quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Abandonar no Auge: 6 - Jody Scheckter (1980)

O que acontece quando alcanças algo que tanto quiseste na vida? Muitos ficam tentando novamente o título, mas há quem simplesmente limite a cumprir o contrato e ir-se embora. Foi o que fez Jody Scheckter quando alcançou o título mundial no final de 1979, ao serviço da Ferrari: cumpriu o contrato até ao fim e dpeois pendurou o capacete, quando tinha apenas 30 anos de idade. Mas antes disso, o veloz sul-africano tinha uma reputação de velocidade tal que era... perigoso.

Nascido a 29 de janeiro de 1950 em East London, na África do Sul, tinha um irmão mais velho que também era piloto, Ian Scheckter. Chegado à Grã-Bretanha em 1971, a sua velocidade na Formula Ford e Formula 3 o fizeram chamar de "Baby Bear", para se diferenciar de Dennis Hulme, que era chamado de "Bear", pela sua velocidade pouco controlada.

Scheckter teve a sua primeira chance na Formula 1 no final de 1972, pela McLaren, e foi o suficiente para ter mais algumas em 1973. Contudo, a sua rapidez inerente poderia levar o pelotão a sérios estragos. O mais conhecido foi o que se passou no inicio do GP da Grã-Bretanha, onde causou uma carambola que eliminou onze carros, a maior até então. Contudo, a sua velocidade foi suficiente para correr na Tyrrell em 1974, onde alcançou a sua primeira vitória na Suécia, e lutar pelo título mundial nesse ano, terminando no terceiro posto.

Depois de uma temporada modesta em 1975, no ano seguinte andou no P34, o radical carro de seis rodas da Tyrrell. Venceu uma corrida, na Suécia, e acabou no terceiro lugar do campeonato, com 49 pontos, mas decidiu ir embora da equipa para aceitar o desafio da Wolf. E logo na primeira corrida de 1977, na Argentina, conseguiu uma inesperada vitória. Voltaria a vencer no Mónaco e no Canadá, acabando como vice-campeão, com 55 pontos. No ano seguinte, ainda com a Wolf, não venceu corridas, mas com quatro pódios e 24 pontos, ficou na sétima posição.

Mais do que suficiente para se transferir para a Ferrari. Três vitórias, seis pódios, uma pole-position no Mónaco e muito pragmatismo fizeram com que o piloto sul-africano conseguisse ser melhor do que o seu companheiro de equipa, Gilles Villeneuve, e ser campeão do mundo com 51 pontos. Ao ver que tinha conseguido o que queria, limitou-se a cumprir o contrato até ao final da temporada de 1980, mas nessa temporada, com o 312 T5, o carro perdera imensa competitividade e apenas conseguiu como melhor resultado um quinto lugar em Long Beach, tendo uma das piores defesas de título da história da Formula 1. 

No final dessa temporada, abandonou a competição de vez, para se assentar nos Estados Unidos, onde se tornou num empresário bem sucedido no ramo do armamento, e financiar a carreira dos seus filhos mais velhos, Toby e Thomas Scheckter, especialmente na IndyCar. Hoje em dia vive na Grã-Bretanha como agricultor orgânico.   

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