sábado, 31 de dezembro de 2016

O último de 2016


Não foi um grande ano, o de 2016. Vimos demasiadas asneiras no mundo do qual chegamos à conclusão de que estamos a temer pelo nosso futuro. Brexit, "Trampa" e outros nos fazem pensar se a democracia, tal como conhecemos, a teremos ou não como garantida.

Pessoalmente, gostaria que tivesse sido melhor, mas fiz algumas coisas dos quais terei esperança no futuro. Isto é como as sementes: colhemos agora para ver os frutos mais tarde na vida. Não faço segredo que tento neste momento uma carreira na escrita, do qual já escrevi algumas coisas. Estou convencido de que se escrever uma bela quantidade, aproveitando a minha imaginação, e um deles der certo, poderei ter algo do qual poderei seguir para o resto dos meus dias. 

Assim sendo, apesar dos maus momentos, tenho esperança. Tenho de a ter. De futuro, de dias melhores, de possíveis triunfos. Podem não acontecer em 2017 ou 2018, mas poderão acontecer mais à frente. Podemos imaginar isso dentro de dez anos, pois apesar de ter 40, ainda me sinto um jovem de espírito. Portanto, desejo a todos os meus amigos espalhados pelo mundo inteiro, reais e virtuais, um Feliz Ano Ano.

E desejo-vos um excelente 2017!

Dailymotion Car Show: O especial da Namibia (parte 2)


TheGrandTour S01E08 Namibia Special Part2 por carabinieri8
Na segunda parte do especial do The Grand Tour na Namibia, os três da vida airada continuam em terras namibianas, com o objetivo de chegarem o mais rapidamente possivel à foz do Rio Cunene, na fronteira com Angola, a bordo de "beach buggys" baseados no Volkswagen Carocha (Fusca para os brasileiros)

No inicio do segundo episódio, os três, depois de andarem pelas dunas do deserto do Namibe, chegaram a Windohek, a capital namibiana. E agora veremos que eles vão fazer para chegar até ao norte do país.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Dailymotion Car Show: O especial da Namibia (parte 1)


The Grand Tour S01 E07-The Beach (Buggy) Boys... por hungcus

No final deste ano, o pessoal do The Grand Tour decidiu fazer algo especial: colocou os Três Estarolas - Jeremy Clarkson, James May e Richard Hammond - dentro de "buggys" com base no Volkswagen Carocha (Fusca no Brasil) e transformou-os em "dune buggys". 

A ideia é de passear com eles pelo vasto deserto da Namibia, mais concretamente na Costa dos Esqueletos (Skeleton Coast), que também é um dos maiores parques nacionais de África, senão do mundo.


Hoje passa a primeira parte, e amanhã aparecerá a segunda parte desta aventura. Divirtam-se!

Formula 1 em Cartoons - O circo de 2016 (Cire Box)



Antes de fechar o ano, o Cire Box fez dois "cartoons" mostrando o "circo da Formula 1" com Bernie Ecclestone como seu "mestre de cerimónias". E claro, estão lá todos os protagonistas doi campeonato do ano que irá acabar, em todas as situações... circenses. 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A imagem do dia

Faz hoje três anos que o Michael Schumacher que conhecemos morreu. E digo "o que conhecemos" porque acho que toda a gente sabe que, para vermos tal qual como era dantes, será preciso um milagre. 

Ontem à noite, na sua página do Facebook, o fotógrafo Paul-Henri Cahier disse sobre este dia: "Num trágico momento do Destino, Michael Schumacher saiu do radar, e permanece ainda vivo, mas noutra dimensão". E é verdade: Schumacher vive, mas está em casa, isolado do mundo, provavelmente pregado a uma cama, sem se poder mexer muito. E claro, nunca mais andará como era dantes.

A familia decidiu protegê-lo dos holofotes. Eles têm as suas razões, mas acho que, se o víssemos como ele está agora, ficaríamos chocados. Estamos a falar de um dos melhores pilotos de todos os tempos, o piloto que ficou com (quase) todos os recordes que poderia ter: vitórias, poles, títulos mundiais, numa carreira com mais de vinte anos, em equipas como a Jordan, Benetton, Ferrari e Mercedes. E mesmo quando voltou a correr, em 2010, e as suas expectativas não foram cumpridas (só obteve um pódio e uma volta mais rápida), o seu prestigio não ficou muito abalado. Apesar das suas polémicas, que lhe deram o apelido de "Dick Vigarista".

Passados três anos, a vida continua. Michael Schumacher fica cada vez mais nos cantos dos nossos cérebros, mas sabemos perfeitamente o que se passa com ele. Não sabemos a evolução do estado de saúde, mas ficamos preocupados sempre que ouvimos qualquer coisa. Muitos ficam alerta quando ouvem um rumor qualquer sobre ele, e mesmo eu, que sei perfeitamente que nada que não venha da boca de Sabine Kehm não passa de uma mentira, não fica indiferente às tentativas de se tirar fotos de Schumacher por parte dos "paparazzis", que virou quase uma obsessão. Já ouvi falar de pessoas que compraram drones e os fazem voar à volta da sua mansão na Suíça, só para tirar o "exclusivo mundial" para os vender a um jornal sensacionalista qualquer... 

E eles não os compram porque sabem que a seguir terão os advogados da familia a metê-los em tribunal.

Enfim, a melhor coisa que deveremos fazer é recordar os bons momentos. Os seus grandes feitos automobilísticos, a sua contribuição para a Formula 1, e também aqueles momentos polémicos, pois também fazem parte da sua carreira. É assim que Schumacher vive, é assim que a familia quer que o recordemos.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

CNR: Vidreiro foi considerado como o melhor rali de 2016

A FPAK (Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting) elegeu o Rali Vidreiro como sendo o melhor de 2016. O rali, organizado pelo Clube Automóvel da Marinha Grande, foi considerado como o melhor como o resultado de uma avaliação feita pela FPAK tendo em consideração as provas organizadas pelos clubes responsáveis pelo Campeonato Nacional de Ralis. Foram considerados como factores a ter em conta critérios como segurança, qualidade dos itinerários, rigor da organização, comunicação, entre outros.

Realizado em asfalto, o Rali Vidreiro acontece normalmente em junho, com passagens pela Marinha Grande, São Pedro de Moel (e Pinhal de Leiria), bem como classificativas como Caranguejeira e Espite. 

Em comunicado oficial, o Clube Automóvel da Marinha Grande “orgulha-se de poder partilhar este êxito, com o Município da Marinha Grande, com o patrocinador Lubrigaz/Škoda, bem como com os restantes patrocinadores e entidades envolvidas, aproveitando ainda para agradecer e dedicar este sucesso à sua Comissão Desportiva e a todos os membros da equipa que, voluntariamente e de forma empenhada e apaixonada, tornaram este reconhecimento numa realidade", começa por afirmar. 

"A qualidade do evento agora reconhecida, conjugada com as conclusões do estudo de retorno mediático recentemente divulgado pela FPAK, onde se conclui que os Ralis são a modalidade do Desporto Automóvel mais seguida pelos portugueses, revela a enorme importância que este evento tem para o concelho da Marinha Grande e para os nossos patrocinadores", concluiu.

Em 2017, o Rali Vidreiro será disputado nos dias 9 e 10 de Junho.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Acciona, o jipe elétrico do Dakar

Daqui a alguns dias, o Dakar volta à estrada, nas carreiras da América do Sul. No meio de carros, motos e camiões, existirão sempre algumas coisas fora do vulgar, e desde 2015 que existe o Acciona, um jipe que atravessa as dunas argentinas, e sobe as encostas dos Andes... de forma elétrica. Exato, é um carro elétrico, que concorre numa categoria especial.

O jipe tem 2100 quilos, tem 250 kw, que dá cerca de 360 cavalos, e tem seis módulos de baterias. A sua autonomia é de 200 quilómetros, mas podem recarregar o motor numa hora. Para além disso, eles têm um painel solar no teto do jipe, para alimentar o painel de instrumentos do habitáculo. A velocidade máxima é de 150 km/hora.

A Acciona é uma firma espanhola que está a desenvolver um carro elétrico para o Dakar. No ano passado, eles participaram no rali, mas acabaram por desistir na 11ª etapa à conta de um problema irresolúvel no seu carro. Este ano, afirmam que o carro está bem mais leve, apesar dos 2100 quilos que têm agora serem bem mais pesados do que, por exemplo, os Mini e os Peugeot. 

A marca acredita que este ano, eles cumprirão os objetivos. "Em janeiro, cruzaremos novamente a linha de partida do Dakar [em Assuncion, no Paraguai] e voltaremos a ser o único veículo com zero emissões", disse a empresa na sua página do Facebook. "Nós competimos em Dakar 2017 com um veículo elétrico porque acreditamos 100% no potencial de energia renovável", continuou.

Ariel Jatón e Gastón Scazzuso, serão os pilotos neste Dakar.


CNR: Já há datas para o campeonato de 2017

Já se sabia desde há algum tempo que o campeonato nacional de ralis iria ter pelo menos nove provas, mas ainda não se sabia sobre as datas. Pois bem, hoje, a FPAK divulgou-as e a grande novidade é que o campeonato começará em meados de fevereiro, num sitio bem conhecido: Fafe. Tudo isto um mês antes de irem aos Açores, onde o rali servirá de abertura do Europeu de ralis.

Para além disso, o campeonato conta com o regresso do Rali de Portugal ao calendário, embora os regulamentos irão permitir que os pilotos possam escolher pontuar entre dois de três ralis - Portugal, Açores e Madeira - para evitar sobrecarregar os pilotos em termos de custos. 

Quanto ao resto do calendário, não muda muito: Espinho/Solverde passa para abril, e o Algarve será a prova de encerramento, no inicio de novembro. Os pisos não se alteram em relação a 2016. Chegou a aventar-se a hipótese de se incluir mais um rali, em Amarante, mas a FPAK decidiu, depois de analisar as condições, não aprovar a sua ascensão ao campeonato nacional em 2017. 

Eis o calendário completo:

17-18 de fevereiro, Serras de Fafe
10-11 de março, Castelo Branco
30 de março-1 de abril, Açores (ERC)
21-22 de abril, Espinho/Solverde
18-21 de maio, Portugal (WRC)
9-10 de junho, Vidreiro
3-5 de agosto, Madeira
22-23 de setembro, Mortágua
4-5 de novembro, Algarve

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

A nova vida de Gerard Lopez

Gerard Lopez foi, até finais de 2015, um dos donos da Lotus F1, a equipa de Formula 1 que sobrou da Renault, que vendeu para ele no final de 2010. Lopez conseguiu segurar o barco de Enstone durante algum tempo, e conseguiu alguns feitos, como fazer regressar Kimi Raikkonen e conseguir duas vitórias, para além de ter outros pilotos como Robert Kubica, Nick Heidfeld e Bruno Senna. De uma certa maneira, aqueceu o lugar enquanto que a Renault se dedicava exclusivamente ao desenvolvimento de motores, quer para eles, quer para a Red Bull, que durante esse tempo conseguia quatro títulos seguidos de pilotos e Construtores.

Contudo, gerir a Formula 1 é muito complicado e é um verdadeiro sorvedouro de dinheiro. Lopez e o seu fundo, o Genii Capital, acabaram por ter prejuízo, apesar da injeção de dinheiro proveniente da FOM. Tanto que agora que a Renault já tem de volta o controlo da sua equipa, penou em 2016, sendo os antepenultimos no campeonato de Construtores, com oito pontos, tendo atrás de si apenas a Sauber e a Manor. A própria Renault admitiu que este foi um "ano zero".

Pois bem, depois de vender a sua parte, não se tem ouvido falar de Lopez... pelo menos até este mês. Desde há umas semanas se tem ouvido falar que ele decidiu adquirir participações maioritárias em dois clubes de futebol, um francês e um português. O francês é o Lille OSC, da Ligue 1, e o português é o Gil Vicente, da II Liga. No caso deste último, a Genii Capital comprou 60 por cento da sua SAD por meros seis milhões de euros. 

É verdade que o futebol é um negócio bem mais barato do que ter uma equipa de Formula 1. Por exemplo, o mínimo de sustentabilidade de uma equipa na I Divisão anda na ordem dos três milhões de euros, baixando para metade na II Divisão. Mas quando temos fundos a adquirirem clubes de futebol, não é por causa dos seus belos olhos ou porque são os seus clubes favoritos. Eles estão ali para ganhar algum, ou então até para serem clubes que se alimentam uns dos outros, embora as regras da UEFA impedem que uma pessoa não possa ser dono de dois clubes da mesma liga, por causa de eventuais favoritismos. É por isso que os clubes B, existentes em Espanha e Portugal, não podem subir à I Divisão, por exemplo.

A ideia de ter donos estrangeiros a serem proprietários das SAD's implicaria que investissem dinheiro para melhorar as sortes desses clubes, mas nem sempre funciona assim. Nos últimos dois/três anos, estão a aparecer magnatas chineses que adquirem as SAD's de clubes portugueses na II e III Divisões (Pinhalnovense, Atlético e Torrense são alguns exemplos), mas eles dão nas vistas pelas piores razões, como por exemplo, escândalos de apostas desportivas. Também há outros que aparecem pelas piores razões, como o Belenenses, mas aí a razão são as péssimas relações entre o clube e a SAD, e a interferência em várias áreas futebolisticas, para além de, claro, a questão do dinheiro.

E a chance do Gil Vicente ser um "Belenenses, parte II" é grande. António Fiúza, o seu presidente, tem um mau temperamento, mas todos - apoiantes e detratores - concordam que tem a ver com o clube, do qual defende com unhas e dentes. E vem de familia, pois ele é neto de um dos seus fundadores. 

Vamos a ver o que ele vai trazer de novo para o clube de Barcelos, e se as relações com o... "vulcânico" Fiúza vão - ou não - ser harmoniosas. 2017 vai ser um ano interessante para aqueles lados.

sábado, 24 de dezembro de 2016

É Natal!

Este ano temos sorte: o Natal calha num fim de semana. Dedicamos estes dias a comprar prendas, fazer o jantar da véspera, reunir a familia e simplesmente, conviver. E claro, olhamos para o ano que vai acabar dentro de uma semana e pensamos no que andamos a fazer.

Confesso que não tenho muito para dizer, é algo frustrante. Contudo, de certas coisas e atitudes que andei a ter, fico com a sensação de que estou a acumular para algo que vai acontecer mais tarde. Como cheguei este ano a uma idade marcante para toda a gente - hoje em dia, chegar aos 40 anos significa metade de uma vida - pensava que teria algo mais para apresentar. E se a frustração começa a acumular-se, é sinal de que as coisas tem de mudar um pouco para "abanar" a tua vida. Veremos, existem sinais nesse sentido.

Mas as frustrações nem sempre são materiais e monetárias. A falta de calor humano também ajuda nisso. Ter pessoas que amas longe de ti, e não vires se algum dia irás estar ao lado delas, faz-te perguntar se essas esperas valerão a pena, ou se, para amenizar essa falta, não seria melhor fazer outras coisas, esperando por dias melhores. Tenho de acreditar que esse dia chegará, para saber se toda essa espera vale a pena.

Contudo, não é altura de queixas. É altura de convívio, de fazer o melhor com aquilo que têm, desejar mais e melhor saúde - algo que tem vindo a faltar nestes últimos dez, doze dias - e esperar que em 2017, as coisas melhorem no campo pessoal. Sim, porque no resto do mundo, é melhor cavar o abrigo nuclear por causa do Presidente Trampa...

Enfim, desejo-vos um Bom Natal a todos.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A imagem do dia

Se estivesse vivo, Michele Alboreto faria hoje 60 anos de idade. Um dos pilotos mais conhecidos dos anos 80, tornou-se num dos últimos pilotos italianos a correr na Ferrari - o último com Enzo Ferrari ainda vivo - e em 1985 foi vice-campeão do mundo, pagando o preço pela pouca fiabilidade do seu carro. Para terem uma ideia, não pontuou nas últimas cinco corridas dessa temporada.

Mas depois da Formula 1, o piloto italiano teve uma segunda carreira na Endurance, vencendo nas 24 Horas de Le Mans de 1997 e nas 12 Horas de Sebring de 2001, ambos pela Audi. Esta última vitória apareceu, tragicamente, um mês e meio antes do seu acidente mortal, a 25 de abril de 2001, no circuito de Lausitzring.

Onde quer que esteja, sempre o recordamos.

No The Grand Tour desta semana...



... os "Três Estarolas" foram a paragens finlandesas para passar o Natal, gozar com os romances policiais que são feitos por lá. Lá veremos Kimi Raikkonen morrer de frio, Jeremy Clarkson num Ford Focus para provar que é melhor do que um Mustang guiado por Richard Hammond (e a comer queijo!), tretas para oferecer no Natal e uma homenagem ao duelo Ford-Ferrari nas 24 Horas de Le Mans, que comemorar agora meio século.

Enfim, eis o programa desta semana. Bom Natal a todos!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O delicado estado de Carlos Reutemann

Um dos heróis nacionais vivos da Argentina, Carlos Reutemann vive tempos complicados. Agora senador, o antigo piloto da Brabham, Ferrari, Lotus e Williams, de 74 anos, está desde o inicio do mês passado nos Estados Unidos a recuperar de uma operação à vesícula. O Senado argentino decidiu dar-lhe uma licença de 60 dias a "Lole" para tratar dos seus problemas de saúde.

O próprio Reutemann confirma os problemas de saúde, afirmando que "a recuperação será longa e lenta".

Nascido a 12 de abril de 1942, em Santa Fé, chegou à Formula 1 30 anos depois, alcançando uma inesperada pole-position no GP de Argentina. A sua primeira vitória aconteceu em 1974, no GP da África do Sul, e ganharia por mais três vezes até passar para a Ferrari a meio de 1976, como substituto de Niki Lauda durante o seu tempo de ausência. Manteve-se em 1977 e 78, acabando por vencer por mais cinco vezes. Em 1979, passou para a Lotus, mas apesar de ter conseguido quatro pódios, não venceu.

Em 1980, passou para a Williams, onde venceu no Mónaco, e no ano seguinte, causou polémica ao desobedecer as ordens de ceder a vitória para Alan Jones no GP do Brasil. Voltou a vencer na Bélgica, e lutou pelo titulo mundial até perder a favor de Nelson Piquet. A sua última corrida foi o GP do Brasil de 1982, com quase 40 anos de idade.

Para além disso, Reutemann tornou-se num dos poucos pilotos de pista a conseguir pontuar nos ralis (outros foram os finlandeses Leo Kinnunen e Kimi Raikkonen), ao ser terceiro classificado nas edições de 1980 e 85 do Rali da Argentina. 

Noticias: Wolff acha dupla Hamilton-Wehrlein "instável"

A cada dia que passa, parece que a Mercedes irá escolher Valtteri Bottas para o lugar de Nico Rosberg, e a equipa de Grove irá prolongar a presença de Felipe Massa em 2017. Isto é cada vez mais possível depois das noticias que indicam que Massa já assinou para continuar na Formula 1 e que a marca dos Flechas de Prata ter adiado o anuncio do segundo piloto para 2017, o que descarta cada vez mais a ideia de que ele será o escolhido, já que o piloto faz parte dos quadros da marca, e ele seria uma escolha ideal.

Toto Wolff diz que quer tranquilidade na equipa na proxima temporada. “Lewis e Pascal seria uma combinação explosiva. O que eu quero evitar é o cenário ‘Alonso-Hamilton’ [em 2007 na McLaren]”, declarou o chefe da Mercedes em entrevista ao diário ‘Kolner Express’. Segundo se fala na imprensa local, Wehrlein vai ser piloto da Sauber em 2017, apesar de não haver qualquer ligação da Mercedes com a equipa suíça, neste momento.

Contudo, David Ryan, diretor de corrida da Manor, acha que a Mercedes faz mal se não escolher Wehrlein ja em 2017, para substituir Nico Rosberg,  pois acredita que as pessoas têm uma impressão errada do piloto alemão. “Ele é um grande talento, um excelente rapaz, e parece-me que há pessoas que têm uma opinião errada sobre ele. Eu parece-me que ele é um piloto de topo, está completamente focado no seu trabalho. Não sei como a Force India chegou à decisão que tomou, mas isso é problema deles” disse Ryan à imprensa alemã.

Bottas, contudo, tem uma coisa interessante sobre ele: Toto Wolff é o seu "manager" e caso ele seja o escolhido, a sua relação teria de ser diferente. Deixaria de ser o seu "manager" e limitaria a ser o seu patrão na Mercedes devido aos conflitos de interesse que pairariam na marca. Até poderá ser profissional e tomar decisões inatacáveis, mas caso cometesse um erro, as criticas apareceriam logo por cima...

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Youtube Motorsport Movie: O inicio de Grand Prix

Faz hoje precisamente 50 anos que, nos Estados Unidos, estreava-se no cinema um dos filmes mais memoráveis do automobilismo, "Grand Prix". Realizado por John Frankenheimer, com James Gardner, Yves Montand e Toshiro Mifune como atores principais, data a vida do uma eventual temporada de 1966 de Formula 1.

A história é simples: Pete Aron, piloto americano da Jordan, é despedido depois de provocar um acidente com o seu companheiro de equipa, o britânico Scott Sttodard, no GP do Mónaco. Desempregado, vai para a Yamura, de um ambicioso construtor japonês, e começa a envolver-se na luta pelo titulo entre Sttodard e o Ferrari do francês Jean-Pierre Sarti. A luta é a três, que terá um auge em Monza, onde Aron supera Sttodard, enquanto que Sarti sofre o seu acidente fatal. A cena final é Aron, na meta, com a pista vazia, contemplando o horizonte com alguma angustia, mas com esperança de uma nova temporada, onde defenderá o seu título.

"Grand Prix" tornou-se num filme inesquecivel devido às suas sequências filmadas dos cockpits dos carros. Não eram Formula 1 verdadeiros - muitos eram carros de Formula Junior - e outras cenas foram filmadas no cockpit de um Ford GT40 guiado por Phil Hill, que atuou como um dos conselheiros do filme. Outros pilotos ajudam no filme, como Bruce McLaren, que cede os seus carros da sua recém-criada equipa. Aron (Gardner) usa o capacete de outro neozelandês, Chris Amon.

Inicialmente, havia planos para filmar no Nurburgring Nordschleife, mas isso acabou por não acontecer porque Steve McQueen queria fazer o seu filme automobilístico. Tinha um projeto com John Sturgis chamado "The Day of The Champion", e a ideia era de filmar no circuito alemão. A equipa de filmagens entregou bobines dessas filmagens, mas por esta altura, McQueen filmava "The Sand Pebbles" e os atrasos nas filmagens tornaram-se tais que o projeto acabou por ser arquivado de vez. Só quatro anos depois é que conseguiu fazer esse seu projeto. Seria "Le Mans".

Estreado nos Estados Unidos a 21 de dezembro de 1966, foi um sucesso de bilheteira, sendo um dos dez filmes mais rentáveis do ano. E acabou por ganhar três prémios da Academia, melhores efeitos sonoros, melhor edição e melhor som. E claro, também entrou na mente de todos os que já viram ao longo destes 50 anos.

A(s) image(ns) do dia








Depois da Ford, Toyota e Hyundai, já faltava vermos a nova máquina da Citroen, já que o carro da Volkswagen para 2017 vai para o museu sem se estrear nos ralis. Com Kris Meeke como piloto principal, espera-se que recupere a hegemonia perdida nos últimos anos para os alemães da Volkswagen, a partir do Rali de Monte Carlo. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Formula 1 em Cartoons: Convencer Massa a ficar (Pilotoons)

Para a Williams convencer Felipe Massa a ficar por mais uma temporada, parece que vale tudo, como mostra o Bruno Mantovani.

A anatomia de um regresso?

Vimos no passado mês de Novembro Felipe Massa a despedir-se, emocionado e à chuva, do público brasileiro, depois de bater forte na volta 49 daquele que era o seu último GP do Brasil. Debaixo de fortes aplausos do público e de toda a Formula 1, parecia que a carreira do piloto de 35 anos, e desde 2002 na categoria máxima do automobilismo, tinha alcançado o seu final.

Pois bem, isso poderá ter sido... prematuro. A (inesperada) retirada de Nico Rosberg baralhou tudo, e apesar da Mercedes ter dito que a escolha do seu substituto só será feita em 2017, muitos acreditam que Toto Wolff fez uma oferta à Williams para que liberte Valtteri Bottas por uma soma de dinheiro equivalente a aquilo que a equipa de Grove paga pelos seus motores. E como eles não querem outro junior ao lado do estreante Lance Stroll, eles decidiram virar-se para Felipe Massa, que seria pago pelo patrocinador principal, a Martini, e claro, pelo pessoal que colocou o jovem canadiano na equipa. Assim, a retirada seria adiada para 2018, altura em que o pelotão da Formula 1 estará bem mais agitado do que agora.

A hipótese foi levantada no final da semana passada pelo jornalista brasileiro Livio Orrichio, que no seu sitio, compara Massa a D.Pedro de Alcântara, o futuro D. Pedro I do Brasil (e IV de Portugal) no seu "dia do Fico", a 9 de janeiro de 1822, sete meses antes da independência. Ou seja, a sua carreira seria prolongada por um ano e em troca, teria melhores condições das que tem agora. Ainda por cima, também veria regressar à Williams o engenheiro Paddy Lowe, que esteve na equipa até ao final do ano. E o detalhe é que iria para lá sem "anos sabáticos", do qual alguns engenheiros tem de passar, para evitar segredos industriais e algo semelhante. E também porque Pat Symmonds deseja reformar-se dentro em breve. 

Quanto a esta última parte... hoje foi confirmado. Symmonds vai se embora no final do ano e é uma questão de tempo até Lowe ir para ali. O resto, a acontecer, será por um valor interessante: sete milhões de euros. Pelo menos é isso que a Martini, o "major sponsor" da equipa, pretende pagar para manter Massa, porque pretende ter um piloto maduro para mostrar... o seu produto. É que Lance Stroll tem apenas 18 anos, e há certos lugares do mundo em que essa idade ainda não é a legal para que possam consumir álcool...

E resta saber se eles vão receber os motores de 2017 de graça. Pelos vistos, parece que sim, o que seria um grande alivio para o orçamento da marca.  

Claro, é uma grande história. Mas há quem afirme que tudo isto pode não passar de uma bela história... de Natal. Pelo menos, é o que se pode ler no sitio do Joe Saward. Segundo ele, um post escrito no mesmo dia em que o Livio Orrichio escreveu aquele que vos referi anteriormente, ele afirma que entre "clickbaits" para atiçar o pessoal em alturas do Natal para não deixarem de visitar os seus lugares - e até afirma que em breve ouviremos o mesmo em relação a Maurizio Arrivabene... - até considerar que as chances de Valtteri Bottas de aterrar naquele lugar são tão boas como as de... Forrest Gump. E ainda acaba com uma citação de Oscar Wilde, afirmando que "pior do que falar mal é não falar de forma alguma".

O sarcasmo britânico no seu melhor...

Mas, por muito que isto tenha mais ficção do que realidade (ou o seu contrário), isto é como as lendas: há sempre um fundo de verdade. Pode ser que é real, mas não da maneira como um "pinta". Pode ser que no final está tudo decidido a favor da solução mais simples, aquela que todos esperam desde o dia em que Nico Rosberg anunciou inesperadamente a sua retirada. E que só o vão anunciar mais tarde porque querem ver o circo a arder. É tão simples quanto isso.

Enfim, Bom Natal a todos.

O cartão de Natal do Tio Bernie, versão 2016

Por fim, chegou o tão aguardado cartão de Natal do Tio Bernie, e este ano, não desiludiu, pois falou sobre o famoso final do GP do México de 2016, onde tivermos três terceiros classificados por causa da confusão das últimas voltas e dos insultos do Sebastian Vettel a mandar o Charlie Whitting à aquela parte.

Claro, os pilotos da Red Bull a olharem-se uns aos outros para saber se tem lugar por ali, e o velhote de óculos espreitando na parte de baixo da árvore. Ao menos podiam ter desenhado a cena em que o Nico o pega ao colo, como fez em Abu Dhabi... 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A(s) image(ns) do dia







Daqui a duas semanas, em Assuncion, a capital do Paraguai, a Peugeot começará a tentar alcançar a vitória no Rali Dakar de 2017. Sebastien Loeb, Carlos Sainz e Stephane Peterhansel vão andar pelo deserto sul-americano para tentar superar os Mini e os buggy, entre outros.

A máquina parece ser agressiva e os treinos extensivos parece indicar que eles são os favoritos para a vitória. Mas como todos nós sabemos, estes ralis são verdadeiras caixinhas de surpresas...

domingo, 18 de dezembro de 2016

Este circuito pode ter os dias contados

É famoso, mas nunca vimos ali qualquer corrida. Aparece duas vezes por ano, durante algumas semanas, e a sua fama é tal que já apareceu em jogos. E tal como a esmagadora maioria das pistas na Grã-Bretanha, já foi um aeródromo. A pista de Dunsford é o local ponde são filmados os testes para o programa de televisão Top Gear desde que foi reinventado, em 2002, e que continuou a ser usado mesmo após a saída dos "Três Estarolas", Jeremy Clarkson, Richard Hammond e James May, em 2015. 

Mas poderá ter os dias contados: a Jalopnik anunciou este sábado à noite que a pista poderá ser demolida para dar lugar a um complexo habitacional. A votação aconteceu esta quarta-feira, no conselho local de Waverly Borough, no condado de Surrey, e a decisão não foi unânime. Aliás, dez votaram a favor e oito votaram contra. 

A ideia, caso vá para a frente, é de construir um complexo habitacional com cerca de cem casas para pessoas de baixos rendimentos, para complementar o complexo industrial existente à volta da pista, que alberga cerca de cem industrias.

Veremos até que ponto isto vai para a frente. Caso aconteça, é o final de uma certa era.

sábado, 17 de dezembro de 2016

WRC: Saiu a lista de inscritos para Monte Carlo

O Rali de Monte Carlo irá acontecer dentro de um mês e pouco, e já saiu a lista de inscritos. Há algumas novidades interessantes, como a de Anders Mikkelsen, o vice-campeão de 2016, que vai andar por lá de... Skoda Fabia R5, apesar de já ter dito que andará em 2017 num carro desse ano. O que pode indicar que a ideia do projeto de Nasser Al Attiyah poderá ter pernas para andar.

Quem vai andar num R5 vai ser Eric Camili, que vai correr num Ford Fiesta. Já Craig Breen vai andar num DS3 WRC de 2016.

Interessante é saber que Francois Delecour irá andar num Fiat 124 RGT. O veterano piloto francês, que sempre deu espectáculo nos ralis há mais de 30 anos, vai voltar ao clássico rali, ele que nos últimos anos anda em carros de GT, como o Porsche 997.

Esta semana, no The Grand Tour...



Provavelmente, deve ser o melhor episódio que fizeram até agora. Com a tenda em Roterdão, na Holanda, os Três Estarolas foram a Marrocos, onde fizeram uma comparação competitiva entre 2+2 (Mazda RX-5, Alfa Romeo 4C e o Zenos E10S), e fizeram recordar a nossa infância quando Richard Hammond e James May decidiram jogar "Batalha Naval" com... vocês adivinharam, carros.

Tambem tem coisas mais engraçadas, mas isso podem ver ao longo do episódio desta semana.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A imagem do dia

Aparentemente, estas são as cores da Ford em 2017, que terão Sebastien Ogier e Ott Tanak ao volante. É interessante ver o símbolo da Red Bull no flanco... não é mau de todo.

Agora é ver como se comportará na próxima temporada.

Formula 1 em Cartoons - O novo companheiro de equipa de Hamilton (Cire Box)

Com o anuncio do novo companheiro de equipa na Mercedes a tardar - a marca já disse que isso só vai acontecer em 2017 - há quem ache que deveriam pensar noutras alternativas. A RoboRace, nova competição que pretende dispensar o piloto, poderá ser uma boa alternativa para o lugar de Nico Rosberg...

"E se ele for o companheiro de equipa ideal de Lewis em 2017? Não pagamos salário, não há ordens de equipa, não há acidentes e conflitos... a tranquilidade!", diz um sombreado Niki Lauda.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A imagem do dia

Faz hoje dez anos que Clay Regazzoni sofreu o seu acidente mortal, numa auto-estrada italiana, na zona de Bolonha. "Regga" foi provavelmente o melhor piloto suíço na Formula 1, a par de Jo Siffert, e nos anos 70, teve passagens por Ferrari (duas vezes), BRM, Ensign (duas vezes), Shadow, Williams (o primeiro vencedor da marca) e estava na Ensign quando sofreu o acidente que deu cabo da sua carreira, tinha ele 40 anos de idade.

Regazzoni venceu logo na sua quinta corrida na Formula 1, em Monza, no fim de semana da morte de Jochen Rindt. Acabou a temporada no terceiro posto, ficando atrás de Jacky Ickx. Em 1973, foi para a BRM, ganhando cerca de um milhão de dólares, e depois conheceu e admirou-se com as habilidades de um austríaco chamado Niki Lauda. Recomendou-o a Enzo Ferrari, quando regressou, em 1974, e deu no que deu.

Mas tudo isto poderia não ter acontecido, se tivesse tido azares em duas corridas em 1968. A primeira, na Formula 3, no Mónaco, onde o carro passou por baixo do guard-rail, onde ele teve o instinto suficiente para se baixar e evitar que a sua cabeça voasse separada do seu corpo... mas poucos meses depois, em Zandvoort, durante uma corrida de Formula 2, Regazzoni envolveu-se num acidente bem mais polémico, que resultou numa morte.

"Regga" estava na frente da corrida quando apanhou o Brabham de Chris Lambert, que estava a levar uma volta dele. Aparentemente, ambos desentenderam-se e acabaram na valeta. O suíço nada sofreu, mas Lambert acabou por ter morte imediata, depois de bater numa ponte existente no circuito. O inquérito subsequente disse que ele não o fez de propósito, mas houve quem estivesse convencido que tudo isso foi uma manobra para enterrar o incidente. Quem não se conformou foi o pai de Lambert, que processou Regazzoni durante cinco anos, até que ele desistiu do processo.

Contudo, este acidente danificou um pouco a sua reputação de piloto veloz, mas com tendência para bater. Apenas com o tempo é que ele acalmou, conseguindo 139 corridas. E nesse ano de 1968, ele acabou por ser campeão da Formula 2 europeia, com o seu Tecno.

Um dia, este carro estará em Le Mans...

... mas não em 2017. O Welter Racing, carro que seria propulsionado a biometano, deveria estar pronto a tempo das próximas 24 Horas de Le Mans, mas não vai estar porque não existem fundos suficientes. Gerard Welter queria ter o carro pronto em setembro, mas neste momento, apenas o monocoque e o eixo dianteiro estão prontos.

Thibaut Dejardin, engenheiro da WR, explicou que “queremos ir a Le Mans, só não sabemos se o vamos fazer em 2018, 2019 ou 2020”.

Outros componentes, como  eixo traseiro e a célula de segurança estão a ser fabricadas, tal como a direção. O motor Gibson V8 ainda tem que ser modificado para poder funcionar a biometano.

A WR é uma veterana com quase 40 anos de experiência. Apareceram pela primeira vez em 1979 como WM (Welter-Meunier, de Gerárd Welter e Michel Meunier) e em 1988 estiveram nas bocas do mundo quando o seu carro com motor Peugeot foi o primeiro a passar os 400 km/hora na reta de Mulsanne. Esse feito foi o catalisador da colocação das duas chicanes para travar a velocidade de ponta desses carros.

Depois, a WM virou WR (a sociedade ficou em família, repartida entre Gerard e Rachel Welter) e andaram pelo pódio, para além de uma pole-position na edição de 1995. Depois foram para a classe LMP2, onde surgiram pela última vez em 2010.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

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Dezembro no hemisfério norte vai ter sempre isto: neve na pista. Foi o que aconteceu esta terça-feira em Indianápolis.

Perdeu-se o desejo de conduzir


Quando tinha 18 anos, o meu desejo era de tirar a carta de condução o mais depressa possível. E fiz isso: juntei dinheiro, trabalhei nas horas vagas... e até tive aulas extra, quer com o meu pai, no carro que ele tinha na altura, quer depois quando paguei aulas extra na escola de condução. Ao fim de alguns meses, tinha a licença de condução na minha mão. Consegui-o dois dias depois de fazer o meu 19º aniversário e estava radiante. Tudo isto foi em 1995, já lá vão 21 anos e meio.

Poucos anos depois, vivi o que posso considerar como "o meu auge". O meu pai tinha comprado um carro novo e oferecera-me o antigo, eu tinha um emprego numa rádio na minha cidade - não ganhava muito, mas o suficiente para ter no bolso no final do mês - e tinha liberdade para andar. Pensava que não havia limites, mas não sabia que estava a alcançar uma espécie de oásis para o deserto que se aproximava.

Porque conto este episódio da minha vida? Por causa de uma coisa que ouvi por estes dias no "The Grand Tour". Eles falaram que os exames de condução na Grã-Bretanha alcançaram em 2016 um mínimo histórico. Comparado com 1995, os exames que são feitos hoje em dia são menos de 40 por cento. É muito. As pessoas não querem mais aprender a conduzir. As razões são imensas, e creio que vão piorar com o tempo.

Primeiro que tudo, existe mais oferta: transportes públicos, meios alternativos como a bicicleta - embora isso seja limitado. Outra razão é a "demonização" do automóvel. É um brinquedo caro para se manter, é poluidor e nos últimos tempos, tem sido o "mau da fita" por causa dos escândalos como por exemplo, o "Dieselgate". E hoje em dia - embora isso deva ser algo do qual as pessoas por aqui deveriam pesquisar - os jovens não querem tirar a carta, ou isso não está nas suas prioridades. 

As escolas de condução definham, quando não encerram. Volto aos meus tempos de juventude: na minha cidade, havia pelo menos quatro escolas de condução. Dois já fecharam - embora num deles, o dono pegou no dinheiro e fugiu para o Brasil... - e um luta para sobreviver. No meu tempo, eu aprendia a dirigir num mero Opel Corsa ou num Renault Clio. Hoje em dia, os garotos (e garotas) aprendem a guiar num Mini, num BMW Série 1 ou até... num Porsche Cayenne. Não estou a brincar! Claro, os carros não são deles, eles fazem um acordo com os concessionários locais, e eles fornecem os carros numa espécie de "empréstimo" por algum tempo. É como os carros de aluguer.

Hoje em dia, os jovens mais rapidamente juntam dinheiro para fazer uma tatuagem ou meter um brinco no umbigo do que investir na condução. Acham que os transportes públicos irão satisfazer as suas necessidades, ou então a bicicleta pode ser uma actividade saudável. Acredito, sei que as prioridades estão trocadas, mas então porquê?

Bom, em muitos aspectos, é simples: ter um carro implica enorme investimento. Meter gasolina, pagar seguros, ir à inspecção uma vez por ano... e se a gasolina ficar cara, os vinte euros, que há meses dava para meio depósito, hoje, nem daria para fazer cem quilómetros. No final do mês, começas a ver que não compensa. E se tirar o passe poderá custar o mesmo do que manter um carro, e tens viagens ilimitadas, começas a pensar duas vezes sobre se vale a pena ter um carro. 

E provavelmente, a tendência vai ser pior. Mais do que investir em automóveis elétricos, por exemplo, é o investimento em carros automáticos. Algumas empresas falam disso e aos poucos e poucos, os carros mostram-nos sistemas de parqueamento automático. Em 1995, as nossas aulas de condução - e os nossos exames - tinham como ponto crucial a nossa habilidade em estacionar. Hoje em dia, com os carros a dar isso nos seus equipamentos, para quê aprender? E a mesma coisa acontecerá quando aparecer um carro autónomo: para quê gastar dinheiro a aprender a guiar, quando terei um Tesla (por exemplo) a levar-me da casa para o trabalho a fazer todo o serviço? E nem falo dos taxistas, provavelmente uma futura profissão em extinção com toda esta tecnologia...

Em suma, a ideia do automóvel como "libertador" está na gaveta. A ideia de passear estrada fora, sem destino, como fazia no final do século passado quando chegava o fim de semana, está acabada. Poderá ser que volte no futuro, mas hoje em dia, tornou-se num brinquedo caro. E cada vez mais, as pessoas perdem o interesse ao automóvel. É um fardo, e um fardo cada vez mais caro para o alimentar. E deve ser por isso que os jovens já não querem mais juntar dinheiro ou trabalhar nas horas vagas para tirar a carta. Há outras prioridades.

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Eu confesso que isto foi inesperado. A história conta-se rapidamente: fui a pedido de um amigo meu ao concessionário da Volkswagen, que fica ao lado, porque ele ia levar o carro para revisão - e é um Skoda, diga-se de passagem - e ele vinha acompanhado pelas filhas dele. Alguém sugeriu que fossem ao concessionário da Skoda, e lá fomos todos nós, e de facto havia surpresas para todos nós, sem excepção. Para elas, uns balões. Para mim, dois R5 que andaram no Campeonato Nacional de Ralis, guiados por Miguel Barbosa e Pedro Meireles, ambos preparados pela Sports & You, o mesmo que preparou o Citroen DS3 R5 do José Pedro Fontes, que acabou por vencer o campeonato.

É óbvio que ver estes carros "ao vivo e a cores" é outra coisa. Estão parados, mostrando-se perante tudo e todos, depois de uma temporada onde andaram por estradas de terra e asfalto, dando o melhor, a cada segundo, fazendo as curvas da melhor maneira que sabiam fazer, para ganhar tempo aos adversários. Aliás, Meireles venceu um rali neste ano, na Mortágua (creio eu).

Não faço ideia até quando aqueles carros ficarão ali naquele concessionário. Mas já me fez não só o dia como o Natal, pois foi bem inesperado.