quinta-feira, 31 de março de 2016

Cinco Grandes Acidentes na carreira de Fernando Alonso

Como é sabido, a FIA vetou esta quinta-feira a participação do piloto espanhol do GP do Bahrein, sendo substituído pelo belga Stoffel Vandoorne, campeão da GP2, fazendo assim a sua estreia na Formula 1. Ao piloto de 34 anos, este foi mais um grande acidente ao longo de uma longa carreira, que já vai na sua 16ª temporada, com passagens por Minardi, Renault, McLaren e Ferrari, vencendo dois títulos mundiais pelo caminho.

Contudo, este não foi o primeiro grande acidente em que se viu envolvido. Fernando Alonso, que já correu em 255 Grandes Prémios, e venceu por 32 vezes, já teve a sua quota parte de acidentes que nos últimos tempos, parece que tem vindo a aumentar, colocando até em causa a sua continuidade no automobilismo. Apesar de tudo, ele afirma que deseja continuar a competir, mas ele já colecionou alguns acidentes dos quais merece que se faça uma matéria como esta.

Como critério, os acidentes abaixo referidos estão por ordem cronológica.


1 – GP do Brasil de 2003


Em 2003, Fernando Alonso tinha 21 anos e estava a estrear-se na Renault, depois de uma passagem pela Minardi, para aprender a andar numa categoria exigente como é a Formula 1. A corrida de Interlagos era a terceira da temporada, e já tinha impressionado os entendidos ao ter sido o “poleman” na corrida anterior, na Malásia, terminando no terceiro lugar e conseguindo o seu primeiro pódio da sua carreira.

A corrida brasileira foi bem atribulada. Corrida debaixo de chuva, foi uma hecatombe para os pilotos, com inúmeras saídas de pista e consequente entrada do Safety Car. 

Na volta 54, porém, aconteceu a confusão. Tudo começou com Mark Webber a bater forte na Curva do Café, sem consequências para o piloto australiano, então a correr pela Jaguar. As bandeiras amarelas foram mostradas, mas Alonso não abrandou na zona, batendo bem forte no outro carro, já com o piloto fora do carro. O Renault desintegrou-se, e Alonso saiu do carro pelo seu próprio pé, para parar uns metros mais adiante, pois se tinha magoado numa perna. Levado para o hospital, não esteve no pódio para receber o prémio, pois a corrida tinha sido interrompida na volta 55 e tinha sido dado o terceiro posto.


2 – GP dos Estados Unidos de 2004 


Um ano depois, Alonso sofreu outro grande acidente na sua carreira, ao bater forte no muro no GP dos Estados Unidos, que se disputava no circuito de Indianapolis. Tinha sido um fim de semana problemático, com Ralf Schumacher a bater forte no muro de proteção, na Curva 13 (a Curva 1 no “Brickyard”), tendo sofrido lesões nas costas e acabando por falhar seis corridas nessa temporada. 

Já Alonso tinha sido vitima de um furo com um dos seus pneus Michelin, embatendo no muro, mas sem consequências de maior. Curiosamente, esse problema foi a grande causa do boicote dos pilotos e das equipas com os pneumáticos franceses no ano seguinte…


3 – GP da Bélgica de 2012


Em Spa-Francochamps, Fernando Alonso nem andou duzentos metros, sendo uma das vitimas do Lotus de Romain Grosjean na curva de La Source. Apesar de nada ter sofrido com o acidente, viu o carro dele a passar a menos de 40 centímetros da sua cabeça, num incidente onde se envolveram os carros do britânico Lewis Hamilton e dos Saubers do mexicano Sergio Perez e do japonês Kamui Kobayashi

Alonso disse depois que Grosjean tinha cometido um ato irresponsável, e a FIA puniu o francês com uma corrida de suspensão. 


4 – Testes em Barcelona, 2015


O regresso de Alonso à McLaren foi envolto em expectativa para saber como é que ele reagiria com o mesmo dono que sete anos antes lhe tinha estragado a sua vida, preferindo um jovem Lewis Hamilton a ele, que tinha dois títulos no seu bolso. Se no campo das relações, houve uma cordialidade – apesar do motor Honda ter sido um desastre – já em termos de azares, estes não o largaram. Na segunda sessão de testes de pré-temporada, em Barcelona, quando fazia a Curva 3, ele abrandou e parou no muro de proteção, “apagando-se” de seguida. 

Transportado para o hospital, ficou internado por três dias por precaução, especulando-se sobre se tinha recebido um choque elétrico por causa do KERS não ter sido bem isolado no seu carro, ou se tinha tido algum problema neurológico. Caso tivesse sido o último, isso colocaria as suas capacidades de pilotagem, e até mesmo a sua carreira em dúvida, mas os médicos disseram que não tnha sido descoberto nada de relevante.

Contudo, a Comissão Médica da FIA o examinou em Melbourne, antes da corrida de abertura do campeonato desse ano, e vetou a sua participação, sendo substituído pelo dinamarquês Kevin Magnussen


5 – GP da Austrália de 2016


Pouco mais de um ano após o incidente acima referido, Fernando Alonso apanhou outro grande susto na sua vida. Na volta 19 da corrida australiana, falhou a travagem para a curva Sports Centre, embatendo na traseira do Haas do mexicano Esteban Gutierrez, capotando por duas vezes na gravilha. Saindo do carro pelo seu próprio pé, soube-se depois que tinha sofrido uma desaceleração calculada em 45 G’s, mais de metade do qual um corpo humano pode suportar. 

Parecia que o espanhol tinha meramente “sacudido o pó” depois de um acidente daqueles (a lembrar o de Martin Brundle, vinte anos antes), mas na realidade, Alonso sofreu fraturas numa costela e um pequeno pneumotórax, e isso fez com que os médicos da FIA o impedissem de correr no GP do Bahrein, sendo substituído pelo belga Stoffel Vandoorne.

1 comentário:

Red Bull RB6 disse...

Esse acidente de Fernando Alonso no GP do Brasil de 2003 foi aquele da confusão da primeira vitória na carreira de Giancarlo Fisichella. Vitória que só foi confirmada cinco dias depois da prova, já que Físico completou a volta 56. Por erro no sistema de cronometragem, os comissários da prova apontou (até então) a vitória de Kimi Raikkonen.
Na semana do GP de San Marino de 2003, num ato de esportividade, Raikkonen entregou o troféu de vencedor para Fisichella, o legítimo vencedor do GP do Brasil.