sábado, 19 de março de 2016

Youtube Endurance Crash: O acidente nas 12 Horas de Mugello

No mesmo dia em que está a acontecer as 12 Horas de Sebring, também houve as 12 Horas de Mugello, mas para os GT's. Miguel Ramos foi um dos vencedores da corrida, a bordo de um Renault RS.01, mas a corrida ficou marcada por um grande acidente entre o Porsche numero 56 e o Audi numero 14 da Optimum Motorsport, graças a um confuso "Código 60", ou seja, um carro parado numa posição perigosa.

Apesar do aparato (e da histeria do narrador francês), ninguém ficou ferido.

As 12 Horas de Sebring, ao vivo

Este fim de semana, para além da Formula 1, está a ser marcada por mais um clássico do automobilismo, as 12 Horas de Sebring. E neste sábado, o boletim meteorológico não está a ser favorável aos carros e aos pilotos, pois a Floria os brindou com um temporal homérico!

Enfim, caso queiram seguir, eis o link para seguir a corrida: http://www.imsa.com/camera/imsatv 

Formula 1 2016 - Ronda 1, Austrália (Qualificação)

Temporada nova deveria ser vida nova. Depois de quatro meses de defeso, e duas baterias de testes, a Formula 1 tem uma nova temporada pela sua frente. E há imensas novidades: uma equipa nova, um novo tipo de qualificação... e provavelmente, os mesmos candidatos ao título, já que os Mercedes não parecem sair do primeiro lugar na tabela de tempos. Mesmo que a chuva tenha caído ao longo desta sexta-feira e poucos não saíram à pista para marcar tempo. Tudo isso indicava que, independentemente do que iria acontecer, não seria o melhor espelho do que viria a ser esta temporada de 2016.

E foi o que aconteceu: Lewis Hamilton fez a sua 50ª pole-position da sua carreira, num Mercedes que, independentemente dos tipos de qualificação, parece estar na frente de concorrência. E suspeita-se que amanhã, na corrida, vai dar tudo igual como nos anos anteriores, a não ser que haja problemas no seu Mercedes...

Mas a nova qualificação era o atraía os fãs da modalidade, pois era ver como é que os pilotos conseguiriam fazer o seu melhor tempo antes de serem eliminados a cada noventa segundos, numa "dança das cadeiras" onde o objetivo era de fazer o melhor tempo possivel, que durasse por mais tempo possível. E iria ser isso que atrairia a curiosidade dos pilotos, fãs, e todo o resto. Bom, tudo correu bem na Q1 e Q2, mas as coisas na Q3 foram de tal forma baralhadas que no final, todos ralhavam e já exigiam voltar ao sistema antigo. E Hamilton, claro, encolhia os ombros porque independentemente do sistema, ele era o primeiro a partir...

As coisas começaram bem, com alguns erros na Q1, especialmente Nico Rosberg, mas no final, quem ficou para trás foram os que se esperavam. A Haas ficou na frente da Manor Racing - esperava-se mais deles, para ser honesto... - e a primeira grande surpresa aconteceu quando Daniil Kvyat não conseguiu mais do que o 18º tempo e ficou de fora da Q2. Nem andou muito, para ser honesto. Marcus Ericsson foi também eliminado, e Jolyon Palmer conseguiu ser melhor do que Kevin Magnussen quando da luta pessoal entre os pilotos da regressada Renault.

Nessa segunda parte, via-se que a McLaren tinha melhorado, mas não o suficiente para que eles entrassem na Q3. Fernando Alonso ficou na frente de Jenson Button, mas a grande surpresa foi ver que os Toro Rosso entraram na última parte da qualificação, enquanto que Valtteri Bottas foi o piloto que "ficou com a fava", na 11ª posição. Os Force India também entraram no "top ten", mas não iam para a Q3, porque este ano, eram apenas os oito melhores que entravam nessa parte. Mesmo que entrassem, sabia-se que não iriam fazer grande coisa...

Daniel Ricciardo deu o seu melhor e lá conseguiu fazer uma gracinha em casa, passando para a Q3.

Ali é que vimos as coisas a aquecerem. Nico Rosberg começou por marcar um tempo, mas Sebastien Vettel tirou meio segundo ao alemão e parecia que a batalha iria aquecer. Mas Lewis Hamilton tirou outro meio segundo para ficar com a pole-position, e parecia que ficava tudo resolvido. Tanto que Vettel desistiu de lutar cedo e ficou com o segundo tempo, que depois caiu para terceiro, quando Rosberg melhorou, ficando a 54 centésimos de Hamilton, garantindo nova monopolização dos Flechas de Prata na primeira fila da grelha. E o inglês ainda melhorou o seu tempo, fazendo no final 1.23,837 segundos, deixando Rosberg 0,3 segundos mais atrás.

E tudo ficou resolvido a um minuto e 33 segundos antes do relógio chegar ao zero. Se as pessoas esperavam emoção até ao zero, o tiro - pelo menos em Melbourne - saiu pela culatra. E claro, todos barafustavam. Vettel disse asneiras, Ecclestone disse que tinha de mudar tudo, e já foi pedida uma reunião urgente para mudar tudo e voltar ao sistema anterior. E que tal voltarmos ao sistema dos anos 80, onde tínhamos duas sessões de treinos, na sexta e no sábado? Era aborrecidissimo, mas era bem mais fiável e ninguém reclamava muito. Eu sei que hoje em dia estamos dependentes da televisão, mas mudar constantemente de sistema só passa a ideia de que a Formula 1 parece a politica atual brasileira: uma galinha sem cabeça.

Amanhã é dia de corrida, e tudo indica que vai ser como foi em 2015: mais do mesmo. 

sexta-feira, 18 de março de 2016

A imagem do dia

Há precisamente 39 anos, desaparecia abruptamente um dos melhores pilotos do seu tempo. Não admira que muitos dissessem que ele era o "campeão sem título", porque talento para vencer, tinha. 

Formula E: Ben Hanley corre em Berlim

O britânico Ben Hanley vai substituir Oliver Turvey na ronda alemã da Formula E, a decorrer em maio. A razão é porque a prova de Berlim vai acontecer ao mesmo tempo que Turvey irá participar numa ronda da Super GT japonesa no circuito de Autopolis. 

"Estamos muito felizes em receber Ben para a equipa na ronda de Berlim," começou por dizer Martin Leach, presidente da NEXTEV num comunicado de imprensa. "Ben tem uma história de corrida impressionante tanto em karting e monopostos, e estamos confiantes de que ele é o piloto perfeito para o preenchimento de Oliver", continuou.

"Embora seja a sua primeira experiência em correr num Fórmula E, estamos confiantes de que Bem terá as habilidades e atitudes certas para fazer um bom trabalho para a equipa", concluiu.

Quanto ao piloto, ele admite que pretende aprender a guiar um carro diferente do habitual como é um Formula E:

"A Fórmula E tem vindo a crescer para ser um dos campeonatos de corrida mais emocionantes, e eu estou ansioso para correr contra alguns dos melhores pilotos do mundo", começou por dizer.

"A tecnologia na Fórmula E é muito diferente de qualquer outra série de corrida, por isso vai ser um desafio para se familiarizar com um tipo muito especial de carro, mas vou dar o meu melhor para entregar o melhor resultado possível para a equipa. Eu gostaria de agradecer NEXTEV TCR por me dar esta oportunidade", concluiu.

Aos 31 anos de idade (nasceu a 22 de janeiro de 1985), Hanley foi um prodigio no karting, antes de passar para a Formula Renault 2.0 em 2005, sendo terceiro classificado na série italiana. Em 2006, passou para a World Seires by Renault, sendo vice-campeao em 2007, batido pelo português Álvaro Parente. Em 2008, Passou para a GP2, sem resultados, antes de ir para a Formula 3000 italiana, conseguindo uma vitória e o sexto posto final.

Depois disso, Hanley voltou ao karting, onde foi terceiro no mundial de 2009, e depois de algum tempo, regressou aos monolugares, correndo na Endurance, mais concretamente na categoria LMP2 na European Le Mans Series.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Formula 1 em Cartoons: o novo carro de Daniel Ricciardo

O anuncio de hoje da parceria entre a Red Bull e a Aston Martin gerou algumas mudanças, a começar pelos carros de serviço dos pilotos...

Traduzido do francês:

- Daniel... lamento, mas vais ter de me dar as chaves da tua viatura de serviço. Vamos miudar de parceiro e não podes mais usar este... - diz Christian Horner.
- O quê? Agora que estava habituado a este carro...
- Não te inquietes, creio que o teu novo carro de serviço te vai agradar...

Bólides Memoráveis - Ferrari 158/1512 (1964-65)

Quando em 1963, boa parte dos engenheiros da Ferrari se foi embora para fundar a ATS, Enzo Ferrari ficou com um grupo de jovens algo inexperientes, e muitos vaticinaram que a Scueria iria passar por um mau bocado, quer na Formula 1, quer na Endurance. Contudo, esse grupo constituiu as bases de um novo período de sucesso no automobilismo para as cores italianas. Liderados por Mauro Forgheri, exploraram outras vias em termos de potência, em tempos dos motores de 1.5 litros. O resultado destas experiências de 1964-65 resultou em mais um campeonato, desta vez nas mãos do britânico John Surtees, e fez com que usassem quer motores V8, quer motores V12.

Projetado por Mauro Forgheri, o nome de código 158 vem do motor de 1.5 litros, V8, semelhante aos usados pelos Climax britânicos, os seus grandes rivais nas pistas. Depois de ser batido pela BRM e Lotus, em 1962 e 63, decidiu-se combater com as mesmas armas, construindo um motor V8. Mas no mesmo ano, a Honda entrou na categoria máxima do automobilismo, usando um V12, e apesar de em principio ter problemas de desenvolvimento, demonstrou-se ser suficientemente potente para os apanhar. Assim sendo, os dois motores foram construídos em simultâneo para serem usados, sempre que a ocasião surgisse, pois o chassis era o mesmo – usado até para o modelo 156, mais antigo.

O 158 estreou-se nas mãos de John Surtees no GP do Mónaco de 1964, a primeira corrida do ano. O britânico não chegou ao fim da corrida, mas foi segundo classificado na seguinte, em Zandvoort, batido apenas por Jim Clark. Nessa corrida, Lorenzo Bandini pode também usar o 158, mas não chegou ao fim. Em Brands Hatch, Surtees voltou a alcançar um pódio, um terceiro lugar, antes de vencer no Nurburgring e depois, em Monza, colocando-se como candidato ao título.

Nessa altura, estava pronta a versão com o motor V12, que iria ser guiado por Bandini. A sua estreia foi em Watkins Glen, onde não chegou ao fim, numa corrida onde Surtees, com o 158, foi o segundo classificado. E a mesma coisa aconteceu na corrida final, no México, desta vez à frente de Bandini, o terceiro classificado.

Em 1965, ambos os carros foram usados profusamente, tal como também foi usado o 156. Surtees usou primeiro o 158, mas a partir da corrida britânica usou o 1512, alcançando três pódios em conjunto, mas sem vitórias. Aliás, o seu acidente em agosto, durante uma prova de Endurance em Mosport, o deixou fora de combate durante o resto da temporada, com Bandini a tomar conta da equipa. O mexicano Pedro Rodriguez substituiu-o nas etapas americanas, mas os resultados foram modestos.
  
Em 1966, novos regulamentos fizeram com que se passasse para o dobro da cilindrada, os 3 litros, e a Ferrari adotou o formato V12 para os seus motores, construindo um chassis novo para a ocasião, o 312, que teria varias versões até 1980. Como legado, um dos 158 é hoje em dia frequentemente visto em corridas históricas, tendo como piloto… John Surtees. E ele o guarda na sua garagem.


Ficha Técnica (Ferrari 158)


Chassis: Ferrari 158
Projetista: Mauro Forgheri
Motor: Ferrari V8 de 1.5 litros
Pneus: Dunlop
Pilotos: John Surtees, Lorenzo Bandini, Nino Vacarella e Bob Bondurant
Corridas: 19
Vitórias: 2 (Surtees 2)
Pole-Positions: 2 (Surtees 2)
Voltas Mais Rápidas 2 (Surtees 2)
Pontos: 58 (Surtees 53, Bandini 5)
Títulos: Campeonato do Mundo de Construtores de 1964, Campeonato do Mundo de Pilotos (John Surtees) 


Ficha Técnica (Ferrari 1512)


Chassis: Ferrari 1512
Projetista: Mauro Forgheri
Motor: Ferrari V12 de 1.5 litros
Pneus: Dunlop
Pilotos: John Surtees, Lorenzo Bandini, Ludovico Scarfiotti, Pedro Rodriguez
Corridas: 12
Vitórias: 0
Pole-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 22 (Bandini 16, Surtees 4, Rodriguez 2)

Rumor do dia: Mais construtoras a caminho da Formula E?

A Formula E vai na sua segunda temporada e está a atrair cada vez mais construtores, no sentido de desenvolver a sua tecnologia para aplicar nos carros elétricos. E com a Renault, Citroen e a Audi envolvidas, através, respectivamente, da e.dams, Virgin e da Abt, e a entrada oficial da Mahindra, com a Jaguar a entrar no ano que vêm, com a sua própria equipa, há rumores de que outros construtores podem estar a caminho. Segundo conta o site The Verge, a alemã BMW e a japonesa Nissan poderão aparecer dentro em breve na competição.

A BMW, que já participa na competição como patrocinadora - e também através dos seus Safety Cars - descartou de inicio a chance de correr na competição pelo facto desta ainda ter que trocar de carros a meio da corrida, mas voltou a pensar de novo após saber que os organizadores desejam que a partir da quinta temporada (que deverá começar em outubro de 2018) os carros já tenham baterias suficientemente potentes para fazer toda uma corrida. 

Uma fonte da Nissan também já disse que está a explorar a chance de colaborar na competição ou a ter uma equipa oficial, mas que por agora, nada ainda está decidido. Recorde-se que há uma aliança entre a Renault e a Nissan, e ambas as marcas estão a construir uma gama de carros elétricos para serem comercializadas. 

Alejandro Agag já disse à Autosport britânica que "existem construtores que ponderam sériamente uma participação na competição", contudo, não revelou qualquer nome.

A competição correu neste fim de semana na Cidade do México, com a vitória de Jerome D'Ambrosio, e volta a competir a 2 de abril, nas ruas de Long Beach.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Noticias: Alain Prost vai ter o seu filme

Que o cinema está a olhar para o automobilismo, isso está. E depois de Ayrton Senna, Niki Lauda e James Hunt, Alain Prost vai ter direito a filme, feito por franceses. Ainda sem nome definitivo, será realizado por Julien Leclerq e terá como protagonista Guilliaume Gouix.

O filme abordará a carreira do tetracampeão desde as suas origens até ao ano do seu último campeonato, em 1993, e claro, a rivalidade com Senna não será esquecida. A produção do filme deverá começar no próximo ano e Prost será um dos seus conselheiros.

A chegada da Formula 1 às redes sociais

Aos poucos, a Formula 1 descobre as redes sociais. Felizmente, nem todos tem o mesmo pensamento de Bernie Ecclestone - ou a idade dele - e sabem que fazendo as contas oficias em sitios como o Facebook, para além de uma conta oficial no Youtube, fazem mais bem do que mal aos fãs. Ainda falta muito para vermos "streamings", por exemplo, mas um primeiro passo foi dado esta segunda-feira quando abriram a sua conta oficial no Facebook.

Neste momento, já têm mais de 78 mil fãs - e não vão parar por aqui, suspeito que cheguem ao milhão em algumas semanas - mas as reações dos fãs à novidade tem maioritáriamente sido de... sarcasmo. Frases como "Bem-vindos ao século XXI" ou "Bom saber que descobriram agora as redes sociais", "Mais vale tarde do que nunca" ou "nunca pensei que teriam uma página dessas com Bernie ainda vivo", foram as respostas mais comuns. E nos videos, a brincadeira continuou, com "avisos simpáticos" a dizer que "aproveitem agora antes que a FOM os tire do ar".

De uma certa maneira, parece que a visão do Bernie sobre as redes sociais está a ficar mais relaxada. Ou então, parece que certas pessoas não querem mais esperar que ele morra para que se faça a devida revolução, não é?

As novas cores da Renault

Como prometido, a Renault afirmou que iria mostrar as suas cores definitivas em Melbourne, no fim de semana do GP australiano. E o carro virou... amarelo. Totalmente amarelo, com uma pintas pretas. Quase um contraste com o preto da pré-temporada. Poderiam ter sido um pouco mais criativos, mas enfim...

De uma certa maneira, voltamos a ver um carro amarelo na grelha, algo que já não vemos desde 2005, com os Jordan. E já antes disso, outras marcas usaram essa cor: a Renault, claro, mas também a Fittipaldi, entre 1977 e 1980. Pelo menos em termos de equipas oficiais, porque carros pintados de amarelo, isso vêm desde os primórdios do automobilismo. Afinal, amarelo era a cor oficia de todos os carros inscritos pelos belgas...

Agora veremos o que Kevin Magnussen e Joylon Palmer poderão fazer nesta temporada. Eles afirmam que pretendem voltar ao "Top Six".


terça-feira, 15 de março de 2016

Youtube Formula 1 Classic: Long Beach 1981


Há precisamente 35 anos, em Long Beach, a Formula 1 começava (oficialmente) a sua temporada. Naquele inverno, as equipas e a FISA estiveram à beira do divorcio, quando Bernie Ecclestone tentou tomar conta das rédeas do espectáculo, tirando da equação o seu presidente, Jean-Marie Balestre. Ecclestone chegou até a apresentar o seu próprio calendário, centrado maioritariamente em pistas americanas. Contudo, a primeira amostra dessa nova competição, um mês antes em Kyalami, foi um fracasso, pois não estavam as equipas de fábrica: Ferrari, Renault e Alfa Romeo. E assim ambas as partes reconciliaram-se.

Foi uma corrida que teve o seu quê de inesperado: Riccardo Patrese surpreendeu toda a gente e conseguiu uma inesperada pole-position com o seu Arrows, conseguindo superar os Williams de Alan Jones e Carlos Reutemann. O italiano manteve a liderança desde o inicio, defendendo-se até de um ataque por parte do Ferrari de Gilles Villeneuve. Contudo, uma avaria na bomba de óleo, na volta 33, o colocou fora de prova, deixando a liderança para os Williams. Jones levou a melhor, após um erro de Reutemann, e Nelson Piquet, o vencedor no ano anterior, ficou com o lugar mais baixo do pódio.

Coloco-vos aqui um video com o resumo dessa corrida, passado na CBS americana.




Youtube Motorsport Trailer: Duas contra Quatro Rodas


Na Grã-Bretanha, Guy Martin tornou-se conhecido não só pelas suas proezas motociclisticas - é presença habitual no Isle of Man TT - como também faz programas de televisão sobre velocidade, seja ele em duas ou quatro rodas. E por vezes, até sem rodas, quando pilota barcos e hovercrafts.

Agora, esta semana, Martin decidiu fazer um episódio especial da sua série "Speed", onde colocou ao desafio um Formula 1, para saber qual das máquinas é a melhor. Quem aceitou o desafio foi o ex-piloto escocês David Coulthard, que a bordo de um Red Bull de 2013, em Silverstone, vai desafiar a moto em quatro categorias: aceleração, travagem, slalom e velocidade média.

O programa vai para o ar esta quinta-feira na Channel Four britânica, um pouco como "aquecimento" para o GP da Austrália. Deverá ser interessante. Vou ver se consigo sacar a gravação, quando for a altura.

Vi primeiro no site do Noticias Motociclisticas.

Youtube Rally Test: Os testes do novo Volkswagen Polo WRC

Na semana em que a Volkswagen confirmou que andaria pelo WRC até ao final da década, eis um video dos testes do carro com as especificações que vão aparecer a partir de 2017. O teste foi feito na Alemanha, em algumas das classificativas onde é realizado o rali com o mesmo nome, e parece que em termos de aparência, o carro vai ficar mais agressivo.

E apesar do regulamento ainda não estar fechado, os carros vão ser impressionantes: potência vai subir dos 315 para os 380-400 cv, aumentando o restritor para 36 mm de diâmetro e subindo a pressão do turbo para 2,5 bar. O carro vai perder peso - vai passar a ter 1175 quilos contra os atuais 1200 kg - e o diferencial vai voltar a ter controlo eletrónico.

Vão ser carros interessantes de se ver na estrada, mas até lá, ficamos com as filmagens dos testes, feitos ontem. 

Bólides Memoráveis: Ferrari 156 (1961-64)

Há 55 anos, a Ferrari preparou-se para os novos regulamentos com uma máquina que se provou imbatível para a concorrência e rendeu um duelo fratricida entre os seus pilotos, que resultou num acidente mortal. A sua frente “sui géneris” marcou toda uma geração, mas foi um tempo que também resultou numa rebelião, dividindo para sempre a Scuderia. Hoje, falo do Ferrari 156, preparado para uma era de motorização, e o primeiro carro feito de raíz com motor traseiro.

Em 1959, a Comission Sportive International decidiu que a partir de 1961, os carros de Formula 1 viriam a sua cilindrada reduzida de 2,5 litros para 1,5 litros, de forma a que estes reduzissem a sua velocidade em reta. Antecipando o novo regulamento, a Ferrari decidiu fazer de raíz o seu primeiro carro com motor traseiro, pois até esse momento ainda adotava o motor fontal. Um modelo de ensaio surgiu em 1960, mas os resultados tinham sido modestos. Contudo, funcionaram como uma experiência para o que viria aí.

O motor foi desenhado por Carlo Chiti, e era o Dino V6 de 1.5 litros, produzindo cerca de 190 cavalos de potência. A frente tinha duas entradas de ar, para otimizar o fluxo de ar para o motor. Essa frente iria ficar na mente dos apreciadores, dando-lhe o nome que ficou conhecido: “Nariz de Tubarão” (Sharknose)

O carro ficou pronto para a primeira corrida do ano, nas ruas de Monte Carlo. Três bólidos foram inscritos para o alemão Wolfgang von Trips e os americanos Phil Hill e Richie Ginther. Contudo, os novos carros de Modena foram batidos nas ruas monegascas pelo Lotus 18 de Stirling Moss, que apesar de ter menos cavalos no seu motor Climax, conseguiu levar a melhor graças ao seu talento atrás do volante.

Contudo, nas seis provas corridas seguintes, a Ferrari dominou, com vitórias em cinco delas. Phil Hill na Belgica e em Itália, enquanto que Von Trips venceu na Holanda e Grã-Bretanha, com Giancarlo Baghetti a cometer a proeza de vencer em França, na primeira corrida oficial da sua carreira! Outros pilotos correram nos modelos 156, como os belgas Willy Mairesse e Olivier Gendebien, e o mexicano Pedro Rodriguez, que quase fez a pole-position na prova de estreia, em Monza.

Quando os carros chegaram ao GP de Itália, praticamente a Scuderia tinha o campeonato de Construtores na mão, e o título de pilotos era um assunto interno entre Hill e Von Trips. O alemão fez a pole-position, mas largou mal e atrasou-se. No final da segunda volta, quando tentava passar o Lotus de Jim Clark, ambos os carros se entrelaçaram e o Ferrari do alemão foi para a barreira de espectadores, matando 14 pessoas, além de ele mesmo. O acidente causou sensação e polémica para Ferrari, que já tinha uma má reputação devido aos acidentes nos quais os seus carros tinham estado envolvidos nos últimos anos, desde as Mille Miglia de 1957, quando o espanhol Alfonso de Portago e o seu navegador causaram um acidente que lhes custou as suas vidas, mais seis espectadores que estavam na estrada.

Em 1962, Hill ficava, acompanhado por Baghetti e Rodriguez, com Mairesse a fazer algumas corridas selecionadas. Outro italiano também entrou na Scuderia, Lorenzo Bandini. Apesar de não se ter mexido na formula vencedora, a concorrência trabalhou melhor e não houve vitórias oficiais, pois tinham sido batidos por BRM e Lotus. Para piorar as coisas, Mairesse teve um acidente feio em Spa-Francochamps e ficou afastado por algumas corridas. 

Na frente interna, as coisas ainda estavam piores. Havia tensão entre Ferrari e alguns dos seus engenheiros, liderados por Chiti, e para além disso, problemas laborais nas suas fábricas, que culminaram com uma greve em junho de 1962, que os impediu de irem correr o GP de França. No final do ano, essa tensão causou rutura, com Chiti e alguns dos engenheiros a abandonar a fabrica, para fazerem a ATS (Automobili Turismo e Sport), acompanhados por Hill e Baghetti. Com esta rutura, Ferrari teve de voltar a fazer as coisas quase do zero, promovendo Bandini e contratando o britânico John Surtees.

Em 1963, o carro voltou a ter uma frente mais tradicional, batizada de “Aero”, e o motor trocou os carburadores por um sistema de injeção desenvolvida pela Bosch. Com a temporada a ser dominada por Jim Clark e o seu Lotus 25, John Surtees foi um dos poucos privilegiados a vencer-lhe uma corrida, neste caso, o GP da Alemanha. 

Na temporada seguinte, a Ferrari introduziu variações do seu modelo 156, com o 158 e o 1512, que continham, respectivamente, um motor V8 e um motor V12. Esses três chassis conviveram durante a temporada de 1964, e enquanto que Surtees usava mais o 158, na sua caminhada para o título mundial, o seu companheiro usou o 156 em mais ocasiões, dando a ele a sua única vitória na Formula 1, na base aérea de Zeltweg, na Áustria. Nessa temporada, o caro ainda seria guiado por outro italiano, Ludovico Scarfiotti, e por outro mexicano, Pedro Rodriguez, irmão de Ricardo. E foi com ele que o 156 conseguiu o seu último ponto na Formula 1, no GP do México de 1964, ao mesmo tempo que via John Surtees ser consagrado campeão do mundo.  

Ficha Técnica: 

Carro: Ferrari 156
Projetista: Carlo Chiti
Motor: Ferrari V6 de 1.5 litros
Pneus: Dunlop
Pilotos: Phil Hill, Wolfgang Von Trips, Richie Ginther, Ricardo Rodriguez, Giancarlo Baghetti, Olivier Gendebien, Willy Mairesse, Lorenzo Bandini, John Surtees, Ludovico Scarfiotti e Pedro Rodriguez.
Corridas: 29
Vitórias: 7 (P.Hill 2, Von Trips 2, Baghetti 1, Surtees 1, Bandini 1)
Pole-Positions: 7 (P.Hill 5, Von Trips 1, Surtees 1)
Voltas Mais Rápidas: 7 (P. Hill 2, Ginther 2, Surtees 2, Baghetti 1)
Pontos: 168 [172] (P. Hill 48 [52], Von Trips 33, Bandini 23, Surtees 22, Ginther 16, Baghetti 14, R. Rodriguez 4, Gendebien 3, Mairesse 3, Scarfiotti 1, P. Rodriguez 1)   
Campeonatos: Campeão do Mundo de Pilotos em 1961 (Phil Hill), Campeonato do Mundo de Construtores em 1961 e 1964.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Reconhece este piloto? (III)

Como é a semana anterior à primeira corrida do ano, em paragens australianas, continuo com o passatempo para mostrar aos fãs de automobilismo como andam os pilotos do passado hoje em dia. E acho que poucos vão acertar no nome deste senhor à primeira. 

Alguns detalhes: foi um dos pilotos mais jovens de sempre num Formula 1, andou na McLaren e Ferrari. E ganhou corridas, mas não onde vocês pensam. E não... não é australiano!

Se ainda não chegaram lá, eu digo: é o Chris Amon, numa foto recente. Aos 72 anos, está retirado na sua quinta, na sua Nova Zelândia natal, e ficou conhecido pela sua velocidade, e por nunca ter ganho qualquer corrida na Formula 1. Pelo menos oficialmente...

Sobre ele e o seu azar, Mário Andretti disse um dia: "Se o Chris Amon fosse coveiro, as pessoas deixariam de morrer."

Um regresso que se saúda

Desde que conheci o Daniel Médici, achei que os seus conhecimentos e pensamentos sobre o automobilismo fascinantes. Creio que foi ainda em 2007 ou 2008 que comecei a seguir o seu Cadernos do Automobilismo, e não demorou muito para que ele fizesse parte dos meus favoritos. Nessa altura, ele ainda era estudante na Universidade de São Paulo, e isso continuou até meados de 2013, quando ele entrou no jornal Folha de São Paulo.

O cessar do seu blog deixou um buraco pouco preenchido, mas hoje pela manhã recebi uma boa noticia, ao saber que ele voltou à ativa, escrevendo uma coluna sobre Formula 1 no jornal, um dos mais importantes de São Paulo e do país. A primeira matéria do seu "Grid" fala sobre a Ferrari e a Formula 1 em geral, que como ele titula, "tem um grande passado pela frente".

domingo, 13 de março de 2016

IndyCar: Montoya vence prova de abertura em St. Petersburg

Juan Pablo Montoya começou o ano a vencer na IndyCar e mostra porque é um dos favoritos à vitória nesta competição. O colombiano de 40 anos, que quase venceu no ano passado, mas perdeu para Scott Dixon, começou esta temporada tal como começou na anterior: a vencer, nas ruas de St. Petersburg, na Florida. O piloto da Penske superou o francês Simon Pagenaud e o americano Ryan Hunter-Reay, numa corrida onde o grande ausente foi o australiano Will Power, que depois de ter feito a pole-position, não participou por razões médicas.

De facto, o grande ausente foi o piloto da Penske, que depois de ter sofrido um acidente na sexta-feira, fez a qualificação sem problemas fisicos óbvios, fazendo a pole-positon. Contudo, na manhã deste domingo, quando fazia o warm-up, queixou-se de tonturas, acabando por ir ao hospital, onde lhe detectaram sequelas de uma contusão, acabando por ser substituído pelo espanhol Oriol Serviá e largar da última posição.

A corrida começou com o primiro líder, Simon Pagenaud, a manter-se na sua posição, seguido por Hélio Castro Neves, enquanto que Marco Andretti saltou de 14º para sétimo, aproveitando bem a primeira curva. Em contraste, James Hinchcliffe caia para o fim do pelotão depois de fazer um pião.

Nas voltas seguintes, tudo estava calmo na frente, enquanto que Castro Neves era o segundo, mas o ritmo era enorme: o francês abriu um buraco superior a três segundos ao fim de dez voltas, e no inicio da volta seguinte, Montoya ultrapassou-o, ficando com o segundo posto. As primeiras paragens nas boxes aconteceram a partir da volta onze, e enquanto que Castro Neves perdia posições, Andretti subia lugar após lugar, sendo quinto ao fina de quinze voltas. O americano seria um dos últimos a parar, na volta 25.

Na frente, Montoya diminuía a distância para Pagenaud, tentando alcançar a liderança. Na volta 40, antes da segunda ronda de reabastecimentos, o colombiano já estava a menos de um segundo do francês. A nova ronda de reabastecimentos não teve grandes alterações, mas na volta 47, Andretti bate na traseira do carro de Luca Fillipi e as bandeiras amarelas são mostradas. Essa foi uma altura em que os pilotos que ainda não tinham parado de o fazer, incluindo Montoya e Pagenaud.

O regresso era para ter acontecido na volta 53, mas prolongou-se quando o carro de Andretti "apagou-se" e teve de ser puxado para voltar a ligar.

Quando voltou de vez, na volta 57... houve confusão na Curva 4. Com os primeiros a escapar, atrás, Graham Rahal foi acertado de traseira por Carlos Muñoz e causando uma carambola. Por incrivel que pareça, dos catorze carros envolvidos... todos continuaram! Mas as bandeiras amarelas foram mais uma vez mostradas. Nessa altura, poucos tinham reparado, mas Montoya tinha conseguido passar Pagenaud e ficar com a liderança.

No regresso, na volta 64, Montoya aguentou os ataques do francês, enquanto que atrás, Castro Neves e Scott Dixon lutavam pelo último lugar do pódio. O atual campeão foi às boxes na volta 71, mas demorou imenso tempo e atrasou-se. A partir da volta 81, houve a terceira janela de reabastecimentos, mas não houve alterações de relevo, com Pagenaud a diminuir a distância para Montoya.

No final, Montoya conseguiu levar a melhor e começar com uma vitória no campeonato, seguido por Pagenaud e Hunter-Reay, que aproveitou a perda de rendimento de Castro Neves devido aos seus pneus, que não funcionavam tão eficazmente. Mikhail Aleshin foi o quinto, na frente de Takuma Sato e Scott Dixon.

Agora, máquinas e pilotos vão para a oval de Phoenix, onde vão competir a 2 de abril.

A opinião pró-europeia de Jeremy Clarkson

O britânico Jeremy Clarkson, como sabem, é um orgulhoso inglês de tendência conservadora, e arranja sempre uma oportunidade para ser politicamente incorreto para muitas coisas. Mas ele, que é amigo de muitos membros do Partido Conservador - incluindo o primeiro-ministro David Cameron e o "mayor" de Londres, Boris Johnston - é assustadoramente europeu no assunto do momento nas Ilhas Britânicas: o referendo de junho, onde eles vão votar se querem ou não ficar na União Europeia, simplesmente para aplacar os eurocéticos, essa minoria ruidosa.

Na sua coluna do jornal Sunday Times, Clarkson decidiu apoiar o "sim" à União Europeia, afirmando a sua "eurofilia" no sentido de defender uns Estados Unidos da Europa, com um governo, uma moeda e um exército. "Suponho que agora seja um momento tão bom quanto qualquer outro para declarar a minha opinião. Eu estou como o homem que adora a sua mulher. Eu voto sim", revela o jornalista e apresentador de 55 anos.

No artigo de opinião, Clarkson afirma que caso a Grã-Bretanha fique de fora, a sua voz no mundo estaria extremamente diminuída: "Não é melhor ficar em casa e tentar fazer este maldito trabalho funcionar corretamente? Para criar uns Estados Unidos da Europa que funciona bem como os Estados Unidos da América? Com um exército, uma moeda e um conjunto unificador de valores?"

"A Grã-Bretanha, por si só, tem pouca influência no cenário mundial. Penso que estamos todos de acordo com isso. Mas a Europa se fosse bem gerida, bem pensada e tivesse boas políticas de coesão, seria uma tremenda força para o bem comum", continuou.

"Quando estou sentado numa gare de comboio em Bruxelas ou a passear pelos canais do sudoeste da França ou a viajar ao longo de uma auto-estrada, na Croácia, sinto-me muito mais em casa do que eu faço quando eu estou tentando conseguir algo para comer em Dallas ou Sacramento. Eu amo a Europa, e para mim isso é importante", concluiu.

A posição de Clarkson a favor da Europa e da União Europeia não é nova. E não se pode dizer que isso acontece só por causa das suas viagens constantes nos programas do Top Gear - perdem-se as vezes que andou por França, Itália, Alemanha, Holanda, Espanha - esteve no passado mês de novembro no Algarve para gravar alguns episódios para a nova série na Amazon Prime - mas também é por causa de ele acreditar na ideia da União Europeia. Nesse campo, é como Churchill. Mas também ele vê esta União Europeia como um ponto de sanidade entre a possibilidade de uma América governada por Donald Trump e uma Rússia com Vladimir Putin.

O referendo europeu - ou o "Brexit" - acontecerá a 23 de junho, e de acordo com as últimas sondagens, a maioria dos britânicos querem ficar na União Europeia.

Sobre a nova desclassificação de Lucas di Grassi

Lucas di Grassi arrisca-se a passar para a história não só como um dos mais ganhadores da Formula E, como o mais desclassificado. Na temporada passada, retiraram-lhe a sua vitória em Berlim porque a sua asa de frente estava anti-regulamentar, e não só perdeu os 25 pontos da corrida, como o campeonato, que acabou por ser ganho por Nelson Piquet Jr... por um ponto. Agora, esta domingo, acordamos com a noticia de que o piloto brasileiro da Abt foi desclassificado porque se descobriu que o seu carro estava 1,7 quilos mais leve do que o regulamentado, retirando-lhe os 25 pontos da vitória. Justamente agora que ele... tinha chegado à liderança do campeonato.

Claro, o grande vencedor tornou-se o belga Jerome D'Ambrosio, da Dragon, e Sebastien Buemi, da e-dams, o segundo classificado, e com os 18 pontos que alcançou, consolidou a sua liderança no campeonato - 22 pontos sobre o segundo classificado - quando ainda cumprimos cinco das onze provas da segunda temporada da Formula E. Tecnicamente, Buemi pode ser campeão na primeira das duas corridas que acontecerão em Londres, no inicio de julho. Ou ainda antes delas, caso o piloto da Abt escorregue nas provas a seguir...

E tudo indica que Di Grassi pode passar à história como o piloto que poderia ter dois títulos na Formula E... e acabar com nenhum. A ver, vamos.