sábado, 30 de julho de 2016

Youtube Rally Crash: O acidente de Lorenzo Bertelli em Ouninpohja

O italiano Lorenzo Bertelli foi protagonista de um acidente espectacular na temida classificativa de Ouninpohja, quando destruiu o seu Ford, felizmente, sem consequências para ele e o seu navegador. Contudo, a classificativa ficou neutralizada para que as equipas de socorro pudessem socorrer a dupla italiana.

Eis as imagens do acidente, num "clip" do WRC.com que faz o resumo da manhã deste sábado.

WRC 2016 - Rali da Finlândia (Dia 2)

O segundo dia do rali da Finlândia ficou marcado pelo contínuo domínio de Kris Meeke, que conseguiu aguentar as investidas do Volkswagen de Jari-Matti Latvala e do Hyundai de Thierry Neuville para manter a liderança deste rali. O segundo dia foi também marcado pelos incidentes que deixaram mais alguns pilotos pelo caminho, como o francês Eric Camili e o italiano Lorenzo Bertelli. No final do dia, Meeke tem um avanço de 41 segundos sobre Latvala e vai a caminho da sua segunda vitória no campeonato, numa temporada que está a fazer... a meio gás.

"O dia foi excepcional", disse o inglês de 37 anos.

As oito classificativas deste sábado tinham entre eles passagens duplas pela temível Ouninpohja, onde quem a faz sem erros é considerado excepcional. E na primeira passagem, Meeke... arrasou. Um avanço de 13,4 segundos sobre Latvala o fez ganhar a classificativa - iria ganhar também na segunda passagem, pela tarde - mas de manhã, aumentou o avanço para 31,5 segundos. Nessa altura, Lorenzo Bertelli teve um acidewnte que fez neutralizar a especial, para que os meios de socorro pudessem entrar e verificar o estado do piloto e do seu navegador, que estavam ilesos.

Ott Tanak venceu na primeira passagem por Paijala, mas a diferença para Meeke foi minima - 0,4 segundos. Contudo, foi o suficiente para que o estónio da Ford subisse ao quinto posto, e ao alcance de Hayden Paddon e de Craig Breen, que era agora o terceiro da geral. O troço foi marcado também por outro acidente, que o neutralizou. Desta vez, o infeliz foi Eric Camili, que danificou bastante o seu Ford, mas também saiu dali sem ferimentos. Quem também teve problemas foi Sebastien Ogier, que penalizou por causa de um tubo no sistema de travagem, que o obrigou a parar no meio da classificativa.

Meeke venceu de novo, na primeira passagem por Pihlajakoski, com 2,4 segundos de vantagem sobre Latvala, que foi terceiro (Ogier fez o segundo melhor tempo), e o inglês da Citroen afastou-se ainda mais do piloto da Volkswagen. Aqui, Ott Tanak furou de novo e perdeu 15 segundos. afastando-se da luta pelo terceiro posto. Craig Breen foi quarto na especial e afastou-se de Hayden Paddon, que agora estava a 13,2 segundos do irlandês.

Ogier ganhou na curta passagem por Saalahti, para depois Meeke vencer na segunda passagem por Ouninpohja, desta vez, com uma vantagem de 5,8 segundos. Voltou a vencer em Paijala, com uma vantagem mínima sobre Latvala, e depois, Ogier foi o vencedor dos dois últimos especiais do dia, no primeiro com 0,2 segundos de vantagem sobre Tanak, que recuperou e subiu ao quarto posto, e depois, com uma vantagem de 1,1 segundos sobe Thierry Neuville.

No final do dia, Meeke tem agora 41 segundos sobre Latvala e um minuto e 43 segundos sobre Craig Breen, que vê Ott Tanak aproximar-se, com o seu Ford. Os Hyundai de Thierry Neuville e Hayden Paddon também não andam longe, mas já estão a dois minutos de Meeke. Mads Ostberg é o sétimo, acossado por Anders Mikkelsen, e a fechar o "top ten" estão os Skoda de Esapekka Lappi e Teemu Suninen, os melhores dos WRC2.

Amanhã, é o dia final do Rali da Finlândia.

Nosmoke, o Moke elétrico

O Mini Moke foi uma das variantes mais conhecidas e populares da Mini. Usada para destinos turisticos, o carro não tinha mais do que um chassis tubular, com (ou sem) capota, e a uma velocidade reduzida, tendo sifo feitas dezenas de milhares de exemplares, que poderiam ser vistos no sul de Espanha, França, Portugal... enfim, um pouco por todo o Mediterrâneo.

Agora, mais de 50 anos após terem sido feitos os primeiros exemplares, o Moke apareceu de novo... desta vez, em versão elétrica. O Nosmoke é um Moke elétrico, feito por engenheiros franceses, com um motor elétrico de 10 kw, com uma autonomia de 100 quilómetros e velocidade máxima de 75 km/hora. 

Com um carregamento de 8 horas, o carro tem dez cores para escolher, duas cores de bancos e três de capota, num carro ideal para o verão, digamos assim. Para ver os carros, basta ir ao sitio oficial.

Formula 1 2016 - Ronda 12, Alemanha (Qualificação)

Precisamente uma semana depois da Hungria, máquinas e pilotos atravessaram algumas fronteiras no centro da Europa para poder correr no meio da Alemanha, aos pés da Floresta Negra. Na zona de Mannheim, a Formula 1 regressou a um lugar que não apareceu em 2015 porque os locais decidiram não dar um extra para ter a corrida por lá, para tristeza dos (bolsos) de Bernie Ecclestone. O que foi irónico, numa era em que os Mercedes dominam a Formula 1 atual.

Com um Hockenheim um pouco mais cheio do que ontem, a Formula 1 vivia uma altura em que o Grupo de Estratégia decidiu "peitar" a FIA, liberalizando as comunicações e os limites de pista para os pilotos, bem como decidiu adiar a introdução do sistema de segurança "halo" para a temporada de 2018, para encontrar maneira de desenvolver outros sistemas.

Debaixo de tempo quente, mas com céu nublado, máquinas e pilotos começaram a praticar para a qualificação, onde a velocidade mostrou uma hierarquia que seria de esperar. A mercedes marcou cedo os seus tempos, com os pneus macios, e aguardou pela fase seguinte,m enquanto que a concorrência se degladiava para alcançar os melhores tempos.

Depois do tempo esgotado, entre os que ficaram de fora, para além dos Manor e da Sauber, estiveram o Toro Rosso de Daniil Kvyat e o Renault de Kevin Magnussen. Aliás, Pascal Wehrlein ficou com o 18º melhor tempo (e andou muito tempo com o 15º posto, podendo passar para a Q2), na frente do - caído em desgraça - Daniil Kvyat. Pelos vistos, começo a duvidar se o russo chega até ao final do ano naquela equipa...

Na Q2, cedo marcou-se pelo menos os cinco, seis primeiros contemplados para a Q3: os Mercedes, os Red Bull e os Ferrari. No último minuto, apareceu o resto, com os Force India e os Williams, especialmente Felipe Massa, que colocou fora da Q3 o Haas de Esteban Gutierrez e o os McLaren de Fernando Alonso e Jenson Button. E entre os que ficaram de fora, o Renault de Joylon Palmer, o outro Haas de Romain Grosjean (que ainda irá perder mais cinco lugares por ter mudado a caixa de velocidades), e o Toro Rosso de Carlos Sainz Jr.

O primeiro a meter tempos foi Hamilton, com 1,14,486, praticamente deixando toda a gente fora de alcance, mesmo com as tentativas de Kimi Raikkonen e Max Verstappen. Daniel Ricciardo faz 1.14,726 e aproxima-se bastante de Hamilton. Nico Rosberg abortou a sua tentativa por causa de um problema eletrónico, mas voltou à pista para tentar de novo. Quando o fez, consegue 1.14,363 e ficou com a pole provisória. Hamilton tentou a sua sorte, mas não conseguiu mais do que 1.14,470 e o filho de Keke Rosberg consegue a pole-position, trinta anos depois do seu pai.

Assim, com um alemão a partir na frente na Alemanha, provavelmente a corrida terá um pouco mais de emoção na primeira curva, mas se for como na corrida anterior, poderemos dizer que o primeiro lugar da grelha pode não ser assim tão importante, se partir melhor amanhã. Veremos se tal acontece.

WRC 2016 - Rali da Finlândia (Dia 1)

No primeiro dia do Rali da Finlândia, Kris Meeke aparece dos seus testes do novo carro com o velho, e está disposto a ganhar mais um rali, como fez há quase dois meses em Portugal. Diz-se isto porque no final do primeiro dia competitivo do Rali da Finlândia, ele é o líder da geral, na frente de Jari-Matti Latvala e de Ott Tanak.
Depois de Tanak e Anders Mikkelsen terem empatado na classificativa inicial do rali, ontem à noite, o dia de hoje começou com Meeke a entrar com todo o gás nas velozes classificativas finlandesas, na primeira passagem por Mokkipera. O inglês deixou Jari-Matti Latvala a dois segundos e Ott Tanak a 2,9, uma liderança que começava a ser interessante. Mikkelsen saira para quarto e Sebastien Ogier, o líder do campeonato, cedeu 5,3 segundos a Meeke e era agora o quinto classificado, na frente do Hyundai de Thierry Neuville.

Nas classificativas seguintes Latvala e Tanak reagiram e venceram, apertando o cerco a Meeke. que conseguindo ficar não muito longe deles, manteve a liderança. Por esta altura, os outros pilotos da Hyundai, o holandês Kevin Abbring (que substitui o lesionado Dani Sordo) e o neozelandês Hayden Paddon, eram respectivamente oitavo e nono na geral, andando "limpo, sem riscos".

Na especial de Jukojarvi, com Tanak a ganhar, Latval sofreu um furo e perdeu mais de dezasseis segundos para a concorrência, caindo para o quinto posto, atrás de Ogier.  “Não foi o desastre completo”, disse o piloto local.

No final da manhã, Latvala partiu ao ataque. Ganhou a sexta classificativa, a primeira passagem por Horkka, com 0,8 segundos de vantagem sobre Meeke, mas não passou do quarto posto, passando apenas Ogier, que tem de abrir a estrada dado o seu estatuto de líder do campeonato. Ott Tanak sofreu um grande percalço devido à equebra da suspensão, fazendo perder quase um minuto, ficando de fora das contas da vitória, pois está em décimo.

Pela tarde, Tanak venceu a classificativa de Aanekoski-Valtra, com Craig Breen a ser o segundo e a subir ao quarto posto com o segundo Citroen, atrás dosVolkswagens de Latvala e Ogier. Contudo, Thierry Neuvulle e Andreas Mikkelsen andam bem atrás de Breen, a menos de 1,3 segundos. Meeke reagiu, vencendo na segunda passagem por Mokkipera e aumentando a vantagem para Latvala em 21 segundos.

E na décima especial... Ogier perdeu o rali. Um despiste o fez perder mais de 15 minutos, depois do seu Volkswagen ficar preso na vala. Alguns concorrentes disseram que quando passaram pelo local, não havia espectadores suficientes para o tirar do local onde estava. Latvala ganhou a especial, e as atenções passaram para a luta pelo terceiro posto, com Mikkelsen e Neuville a ficarem separados por 0,6 segundos.

As duas últimas especiais do dia, as segundas passagens por Horkka e Harju, viram Meeke e Mikkelsen a vencerem, respectivamente. O inglês conseguiu controlar a distância para Latvala e acabou o dia com uma vantagem de 18,1 segundos sobre o finlandês. Thierry Neuville é o terceiro, e o melhor dos Hyundai, a 44,3 segundos, acabando com 1,1 segundos de vantagem sobre Anders Mikkelsen.

Craig Breen é um surpreendente quinto classificado, no segundo Citroen, a 53,8 segundos, 4,4 de vantagem sobre Hayden Paddon, que tem Mads Ostberg não muito longe . e o melhor dos Ford, a propósito - a um minuto e dois segundos. Ott Tanak é o oitavo e Eric Camili é o nono, a um minuto e 22 segundos, enquanto que Essapekka Lappi é o décimo, e o melhor dos WRC2, a dois minutos do líder.

O Rali da Finlândia continua amanhã.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

A imagem do dia


Vi isto ontem à noite, mas como foi no momento em que decidi fazer um "upgrade" do meu PC para o Windows 10, deixei passar em claro. Repetiu-se hoje e creio que amanhã e domingo irá voltar, mas em menor grau. Também vi isso na corrida anterior, na Hungria, quando o comentador da Sky Sports falou sobre isso. Já vi essas lonas noutros lados, especialmente na China, que tem bancadas para mais de 200 mil pessoas, mas que na realidade, nem metade têm no dia da corrida, e nas sextas-feiras nem chegam a um décimo. E também lembrei-me das bancadas coloridas - e vazias - de outros lados como a Turquia e a Coreia do Sul. Aliás, nesses lugares, pouco depois, os contratos não foram renovados e as corridas retiradas dos calendário.

É um sinal dos tempos, sejamos honestos. Com Bernie Ecclestone e a FOM (Formula One Management) a negociar os contratos por valores proibitivos, aos promotores, sobra pouco para ter lucro, ou então, não acabar com prejuízo. E para tentar ganhar mais algum, carregam sobre o espectador. Bilhetes supercaros afastam as pessoas, que preferem ficar em casa, a ver na televisão. E não os censuro. No domingo, as coisas ficarão um pouco disfarçados, mas às sextas-feiras, onde as coisas são um pouco mais aborrecidas, o vazio é mais perceptível. E a solução que Bernie arranjou foi... colocar publicidade nos toldos que cobrem as bancadas, já que todos olham para elas.

E isto é um sinal dos tempos, ainda por cima, na pátria da Mercedes. E claro, muitos vão dizer que "a Formula 1 não tem mais graça". Felizmente, vejo automobilismo e posso dizer com conhecimento de causa que isso tudo não passa de... treta. Uma semana antes, noutro circuito alemão, em Nurburgring, as bancadas estavam cheias - cerca de cem mil pessoas - para ver uma corrida de... seis horas, transmitida em direto pelos canais desportivos, onde duas marcas - alemãs, é certo - lutaram um contra o outro numa corrida de "sprint". Mas porque é que num é isto e noutro é uma coisa completamente diferente? Não é só a competição. É o preço dos bilhetes, é o tipo de transmissão televisiva.

E as conversas que tenho recentemente com outros amigos, admiradores de automobilismo, dizem tudo: muitos estão a começar a gostar de Endurance, pelo simples facto de podem oferecer a mesma coisa que a Formula 1 traz, mas a um preço bem mais barato. Os bilhetes valem um terço da Formula 1, e não se paga para ver na televisão. Ou seja, está a acontecer aquilo que se avisou há muito tempo: a elitização da Formula 1 está a matar o futuro da sua modalidade, pelo menos em termos de espectadores. Só os teimosos, aqueles que procuram um "streaming" clandestino na Net, é que mantêm viva a chama, porque a maioria já desistiu. E se não há espectadores, os autódromos - e as audiências - desaparecem. E sem multidões, os patrocinadores pensarão duas vezes para saber se vale a pena apostar neste conteúdo.

Contudo, este sinal de alerta não vai chegar aos olhos de ouvidos daqueles que mexem com o dinheiro, porque estão ainda a receber de outros lados. E enquanto o dinheiro entrar, vindos de outras partes do mundo, dos sheiks petrolíferos de sítios onde são ditaduras, ou dos homens fortes, nada será alterado. As bases desmoronam-se e eles não querem saber, pelo menos, enquanto Bernie for vivo e os meninos da CVC Capital Partners continuarem a gozar com a sua parte. E nem falo das equipas... 

Resta saber quando eles se aperceberem o que se passa, não será tarde demais para salvar a Formula 1. A concorrência está a ficar mais forte e estão a ganhar mais adeptos. Talvez a agitação pós-Bernie seja o golpe final para a categoria. Ou então o principio de uma mudança radial que ela necessita, para recuperar os seus espectadores, a alma de qualquer competição.

Noticias: Grupo de Estratégia adia entrada do "halo" em 2017

A FIA e o Grupo de Estratégia estiveram reunidos nesta quinta-feira e tomaram algumas decisões interessantes em relação às segurança e às comunicações, e algumas foram algo surpreendentes. Primeiro, decidiram que o "halo", o sistema de segurança que visa proteger os pilotos de objetos, como pneus, foi adiada e já não vai ser introduzido em 2017. As comuncicações entre os pilotos, antes sujeitos a muitas restrições, foram liberalizadas, depois de alguns incidentes que levaram à penalização dos pilotos nas últimas corridas do campeonato. 

"Pessoalmente, não sou um grande fã do Halo. Acho uma solução deselegante para uma situação com a qual estamos tentando lidar", disse Christian Horner, chefe da Red Bull, ao Motorsport.com. "Prefiro ter mais tempo para fazer um trabalho de pesquisa em cima do assunto do que introduzir algo às pressas que pode gerar outras consequências. Não sou fã do Halo e das limitações que a peça possui", acrescentou.

Em relação às comunicações, O Grupo de Estretégia decidiu que estas iriam ser totalmente liberalizadas, com a excepção da volta de aquecimento. A medida será aplicada de imediato, no GP da Alemanha deste fim de semana. E para além disso, também decidiu o término dos limites da pista, que consideram ser de dificil julgamento a vantagem do piloto em sair desses limites.

Também foi aprovada a largada à chuva sem o Safety Car presente.

Em relação ao sistema "halo" de segurança, apesar dos louvores de alguns, houve quem considera a medida como um retrocesso. O alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, afirmou que havia uma ideia de que existia uma mudança e que agora decidiram voltar atrás por motivos estéticos:

"Estou um pouco surpreso porque não parece claro o que queremos para o futuro", disse Vettel, na conferência de imprensa antes da corrida alemã. "Tivemos uma votação entre os pilotos e acho que 95 por cento eram a favor do Halo, então eu não sei por que, de repente, isso mudou", continuou.

"A maioria não gosta da aparência dele, mas acho que nada justifica a morte. Sempre aprendemos com os incidentes que aconteceram na pista e tentamos melhorar. Seria a primeira vez na história humana que nós aprendemos uma lição e não mudamos."

A GPDA (Grand Prix Drivers Association), na voz do seu presidente, Alexander Wurz, também pronunciou-se sobre o assunto, afirmando que estava interessada no desenvolvimento de uma proteção na cabeça do piloto e manifestou-se decepcionada com o resultado.

"Minha opinião pessoal é que o resultado Grupo de Estratégia de hoje, se ratificado pelo Conselho Mundial de Automobilismo da FIA, representa muito mais do que apenas um voto contra o Halo ou um atraso na introdução de proteção de cabeça", disse Wurz ao Motorsport.com.

"Esta decisão traz a Formula 1 para território desconhecido de muitas formas. Vamos aguardar o raciocínio ao redor disso, mas, por agora, isso pode ser visto quase como 'negócios em primeiro e segurança em segundo'", continuou.

"O Halo não é esteticamente bonito, mas experimentos científicos realizados por especialistas provaram que ele tem a capacidade de salvar vidas. Nas últimas apresentações dos especialistas de segurança da FIA, entendi que o sistema foi apresentado pronto para uso. Eu também entendi que os carros já estavam a ser projetados para o conceito do Halo."

"Além disso, ele seria naturalmente melhorado de forma contínua, e essas melhorias incluiriam considerações estéticas - incluindo o uso de melhores e mais avançadas tecnologias de materiais, para um conceito ainda mais eficiente. Então, levando todos esses fatores em consideração, é bastante surpreendente que a Formula 1 não adote o conceito do Halo para 2017. Espero que a decisão de hoje não seja aquela que um dia vamos todos nos arrepender amargamente", concluiu.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

A hipótese vietnamita

Bernie Ecclestone sempre achou que seria na Ásia que estaria o futuro da Formula 1. O seu futuro, leia-se. Novos tigres cheios de dinheiro para gastar em projetos faraónicos, sejam eles imobiliários, rodoviários ou outros, gastar milhares de milhões de dólares para mudar a face e apresentar uma moderna, onde antes era agrária e tradicional. Aconteceu com a China, depois com a Malásia e com a India, mas em breve pode acontecer com o Vietname.

De quando em quando lá se fala neste país de 80 milhões de habitantes, que se unificou em 1976, depois de 30 anos de guerra civil de libertação, onde os locais derrotaram duas potencias ocidentais. Primeiro a França, a sua antiga potência colonial, depois os Estados Unidos, à custa de quase três milhões de mortos. Depois de uma década de economia totalmente comunista, decidiram fazer uma abertura económica, ao qual batizaram de (não se riam...) "Doi Moi". Implementada em 1987, deu ao país um enorme crescimento económico que fez subir o país no indice de desenvolvimento humano e o fez reconciliar com o mundo... até um certo ponto. O poder ainda é do partido comunista, em regime de monopólio, e Saigão ainda se chama "Ho Chi Min City", mas a paisagem local é cada vez mais parecida com Xangai ou Pequim.

E porquê se traz este país para a Formula 1? Por causa de outra coisa chamada... jogo. Os asiáticos são loucos pelo jogo e no continente, o único local onde podem jogar é em Macau. O jogo é proíbido não só na China Continental como o é em mais alguns países à volta, como Taiwan. Em Hong Kong, o jogo é limitado às corridas de cavalos, e no caso macaense, dá milhares de milhões de dólares cada ano. Pode-se dizer que todos os dias, entram 750 mil pessoas na cidade-estado, numa cidade que acolhe meio milhão de pessoas em permanência, algumas dezenas de milhares com passaporte português.

Ser o único sitio das redondezas onde o jogo é permitido colhe grandes frutos a Macau, mas há outros lados que querem quebrar esse monopólio. E Vietname é um deles. Desde 2010 que se fala na ideia de ter a Formula 1 naquele local, mas o governo sempre se opôs à ideia, afirmando que é uma empreitada muito cara, e que o seu orçamento serve para outras coisas. Mas este ano, há uma proposta no parlamento de Hanoi que visa a legalização do jogo no país, e caso isso seja aprovado, a ideia da Formula 1 por aquelas bandas ganha nova força.

De acordo com o jornal local Tien Phong, a cidade procura um investidor privado para o projeto de construção de um circuito na zona de Soc Son, ao pé do aeroporto internacional. Por agora, tudo não passa de um projeto de intenções, pois não há ainda datas para a construção e conclusão dessa pista, mas não seria descabido pensar que em 2020, já teria um autódromo pronto, como esta agora o circuito de Buniram, no leste da Tailândia, e que já acolheu provas do WTCC e que poderá acvolher outras provas, como a Endurance.

Mas se o governo local não está muito disposto a abrir os cordões à bolsa, a possivel legalização do jogo no país poderá abrir muitas portas nesse campo. Uma "Las Vegas vietnamita", a concorrer com Macau, a menos de quatro horas de vôo de Xangai, por exemplo, seria um enorme atrativo para os asiáticos sedentos de jogo. E mesmo que não haja um circuito em 2020, a construção de um ou mais casinos numa área especifica do país poderá ser bem real por essa altura...  

Endurance em Cartoons - Nurbrugring (Cire Box)

Numa corrida na Alemanha, os alemães mandaram. Mas deram um excelente espectáculo, como mostra o "Cire Box".

O lugar mais desejado da Formula 1

O lugar mais desejado da Formula 1 neste momento está nas traseiras. Como assim? Eu explico. Imaginem uma equipa que anda pelos últimos lugares da grelha, mas tem o melhor motor do mercado, e que basta ter um chassis adequado à ocasião para dar o pulo que tanto merece. E já tem um bom piloto nas suas fileiras. Estão a ver qual é a equipa. Se ainda não adivinhou, digo agora: é a Manor. E porque é que este é um lugar desejado? Digamos que não tem a ver com Pascal Wehrlein, mas sim com o seu companheiro de equipa, o indonésio Rio Haryanto.

É sabido desde o inicio da temporada que Haryanto anda a tentar arranjar dinheiro para fazer todo o ano. A Petramina deu-lhe cerca de 15 milhões para correr, mas precisa de pelo menos mais oito milhões para resolver a questão, e fala-se que depois de julho, o dinheiro acaba, e se ele não arranjar mais, poderá ir fora, apesar das garantias vindas da própria Manor para que não se preocupe com o assunto, que tem tempo para arranjar dinheiro. Chegou a haver uma campanha para que os indonésios (o arquipélago, de maioria muçulmana, tem mais de 200 milhões de pessoas) ajudassem com SMS, mas parece que não deu muito resultado...

Resultado final: o lugar é muito cobiçado, pelo menos a partir de setembro. 

E digo isto porque um dos candidatos é o americano Alexander Rossi, o piloto que surpreendeu tudo e todos ao vencer as 500 Milhas de Indianápolis, sendo o primeiro "rookie" a alcançar esse feito em mais de 15 anos. Com o campeonato da Indy Car Series a terminar em setembro, ele pode estar disponivel a tempo da Formula 1 andar de novo por paragéns asiáticas, a partir do GP de Monza. Caso faça, pode fazer seis provas, da Malásia até Abu Dhabi. Sendo ele terceiro piloto da marca este ano, depois de ter andado por algumas corridas no ano passado, ele poderá atrair mais americanos para ver este desporto, ainda por cima depois da vitória no "Brickyard". Mas isso seria apenas no final do ano, diga-se, pois para a próxima temporada, isso seria uma incógnita.

Isto porque Rossi corre numa equipa que usa motores Honda nos Estados Unidos. Ter uma equipa com motor Honda seria ótimo, mas os japoneses não vão pensar nisso em 2017, não enquanto a marca fizer um bom motor para a McLaren. E isso também se aplica a Stoffel Vandoorne, terceiro piloto da McLaren este ano, mas que está ligado à Honda e este ano está a correr na Super Formula japonesa.

Assim sendo, quem poderá sobrar? Um francês, Esteban Ocon, é uma grande chance. Atualmente com 19 anos (nasceu a 17 de setembro de 1996), é piloto interessante: terceiro piloto da Renault, é piloto de desenvolvimento... da Mercedes. Atualmente na DTM, ele foi o campeão da GP3 no ano passado, depois de em 2014, ter vencido a Formula 3 europeia, conseguindo bater Max Verstappen.

Ter Ocon na Manor em 2017 seria muito bom para a Mercedes. Apesar desta equipa poder virar uma "Mercedes B" ou "Mercedes Junior Team", poderá ser que a equipa ache a ideia interessante, pois poderia ter em compensação um belo desconto nos motores alemães, ou então uma melhor evolução do motor, capaz de dar o tal salto que precisam para sair do fundo do pelotão. Mas este ano, Ocon luta para conseguir uma boa posição no DTM (só tem dois pontos até agora), logo, pode ser que isso espere por mais algum tempo. E ainda tem mais uma coisa: a Renault pode perfeitamente usá-lo no final da temporada, um pouco para se livrar de um dos pilotos que "herdou" dos tempoda da Lotus, como Joylon Palmer.

Em jeito de conclusão: parecendo que não, há um lugar em perigo. E muito talento para poder preencher.

GP Memória: Alemanha 1996

Duas semanas após terem corrido em Silverstone, máquinas e pilotos estavam em Hockenheim para o GP da Alemanha, décimna-primeira prova do Mundial de Formula 1. Com quinze pontos de diferença entre Damon Hill e Jacques Villeneuve, e com a concorrência praticamente neutralizada, Hill tinha de apenas controlar o avanço para poder ser o campeão nessa temporada. 

A primeira grande novidade é que a Minardi tinha trocado de piloto, por causa das suas necessidades financeiras. Foi uma troca de italianos, do talentoso Giancarlo Fisichella para Giovanni Lavaggi, um siciliano, então com 37 anos, e que tinha andado no ano anterior tinha corrido em quatro provas pela Pacific, sem terminar qualquer corrida.

A segunda novidade era que a Forti abandonava de vez a Formula 1, apesar dos camiões com o material terem chegado ao "paddock" da equipa. Os carros nem sequer foram montados e ao fim de ano e meio, o sonho de Guido Forti e Carlo Gancia tinha acabado, sem resultados de relevo. Quanto a Luca Badoer e Vicenzo Sospiri, iriam voltar para mostrar o seu talento mais adiante nas suas carreiras.

No final da qualificação, Damon Hill foi o mais veloz, superando o Benetton de Gerhard Berger por 377 centésimos. Michael Schumacher foi o terceiro, no seu Ferrari, superando o McLaren de Mika Hakkinen. Jean Alesi foi o quinto, no segundo Benetton, na frente de Jacques Villeneuve, enquanto que a quarta fila tinha o segundo McLaren de David Coulthard e o segundo Ferrari de Eddie Irvine, enquanto que a fechar o "top ten" estavam os Jordan de Rubens Barrichello e Martin Brundle.

Houve um piloto que não conseguiu um tempo inferior aos 107 por cento: Lavaggi, com o seu Minardi. Assim, Pedro Lamy seria o único carro da equipa a arrancar na grelha.

A corrida começou com Damon Hill a largar lento, sendo superado pelos Benetton, caindo para quinto. O inglês conseguiu subir para terceiro no final da segunda volta, mas por essa altura, os Benetton foram-se embora. Para piorar as coisas, estava previsto que o inglês iria parar duas vezes, contra uma unica paragem por parte de Berger e Alesi. O inglês tentava recuperar algum tempo, mas foi apenas após o primeiro reabastecimento que fez tal coisa, pois ele começou a rodar sozinho.

Hill teve um ritmo impressionante para tentar apanhar os Benetton, mas após o segundo reabastecimento, ficou atrás de Berger. Ele aproximava-se do austríaco na parte final da corrida, mas ele resistia e preparava-se para dar à Benetton a sua primeira vitória do ano.

Contudo... a três voltas do fim, após a primeira chicane, o motor Renault do austriaco rebenta, e o comando era entregue de bandeja a Hill, que vencia com autoridade, na frente de Jaen Alesi e de Jacques Villeneuve, que conseguira superar Michael Schumacher após o primeiro reabastecimento.

Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o McLaren de David Coulthard e o Jordan de Rubens Barrichello.  

quarta-feira, 27 de julho de 2016

A Ferrari depois de James Allison

A Scuderia anunciou esta manhã que James Allison não é mais seu trabalhador. A noticia poderá ser algo inesperada - por ter sido dita agora - mas de alguma forma, poderemos dizer que é mais uma das vitimas de uma gigantesca máquina trituradora que por vezes é a equipa de Maranello. O seu substituto será Mattia Binotto, de 45 anos, e que está na Scuderia desde 1995. Apesar do nome italiano, Binotto... é de Lausana, na Suiça.

A equipa gostaria de agradecer ao James pela sua entrega e sacrifício durante o tempo que esteve connosco, e deseja-lhe os maiores sucessos e serenidade para as suas aventuras futuras”, disse a Ferrari, no seu comunicado oficial.

Pouco depois, o inglês respondeu, tambem em comunicado oficial: “Durante os anos que estive com a Ferrari, em duas etapas distintas e assumindo diferentes tarefas, consegui conhecer e apreciar o valor da equipa e das pessoas que a compõem. Quero agradecer-lhes a grande experiência pessoa e profissional que partilhámos. Desejo a todos um futuro feliz com muito sucesso”.

Um anuncio destes, feito no final de julho, pode ser encarado como uma péssima noticia, mas há muitas variantes nisto. A primeira é que ele poderá ter baixado os braços e chegado à conclusão de que a Ferrari, da maneira como está, não ganhará tão cedo. Daí esta rescisão por mútuo acordo.E há uma variante mais pessoal: Allison sofreu no passado mês de março a perda da sua mulher, que tinha apenas 48 anos de idade, e viu-se com a tarefa de cuidar dos seus filhos como pai solteiro que se tornou. Nem todos tem uma mente de aço nesse campo.

Allison, agora livre que nem um pássaro, irá provavelmente tirar uma sabática até que em meados de 2017 entrar numa outra equipa. As candidatas mais óbvias são a Renault e a McLaren, que lutam para voltar aos seus tempos gloriosos. A equipa de Enstone vive o seu "ano zero" e precisa de alguém para reconstruir a marca, num plano de longo prazo para fazer um vencedor, e claro, a marca de Woking teria o prazer de ter alguém que ajude a equipa chegar ao topo, com Fernando Alonso e outro jovem promissor no seu encalço, com um motor Honda que funcione melhor do que está a acontecer agora.

Já se sabia desde há algum tempo que tinha soado as campaínhas de alarme por aquelas bandas. A Ferrari não só não conseguia apanhar a Mercedes, como era ameaçada pela Red Bull, com um motor Renault... "cliente", disfarçado de relojoeiro. Não se poderá dizer que tem a ver com a única vitória "não-Mercedes" deste ano, mas quando tem nas fileiras Max Verstappen, que é o candidato numero um a ser "o melhor do resto", de certeza que faz preocupar Sergio Marchione, Maurizio Arrivabene e claro, os pilotos Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen, pagos a peso de ouro na marca.

Marchione, que já tem mais com que preocupar - surgiu esta semana noticias que as vendas da subsidiária Fiat-Chrysler nos Estados Unidos estavam a ser sobrestimadas - tem mais este problema nas mãos, porque, como sabem, em 2017 haverá novos regulamentos, novos carros de Formula 1 serão desenhados, e se não tiver um desenho vencedor, arrisca a ver alargar ainda mais o jejum de títulos que já vem desde 2008 (2007 em termos de pilotos). É que quem acerta no chassis, normalmente tem um "oligopólio" de vitórias garantidas. Foi assim com os Red Bull, de 2009 a 2013, e é agora com os Mercedes. 

Ver mais uma era sem títulos, numa equipa que gasta 300 milhões de euros por ano, vai começar a questionar sobre a utilidade do dinheiro e os seus previlegios. Não se pode esquecer que Bernie Ecclestone e a FOM lhes dá todos os anos mais de cem milhões de euros ainda antes de eles fabricarem a primeira peça do chassis de cada temporada. O orçamento de uma Sauber, por exemplo...

Por estes dias, soube-se que Marchione e Arrivabene quis recrutar de volta Ross Brawn, reformado desde meados de 2014, quando deu à Mercedes os títulos de pilotos e construtores que andavam sempre a perseguir. Brawn, que ficou na Scuderia de 1996 a 2007, deu a Maranello os cinco títulos consecutivos de Michael Schumacher e ainda ajudou a dar mais um título a Kimi Raikkonen, em 2007, fazendo dela a equipa mais poderosa da Formula 1. Depois disso, em 2008, foi para a Honda, com o objetivo de fazer a mesma coisa - já tinha feito isso na Benetton, em 1994-95 - mas o fim da equipa japonesa lhe deu a chance de ter a sua própria equipa, que lhe deu o campeonato em 2009, antes de a vender para a Mercedes, no ano seguinte.

Brawn, agora com 62 anos, goza os seus milhões longe da Formula 1, dedicando-se à pesca, e já nem pensa em regressar, pois conquistou tudo. Mas Marchione e Arrivabene ainda acham que ele é suficientemente válido para tentar colocar a Scuderia di Maranello nos píncaros, como fez com tudo o que tocou nos últimos 22 anos. Contudo, parece que não conseguiram retirá-lo da reforma, mas nada indica que tenham desistido. Com a Scuderia, muitas das vezes, eles fazem propostas que não podem recusar, logo, é uma história que pode não ter acabado por aqui.   

O pior ainda que os "tiffosi", sempre irrequietos, não tem a paciência dos outros e encaram "la squadra" como se fosse uma "Juve" ou uma "Roma", e querem sempre cabeças quando a equipa perde, achando que uns "enforcamentos" podem acalmar a plebe. Isso acontecia frequentemente nos anos 90, aqueles anos pós-Commendatore que foram algo caóticos, dos quais só a FIAT os salvou. E a salvação veio primeiro com Luca de Montezemolo, que depois trouxe Jean Todt, Michael Schumacher, Ross Brawn e Rory Bryne. E até quebrarem a maldição, no ano 2000, tiveram de perder mais alguns títulos, um deles de forma algo cruel, quando Schumacher partiu a perna direita em 1999, na primeira volta do GP britânico, em Silverstone.

A grande questão que se coloca agora é saber se isto vai acalmar as coisas. Algo me diz que não, pois logo a seguir nisto tudo está Maurizio Arrivabene. E se os maus resultados continuarem, e a temporada terminar sem vitórias, um claro contraste com as três de 2015, todas com Sebastian Vettel, a sua cabeça poderá ser a próxima. Mas se todoas estas cabeças rolarem, acham que os resultados aparecerão sob pressão? A História mostra que isso nem sempre resulta, pode até cavar outra travessia do deserto, tão grande como a que aconteceu durante 21 anos.

Veremos. 

terça-feira, 26 de julho de 2016

Formula 1 em Cartoons - Hungria (Cire Box)



O atribulado fim de semana húngaro, onde aconteceu de tudo um pouco, desde a chuva nos treinos até aos toquezinhos na corrida, passando pelas interpretações do regulamento, visto pelo "Cire Box". Que também tem em destaque um certo "dedo do meio"...

Noticias: Kvyat fora da Toro Rosso em 2017

Parece que a Red Bull perdeu a confiança em Daniil Kvyat. Rebaixado da Red Bull para a Toro Rosso após o GP da Rússia, em troca com o holandês Max Verstappen, o piloto russo conseguiu apenas dois pontos e uma volta mais rápida, e as suas performances são largamente superadas por Carlos Sainz Jr de tal forma que o seu contrato não vai ser renovado para a próxima temporada. A informação vem hoje da agência de noticias russa Izvestia.

"A Red Bull esperava que o retorno à Toro Rosso fortalecesse Kvyat, tirando uma enorme carga de pressão sobre ele. Esperava-se que marcasse pontos regularmente e que fosse um exemplo para Carlos [Sainz], mas, nas últimas sete corridas, Daniil não conseguiu nada, e isso parece ter convencido Marko a não renovar com o piloto", diz a publicação.

Com apenas dois décimos lugares como melhores resultados, Kvyat bateu um ponto baixo na Hungria, quando largou apenas na 20ª posição, muito distante de Sainz Jr, que foi nono na grelha e acabou na oitava posição, pontuando pela quarta vez consecutiva.

Fala-se que o seu sucessor natural seja o francês Pierre Gasly, atual lider da GP2, com o brasileiro Sergio Sette Câmara a ficar com a posição na GP2, enquanto que se fala que esta saída de cena não é definitivamente da Formula 1, pois o russo pode estar a caminha da Williams, embora nenhum dos lados diga algo sobre esse assunto.  

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Vende-se: Lotus 56 Turbina

Não há muitos carros marcantes na história do automobilismo, mas dos que existem, este é certamente um deles. Falamos de um conceito que foi usado durante alguns anos, e que culminou num carro marcante como este modelo: o Lotus 56 Turbina, de 1968.

A ideia de um carro-turbina foi de Andy Granatelli, o dono da STP, que patrocinou durante anos na IndyCar e na Formula 1, entre os anos 60 e 80, e que fez um carro para a edição de 1967 das 500 Milhas de Indianápolis. O carro, então guiado por Joe Leonard, quase ganhou, e a USAC definiu regulamentos para este tipo de carros para o ano seguinte, tentando limitar a potência. Mas isso não impediu de Granatelli de pedir a Colin Chapman de desenhar um carro, que virou o Lotus 56.

Desenhado essencialmente por Maurice Philippe, o carro tinha uma frente em forma de cunha, para maior aerodinamismo, o carro tinha uma turbina atrás do piloto, para maior potência. Quatro carros foram feitos, para os pilotos Jim Clark, Joe Leonard e Art Pollard. Mas Clark morreu em abril e Mike Spence foi o escolhido. Este morreu a 7 de maio, durante os treinos para as 500 Milhas e o escolhido foi Graham Hill. Resultado: dois dos carros ficaram com a primeira linha, batendo o recorde de velocidade no "Brickyard".

Mas na corrida, todos tiveram problemas de motor e de suspensão e não acabaram a prova. Um dos carros ficou com Chapman e rodou em três corridas em 1971 - duas oficias e uma extra-campeonato, em Brands Hatch - com Reine Wissell e Emerson Fittipaldi como pilotos, também sem resultados.

Este exemplar em questão está agora à venda foi guiado por Graham Hill, e depois pertenceu a Andy Granatelli, que dpeois deu a Richard Petty, lendário piloto da NASCAR, que ficou com ele durante vinte anos, até dar ao seu atual proprietário, que pediu à Lotus Classic que o restaurasse e o colocasse à venda. O leilão vai acontecer a 19 de agosto pela RM Monterrey Auctions e... o preço? Espera-se que alcance um mínimo de 900 mil dólares.

E é um carro marcante, porque, se formos ver, o Lotus 72 e os carros que aparecerem nos anos 70 tiveram como base aerodinâmica este 56. 

WRC: Meeke excitado com o novo carro da Citroen

A Citroen prossegue os seus testes com vista ao Mundial de 2017, e por estes dias, começou a rodar o C3 WRC em asfalto. Em Aude, uma região de França. Sebastien Lefebvre e Kris Meeke, o vencedor do Rali de Portugal, andaram com o novo bólido da marca do "double chevron" numa superficie que só existe especificamente em três ralis: Monre Carlo, Córsega e Alemanha.

Contudo, o inglês afirmou estar feliz por levar o carro para este tipo de superficie: 

Foi excitante conduzir pela primeira vez o WRC no asfalto,” referiu Kris Meeke. “A Citroën Racing sempre fez bons carros para este tipo de superfície e estou certo de que o mesmo acontecerá com este! No asfalto sentem-se ainda muito as alterações ligadas à nova regulamentação, como a potência acrescida, as vias mais largas, a potência dos travões, etc. Iremos prosseguir o programa estabelecido e cada sessão irá permitir-nos aprender um pouco mais. Esta fase do projeto é sempre muito apaixonante!”, exclamou.

Já Laurent Fregosi, Diretor Técnico da Citroën Racing, falou sobre os desafios que são de andar com este carro neste tipo de superficie, bem como rodá-lo nos vários tipos de piso em terra: “Ao rodarmos de imediato nas condições mais difíceis, pudemos experimentar a fiabilidade de todos os componentes”, começou por explicar. “Além disso, não existe somente um tipo de piso de terra. A Finlândia e o México têm dois tipos de terreno completamente diferentes. Procuramos, assim, explorar esta diversidade, antes de rodarmos no asfalto, onde a janela de exploração é muito mais estreita.”, continuou.

A maior alteração diz respeito às suspensões”, afirmou Fregosi. “Utilizamos peças mais leves e que permitem baixar a distância ao solo. A cinemática dos trens foi também adaptada ao tamanho dos pneus de 18 polegadas. As grandes jantes permitem-nos aumentar o diâmetro dos discos de travões e utilizamos pinças arrefecidas a água. Há, ainda, que mencionar as proteções da carroçaria mais leves. No plano aerodinâmico, temos agora a faculdade de termos uma parte inferior do para-choques dianteiro específico para o asfalto.

Os testes com o novo Citroen vão prosseguir até ao final do ano, altura em que estará pronto para o rali de Monte Carlo de 2017, altura em que o Mundial vai ver um novo tipo de WRC, mostrado pelas equipas que vão estar presentes, a Volkswagen, a Citroen, a Hyundai e a regressada Toyota.

domingo, 24 de julho de 2016

Formula 1 em Cartoons: O estado atual da Formula 1 (Clovis)

"Clovis" é o nome artistico do veterano desenhador belga Claude Viseur. Com mais de 30 anos de experiência, já desenhou diversos albuns e os seus cartoons já ilustraram várias revistas em França e na Bélgica. 

Mas apesar de desenhar carros de todos os tipos, não esquece a Formula 1, como neste cartoon, que representa um pouco a atual situação e a polémica das regras, dos limites e das penalizações...

Formula 1 2016 - Ronda 11, Hungria (Corrida)

As emoções de ontem na qualificação da corrida húngara, com a qualificação chuvosa e as polémicas regulamentares, quase nos fez esquecer o que esta corrida é na realidade: um circuito travado com poucos pontos de ultrapassagem. E com corridas muito aborrecidas, onde olhamos para o relógio, como uma criança rabugenta, que pergunta constantemente aos pais se já chegamos a determinado lugar. 

E para piorar as coisas, as emoções dos últimos anos tinham-nos feito esquecer isso tudo e feito subir a corrida húngara na nossa consideração, esquecendo esse lado mau. Pois bem, a corrida desta tarde iria fazer com que voltassemos a ter esses pensamentos, apesar das lutas que houve entre os seis primeiros, cada um no seu grupo. E esse foi basicamente o resumo desta corrida, numa tarde de verão no centro da Europa.

A partida começou com os Mercedes a defenderem-se das Red Bull, especialmente Daniel Ricciardo, que por momentos passou Nico Rosberg, mas depois foi superado pelo segundo Mercedes, já que Lewis Hamilton, que chegou a ter o australiano do seu lado, acabou por ficar com o comando da corrida. Verstappen também tentou a sua sorte, mas não conseguiu mais do que o quarto posto. Sebastian Vettel era quinto, na frente de Fernando Alonso. 

A primeira retirada deveria ser de Jenson Button, na quinta volta. Ele tinha ficado sem pressão hidraulica no seu McLaren. Contudo, ele continuou e claro, isso não veio sem polémica, por causa das comunicações de rádio, pois disseram algo que não devia, e ele foi sujeito a "drive-through" pelas boxes.

Por alturas da volta 16, começou com a primeira roda de passagens pelas boxes. Não houve grandes alterações na classificação, e tudo indicava que estavamos a caminho de uma corrida aborrecida. Contudo, na volta 22, Rosberg começou a aproximar-se de Hamilton, numa altura em que Daniel Ricciardo começava também a ganhar tempo, com voltas um segundo mais velozes do que os Mercedes! Mas isso pouco ou nada deu, por alturas da volta 37, altura em que começaram a segunda passagem pelas boxes.

E se ainda não tinham olhado para o relógio, esta agora seria o melhor momento, pois não havia grandes lutas por lugares e os carros quase andavam em fila indiana, sem grandes lutas. O tempo parecia que passava devagar e começamos a pensar nas corridas dos anos 80, onde se fazia uma corrida contra o tempo, para saber se iriam chegar antes do limite das duas horas...

Na volta 53, os Mercedes estavam bem perto um do outro, a ponto de qualquer atrasado poderia ser um fardo. Esteban Gutierrez chegou a ameaçar ambos, mas não houve nada. Atrás, Kimi Raikkonen também lutava por posições com Max Verstappen, mas na volta 58, o finlandês atacou o jovem holandês tentou bloquear a ultrapassagem. O toque foi inevitável, mas os estragos foram minimos, com o finlandês a ser o maior prejudicado, pois parte da sua asa foi arrancada.

Na volta 63, Hamilton já tinha Rosberg a respirar na sua traseira, mas isso tinha acontecido por causa de um excesso do inglês, pois logo depois, ele afastou do alemão. Atrás, Raikkonen continuou a acossar o jovem holandês da Red Bull, mas sem efeito. E na frente, Vettel também acossava Ricciardo, mas o australiano aguentava-se.

No final, não houve ultrapassagens. Lewis Hamilton foi o grande vencedor e claro, ficou com o comando do campeonato. Durou onze corridas para fazê-lo, mas conseguiu. E com agora seis pontos de vantagem, e com o GP da Alemanha na próxima semana, se for como hoje, já saberemos como isto vai acabar. O filme é o mesmo desde 2014... só resta saber se vai acontecer antes ou em Abu Dhabi.