segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A venda da Formula 1, vista pelo Joe Saward

A venda da Formula 1 à Liberty Media parece ser cada vez mais uma realidade, chegando ao ponto de alguns meios de comunicação especializados dizer esta segunda-feira que amanhã deverá cair o primeiro dos cheques dos cerca de 8,5 mil milhões de euros que irá valer a venda. E hoje há uma maneira de saber o "quando" e o "para quem" e que isso vai acontecer: basta ler o notebook de Joe Saward para o seu blog, onde ele diz das boas sobre Donald McKenzie, o representante da CVC Capital Partners que passeava no paddock, e que Saward o chama entre-linhas de arrogante.

E quando ele ouve do próprio que se vai embora dali, na grelha de Monza, a Ron Dennis, com Saward como testemunha, diz tudo...

Eis o excerto que vem hoje no seu blog e que o traduzi. Se querem ler na versão original, está por aqui.

"Vou admitir, logo de imediato, que eu nunca gostei do estilo de Donald Mackenzie. Eu não sou alguém que fique impressionado com dinheiro, poder ou aparência. Julgo as pessoas sobre a sua inteligência, a sua honestidade, suas boas maneiras e outras coisas à moda antiga. Armas de caça, galochas verdes e um Land Rover não tornam uma pessoa num aristocrata. Assim como um passe de imprensa não faz de você um mostrengo.

Estou certo de que Mackenzie deve espalhar charme em jantares com sua própria espécie, mas eu sempre achei-o arrogante, rude e desdenhoso, algo que apenas os novos-ricos podem ser. Sua atitude do estilo "bem, você não poderia entender" era um sinal muito claro que ele estava no topo de sua própria cadeia alimentar e, nas palavras de Shania Twain, "não me impressiona muito". E bom para ele ter talento em fazer dinheiro, mas eu não elogio o que ele fez para a Fórmula 1 e estou feliz para aplicar minha bota na parte de trás da calça de sarja para ajudá-lo na direção da porta marcada com o sinal de "uscita" (saída em italiano).

Eu estava conversando na grelha com Ron Dennis quando Mackenzie navegava por ali e se intrometeu na conversa e Ron, sabendo de que lado seu pão com manteiga é ligado, imediatamente respondeu com um grande sorriso. Eu já não existia. Eu era o homem invisível. Muitas pessoas são propensos a fazer isso e tem-se a opção de fazer observações sobre a educação, que sempre cria uma situação embaraçosa, ou pode-se retirar graciosamente uma vez que está provado que eles não vão mesmo dizer "desculpe-me". Mackenzie, infelizmente, perdeu claramente a classe sobre ter classe, mas ele estava tão convencido da minha invisibilidade que ele disse "esta é a minha última corrida" para Dennis. É rude para ouvir as conversas dos outros, mas se intrometer e deixar escapar as coisas quando você ainda faz parte da conversa, a culpa não é sua. Assim, tanto quanto eu estou preocupado, isto é um jogo justo. Portanto, Donald confirmou que a venda seja concluída.

Perfeito. Meu notebook lê: "Donald salta fora".

Então, adeus Sr. Mackenzie, ele está de volta ao lixo das empresas industriais peritas na alienação de património. Seus dias na Formula 1 acabaram. E, aqui, na terra do desporto, estamos regozijando. O dia do chacal é longo. Eu vejo todos os financiadores como inescrupulosos e gananciosos, e ele vê todos os jornalistas como sendo pessoas más. O Oriente é o Oriente e Ocidente é o Ocidente, e nunca se encontrão."

Agora, resta saber os planos dos novos donos da Formula 1, e se vão também comprar a parte que cabe a Bernie Ecclestone, que em conjunto - direta e indiretamente - detêm cerca de 17 por cento das acções da Formula 1. Em caso de compra - até pode nem ser agora - o titio Bernie pode dizer adeus à competição que o fez enriquecer. Alguns falam que isso até poderia acontecer agora, mas tenho as minhas dúvidas e até parte em contrário, eu creio que ele só sairá dali quando o Lucifér vier dos fundos da terra e dizer que a hora de organizar o Mundial de Formula 1 no Inferno já chegou...

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