sábado, 23 de janeiro de 2016

WRC 2016: Ogier consolida a liderança em Monte Carlo

O terceiro dia do Rali de Monte Carlo pode estar praticamente decidido por causa dos acidentes que colocaram de fora Kris Meeke e Jari-Matti Latvala, deixando Sebastien Ogier praticamente sozinho e a gerir a distância, a caminho da sua quarta vitória no rali de Monte Carlo. O piloto da Volkswagen tem um avanço de quase dois minutos sobre Anders Mikkelsen, com Thierry Neuville a ser o terceiro, quando faltam três classificativas para o final do rali.

O dia de hoje começou com especiais bem longas, como a de Lardier et Valenca – Faye 1, com os seus 51.55 quilómetros de extensão. Aqui, Ogier partiu ao ataque, tenando deixar os seus adversários bem longe, conseguindo 10,6 segundos sobre Meeke e alargando a sua liderança. Quem também aproveitou bem foi Thierry Neuville, que fez o terceiro melhor tempo e subiu ao quarto posto, em troca com Anders Mikkelsen.  “O troço estava muito escorregadio, tinha mais gelo do que esperava, Vamos tentar continuar assim”, disse Ogier.

Em contraste, Jari-Matti Latvala perdeu 31,1 segundos, pois decidiu não atacar por causa do gelo que estava presente em algumas partes do troço. “Não corri riscos e estou contente com o que fizemos. A diferença é grande mas isto é o Monte Carlo”, comentou.

A decima especial viu Anders Mikkelsen a reagir à perda do lugar com uma esxcelente décima especial, onde com pneus de pregos calçados, conseguiu 43,9 segundos de vantagem sobre Ogier. “Claro que tínhamos os melhores pneus neste troço. Penso que ganhámos tempo na descida, pois tinha bons pneus e ataquei. Em termos globais não se se foi a melhor escolha”, disse Mikkelsen.

Meeke foi apenas o quarto, a 54 segundos do piloto norueguês. “Deixei escorregar um pouco o carro e demos um ligeiro toque. Foi uma especial incrivelmente difícil. Depois da ligeira saída, perdi um pouco a confiança” disse, explicando o atraso.

O inglês conseguiu vencer na 11ª especial, a segunda passagem por  Lardier et Valenca – Faye, mas conseguiu recuperar apenas 3,4 segundos a Ogier. Meeke comentou depois que: “Estou na minha, é difícil ler a estrada há muito gelo negro e este é mais um Monte Carlo traiçoeiro, mas estamos na luta…” Foi nesta altura em que Jari-Matti Latvala se despistou e quase atropelou um fotógrafo, danificando o eixo dianteiro e atrasando-se em quase dois minutos. E os estragos foram tão grandes que não alinhou no inicio da 12ª especial.

Aqui, na segunda passagem por St Léger Les Mélèzes – La Bâtie Neuve, os Hyundai foram os melhores, conseguindo os três primeiros lugares da geral, e Thierry Neuville o melhor deles, seguindo por Hayden Paddon e Dani Sordo. Neuville foi o quarto, mas o grande destaque dessa especial foram os problemas sofridos por Kris Meeke, que passou por cima de uma pedra, danificando a caixa de velocidades e acabando por abandonar.

Após isto, Ogier decidiu gerir a vantagem, dando a vitória de novo a Thierry Neuville um Hyundai. O piloto francês ficou a 35 segundos do belga e ficou em segundo, com Anders Mikkelsen a ser o terceiro, mas a subir para o segundo lugar da geral, graças às desistências de Latvala e Meeke.

No final, Ogier tem uma vantagem de um minuto e 59 segundos sobre Mikkelsen, com Thierry Neuville a ser o terceiro, a dois minutos e 12 segundos, não muito longe do norueguês da Volkswagen. Os três estavam cada vez mais distantes de Mads Ostberg, o melhor dos Ford, mas a mais de quatro minutos da liderança.

Stephane Lefebvre é a grande surpresa em Monte Carlo com o quinto posto, e agora o melhor dos Citroen, na frente de Bryan Bouffier, no seu Ford. Ott Tanak é o sétimo, também num Ford, com Dani Sordo a ser o oitavo, no segundo Hyundai. A fechar o "top ten" ficaram Elfyn Evans, o melhor dos WRC2, e o alemão Armin Kremer, num Skoda.

O rali de Monte Carlo termina amanhã, com três especiais na zona do Col de Turini.

A imagem do dia

Vocês sabem que os fotógrafos fazem de tudo para tirar o melhor "boneco", certo? Independentemente de colocarem em jogo a sua saúde, correto? Pois bem, o tal fotógrafo que foi "atropelado" pelo Jari-Matti Latvala levou o espírito da profissão bem a sério e tirou um "boneco" como este antes de "pular" para o capô do Volkswagen Polo WRC do finlandês...

Não sei se vai dar o World Press Photo deste ano, mas é um bom candidato. Alguém sabe o nome do felizardo/azarado?

P.S: Já me deram a resposta. O fotógrafo chama-se Dominik Kalamus. As melhoras para ele e espero que a foto apareça nas capas dos jornais desportivos dos próximos dias.

Youtube Rally Crash (II): O acidente de Jari-Matti Latvala em Monte Carlo


O finlandês tem a reputação de ser um "Lata na Vala", mas até agora, não me lembro de nenhum acidente que envolvesse fotógrafos atropelados. Pelo menos, até agora...

Descansem, o fotógrafo está bem. Espero que tenha conseguido tirar uma boa foto.

Youtube Rally Crash: O acidente de Dani Sordo no Rali de Monte Carlo

O rali de Monte Carlo está a ser difícil para todos... menos para Sebastien Ogier, que parece sair incólume dos obstáculos. Dani Sordo sofreu um toque esta manhã que o fez atrasar. Eis o video do acidente.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A imagem do dia

Há precisamente 30 anos, a aventura de Henri Toivonen no Rali de Monte Carlo de 1986 poderia ter acabado de forma prematura por causa de um acidente de trânsito.

Entre classificativas de um rali que era bem mais longo do que é atualmente, entre neve e gelo, Toivonen lutava pela vitória com os Audis, Peugeots e MG's quando entre duas especiais, embateu contra o carro de uma pessoa, danificando ambos, mas nenhum deles ficou ferido.

A sorte de Toivonen é que, ao contrário do Ford Cortina, o carro dele era mais descratável. A parte da frente estava danificada. era certo, mas todos os sistemas estavam intactos, incluído o eixo da frente, critico para poder continuar no rali. A assistência da Lancia fez o milagre que Toivonen queria, ao fazer as reparações necessárias para poder continuar. E continuou até ao fim, vencendo o rali e dando ao Lancia Delta S4 a sua segunda vitória consecutiva. Mas tudo poderia ter acabado naquele momento.

WRC 2016: Ogier lidera Monte Carlo, Meeke à espreita

Sebastien Ogier duelou com Kris Meeke neste primeiro dia do Rali de Monte Carlo, e se o piloto francês usou o seu conhecimento para acabar o dia na liderança, ele lutou muito para chegar lá, dado que Meeke lutou muito e por duas vezes, esteve no comando deste rali, no meio dos despistes de alguma da concorrência, entre os quais Robert Kubica e Hayden Paddon. Jari-Matti Latvala é o terceiro, mas a mais de um minuto do comando.

O dia de hoje começou com Ogier ao ataque ao vencer a terceira especial do rali - primeira do dia - com um avanço de 0,9 segundos sobre Kris Meeke, e mesmo assim, ele dizia que estava a ter um andamento... cauteloso. “Fui cauteloso porque havia gelo após um quilómetro de especial. Não estou a dar o máximo ainda. Quero dar tempo ao tempo e encontrar o meu ritmo. Este não é um rali em que se deva andar nos limites todo o tempo”, disse Ogier.

Já Kris Meeke revelou que “a zona de gelo foi complicada, mas as notas dos meus batedores foram fundamentais para passar bem. Sem eles não teria sido possível.” 

Jari-Matti Latvala, depois do toque dado na segunda especial, melhorou desta vez e conseguiu subir para o quarto posto da geral, enquanto que Anders Mikkelsen e Thierry Neuville adaptavam-se à estrada gelada. Algo que Robert Kubica e Hayden Paddon não tinham conseguido, dando toques que os colocaram fora de estrada.

A seguir, na primeira passagem por Aspres les Corps – Chauffayer, Meeke e Ogier aproveitaram o troço seco para andarem no seu duelo pessoal, com Meeke a ser melhor do que o francês da Volkswagen por 0,7 segundos. Thierry Neuville foi o terceiro melhor, mas ficou... a 11,1 segundos. Latvala foi mais cauteloso e acabou com o quarto melhor tempo.

Na quinta especial, contudo, houve mudanças. Meeke perdeu 8,2 segundos e a liderança a favor de Ogier. E se foi por causa de algum problema, o piloto britânico disse que... não: “Nada de errado, simplesmente escolhi o meu ritmo para este troço e estou contente com isso. Houve locais em que podia ter andado mais depressa, mas mantive o ritmo…”, disse. Jari-Matti Latvala foi o segundo melhor da especial, a 3,3 de Ogier, e subiu para o quarto posto na geral.

Nas especiais seguintes, Ogier tentou afastar-se de Meeke, mas na sétima especial, a segunda passagem por Aspres les Corps - Chauffayer, Meeke conseguiu vencer a especial, com 5,8 segundos de avanço sobre o francês da Volkswagen, e ficar com a liderança do rali, com 0,8 segundos de vantagem. Latvala era agora o terceiro, aproveitando um pião de Anders Mikkelsen, que o fez perder 36,8 segundos. Thierry Neuville fez uma má escolha de pneus e perdeu 17,6 segundos para o britânico.

No final do dia, na oitava especial, Ogier reagiu e acabou na frente, ganhando 10,3 segundos na especial para o piloto da Citroen. "Foi um bom dia", limitou-se a dizer Ogier, enquanto que Meeke fala que o conhecimento do local deve o ter ajudado:  “Deve haver qualquer coisa nesta especial que o Seb sabe que eu não sei. Penso que ele nasceu a três quilómetros daqui, portanto estou feliz. Falta ainda muito rali” disse.

Latvala e Mikkelsen são o terceiro e quarto no final deste dia, com Thierry Neuville a ser o quinto classificado, a um minuto e 47 segundos do francês da Volkswagen, enquanto que Mads Ostberg é o melhor dos Ford, no sexto posto, a dois minutos e 18 segundos, andando tranquilamente nas classificativas alpinas, apesar de confessar estar em adaptação. Dani Sordo é o sétimo, seguido pelos franceses Stephane Lefebvre e Bryan Bouffier. Ott Tanak, mesmo com um despiste, é o décimo.

O Rali de Monte Carlo continua amanhã.

Youtube Rally Crash (III): O acidente de Ott Tanak em Monte Carlo

E o Rally de Monte Carlo continua a ter os seus acidentes. Desta vez foi Ott Tanak com o seu Ford. Felizmente, os estragos não foram muitos e ele pode continuar com a ajuda do público presente.

Formula E: Conway corre no lugar de Villeneuve na Venturi

A Venturi anunciou esta sexta-feira que Mike Conway vai ser o seu piloto oficial a partir da corrida de Buenos Aires. O britânico, com experiência na IndyCar e na Endurance, vai para o lugar do canadiano Jacques Villeneuve, que abandona a competição após três corridas modestas na Formula E.

“A Venturi é um equipa de top na Fórmula E, por isso é ótimo juntar-me a ela. As corridas são inovadoras e completamente únicas. Estão num rápido momento de crescimento e são um atrativo para muitos construtores para mostrarem as seus tecnologias, por isso é entusiasmante fazer parte
destas corridas”, comentou o piloto britânico.

Conway, de 32 anos (nasceu a 19 de agosto de 1983 em Bromley, nos arredores de Londres), andou por três anos na GP2, onde venceu uma corrida em 2008, ao serviço da Trident Racing, antes de mudar de ares e tentar a sua sorte do outro lado do Atlântico. Chegou à IndyCar em 2009, ficando lá até 2014, conseguindo quatro vitórias, mas não conseguindo mais do que o 17º posto em 2009 e 2011. Também ficou conhecido por ter sofrido um forte acidente nas 500 Milhas de Indianápolis de 2011, que o deixou fora de combate para o resto da temporada e dizendo que não queria andar mais em ovais.

Em 2014, passou para a Toyota Racing, onde participou no Mundial WEC e nas 24 Horas dee Le Mans, onde conseguiu ser sexto classificado na edição de 2015 da clássica de La Sarthe.

Youtube Rally Crash (II): O acidente de Hayden Paddon no Rally de Monte Carlo


Se acham que Robert Kubica é o único que bateu naquele local, enganem-se. O neozelandês Hayden Paddon também foi vitima da neve e do gelo monegascos e bateu com o seu Hyundai i20 "datado", danificando a parte traseira-esquerda, fazendo com que saisse desse lugar "com um andar esquisito". 

Eis o video. E é pena, porque até conseguia ser tão ou mais rápido do que Thierry Neuville, com uma melhor evolução do Hyudai...

Youtube Rally Crash: O acidente de Robert Kubica no Rali de Monte Carlo

Já se sabia que Robert Kubica não estava especialmente animado com o WRC, depois de tantos ralis e alguns acidentes pelo caminho, e estava a fazer o Monte Carlo quase por obrigação contratual. Ontem até andou bem - era nono ao fim de duas especiais - mas hoje de manhã tratou de acabar na valeta. 

E até nem ia veloz, logo, penso mais numa distração do piloto...

Acho que é altura de pensar em voltar às pistas, numa DTM ou um TCR da vida.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Youtube Rally: A primeira classificativa do Rali de Monte Carlo

Arrancou esta noite o Rali de Monte Carlo, com a realização das duas primeiras classificativas. O começo do Mundial de ralis de 2016 parece ver os Volkswagen a liderar, mas a Citroen e a Hyundai prometem dar luta. Eis o resumo, em francês, desta primeira etapa, que foi vencida por Sebastien Ogier.

WRC 2016: Meeke acaba o dia a liderar em Monte Carlo

As classificativas de abertura do Rally de Monte Carlo - e a abertura do Mundial de 2016 do WRC - esta noite, começou com os Volkswagen na frente, mas acabou com o Citroen na liderança. As duas primeiras classificativas  deste rali, que aconteceram na noite desta quinta-feira, deram a primeira liderança a Sebastien Ogier mas Kris Meeke deu o seu melhor e acabou na frente do rali, com 6,9 segundos de vantagem sobre o piloto da Volkswagen.

A primeira especial da noite, a de Val de Chavagne-Rouane, com 21,25 quilómetros, colocou Ogier como o vencedor, com um tempo 4.1 segundos mais veloz do que Meeke, que perdeu sete segundos por causa de um pião. Anders Mikkelsen foi o terceiro, a 9,4 segundos do seu companheiro de equipa, seguido por Jari-Matti Latvala, a 11,2 segundos. Thierry Neuville foi o melhor dos Hyundai, com o quinto tempo, a 0,5 segundos do finlandês, na frente de Mads Ostberg e dos seus companheiros de equipa, Hayden Paddon e Dani Sordo. Robert Kubica foi o melhor dos Ford, fazendo o nono tempo.

Fui cauteloso, as condições estão boas, mas há locais escorregadios. Podia ter andado mais depressa, mas preferi ter cautela” disse Sébastien Ogier no final da especial de abertura. Por outro lado, Meeke considera que o tempo perdido no pião o impediu de estar na liderança: “O carro está bom mas fiz um pião de 360º num gancho perto do início e terei perdido cerca de sete segundos”, comentou o britânico da Citroen.

Foi um bom início. Considerando que o ano passado por esta altura já tinha perdido 50 segundos, melhorei bastante”, disse Mikkelsen, enquanto que Latvala comentou: “O Seb pilotou muito bem, eu não quis correr qualquer risco. Podia ter andado mais, não estava muito escorregadio. Estou contente com o meu arranque”.

Passado para a segunda classificativa, a de Barles-Seyne, com 20,58 quilómetros, com as bermas com neve acumulada e gelo no final da etapa, que aumenta as possibilidades dos carros escorregarem. Mas apesar dos avisos, Meeke voou para vencer a etapa, conseguindo onze segundos de avanço sobre Ogier e ficou com a liderança do rali, a 6,9 segundos do francês. Mikkelsen foi o terceiro, a... 14,7 segundos, com Paddon a ser o quarto. Jari-Matti Latvala perdeu tempo devido a um toque na parte traseira do seu carro, que o obrigou a ir mais devagar, perdendo 31,6 segundos.

"Tivemos de ser muito cuidadosos, pois havia neve e gelo no final. Estou feliz por estar aqui, mas estamos ainda no começo!", comentou Ogier. Já Meeke respondeu: "Estou realmente feliz."

"Nós batermos em alguma coisa na parte mais gelada. Eu não sabia se tinha danificado a suspensão traseira, então eu estava muito cauteloso após isso", disse Latvala. O terceiro piloto da Volkswagen, Anders Mikkelsen, comentou sobre a classificativa: "Levei-o de forma demasiado cuidadosa. Fiquei feliz com a classificativa. A tripulação fez um bom trabalho. Pude confiar nas notas!"

Amanhã é a segunda etapa, com seis classificativas. 

Para Baku, a corrida vai realizar-se

Os organizadores da corrida de Baku, que vai pela primeira vez ser realizada a 21 de junho, nas ruas da capital azeri, garantiram hoje, na apresentação da corrida, que esta vai ser realizada, apesar das especulações referentes à descida do barril de petróleo e à desvalorização da moeda local, o manat, em mais de um terço, o que já criou preocupações entre os seus habitantes e alguma contestação.   

"A desvalorização do manat não terá impacto no que respeita à realização da primeira corrida de Fórmula 1 no Azerbaijão", disseram os organizadores do Baku City Circuit (BCC) num comunicado oficial em resposta à especulação dos media sobre a realização da prova.

"Quando o orçamento para o Grande Prémio da Europa foi aprovado, ele foi inicialmente calculada em dólares americanos. Como resultado, não estamos esperando quaisquer alterações ao orçamento atual", continuou.

"A BCC partilha as preocupações de toda a gente no assunto da desvalorização da nossa moeda corrente. A BCC também sabe que encenar um grande evento como este exige um esforço financeiro significativo. No entanto, gostaríamos de salientar mais uma vez que o impacto económico global, tanto a curto e longo prazo, de forma directa e indirecta, criada por organizar uma corrida de Formula 1 vai ter um enorme benefício para a economia nacional"

"O impacto do aumento do turismo e das despesas dos visitantes que serão injetados nos estabelecimentos comerciais da zona de Baku, como restaurantes, bares e hotéis será de milhões, se não mais, que vão ser bombeados na economia local", concluiu.

A corrida - que vai ser realizada no mesmo fim de semana das 24 Horas de Le Mans - acontece numa temporada em que a Formula 1 terá um recorde de 21 corridas no seu calendário e onde não só o preço do petróleo está nos 28 dólares - cerca de 70 por cento menos do que estava em julho de 2014, quando alcançou o seu pico - como o Banco Central azeri decidiu no passado mês de dezembro deixar flutuar a sua moeda local, que estava sobrevalorizada, após esta ter gasto quase metade das suas reservas em moeda estrangeira.

O circuito, desenhado por Hermann Tilke, será à volta do centro da cidade e terá bancadas para apenas 28 mil pessoas.

A negação de Latvala à Toyota

É bom que a Toyota venha para o WRC mas até 2018 não considero ir ara a Toyota. Quando está numa equipa ganhadora é sempre um enorme risco saltar fora do barco”.

Estas foram as declarações de Jari-Matti Latvala esta tarde em Monte Carlo, à Autosport britânica, quando foi instado a comentar sobre a possibilidade de se transferir para a Toyota em 2017, altura do seu regresso aos ralis através do seu modelo Yaris. Desde meados do verão passado que a marca japonesa está a preparar-se, primeiro na Alemanha, mas depois de contratarem Tommi Makkinen, este decidiu levar parte da estrutura para a Finlândia, para poder preparar convenientemente este regresso com alguns locais, e ex-pilotos como conselheiros, como Mikko Hirvonen.

Com uma estrutura finlandesa - perto de Jyvaskyla, diga-se - as noticias sobre ter pilotos finlandeses seriam naturais, e o piloto de 30 anos seria uma escolha natural para o lugar, dado que é neste momento uma espécie de "segundo piloto" na Volkswagen, superado constantemente por Sebastien Ogier. Contudo, Latvala pretende cumprir o contrato com a marca alemã até ao fim e não há garantias de que o carro seja vemcedor logo no primeiro rali. Pode ter funcionado com o Volkswagen Polo, mas o Hyundai i20 demorou oito até ganhar a sua única vitória em ralis, na Alemanha.

Veremos o que virá no ano que vêm.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Mais polémica no Top Gear

O Top Gear embrulha-se por estes dias de polémica em polémica, quando faltam pouco mais de quatro meses para o seu (anunciado) regresso aos ecrãs da BBC, com Chris Evans como apresentador, acompanhado por Chris Harris e Sabine Schmitz. É que esta quarta-feira foi anunciado que uma das produtoras da cadeia televisiva, Kim Shillinglaw, demitiu-se do seu cargo, sendo substituda por Charlotte Moore.

Apesar de não ser dita a razão pelo qual ela tomou tal decisão, fala-se que a produtora de 47 anos tinha fama de controladora e poderá ter entrado em conflito com Harris, de 49, outro controlador, por causa do... controlo do programa.

Falando sobre sua decisão no comunicado oficial da empresa, Shillinglaw declarou: "Desejo à BBC, Mark [Linsey] e Charlotte todo o sucesso com as muitas mudanças que a BBC TV precisa fazer. Eu amei o trabalho de modernização da BBC 2 e 4 ao longo dos últimos dois anos, mas quando você não consegues concluir este grande desafio, é hora de seguir em frente. E eu estou olhar para a frente, rumo a outro grande desafio"

Isto acontece um mês depois de outra produtora, Lisa Clark, ter-se demitido do programa, depois de divergências com... Shillinglaw, enquanto que um dos argumentistas também se ter ido embora, causando mais controvérsia sobre um programa que procura se erguer após o incidente do passado mês de março, quando Jeremy Clarkson agrediu um dos produtores do programa e em consequência, a BBC despediu-o, levando consigo os outros dois apresentadores, James May e Richard Hammond. Neste momento, estes três estão a gravar vários episódios para um programa semelhante para a Amazon Prime.

À partida, o novo Top Gear será apresentado a 8 de maio, mas até lá, temos tido noticias de que Chris Evans parece não ter estômago para andar como passageiro... Veremos.

A imagem do dia

Esta imagem de um dos Nissan LMP1 é uma infeliz coincidência, mas há quem interprete à sua maneira. Sejamos honestos, ninguém no seu perfeito juízo deita fora uma máquina que custou milhões a ser construída, mas como todos sabem do fracasso que foi este projeto, é mais o simbolismo do que aquilo se tornou: um embaraço do qual a marca quer deitar ao "caixote do lixo do automobilismo".

Mas não vai acontecer. Estará exposto em museus e será mostrado em exposições automobilísticas um pouco por todo o mundo onde, para o mal e para o bem, todos se recordarão desse projeto.

Bólides Memoráveis - MG Metro 6R4 (1985-86)

O Grupo B, surgido em 1982 como substituto dos Grupo 4 e 5, tinha como ideia ter carros mais potentes e mais leves, aproveitando o surgimento dos turbocompresores. Com poucas restrições, o único grande requisito era que os modelos apresentados tivessem pelo menos 200 exemplares de modelos de estrada para poderem ser homologados pela então FISA. Graças a essas poucas restrições, os modelos aos poucos começaram a ter o dobro da potência em menos de quatro anos, passando dos 250 para os 500 quando começa a temporada de 1986, altura em que temos seis marcas presentes: Audi, Lancia, Peugeot, Ford, Citroen e MG. É sobre esta última marca do qual falo hoje, o modelo MG Metro 6R4.  

O carro tinha como base o popular Austin Metro, mas para além da silhueta, não havia mais nada que ligasse ao modelo de rua. O chassis era tubular e o motor era um V6 de três litros, sem turbocompressor, baseado no Cosworth DFV, e estava colocado numa posição central-traseira, desenvolvido por David Wood e com a ajuda técnica da Williams Grand Prix. Com tração às quatro rodas, tinha 410 cavalos de potência. As versões de estrada (os duzentos exemplares necessários para homologação) eram um pouco menos potentes, com 250 cavalos, e estando à venda por 40 mil libras.

Apresentado ao público em maio de 1985, o carro estreou-se em novembro (depois de fabricados os 200 exemplares de estrada na fábrica de Longbridge), no Rali RAC, com Tony Pond ao volante e o resultado pareceu ser promissor, com um terceiro posto, atrás de outro estreante nesse rali, o Lancia Delta S4, que ficou com os dois primeiros lugares, através dos finlandeses Henri Toivonen e Markku Alen.

Assim sendo, parecia que em 1986, as coisas poderiam ser melhores, lutando contra os Lancia, Peugeot, Audi e outros, com Pond e o seu compatriota Malcom Wilson ao volante na maior parte dos ralis, bem como o sueco Per Eklund. Mas apesar do resultado promissor mostrado em terras inglesas, o carro não conseguiu chegar ao fim nos primeiros ralis do ano, devido a problemas com o motor V6. 

A meio do ano, após o anuncio do banimento do grupo B devido aos acidentes nos ralis de Portugal e da Córsega, os motores dos MG foram revistos e a fiabilidade aumentou, com Eklund, Harri Toivonen (irmão mais novo de Henri Toivonen) e Malcom Wilson a serem sétimo, oitavo e décimo no rali da Finlândia, e depois com Pond a ser sexto no Rali RAC, com Jimmy McRae (pai de Colin a Alistair) a ser oitavo e David Llewin a ser nono. No final da temporada, o MG foi retirado e os motores vendidos para Tom Walkinshaw, que os usou numa versão desportiva do Jaguar XJ220, com turbocompressores, e de novo com David Wood aos comandos.


Ficha Técnica:

Modelo: MG Metro 6R4
Motor: Rover V6 de 3 litros
Pneus: Michelin
Pilotos: Tony Pond, Malcom Wilson, Per Eklund, Marc Duez, Didier Auriol, Harri Toivonen, Jimmy McRae e David Llewin
Esreia: Rali RAC de 1985
Ralis: 8
Vitórias: 0
Pontos: 35 (Pond 18, Eklund 8, McRae e Toivonen 3, Llewin 2, Wilson 1) 

A estreia de Hayden Paddon em Monte Carlo

Quem também faz a sua estreia neste rali de Monte Carlo é o neozelandês Hayden Paddon, que aos 28 anos de idade e ao volante de um Hyundai i20 WRC, vai tentar aprender o mais possível e marcar alguns pontos. E à medida que as horas se aproximam para a sua estreia, a ansiedade para correr é evidente nas suas declarações: “Tenho visto e ouvido muito sobre o Rali de Monte Carlo e finalmente tenho o prazer de correr ali. Iremos usar o carro antigo para a nossa estreia na prova, o que será uma ajuda quando estivermos a aprender as especiais. É um dos eventos mais desafiantes do calendário, por isso o carro antigo irá ajudar-nos a adaptarmo-nos às condições da prova”, explicou Paddon.

Apesar de esta ser a sua primeira vez no evento, o piloto está bem ciente das dificuldades. “É um rali de compromisso, com a escolha de pneus a ser um dos aspetos mais críticos de cada especial. Podemos começar num vale em asfalto seco, mas subimos 1000m, até ao Col de Turini, onde é totalmente gelo e neve. É nestas circunstâncias que temos de ‘convocar’ a nossa estratégia. É quase como um jogo de xadrez que será agradável. Estou emocionado por fazer parte do line up da Hyundai Motorsport para 2016 e estou muito entusiasmado por ver que, juntos, podemos alcançar como equipa esta temporada.”, concluiu.

O Rally de Monte Carlo começa esta tarde, com o "shakedown" em Gap.

WRC: Sebastien Lefebvre quer deixar boa imagem em Monte Carlo


Nas vésperas do Rali de Monte Carlo, o francês Sebastien Lefebvre vai ter a sua estreia a bordo de um Citroen DS3 WRC da equipa semi-oficial da Abu Dhabi World Rally Team, no sentido de evoluir com os outros pilotos e fazer um melhor resultado na prova de estreia da temporada de 2016. 

Monte Carlo é um rali duro e é preciso ver como o nosso carro se vai comportar face aos das equipas oficiais. O Kris Meeke será o meu ponto de referência e eu vou tentar fazer uma prova ao seu ritmo. Eu quero mostrar que podem contar comigo”, disse Lefebvre à imprensa.


Os testes para a primeira prova do Mundial WRC de 2016 permitiram ao jovem francês tomar contacto com o carro e trabalhar com o seu novo navegador, Gabin Moreau. “Nós fizemos o nosso trabalho de equipa nas últimas semanas, o que foi importante para afinar o nosso relacionamento dentro do carro. Foram testes importantes para experimentar uma grande variedade de configurações e de pneus. O que permitiu impor um bom ritmo no asfalto”.

O rali começa esta tarde com o "shakedown", em Gap.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A imagem do dia

Jenson Button comemora hoje o seu 36º aniversário natalício e prepara-se para a sua 17ª temporada consecutiva na Formula 1. É o último piloto do século XX ainda no ativo e a sua carreira é longa mas nem sempre produtiva, ao serviço de equipas como Williams, Benetton, Renault, BAR, Honda, Brawn GP e McLaren. Campeão do mundo em 2009 e vice-campeão em 2011, o piloto britanico está a passar por um periodo complicado em termos de campeonato e em termos pessoais, com o divórcio com a sua mulher, Jessica Michibata. E claro, não vence desde o GP do Brasil de 2012, em Interlagos.

Button já passou por momentos complicados na sua já longa carreira. Depois de dois anos bem complicados em 2007 e 2008, pela Honda, em 2009 as coisas pareciam ter chegado a um beco sem saída quando a marca japonesa abandonou a Formula 1 "com o rabo entre as pernas", deixando toda a gente a pensar que a sua carreira estava acabada. Afinal de contas, a Honda virou Brawn GP e aquilo era apenas o começo da sua caminhada para ser campeão do mundo.

Desde 2014 que se fala que a temporada em que corre será a sua última. E desde então se fala que ou iria para a Endurance ou iria fazer outras coisas na vida. Contudo, resiste a todas as especulações e continua na McLaren, mesmo quando em 2015, a sua temporada foi péssima, graças ao mal construído motor Honda. E mesmo assim, pretende prolongar a sua carreira enquanto pode.

Mas não creio que Button queira abandonar a Formula 1 sem fazer uma última temporada digna desse nome. Uma longa carreira como a sua não merece que termine pela porta pequena, e se o motor que vier este ano valer a pena, ele poderá lutar por isso.

Até lá, parabéns a você, Jenson!

Youtube Aircraft Crash: O acidente do Lauda Air 004


No post anterior falei sobre o acidente do Boeing 767 da Lauda Air, que se desintegrou nos céus da Tailândia a 26 de maio de 1991, quando fazia a ligação entre Banguecoque e Viena, do qual causou a morte de todos os 262 passageiros. Aqui coloco o video no Youtube sobre o episódio da série "Mayday - Desastres Aéreos", onde fala desse voo e do envolvimento total de Niki Lauda nas investigações deste acidente. Para ficarem com uma ideia de como ele é e porque é que o Bernie o vê como um possível sucessor...

Conheçam o sucessor de Bernie Ecclestone

O Luis Vasconcelos é um excelente "insider" na Formula 1 que vale a pena sempre lê-lo, pois tam sempre algo que vale a pena, especialmente na Autosport portuguesa (e nem sabia que escrevia para o site Grand Prix). Então, nesta semana, escreve que Bernie Ecclestone tem finalmente o seu sucessor, e que vai passar o testemunho de forma lenta e gradual. E quem seria essa pessoa? Ora, nada mais, nada menos do que... Niki Lauda!

Ele escreve sobre isso na edição da semana passada da Autosport portuguesa, afirmando o que os faz tão parecidos.

"Apesar de terem estilos bem diferentes, uma característica que os distingue da maior parte dos comuns mortais: são negociadores implacáveis, capazes de assumirem todos os riscos para conseguiram o que pretendem. A forma como Niki Lauda colocou de pé duas companhias aéreas [Lauda Air e a Niki], contra ventos e marés, acabando por os vencer com grande lucro, às suas rivais depois de as ter batido no mercado, diz bem da sua capacidade (...)

De facto, é verdade: Lauda fez a primeira companhia aérea em 1979, após a sua primeira retirada da Formula 1, aos 30 anos de idade. A companhia aérea fazia voos charter para algumas paragens turisticas, como a Tailândia, cobrindo rotas que a Austrian Airlines, a companhia de bandeira, não fazia. Contudo, ele não diz que Lauda foi corrido da sua companhia aérea em 1999, quando os restantes acionistas tomaram conta da maioria do seu capital, e mais tarde, venderam-na à Austrian Airlines, que a absorveu.

No caso da Air Niki, uma "low-cost", ele rebatizou com o seu nome em 2003, depois de comprar as operações da Aero Lloyd Austria. Pouco depois, fez uma aliança com a Air Berlin, que virou fusão em 2011, altura em que ele vendeu a sua parte e foi para a Mercedes como consultor.

Ele fala também sobre o desastre do voo 004 da Lauda Air, que aconteceu em maio de 1991, quando o Boeing 767ER voava sobre a Tailândia, e que foi causado por uma falha eletrónica num dos reversores do motor. E isso ficou notoriamente conhecido pelo envolvimento pessoal de Lauda neste caso.

"Mas foi a postura de Lauda depois do acidente à saída de Banguecoque a 26 de maio de 1991 que mostrou que tipo de líder o austríaco é em momentos difíceis. Quando se chegou à conclusão que tinha sido uma falha técnica a causar a queda do Boeing 767 - o reator esquerdo inverteu o seu sentido de funcionamento em pleno voo - a empresa americana garantiu que os pilotos poderiam ter resolvido a situação com treino adequado, enfurecendo Lauda.

Piloto experiente, Lauda tentou por 15 vezes salvar um avião em situação semelhante no simulador da Boeing, sem sucesso, mas como a marca americana continuava a recusar a culpa pelo acidente, convocou uma conferência de imprensa para anunciar que se a Boeing estava convencida que era possível evitar um acidente depois de um reator inverter o sentido de funcionamento, estava disponível para fazer a experiência, com dois pilotos da Boeing, nos dias seguintes. 


A reação da Boeing foi imediata, aceitando as culpas pela queda do voo 004 e colocando um ponto final em oito extenuantes meses de discussões técnicas e judiciais com a empresa austríaca".

Se quiserem ver a história desse acidente aéreo, aconselho a ir ao Youtube e ver o episódio que o "Mayday: Air Crash" faz sobre ele. E Lauda está bem presente.

Sabendo que muitos tem conhecimento dos interesses da Mercedes, nada garante que ele não irá fazer regulamentos que beneficiem o construtor alemão, por exemplo. Mas segundo aquilo que Luis Vasconcelos conta, parece que as relações entre ele e Toto Wolff são longe de serem calorosas...

"Para quem conhece o temperamento ferozmente independente de Niki Lauda, tem sido interessante ver como o veterano austríaco tem sido capaz de suportar repartir responsabilidades no seio da Mercedes com Toto Wolff. É claro que o tricampeão do mundo nunca teve intenções de gerir a equipa de Brackley sete dias por semana, dez horas por dia, necessitando de alguém que fizesse o trabalho no terreno, mas Lauda não tem apreciado tanto a forma como Wolff tem assumido cada vez mais protagonismo no seio da equipa.

Aliás, na fase final de 2015 foi notório o incomodo de Wolff por ver a generalidade dos jornalistas procurar Lauda no final dos treinos e das corridas, deixando-o falar com dois ou três colegas de origem germânica.  Como Lauda não aceitou as instruções que o diretor de comunicação da equipa lhe tentou impor - tentar dar ordens a Lauda é mesmo uma tarefa inglória... - Wolff acabou por optar por deixar marcar um horário para falar à imprensa aos domingos, o que motivou alguns comentários sarcásticos do antigo campeão do mundo quando tinha Wolff ou o diretor de comunicação da Mercedes por perto. Para evitar rumores, os dois austríacos encenaram em Abu Dhabi uma "reconciliação", dando as mãos em pleno "paddock" à frente dos fotógrafos, para gáudio de todos os que assistiam à cena.

Nada moldado para fazer parte de estruturas hierarquizadas, Lauda em tem Hamilton e Rosberg os seus dois grandes defensores no seio da Mercedes, mas tem incomodado regularmente os restantes gestores da equipa, ao ponto de muitos pensarem que seria um alivio vê-lo partir, pois não se dão bem com o seu estilo franco e direto, mas que consideram brutal.

Lauda, por seu lado, começa a ficar cansado de se ver imiscuido em discussões politicas para as quais não tem a mínima paciência e tem aumentado a sua participação em negócios externos à Foirmula 1, preparando o terreno para uma rápida saída da Mercedes ao longo de 2016. Mas a possibilidade de trabalhar com Ecclestone é mais atraente que voltar à industria aérea
[apesar de recentemente ter comprado outra companhia aérea, esta de aluguer de jatos privados] e começa a interessar verdadeiramente o austríaco".

Conhecendo o "background" de ambos, diferem bastante: Lauda nasceu num "berço de ouro" em 1949, em Viena, dezoito anos depois de Ecclestone, nascido em classe operária em Londres. Ecclestone foi piloto por algum tempo, comprou a Connaught em 1958, antes de passar uma década fora do meio, regressando em 1969 como "manager" de outro austriaco, Jochen Rindt. No ano em que Bernie compra a Brabham, em 1971, é o mesmo da estreia de Lauda como piloto, na March. E até trabalharem juntos na Brabham, em 1978, Lauda vence dois títulos pela Ferrari e sobrevive a um acidente que quase o mata, em Nurburgring.

Não foi uma grande parceria: duas vitórias em 1978 e uma saída pela porta pequena, no final de 1979. Mas a amizade ficou.

O problema disto tudo é o seguinte: Ecclestone tem 85 anos e não parece querer abrandar tão cedo. É certo e sabido que mais tarde, mais cedo, vai ter de abdicar. Mas Lauda, a caminho dos 67 anos, não é a pessoa mais saudável do mundo. E não falo apenas nas queimaduras na cara do seu acidente em 1976, ou dos pulmões que nunca ficaram como dantes. É que ele já sofreu um transplante renal há mais de dez anos, e um desses rins (doado pelo irmão) já falhou, sendo substituído por um doado pela sua segunda mulher. Portanto, tal reinado nunca seria de longo prazo.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Os aniversariantes do dia





Pedro Rodriguez, Johnny Servoz-Gavin, Gianfranco Brancatelli, Gilles Villeneuve e Christian Fittipaldi. Todos passaram pela Formula 1 e todos eles tem algo em comum: nasceram no mesmo dia do calendário, 18 de janeiro.

A todos eles... Feliz Aniversário! Aos que ainda estão cá, desejamos-lhes muitos mais anos de vida. Aos que já não estão cá, recordá-lo-emos sempre.

Enquanto isso, nas filmagens do novo Top Gear...

Agora que se sabe das dificuldades que estão a acontecer nas gravações do novo Top Gear, com Chris Evans como apresentador, qualquer incidente é noticia. Como o que está a ser mostrado esta segunda-feira nos jornais britânicos, quando Evans estava a testar o Audi R8 do lugar do passageiro... e vomitou.

As filmagens aconteceram em Laguna Seca, na California, e Evans estava no lugar do passageiro, com Sabine Schmitz ao volante, quando tiveram de parar o teste a meio para que Evans pudesse deitar fora o conteúdo da sua última refeição. Depois de um momento de pausa, as filmagens continuaram.

Isto surge no meio de rumores de que a nova temporada poderá não se estrear no dia 8 de maio, como Evans já disse durante um programa de rádio da BBC, apesar do canal de televisão ter negado isso. Contudo, apesar de dizerem que tudo corre bem, Evans admitiu que este Top Gear pós-Clarkson tem sido duro. "Tem sido um batismo de fogo, para dizer o minimo" Afirmou que após o despedimento de Clarkson "parecia o Armagedão, pois quando chegamos, todos tinham ido embora".

"Espero que se forma uma espécie de camaradagem, mas não creio que tal aconteça de imediato", concluiu,

Bólides Memoráveis - Citroen BX 4TC (1986)

Neste período de Grupo B, entre 1982 e 1986, várias marcas tentaram a sua sorte, umas com mais sucesso do que outras. Se Audi, Lancia e Peugeot foram bem sucedidas neste quesito, outras não tiveram tanto sucesso assim, apesar de alguns resultados interessantes, como a Toyota, que apostava nas provas africanas para se destacar. Mas houve outras marcas cuja participação foi demasiado curta e fez o suficiente para que fosse considerada como um fracasso. Isso, e as circunstâncias alheias à vontade das marcas e dos pilotos, especialmente na temporada de 1986. E foi nessa altura que surgiu um dos projetos de maior fracasso: o Citroen BX 4TC.

Com o sucesso da Peugeot, com o 205, a Citroen queria aproveitar o embalo para construir o seu próprio modelo, para poder competir com as marcas presentes. Contudo, sem um modelo pequeno o suficiente para ser ágil, optou por um carro longo, o BX. E a versão que foi construída era ainda mais longa, o que lhe dava problemas de agilidade. 

O BX 4TC era um pouco maior do que o convencional por causa do seu turbocompressor. Com um motor de 2.2 litros baseado no Matra-Simca, tinha de ser montado em termos longitudinais, o que lhe dava um aspecto maior do que o normal. Com tração integral construído pela Heuliez, a suspensão era hidropneumática e a caixa de velocidade era proveninente do modelo SM, que tinha sido deixado de fabricar doze anos antes, porque era o único que aguentava a potência que o carro tinha, a rondar os 360 cavalos.

O carro fica pronto para correr no final de 1985, e é logo nos primeiros testes que se vêm os problemas do modelo: demasiado pesado, pouco potente e subvirador em curva, pois ao contrário de outros modelos, que Têm um motor central-traseiro, aqui, o seu motor está na frente. E para piorar as coisas, a suspensão hidropneumática não funciona tão bem quanto se esperava.

Mesmo assim, a marca inscreve dois carros para o Rali de Monte Carlo, para os franceses Jean-Claude Andruet e Philippe Wambergue. O seu andamento é modesto até que ambos abandonam devido a quebras na caixa de velocidades.

Ambos correm no rali seguinte, na Suécia, onde Andruet consegue o sexto lugar final, enquanto que Wambergue não chega ao fim. Eles só voltariam a correr no Rali da Acrópole, com mais um piloto, Maurice Chomat, mas nenhum dos três chega ao fim do rali. No final da temporada, o Grupo B é abolido, mas a marca já se tinha retirado da competição, não pensando mais nos ralis até ao final do século, com o Xsara de duas rodas motrizes.

Para piorar as coisas, em termos de vendas, os modelos de estrada do 4TC eram um fracasso. Dos 200 produzidos, apenas 62 foram vendidos. Caros e não muito eficientes, a marca decidiu alguns anos depois mandar os exemplares que nunca foram vendidos para a sucata. Hoje em dia, os exemplares sobreviventes são dos mais procurados no mercado dos clássicos.

No final, ficou a lição. Nos anos seguintes, a Citroen decidiu ir para os rally-raid, mais concretamente para o Dakar, desenvolver o ZX, dominador no inicio dos anos 90, e apenas regressar aos ralis no inicio do século, primeiro com o pequeno Saxo e depois com o Xsara, acompanhados um jovem vindo da Alsácia… 


Ficha Técnica:

Modelo: Citroen BX 4TC
Motor: Citroen de 2.2 litros
Pneus: Michelin
Estreia: Rali de Monte Carlo 1986
Pilotos: Jean-Calude Andruet, Philippe Wambergue e Maurice Chomat
Ralis: 3
Vitórias: 0
Pontos: 6 (Andruet 6)

domingo, 17 de janeiro de 2016

A imagem do dia

Mal saímos do Dakar e vamos mergulhar para o Rali de Monte Carlo, que vai acontecer no final desta semana, mas quero recordar que por esta altura, mas há 30 anos, o Mundial de ralis também começava no mesmo local, e com um conjunto de carros completamente diferente do atual. E de um tempo em que muitos (como eu) eram crianças quando os viram... e sonharam. 

E conhecem perfeitamente como acabou. 

Noticias: Christian Bale já não vai fazer de Enzo Ferrari

A produção do filme que Michael Mann quer fazer sobre Enzo Ferrari sofreu uma contrariedade no inicio deste ano quando se soube que Christian Bale, o ator que iria fazer o papel do "Commendatore" decidiu abdicar do seu papel, devido a problemas de saúde. De acordo com o site motorsport.com, e citando fontes de Hollwyood, Bale sentiu-se desconfortável com o processo de aumento de peso para encarar a personagem de Ferrari no ano de 1957, que é quando acontece a ação do filme.

Este deverá começar a ser filmado no final da primavera, em terras italianas, logo, terão de encontrar outro ator capaz no pouco tempo que lhes resta até que comecem a rodar.

O filme, que Mann estava a preparar-se desde há 15 anos, é baseado no livro de Brock Yates, de seu nome: "Enzo Ferrari: The Man, The Cars, The Races" e está situado na temporada de 1957, quando teve de tomar decisões importantes, após a morte do seu filho Dino, vitima de distrofia muscular.

Contudo, este filme não impedirá a realização de outro sobre o construtor italiano, com Robert de Niro no principal papel.

Rumor do Dia: Um Dakar na costa do Pacifico?

Ainda se arrumam as coisas no Dakar deste ano e já se fala de onde é que poderá acontecer a edição de 2017. Desde há alguns dias se fala que a edição do próximo ano (ou até de 2018) poderá ser um Dakar... pacifico. Não no sentido da "paz" no termos, mas sim porque vai acompanhar o Oceano Pacifico em toda a sua extensão, do sul até ao norte.

A ideia é que o Dakar possa começar em Santiago do Chile para subir a norte, até chegar à sua meta, que poderá ser Cartagena de Indias, na Colombia, com passagens pelo Peru, Bolivia, Equador e Colombia. Resta saber se a Argentina será ou não incluída no percurso, na zona de Salta, para aproveitar a altitude dos Andes e uma maior passagem pelo deserto do Atacama e pelas areias peruanas, antes de se embrenharem na selva, subindo cada vez mais acima na latitude.

Uma coisa é certa: as conversações existem e qualquer conclusão poderá acontecer a meio do ano. E Chile e Peru desejem o regresso da caravana aos seus territórios, depois de terem ficado de fora, alegando os estragos causados pelo "El Niño".

Veremos.