer tudo de novo substituindo de parceiro, trocando a Carlin pela Campos, que assistiu a NEXTEV, a equipa chinesa que deu a Nelson Piquet Jr. o seu titulo de campeão. 

"Estamos felizes em anunciar a Campos como nosso fornecedor para a Mahindra na temporada 2015-16. A Mahindra e Campos começam a parceria com riqueza de conhecimento e experiência vindas da primeira temporada. Temos uma intenção clara de maximizar o desempenho do M2Electro e almejar resultados de ponta", começou por dizer o chefe da equipa indiano, Dilbagh Gill, na conferência de imprensa de apresentação da equipa para a temporada 2015-16.

"A Mahindra construiu nos últimos meses uma equipa que vai liderar esse projeto com serviços a serem providenciados pela Campos. Essa nova relação é muito diferente da do ano passado, já que a liderança da marca será a cargo da Mahindra.", continuou. 

"É uma parceria de longo prazo, que potencialmente vai desenvolver projetos fora da F-E. A Mahindra vai fornecer liderança técnica, e a Campos entra com a expertise em engenharia de corrida", concluiu Gill.

Do lado da Campos, o seu chefe, o ex-piloto Adrian Campos, referiu a nova parceria da seguinte forma: "Ser abordado por uma equipa com a ambição da Mahindra prova que merecemos uma reputação forte no paddock da Formula E. Com uma parceria com dois equipas esse ano, vamos trabalhar com o mesmo direcionamento e rigor que tivemos na primeira temporada."

"Estamos aqui para fornecer as habilidades e a experiência no sentido de tirar o melhor de ambos os pacotes. Nosso corpo de trabalho da Campos está a trabalhar com dedicação ao lado dos engenheiros da Mahindra e essa abordagem híbrida provou-se bastante benéfica ao testar o M2Electro", concluiu Campos.

Em termos de pilotos, Dilbagh Gill afirmou que tinha maiores expectativas em relação a Bruno Senna, nesta sua primeira temporada. "Tanto Karun quanto Bruno tiveram performances admiráveis nas suas próprias maneiras. Karun foi bem nas primeiras corridas, enquanto Bruno mostrou momentos de brilho durante a temporada. Do ponto de vista da equipa, gostaríamos definitivamente que Bruno tivesse sido mais consistente", referiu.

Em relação a quem ficará no lugar de Chandhok, quatro pilotos foram testados no mês passado em Espanha: o português Antonio Félix da Costa, o holandês Giedo Van der Garde, o italiano Giorgio Pantano e o britânico Adam Carroll.

O mistério de Jaime Alguersuari


Para quem acompanha a Formula E, sabe que o espanhol Jaime Alguersuari foi obrigado a ficar de fora da última etapa na temporada passada devido a um desmaio que teve no final da etapa moscovita, sendo substituído na Virgin pelo suiço Fabio Leimer, mas esta quinta-feira, o piloto espanhol anunciou no Facebook que ficará de fora da próxima temporada da competição elétrica pelo facto de os médicos da FIA não terem encontrado uma razão pelo qual teve o desmaio no inicio do mês de junho.

"Como bem sabem, em junho eu sofri um desmaio depois do ePrix de Moscovo. Por consequência deste desmaio, minha licença de competição foi temporariamente suspensa, pois a Comissão Médica da FIA gostaria de aprofundar a investigação", começou por contar o piloto na sua conta do Facebook.

"Durante o mês de julho, fui submetido a vários testes, mas que não deram uma resolução médica, e sigo esperando o diagnóstico final. Por isso, lamentavelmente, tenho que anunciar que não poderei participar do campeonato da Formula E da temporada 2015-16 com a Virgin. Aproveito para desejar sorte para a equipa na nova temporada que começa e agradecer a todos pelo apoio recebido. Em setembro, poderei anunciar os planos para o futuro. Até lá, feliz verão a todos", concluiu.

Alguersuari, de 25 anos (nasceu a 25 de março de 1990), conseguiu 30 pontos na sua temporada na Formula E, para além de uma volta mais rápida na etapa de Putrajaya, e teve como melhor resultado um quarto lugar na etapa de Buenos Aires, em janeiro.

Antes disso, esteve três temporadas na Formula 1, ao serviço da Toro Rosso, pnde conseguiu como sua melhor temporada em 2011, onde conseguiu 26 pontos e o 14º postro da geral, depois de ter na altura batido o recorde de precocidade, ao correr em 2009 com 19 anos e 125 dias, recorde este que já foi batido por Daniil Kvyat e Max Verstappen. Antes disso, foi campeão na Formula 3 britânica, em 2008, e campeão na Formula Renault Itália 2.0, no ano anterior. 

O assalto a Jenson Button

O verão de Jenson Button está a tornar-se um pesadelo quando ele e a sua esposa, Jessica Michibata, foram assaltados na sua casa do sul de França e acabarm por ser gaseados com um marterial anestesiante. Apesar do assalto ter ocorrido há alguns dias, a noticia soube-se esta quinta-feira através do tabloide britânico The Sun.

Segundo o que diz o jornal, os ladrões conseguiram deitar um gás anestesiante pelo sistema de ar condicionado, fazendo adormecer os ocupantes da casa, para depois os roubar. A policia local afirma que os objetos roubados ascendem a mais de 400 mil euros, e que os suspeitos podem ser um casal que observou o local nos dias anteriores ao assalto. E entre os objetos roubados, conta-se um anel pertencente à própria Michibata, que vale... 250 mil euros.

Definitivamente, não está a ser um ano fácil para Button. A temporada na McLaren-Honda não está a ser fácil, conseguindo apenas oito pontos até à altura, resultante apenas de um oitavo lugar no Mónaco e de um nono na última corrida, na Hungria. 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A proposta para Lawrence Stroll

Uma história interessante que li hoje na Autosport portuguesa: é sobre o canadiano Lance Stroll. Se vêm as transmissões da Formula 3 europeia, sabem quem ele é, especialmente se não esqueceu aquele acidente em Monza... mas há coisas bem mais interessantes sobre ele, especialmente o seu pai, Lawrence Stroll, um dos homens mais ricos do seu país e que tem o sonho de ver o seu filho na Formula 1.

Stroll, contudo, não é o milionário típico, pois poderia comprar a carreira dele até à Formula 1, e ele não o fez, apesar do seu júnior ter 16 anos e estar envolvido no automobilismo desde tenra idade. Quer construir uma carreira sustentada, e não está muito interessado em estar na Formula 1 como proprietário, apesar de não terem faltado ofertas, desde a Lotus até à Sauber. Ele sabe que o negócio da Formula 1 é mais para perder dinheiro do que ganhá-lo...

Contudo, a publicação fala que Toto Wolff ofereceu a Stroll os cinco por cento que ainda têm na Williams, em troca de um lugar para o seu filho algures em 2017. A ideia era dar quilometragem ao seu rapaz no FW36 de 2014, em 2016 (vinte dias ao todo), e no final do ano seria terceiro piloto, participando em várias sessões de treinos livres e no simulador. O valor desse negócio rondaria os 20 milhões de dólares, provavelmente uma pechincha.

Stroll ficou de pensar no negócio, mas 20 milhões são o equivalente a 15 por cento do orçamento da equipa de Grove, mas há custos: se Wollf e Stroll acordarem com o negócio, a Williams teria de pagar pelos motores Mercedes, embora agora, estes estejam mais baratos, e Wolff pode ajudá-los, dando um preço mais barato. Mas mesmo que o negócio não vá para a frente, Stroll Jr. tem tempo para tudo: em 2018 ele terá 19 anos e é tempo mais do que suficiente para ganhar experiência na Formula 3, onde corre ao serviço da Academia da Ferrari...


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Youtube Motoring Program: Idris Elba, No Limits, episódio 3

Depois de guiar um carro de ralis e andar num avião de acrobacia (e superar os seus medos), Idris Elba vai atravesar o Atlântico para guiar um dragster numa das competições mais renhidas do automobilismo.

Neste terceiro episódio, vai fazer com que em menos de dez dias aprenda o básico e consiga superar adversários bem mais experimentados, ajudados pelo competidor Antron Brown, que em 2012 se tornou no primeiro afro-americano a ser campeão no Top Fuel Championship da NHRA.

Youtube Onboard Classic: A primeira câmara onboard na Formula 1


Francois Hesnault não ficou para a história: 21 Grandes Prémios, em duas temporadas, pela Ligier, Brabham e Renault. A única coisa do qual ficou para a história foi o que aconteceu no seu último Grande Prémio, faz agora 30 anos: foi o primeiro a ter uma câmara de televisão a bordo.

A inscrição de Hesnault foi também a última de uma equipa, que colocou um terceiro carro para a corrida. Depois disso, o máximo passou a ser de um ou dois carros, até que virou o padrão. Mas o que interessou saber neste dia, em Nurburgring, é que pela primeira vez, tivemos a visão onboard de uma corrida, em direto. 

E a partir dali, nada foi como dantes... apesar da corrida do francês ter durado apenas sete voltas.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Vende-se: Equipa Scarab

Há 55 anos, a Formula 1 vivia uma revolução, com os carros a trocaram o motor da frente para trás. Mas há quem ainda queria colocar os motores na frente, e foi o que fez Lance Reventlow, herdeiro da fortuna Woolworth, que decidiu fazer a sua própria equipa de Formula 1, o Scarab. Foi um fracasso total - com ele e outro piloto, Chuck Daigh - e no final da temporada de 1960, depois de um décimo lugar no GP dos Estados Unidos, em Riverside, decidiu abandonar a aventura.

Mas a aventura ficou na mente de muita gente e agora, a equipa está à venda. Na realidade, são dois carros e o transportador, e ao todo, a leiloeira espera conseguir 3,5 milhões de dólares no leilão que vão fazer a 12 de setembro, no Goodwood Revival. Só para o transportador, espera-se que possa valer 1,5 milhões de dólares.

"Os carros da Scarab foram fantasticamente rápidos, mas infelizmente para Reventlow, não eram rápido o suficiente para o seu desenvolvimento", disse o leiloeiro James Knight, da Bonham's, no comunicado oficial.

"Estes Scarabs são carros de Grande Prémio bonitos e espetaculares, com um historial comprovado de vitorias e recordes em eventos históricos", concluiu.

Reventlow teve uma vida de glamour: casado por duas vezes com atrizes de Hollywood, acabou por morrer em 1972, vitima de um acidente aéreo. Tinha 36 anos.

No Nobres do Grid deste mês...

(...) É mais do que sabido que a Formula 1 é avesso às redes sociais. São conhecidas as ofensivas para retirar vídeos no Youtube feitos por fãs, e o Twitter da Formula 1 por muito tempo não fez grande coisa, em comparação com a MotoGP ou a IndyCar. Para além da hostilidade que Bernie Ecclestone já teve, por mais do que uma vez, com as redes sociais. Só muito recentemente – este ano, para ser mais concreto - reagiu aos protestos, aparecendo mais no Twitter e no Youtube, e renovando o seu sitio oficial, mas continua muito longe de outras categorias. E ainda por cima, a Formula 1 tem uma estratégia de colocar as transmissões televisivas em canais pagos, escolhendo os seus públicos, “os senhores de 70 anos com Rolexs no pulso”, como disse certo dia o velho anão.

E há uma grande razão porque a Formula 1 tem essas atitudes: quando és o maior, ficas cego com o sucesso e pensa-se que ninguém lhe dará lições de como se deve gerir o negócio. Se rende 1,7 mil milhões de dólares por ano, para quê andar à procura de novos públicos? Os emires do Golfo Pérsico e os autocratas do espaço da antiga União Soviética servem perfeitamente… 

Mas essa atitude – e não me prolongo muito sobre as atitudes do Grupo de Estratégia – mostram que eles têm vistas curtas. No médio prazo, eles perderão público caso não reajam. É certo e sabido que estão a perder na batalha geracional, são cada vez menos os jovens que querem ver a Formula 1 e o facto de não passar mais em canal aberto ajuda. Mas para além disso, a Formula E foi desde o inicio aberta ao mundo, pois não tinha nada a perder na sua mensagem ambientalista e sustentável. O espanhol Alejandro Agag teve sucesso ao apresentar a ideia de colocar corridas no centro das cidades, sem o barulho que os motores convencionais a gasolina fazem. E ao longo destas corridas, teve sempre o apoio da FIA, através do seu presidente, Jean Todt. Foram poucas as corridas em que ele não esteve presente, ao contrário da Formula 1, onde só me lembro de o ver no fim de semana do GP do Mónaco. (...)

Este mês, escrevi sobre a primeira temporada da Formula E e as expectativas que causou após o seu final, no passado mês de junho, em Londres. Do otimismo que algumas pessoas tinham em relação ao seu futuro imediato e a entrada de mais construtores na competição, fornecendo as suas unidades de energia. E como contrariou as vozes de ceticismo que grassavam no meio.

Apesar de não ser comparável com a Formula 1, eles caminham no sentido de não seguir aquilo que eles fazem, ou seja, a elitização e se fecharem para as novas gerações. As transmissões televisivas são de graça, feitas no seu site oficial, e a ideia do "fanboost", ou seja, colocar os fãs na escolha do piloto que merece ser apoiado com um "booster" que lhe permite ter mais energia durante alguns segundos, cativaram muita gente. 

E sobre isso e muito mais que escrevo este mês no Nobres do Grid.

Youtube Formula 1 Interview: James Hunt, Wolf, 1979

Isto é relativamente raro: duas entrevistas de janeiro de 1979 de James Hunt, em Donington Park, com o novo Wolf, depois de três temporadas na McLaren, onde Hunt, mesmo com as suas esperanças em relação ao bólido, consegue ser ele mesmo. E onde desabafa afirmando que aquela poderia ser a sua última temporada na Formula 1.

Outro detalhe interessante: o Brabham BT48, que indicava a tendência daquele ano: as equipas iriam ser mais radicais em relação à aerodinâmica.

Formula E: Andretti confirma Vergne e De Silvestro

A Andretti Autosport confirmou esta terça-feira que o francês Jean-Eric Vergne e a suiça Simona de Silvestro serão os pilotos da sua equipa para a segunda temporada da Formula E, que arrancará em outubro. Segundo conta o sitio Motorsport.com, o facto de o piloto francês ter assinado pela Andretti não o impede de tentar a sua sorte na Haas F1, e caso seja ele o escolhido, estará liberto de compromissos após a terceira corrida do ano, em Punta del Este.

Quanto à De Silvestro, a piloto suiça de 26 anos vai ter uma temporada completa ao seu serviço, depois de ter experimentado o carro para a ronda dupla de Londres, a última jornada do campeonato passado.

A equipa espera dar mais algumas novidades durante a semana, antes de começar a testar para a próxima temporada, em Donington Park.

A Andretti teve uma temporada agitada, batendo o recorde de pilotos presentes, com Vergne a fazer a maior parte das corridas - só não participou nas duas primeiras - mas ao todo teve oito pilotos: para além de Vergne e De Silvestro, teve também o australiano Matthew Brabham, os americanos Scott Speed e Marco Andretti, os francês Franck Montagny e Charles Pic, e o inglês Justin Wilson. Ao todo, teve quatro pódios, três pole-positions e uma volta mais rápida, mas não ganhou corridas e acabou no sexto lugar do Mundial de Construtores, com 119 pontos.  

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A foto do dia

Se estivesse vivo, Jules Bianchi faria hoje 26 anos de idade. As coisas ainda estão frescas na memória, mas para nós, petrolheads, temos mais um dia para recordar mais um dos nossos, desaparecido prematuramente. #CiaoJules!

Rumor do dia: Jacques Villeneuve na Formula E?

A segunda temporada da Formula E já está a caminho - a primeira corrida será a 17 de outubro, em Pequim - mas poderá haver alguns pilotos relevantes para participar na competição. E um deles é deveras interessante: o canadiano Jacques Villeneuve, que foi campeão do mundo em 1997 e já andou em tudo que é carro. O filho de Gilles Villeneuve, de 44 anos, foi visto por estes dias a testar um carro elétrico da Venturi, em Paul Ricard, e agora poderá estar a negociar um lugar, segundo conta o site Motorsport esta segunda-feira.

A ideia é de ele substituir o alemão Nick Heidfeld e correr ao lado do francês Stephane Sarrazin. O mesmo site fala que o piloto de 38 anos, de Monchengladbach, não continuará para a segunda temporada. A temporada de testes da competição vai acontecer em meados deste mês de Donington Park, e até agora, só a Abt - com Daniel Abt e Lucas di Grassi - e a Trulli - com Jarno Trulli e Vitantonio Liuzzi - é que confirmaram as suas duplas. 

O canadiano esteve esta temporada a correr na prova de abertura da Stock Car Brasil, em Goiânia, ao lado do seu ex-companheiro da BAR, Ricardo Zonta

Youtube Motoring Program: Idris Elba: No Limits, episódio 2


Tenho andado a acompanhar a série sobre velocidade feita pelo ator britânico Idris Elba, de seu nome "No Limits". Uma série de quatro episódios onde ele experimentará várias máquinas que o vão puxar pelos seus limites. 

E neste segundo episódio, Elba vai andar dentro de um avião de acrobacia onde ele vai treinar para ser... piloto. E o mais interessante é que ele tem... vertigens. Vai ser interessante de ver. E claro, acompanhem-me no visionamento deste episódio.

domingo, 2 de agosto de 2015

WRC 2015 - Rali da Finlândia (Final)

Como seria de esperar, Jari-Matti Latvala conseguiu vencer em casa, batendo por 13,7 segundos o seu companheiro de equipa, Sebastien Ogier, mas o piloto francês consolidou o comando no campeonato do mundo, com um avanço de quase cem pontos, quando faltam cinco ralis para o seu término. Após a banderia de xadrez, o piloto francês foi o primeiro a felicitar o seu companheiro de equipa pela vitória. "Foi uma batalha tremenda com o Jari-Matti. Este fim-de-semana foi fantástico. Adorei. O Jari-Matti foi tão forte. Esteve muito bem. Não tenho problemas em ser batido por ele no seu país nesta prova", afirmou o campeão do mundo.

No lugar mais baixo do pódio ficou o norueguês Mads Ostberg, no seu Citroën. Ele herdou o lugar de Kris Meeke, mas mereceu chegar lá por força de uma prestação muito constante, chegou ao pódio. "É muito bom chegar ao fim. Adorei o rali. Sinto-me bem por voltar e lutar depois do que aconteceu na Polónia", disse.

Mas o dia começou com o finlandês a querer resolver a contenda o mais depressa possivel, na classificativa de  Myhinpää, com 14,3 quilómetros de extensão, conseguindo um avanço de... 0,2 segundos sobre Sebastien Ogier. "É um alívio. Que montanha russa. É um troço impressionante, confesso. Saltamos em sítios em que não estava à espera", contou o líder do rali no final da classificativa. Já Sébastien Ogier, assumiu que o troço é fantástico e tem um grande respeito pelo mesmo. Mas desportivamente, esta passagem foi "um reconhecimento a alta velocidade".

No Power Stage, Ogier foi o melhor, com Latvala logo a seguir, e Kris Meeke no terceiro posto, conquistando cada um os pontos correspondentes.

Depois deles, veio Thierry Neuville, que fez um rali de trás para a frente, onde o quarto posto acabou por ser uma recompensa por tudo o que aconteceu. "Não podíamos ambicionar mais do que o quarto lugar. É bom para o campeonato de construtores. Não estou satisfeito com o rali mas o resultado é bom", explicou. Ott Tanak foi o quinto e o melhor dos que apareceram em "Rally2", para além de ser o melhor dos Ford. O piloto estónio hipotecou as possibilidades de chegar ao pódio logo na sexta-feira, mas voltou a mostrar que em ralis rápidos tem uma palavra a dizer. "Não é a mesma coisa quando estamos a lutar por uma posição. Foquei-me nas notas e em encontrar boas trajectórias", sublinhou.

Para Juho Hanninen, o sexto lugar final demonstrou o seu talento, agora que está a correr em part-time. Com o seu Ford Fiesta WRC e sem muitas chances de testar, conseguiu chegar no fim nos pontos. Martin Prokop foi o sétimo, seguido pelo melhor dos WRC2, o Skoda de Esapekka Lappi. Pontus Tiedmand foi o nono e o italiano Lorenzo Bertelli conquistou aqui o seu primeiro ponto da temporada a bordo de um Ford Fiesta WRC.

Na geral, Ogier tem agora um avanço de 89 pontos sobre Latvala (182 contra 93), com Ostberg a subir para o terceiro lugar, com 84 pontos, um a mais do que Kris Meeke. O WRC continua daqui a três semanas em paragens alemãs.

CNR: Bruno Magalhães foi o vencedor na Madeira

Bruno Magalhães venceu pela quarta vez na sua história o Rali da Madeira, depois de um dia de sonho onde conseguiu bater Miguel Nunes e José Pedro Magalhães para ficar com o lugar mais alto do pódio num dos ralis mais conhecidos do país e que num passado não muito recente, era considerado como um dos melhores da Europa. A diferença entre os dois primeiros foi de 5,4 segundos, e tudo ficou decidido com um erro do piloto madeirense, que fez a diferença, num rali disputado a três.

No final de dois dias de rali, o piloto de 35 anos não cabia o seu contentamento pela vitória: "Estamos muito contentes! Foi uma vitória muito difícil e suada. No início do dia de hoje estávamos em terceiro. Mas as coisas correram tal e qual como planeámos. Demos o máximo nas primeiras classificativas para chegar a primeiro. Depois ganhámos uma margem confortável e nos troços finais gerimos o andamento. É uma vitória muito saborosa, sobretudo porque entramos para a história do rali como um dos pilotos que mais vezes venceu. Atingimos o objetivo a que nos propusemos quando confirmámos a participação no Rali", afirmou.

Já Miguel Nunes, o segundo lugar é um excelente resultado para alguém que fez... o seu primeiro rali a bordo de um R5, e do qual fez apenas 60 quilómetros de testes com o carro antes desta prova. “Praticamente perdi o rali logo no primeiro troço de hoje, em que perdi 5.3 segundos para o Bruno Magalhães, a diferença a que fiquei do Bruno [ndr, que foi 5.4 segundos]. Ter sido o melhor madeirense é um bom prémio de consolação, e penso ter sido muito bom chegar aqui com apenas 60 Km de testes e fazer um prova destas com um carro como o Ford Fiesta R5”, disse.

Mas o segundo dia parecia que iria começar sem que ninguém se destacasse, pois se Bruno Magalhães ganhava a especial de abertura, em Câmara de Lobos, a vantagem que tinha alcançado era apenas de meio segundo, e Miguel Nunes era o lider, que lidava com José Pedro Fontes, que também queria a liderança do rali. Contudo, a consistência do piloto da Peugeot era a chave e ele conseguiu ficar com o comando, graças às vitórias nos troços seguintes, como por exemplo, na primeira passagem pela Ponta do Sol. Nunes perdia uns segundos, enquanto que José Pedro Fontes tinha uma atitude de expectativa.

Ao mesmo tempo, Alexandre Camacho aproximava-se dos primeiros, tentando recuperar o tempo perdido com o furo do dia anterior. No final da manhã, tinha chegado ao quarto posto, depois de o trocar com João Barros. Ricardo Moura estava discreto, na sexta posição.

Pela tarde, Camacho tentava se aproximar dos três primeiros, vencendo na segunda passagem por Câmara de Lobos, numa altura em que José Pedro Fontes tinha abdicado da vitória, preocupando-se com o campeonato, já que os seus adversários mais diretos ou estavam muito longe ou tinham desistido. E na parte final, Magalhães aumentava a vantagem para 9,3 segundos, quando faltava duas classificativas, para ver Camacho ganhar na penúltima especial, na Ponta do Pargo, ao mesmo tempo que Ricardo Moura batia forte e forçava à neutralização da classificativa.

No final, a vitória de Bruno Magalhães era mais do que merecida, com uma vantagem de 5,4 segundos sobre Miguel Nunes, e 12,5 segundos de vantagem sobre José Pedro Fontes, que beneficiou grandemente na classificação geral, pois o piloto de Lisboa há muito se dedica ao Europeu de Ralis.

"Esta participação só foi possível graças ao apoio dos meus patrocinadores e da Peugeot a quem dedico esta vitória. A todos eles o meu obrigado por continuarem a acreditar no meu projeto. Espero que outras vitórias se sigam", rematou.

Quanto a José Pedro Fontes, ele era o mais beneficiado no campeonato e parece que é cada vez mais o favorito à vitória: “A liderança do Nacional de Ralis é o prémio que nós queríamos. Foi pena o que aconteceu ao Ricardo, mas nós atingimos o nosso objetivo. Ainda pensámos em lutar pela vitória, mas neste último dia não quisemos correr grandes riscos”, disse aos microfones da RTP Madeira.

Já para Alexandre Camacho, o quarto lugar - e segundo melhor madeirense - é um prémio de consolo pelo que aconteceu no primeiro dia. “Tirando o furo correu tudo bem. Ainda assim, conseguimos diminuir a distância do dia anterior, o que significa que recuperamos bastante e mantivemos um andamento rápido. Quero agradecer ao público presente na estrada e a todos os que mandaram mensagens, pelo apoio e pelo carinho que sentimos”, realçou.