sábado, 10 de setembro de 2016

A imagem do dia (II)

Por estes dias, recordaremos imenso de Monza. E hoje é por uma boa razão: porque passam 55 anos sobre o acidente mortal de Wolfgang von Trips, o primeiro piloto alemão relevante na história da Formula 1 moderna. Aqui, eis a foto que o Paul-Hanri Cahier colocou hoje para recordá-lo, após a sua vitória no GP da Holanda de 1961, tirada por Bernard Cahier, seu pai.

Von Trips, de origem aristocrática, nasceu uma geração depois dos Flechas de Prata dos anos 30. De Hermann Lang, Bernd Rosemeyer, Hans Stuck ou Manfred von Brautisch, guiando os seus Mercedes e Auto Unions. Depois da guerra, pouco ou nada sobrou, apesar do regresso doa Mercedes em 1954, para dominar a Formula 1 por duas temporadas... até que Pierre Levegh ter levado o seu carro para a tribuna principal do circuito de La Sarthe, matando 80 pessoas. No final desse ano, os carros foram para o museu e Alfred Neubauer reformou-se de vez do automobilismo.

Curiosamente, Von Trips apareceu na Formula 1 no ano seguinte, correndo pela Ferrari. Era muito veloz, mas propenso a acidentes, tanto que o chamavam de "Conde von Crash", mas em Monza, em 1957, conseguiu o seu primeiro pódio, um terceiro posto. Repetiu a proeza no ano seguinte, em Reims, também um terceiro lugar, mas somente foi em 1961 que teve o seu grande ano.

Havia razão para tal: o primeiro ano de novos regulamentos, com o motor de 1.5 litros, a Ferrari fez o 156 "Nariz de Tubarão" com o qual fez com que ele e o seu companheiro de equipa, o americano Phil Hill, dominassem o campeonato. E qualquer um que soubesse guiar, arriscava a ganhar com ele. O melhor exemplo foi o que fez o jovem Ricardo Rodriguez em Monza, logo na sua primeira corrida com o 156...

Von Trips restaurou o orgulho alemão, mais de 15 anos depois do fim da II Guerra Mundial. A sua vitória em Zandvoort foi a primeira de um piloto alemão desde 1939, e repetiu em Aintree, palco do GP britânico, mas não conseguiu ganhar em Nurburgring, que nesse ano foi palco de uma demonstração de pilotagem por parte de Stirling Moss.

Em Monza, ele liderava o campeonato, e precisava de ficar na frente de Hill para ser campeão. "Taffy" tinha feito a pole-position - a primeira e única da sua carreira - e tudo correria bem para ele... se não tivesse atrasado na partida. Tentava recuperar os lugares perdidos quando tocou no Lotus de Jim Clark e o seu carro foi direito aos espectadores, matando a ele e a mais 14 pessoas. Hill ganhou e ele foi campeão, o primeiro a sê-lo. Curiosamente, dezassete anos depois, outro americano venceu o mundial da mesma maneira de Hill: em Monza e com o seu rival (e companheiro de equipa) morto. A diferença é que foi num Lotus e não num Ferrari.

A imagem do dia

Niki Lauda, 10 de setembro de 1976, circuito de Monza. Foto de Bernard Cahier. Há precisamente 40 anos, no circuito italiano, Lauda apresenta-se para espanto do mundo, que acreditava que, seis semanas antes, estava prestes a morrer. Chegou a ter um padre no seu quarto, a dar-lhe a extrema-unção, porque eles acreditavam que iria morrer, vitima de um edema pulmonar, por causa dos fumos tóxicos que tinha respirado.

Quando lá chegou, estava ainda com as feridas em brasa, os ligamentos na cabeça, a carne viva. Mas ele o fez por uma razão bem mais prosaica: queria provar ao mundo que não estava nem morto, nem acabado para a Formula 1. Foi nessa altura que viu o que a Ferrari poderia fazer de pior. Dizendo melhor, o que o Commentadore poderia fazer. Logo no dia do acidente, Enzo Ferrari disse a Daniele Audetto, que estava no hospital de Mannheim, para que convidasse Emerson Fittipaldi para correr no seu carro. Ele recusou.

Depois de algum tempo, Ferrari arranjou o seu substituto, na figura de Carlos Reutemann, o argentino que até ali tinha corrido na Brabham. Lauda detestava-o porque ele era um piloto de "dias": quando estava forte, era imbatível, quando estava num dia "não", era vulgar. A ideia inicial era de voltar em Mosport, no inicio de outubro, mas por causa do argentino, decidiu voltar em Monza, numa altura em que James Hunt conseguido reduzir a diferença entre eles para dois pontos, graças a - entre outras coisas - uma vitória em Zandvoort, contra o Ferrari de Clay Regazzoni. E tudo numa altura em que ainda estava pendente o apelo da Scuderia sobre o resultado do GP da Grã-Bretanha.

Lauda teve um primeiro dia muito mau. Entrou em pânico, depois de entrar dentro do carro para dar as suas primeiras voltas em Monza, numa "tripla" - Lauda, Regazzoni e Reutemann - mas depois de uma aturada reflexão, decidiu relaxar no carro e fazer o seu trabalho. Resultou: voltou ao seu "eu" e foi o mais veloz dos três, fazendo o quinto tempo, e o melhor dos carros vermelhos.

Amanhã falo mais sobre esse fim de semana de Monza, e esta parte não aparece no "Rush".

Aquilo que a Liberty Media vai ter de lidar a partir de agora

A venda da Formula 1 para a Liberty Media foi anunciada e referenciada por todo o lado, quer dentro da imprensa especializada, quer na imprensa generalista. Ver o negócio da Formula 1 ser vendido por um valor próximo dos oito mil milhões de dólares - embora não tenham dito os detalhes complexos do negócio, que incluem assumir as dívida de mais de três mil milhões de dólares da Formula 1 à CVC Capital Partners, por exemplo - é um grande negócio por estes dias, algo do qual John Malone estará certamente satisfeito, depois de cerca de ano e meio de negociações entre ambas as partes.

Vai haver um presidente da Formula 1, o vice-presidente executivo da Fox, Chase Carey, de 62 anos e que faz parecer com o primo bigodudo do Jon Stewart, e Carey já disse que está feliz com esta situação:

"Estou muito feliz em assumir o papel de chairman da Fórmula 1 e ter a oportunidade de trabalhar ao lado de Bernie Ecclestone, CVC, e da equipe Liberty Media. Admiro muito a Fórmula 1 como uma franquia de entretenimento único de desporto, que em termos globais, atrai centenas de milhões de fãs a cada temporada pelo mundo inteiro. Vejo uma grande oportunidade de ajudar a Fórmula 1 a continuar a desenvolver e prosperar em benefício do desporto, fãs, equipes e dos investidores", afirmou.

A própria Liberty Media já disse que irá trabalhar em quatro áreas dos quais afirma existir uma "deficiência": a promoção da Formula 1 como marca, a melhora na distribuição do conteúdo, especialmente no online (e redes sociais), arranjar novos patrocinadores, desenvolver o calendário de corridas e novos eventos no sentido de arranjar mais fontes de receitas. A própria Liberty Media afirma que nos próximos dez anos, estima ganhar cerca de 9,3 mil milhões de dólares em receitas.

Contudo, todas estas boas intenções colidem com as imensas perguntas que todos fazem neste momento, desde a colocação da Formula 1 na NASDAQ, o índice tecnológico da Bolsa de Nova Iorque, até ao papel de personagens como Bernie Ecclestone e do Grupo de Estratégia, bem como a negociação do calendário e dos futuros Acordos de Concórdia. É tudo muito engraçado ao ver a Liberty Media dizer que quer ter um papel mais interventivo, mas a politica da formula 1 ao longo deste tempo todo é o de ser absolutamente opaco nos seus acordos e nos seus negócios. Pensem bem: porque é que acham que até agora, eles não estão cotados em Bolsa?

É verdade que há planos mais urgentes, por agora. As redes sociais são um grande buraco do qual Bernie Ecclestone nunca quis lidar com isso. Ora lidava com desdém, e fazia caso disso através dos seus "papagaios" na imprensa, ora lidava com hostilidade. Ao invés, outras competições abraçavam-na, com a Formula E a tomar o plano mais radical, quando inventaram a figura do "fanboost". Aí, eles farão as coisas de forma melhor do que fazem agora, apesar da Formula 1 já ter aberto às redes sociais, especialmente este ano, quando a página da Formula 1 apareceu no Twitter e Facebook. Isso e novos patrocinadores, são algo do qual eles poderão lidar de imediato, especialmente quando no ano que vêm, ficarem com o resto do capital vendido pela CVC Capital Partners.

É verdade que a visão americana das coisas será bem mais animada do que a de Bernie Ecclestone. Vai ser bem mais moderna, bem mais atual. Bernie sempre assentou as coisas em duas permissas: as receitas televisivas e aquilo que os países pagavam para ter a Formula 1. Em média, cada país paga cerca de 20 milhões de dólares para ter uma corrida no calendário, com os países do Golfo a pagarem cerca de 60 milhões para tê-los, por exemplo, como corridas de abertura ou de final de campeonato. E às vezes... nem isso.

Contudo, a Liberty Media, John Malone, Chase Carey e outros novatos neste meio vão ter de lidar com uma corporação que é bem mais complexa do que aparenta. Lidar com os interesses das equipas, reunidas no Grupo de Estratégia, com cada um a querer a sua parte do bolo, lidar com um grupo de pessoas que se conhece há mais de 40 anos, desde pilotos, ex-pilotos, diretores de equipa, que passaram toda a sua vida adulta nisto, e que viram a Formula 1 crescer tanto e ficar rica e próspera ao ponto de todos viverem numa bolha, sem ver o mundo à sua volta e muitas vezes serem politicamente incorretos.

E quando for a altura, lidar com o que vai ser "o elefante na sala": a Formula 1 pós-Bernie, e o Acordo da Concórdia, assinado em 1981 e renovado desde sempre, cujos detalhes estão no segredo dos deuses. Por agora, a Liberty Media decidiu que vai manter Bernie por mais três anos, até ao final da década, quando ele chegar aos 89 anos... se lá chegar. E há uma boa razão de ser: a negociação e assinatura de um novo Acordo, que entrará em vigor em 2020. E provavelmente, nessa altura - se Bernie estiver vivo - ele talvez goze a reforma no seu cafezal do interior de São Paulo...

Mas para além de lidar com um sucessor para ele - já se ouviu desde Niki Lauda até a Alejandro Agag - há outras coisas que a Liberty Media vai ter de encarar: a relação com a FIA e as investigações da União Europeia. Jean Todt já disse que apesar de não ter participado neste negócio, espera ter uma reunião com os novos proprietários para saber os planos futuros.
  
"Enquanto estamos ainda a ver como é que esta aquisição irá influenciar a promoção do campeonato de Fórmula 1, congratulamo-nos com este investimento a longo prazo na Fórmula 1 por uma empresa que tem um amplo portfólio [em termos] de desporto, media e empresas de entretenimento", começou por dizer Todt. 

"Como órgão regulador, reconhecemos a ampla experiência da Liberty Media nestes domínios e estamos ansiosos para trabalhar em estreita parceria com eles no futuro, a fim de desenvolver ainda mais a Fórmula 1 e trazê-lo para as novas gerações de entusiastas do desporto automóvel em todo o mundo", concluiu.

O mais interessante deste acordo - e do qual pouco ou nada se sabia - era que a FIA detêm desde 2013 um por cento das ações da Delta Topco, uma das clausulas que vem deste recente Acordo da Concórdia. Provavelmente, por causa dos conflitos de interesse, a FIA poderá ter de vender essa parcela, que dá todos os anos cerca de 40 milhões de dólares. Provavelmente, ou diretamente da Liberty Media, ou então mais tarde, quando a Formula 1 for à Bolsa de Nova Iorque, por exemplo. Mas tudo indica que essa parte não veio da CVC, mas sim de Bernie Ecclestone. E no acordo, os valores eram bem "amigáveis": 640 mil dólares!

No caso da União Europeia, as coisas são um pouco mais complicadas, mas a atitude é esta: eles não se querem meter em assuntos desportivos. Apesar de as equipas mais pequenas (Sauber e Force India, principalmente) terem colocado uma queixa em outubro de 2015 - há quase um ano - em Bruxelas, a União Europeia não tem tido muita rapidez em analisar o caso, apesar de a FIA ter dito que era impotente para lidar com os problemas de distribuição dos dinheiros da Formula 1, porque a maior parte dos lucros vai para as seis equipas que constituem o Grupo de Estratégia (Williams, Ferrari, Mercedes, McLaren, Red Bull e Lotus-Renault)  

É altamente provável que quando a Comissão Europeia tomar uma posição sobre o assunto, vai ser mais para multar a FIA pelos seus conflitos de interesses - o tal um por cento que detêm no negócio da Formula 1 - e pedir para que o Grupo de Estratégia resolva os seus assuntos em relação às equipas mais pequenas, redistribuindo os dinheiros entre si e resolvendo, por exemplo, o poder de veto que a Ferrari têm. Mas isso não acontecerá antes de negociarem um novo Acordo da Concórdia, e é provável que a sentença de Bruxelas possa aparecer quando todas as partes estarem a negociar os novos detalhes de um novo acordo. E provavelmente, poderá fazer com que as coisas sejam diferentes, pois vai ser a partir do ano que vêm que começam as negociações, e o acordo tem de estar pronto para entrar em vigor no final de 2019. 

Assim sendo, é um mundo complexo este que a Liberty Media vai entrar, a partir de agora. Nada que uma corporação não se tenha envolvido, mas a Formula 1, como galinha de ovos de ouro que é, e que tem uma projeção global, poderá ter de lidar com opiniões e filosofias diferentes, num tempo que seguramente será de transição.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A imagem do dia

Passado por causa do Alex Zanardi, mas ontem tivemos um aniversariante do dia muito interessante. O sueco Stefan Johansson comemorou o seu 60º aniversário, e é de bom tom recordarmos o piloto de Vaxjö da melhor maneira que sabemos... no pódio mais inesperado da sua carreira, no GP de Portugal de 1989.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

A imagem do dia

Por incrível que pareça, mas hoje faz vinte anos que aconteceu aquele que considero como a melhor ultrapassagem da história. Do passado, do presente e muito provavelmente, do futuro. E mais do que a coragem do piloto que a faz, é também o bom senso do piloto que a vê e faz de tudo para que evite o choque. Porque creio que se ambos estivessem ali nas restantes 99 hipóteses, era capaz que todos acabassem em desastre...

Formula 1 em Cartoons - A venda da Formula 1 (Cire Box)

Como é sabido, a venda da Formula 1 para o grupo Liberty Media foi altamente noticiada na imprensa desportiva. Mas também a figura - e o bigode - de Chase Carey como o novo presidente da Formula 1 - sem poderes executivos - foi também noticiada nesta venda. E o "Cire Box" aproveitou isso...

"Bernie, agradeço a oportunidade de rencontrar de forma tão rapida todos os campeões que tanto admira... não sei porquê, mas penso que nos vamos dar bem entre nós!", comenta Chase Carey a falar com o "anão" Bernie Ecclestone... e umas notas de dólar a sair dos bolsos.

Formula E: Jaguar anuncia dupla para a nova temporada

A Jaguar anunciou hoje que o norte-irlandês Adam Carrol e o neozelandês Mitch Evans serão os seus pilotos para a temporada de estreia na Formula E. Para além disso, o chinês Ho-Pin Tung será o piloto de reserva, e eles contarão com o apoio da Panasonic para a competição de carros elétricos. Tudo isto foi anunciado esta manhã, na apresentação da equipa ao mundo, a um mês da nova temporada.

Na apresentação, Carrol falou que correr na Formula E por uma equipa de fábrica é “um sonho se tornando realidade. É um privilégio correr pela Jaguar na Formula E. Você tem de olhar para o calibre dos outros pilotos na categoria para ver o nível de competitividade e prestígio que esse campeonato agora tem”, afirmou.

Já Evans recordou a história do envolvimento da marca britânica ao longo da história do automobilismo, notavelmente na Endurance: “Alguns dos carros mais icónicos da história foram desenvolvidos pela Jaguar, e estou empolgado por ser parte do futuro elétrico da Jaguar e do nosso retorno ao automobilismo”, começou por afirmar o jovem piloto neozelandês.

"A Formula E é um campeonato com pilotos de verdade, com algumas das corridas mais competitivas do mundo. Qualquer um dos pilotos com quem você conversar vai te dizer o quão difícil é encontrar o limite de um carro de Formula E e ganhar esses décimos extras, então estou muito ansioso para a temporada que tenho pela frente", concluiu.

Gerd Mauser vai ser o diretor executivo da Jaguar na formula E, nomeado pelo grupo Jaguar Land Rover, e afirmou estar feliz por este projeto: "Hoje representa um novo capítulo na história da Jaguar Racing. Como a primeira montadora premium de carros na Formula E, estamos orgulhosos por voltar ao topo do automobilismo. O futuro está mudando, e nós queremos fazer parte dessa mudança”, comemorou o dirigente, que também é diretor-executivo na Jaguar Land Rover.

Se Adam Carrol é um veterano do automobilismo, com passagens pela Endurance e pela A1GP (foi o último vencedor da competição em 2009, pela Irlanda) Evans, de 22 anos (nasceu a 24 de junho de 1994, em Auckland), venceu o GP da Nova Zelândia em 2011, aos 16 anos (o mais jovem vencedor de sempre), a bordo de um Formula 3, e depois foi o vencedor da GP3 em 2012 e está neste momento na GP2, onde atualmente é décimo classificado, correndo na Campos Racing. Já está nessa competição desde 2013, e teve como melhor classificação um quarto lugar na temporada de 2014, com 174 pontos. No ano passado, participou nas 24 horas de Le Mans, a bordo de um LMP2 da Jota Sport, acabando no décimo lugar da corrida, segundo classificado na classe.

Rumor do Dia: Force India prestes a ser comprada?

A Force India já foi a Jordan, mas pode mudar de mãos dentro em breve. Esta quarta-feira, a imprensa mexicana fala que Carlos Slim, o homem mais rico do país e um dos mais ricos do mundo, poderá estar a negociar com Vijay Mallya a aquisição da sua equipa, através do Grupo Carso. Esta fala que as negociações estão no bom caminho e que haverá uma conclusão dentro em breve, talvez já por alturas do GP de Singapura.

Contudo, segundo a ESPN México, tais rumores não são verdadeiros, embora haja fontes que admitem a existência de contactos entre ambas as partes.

Caso os rumores aconteçam, conta essa imprensa, uma nova mudança de nome poderá acontecer dentro em breve, e isso poderá significar que Sérgio Perez poderá ficar na equipa, embora ele diga que ainda não assinou qualquer acordo de renovação com a marca sediada em Silverstone.

Desde que a Force India existe, em 2008, ela já alcançou uma pole-position e quatro voltas mais rápidas, tendo também alcançado cinco pódios, dois deles por Perez nesta temporada, no Mónaco e em Baku. Em 2015, alcançaram a sua melhor temporada, terminando no quinto posto do campeonato de Construtores, embora que em termos de pontos, o seu ano mais produtivo foi o de 2014, com 155 pontos.

Esta temporada, lutam com a Williams pelo quarto lugar no campeonato de Construtores, tendo conseguido até agora 108 pontos, dois terceiros lugares com Perez e uma volta mais rápida com Nico Hulkenberg.  

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Noticias: Liberty Media confirma aquisição da Formula 1

A Liberty Media confirmou esta quarta-feira que irá adquirir à CVC Capital Partners cerca de 18,7 por cento da Formula 1 por um valor a rondar os 740 milhões de euros, com o resto a ficar nas suas mãos apenas em 2017. Segundo a CNBC, o pagamento será feito em parte com dinheiro e outra parte através de ações do grupo. Para além disso, a Liberty Media assumirá as dividas que a Formula 1 fez até agora.

Chase Carey, o vice-presidente executivo da 21st Century Fox, será o presidente da Formula 1, enquanto que Bernie Ecclestone será o diretor-executivo da categoria até 2019, pelo menos. John Malone, o dono da Liberty Media, pretende mudar o nome para Formula One Group. 

"Estou muito feliz de assumir o papel de presidente da Formula One e ter a oportunidade de trabalhar ao lado de Bernie Ecclestone, CVC, e a equipa da Liberty Media", disse Carey no comunicado oficial a oficializar a aquisição.

"Eu admiro muito a Formula 1 como uma franquia de entretenimento global desportiva única no mundo, atraindo centenas de milhões de fãs a cada temporada, vindos um pouco por todo o mundo. Vejo aqui uma grande oportunidade para ajudar a Formula 1 a continuar a desenvolver e prosperar em benefício do desporto, dos fãs, das equipas e dos investidores"

A aquisição da Liberty Media acontece dez anos após a CVC ter adquirido a FOM.

Formula E: Equipas planeiam largar Donington Park como local de testes

A Formula E prepara-se esta semana no circuito de Donington Park para a terceira temporada da competição de carros elétricos, que vai começar a 9 de outubro nas ruas de Hong Kong. Contudo, esta poderá ser a última temporada em que todos estarão juntos no mesmo local para os testes colectivos. Segundo conta a Autosport britânica esta semana, a partir da temporada 2017-18, as equipas irão procurar outros locais de testes, e para sediar as suas equipas.

De acordo com o site britânico, as equipas estão obrigadas a ficar em Donington até 2017, para contenção de custos e por ser perto do aeroporto de East Midlands, onde a DHL tem um dos seus centros logísticos. Contudo, a partir do proximo verão, as equipas estão livres dessa obrigação e podem procurar outros locais para testar os seus carros e construir as suas instalações, estando sujeitos a uma bateria de testes coletivos, da mesma maneira que está sujeita a Formula 1.

E daquilo que se sabe, a Abt, a E.Dams e a DS Virgin irão abandonar Donington Park, provavelmente para outros circuitos, como os de El Calafat, em Espanha, que são mais adequados à pouca distância dos circuitos citadinos. E para além disso, todos vêm o circuito inglês como "desadequado" aos circuitos citadinos e à distância que estes carros vão ter de fazer com uma só bateria.

Christopher Tate, o diretor do circuito, contou à Autosport britânica que esperava ver o circuito a continuar a ser um importante centro de operações da competição, e que algumas das equipas fiquem por ali. "Não há razões as equipas que fiquem aqui não possam testar por eles mesmos", disse. "Eles podem correr na 'heritage tranck' - mais curto que o circuito - pois a maioria das equipas têm feito os seus 'shakedowns' por lá."

As equipas continuarão os seus testes coletivos até ao final da semana.

Contado ninguém acredita, mas...


... o que vocês vão ler a seguir é tudo real. Como sabem, os Três Estarolas (James May, Jeremy Clarkson e Richard Hammond) andam a fazer o programa "The Grand Tour", na sua vida pós-Top Gear, e em principio, veremos a primeira temporada no Amazon Prime, algures em novembro.

Sabemos até aqui que haverá uma tenda e eles andarão a testar carros um pouco por todo o mundo. Um dos programas foi já gravado na África do Sul, e certamente outros serão gravados noutros lugares. Só que esta semana, foram conhecidos mais alguns detalhes, contados pelo produtor, Andy Willman, e ele contou que o programa vai ser totalmente diferente do Top Gear... por razões legais. Numa entrevista feita no Festival de Televisão de Edimburgo, Willman disse que o programa não terá um The Stig ou uma pista de testes, mas também eles não poderão usar certas frases ditas pelos apresentadores!

[A reunião com os advogados da Amazon Prime] foi ficando cada vez mais engraçada. Fomos para a Namíbia para gravar um quadro. Então, os advogados chegaram com um quadro que fizemos para o Top Gear na Botswana. Eles examinaram tudo e disseram 'tem uma cena no Top Gear em que vocês estão no meio do Delta do Okavango e dizem ‘esta paisagem é linda’, então não façam isto de novo'.

Por isso, no deserto da Namíbia, tivemos que dizer 'por questões legais, esta paisagem é uma m****'”.

E aparentemente, tiveram de ver se o James May poderia dizer a frase "oh cock!" sem que existisse a possibilidade de acabar em tribunal por "violação de direitos de autor"...

Enfim, Willman afirmou que os três conseguiram contornar os obstáculos e o programa está quase pronto para ser apresentado daqui a dois meses. Terá oito episódios, com cerca de 70 minutos cada um, e o produtor do novo programa coloca a hipótese da segunda temporada ser transmitida em sinal aberto. Pelo menos, é essa a esperança dele, que ainda disse que a BBC fez muito mal em despedir Clarkson, que uma pesada multa teria sido o suficiente, 

Formula 1 em Cartoons - Itália (Cire Box)



O "Cire Box" desenha aqui a história em quadradinhos do fim de semana do GP de Itália, em Monza, onde se explicam de forma divertida todos os eventos em terras italianas. No meio das chegadas, aquisições e despedidas, confesso gostar particularmente do primeiro quadradinho... 

terça-feira, 6 de setembro de 2016

CNV: A antevisão da prova de Jerez

Depois de dois meses de interrupção à conta do verão, o Campeonato Nacional de Velocidade e Turismos regressa à ação no próximo fim de semana, no circuito de Jerez de la Frontera, a única vez em que competem fora de Portugal.

A quarta Racing Weekend acontece numa altura em que o campeonato está ao rubro, pois a dupla Nuno Batista e Francisco Carvalho está separado de Francisco Mora por meros oito pontos.

Chego a esta prova muito motivado, depois de ter conseguido 4 vitórias nas últimas 4 corridas. Estes resultados relançaram me na luta pelo título e espero por isso conseguir aqui em Jerez, manter este ciclo vitorioso. O objetivo principal é assumir a liderança do campeonato, mas se não o conseguir, quero pelo menos manter tudo em aberto para a decisão final na derradeira prova. Vou dar o máximo e espero ser feliz, num circuito que conheço dos meus tempos de Fórmula Renault” disse Francisco Mora.

“Jerez é um circuito que conheço muito bem e de que gosto bastante. Os objetivos para esta jornada dupla são os mesmos de sempre, ou seja, vencer. Sabemos que não será fácil, mas acreditamos que vamos estar muito competitivos e que a vitória em pelo menos uma das corridas será possível. Estamos na frente do campeonato e é nesta posição que queremos deixar Jerez no domingo.” adiantou Francisco Carvalho.

Já Nuno Batista corroborou aquilo que Carvalho afirmou sobre o fim de semana de Jerez e as suas chances no campeonato: “Como o Francisco disse, estamos confiantes e tudo faremos para vencer em Jerez. Queremos acima de tudo manter a liderança do campeonato, que aconteça o que acontecer só será decidido na última prova. Há muitos candidatos à vitória e por isso a nossa tarefa não se adivinha fácil, esperamos que a sorte esteja do nosso lado e que consigamos atingir os objetivos delineados”, concluiu.

O fim de semana competitivo terá duas corridas de qualificação no sábado e mais duas corridas no domingo.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A imagem do dia (II)

Há precisamente 45 anos, em Monza, acontecia uma das chegadas mais épicas da Formula 1, onde cinco carros chegaram com menos de meio segundo entre si. E onde o vencedor foi um dos mais imprevisíveis, de uma corrida absolutamente imprevisível.

Mas o que poucos sabem é que independentemente do resultado dos seus primeiros, todos iriam estrear-se na galeria dos vencedores. Naquele 5 de setembro de 1971, nem Ronnie Peterson, nem Peter Gethin, nem Francois Cevért, nem Mike Hailwood ou Howden Ganley tinham ganho corridas na categoria principal do automobilismo. E o poleman, Chris Amon, também não tinha ganho qualquer corrida. Isso é só para ver até que ponto é que isto estava naquela tarde de setembro.

No fim, o vencedor foi o BRM de Gethin, que tinha sido despedido da McLaren no meio do ano para ficar com o lugar de Pedro Rodriguez, morto quase dois meses antes. E o mais interessante de tudo é que aquela foi a única vitória de Gethin na Formula 1, o seu grande momento de gloria na categoria máxima do automobilismo. Correria até 1974, mas não mais teria uma chance como aquela.

Outros tiveram-na, como Ronnie Peterson e Francois Cevért, que fizeram parte dos anos 70 automobilisticos. Ganharam corridas no futuro, e mesmo Hailwood, um vencedor nas motos, teve uma carreira interessante nos automóveis.

E quase todos os que correram ali, nesse dia, e que fazem parte desta foto, tiveram destinos trágicos. Dali a dez anos, Hailwood, Cevért e Peterson estarão mortos, vitimas de acidentes. Gethin, o vencedor, morreu em 2011, vitima de cancro, e Amon, o poleman, morreu este mês de agosto. Resta Ganley, que agora tem 72 anos de idade. As testemunhas dessa tarde de setembro vão se embora...

A imagem do dia

Cinco de setembro e é dia de recordar Jochen Rindt. E foi num belo sábado de setembro, há quase meio século, em Monza, quando ele caminhava alegremente para o seu título mundial de Formula 1...

A imagem, ao lado de Colin Chapman, provavelmente tirado no dia em que morreu, é de Bernard Cahier.

A venda da Formula 1, vista pelo Joe Saward

A venda da Formula 1 à Liberty Media parece ser cada vez mais uma realidade, chegando ao ponto de alguns meios de comunicação especializados dizer esta segunda-feira que amanhã deverá cair o primeiro dos cheques dos cerca de 8,5 mil milhões de euros que irá valer a venda. E hoje há uma maneira de saber o "quando" e o "para quem" e que isso vai acontecer: basta ler o notebook de Joe Saward para o seu blog, onde ele diz das boas sobre Donald McKenzie, o representante da CVC Capital Partners que passeava no paddock, e que Saward o chama entre-linhas de arrogante.

E quando ele ouve do próprio que se vai embora dali, na grelha de Monza, a Ron Dennis, com Saward como testemunha, diz tudo...

Eis o excerto que vem hoje no seu blog e que o traduzi. Se querem ler na versão original, está por aqui.

"Vou admitir, logo de imediato, que eu nunca gostei do estilo de Donald Mackenzie. Eu não sou alguém que fique impressionado com dinheiro, poder ou aparência. Julgo as pessoas sobre a sua inteligência, a sua honestidade, suas boas maneiras e outras coisas à moda antiga. Armas de caça, galochas verdes e um Land Rover não tornam uma pessoa num aristocrata. Assim como um passe de imprensa não faz de você um mostrengo.

Estou certo de que Mackenzie deve espalhar charme em jantares com sua própria espécie, mas eu sempre achei-o arrogante, rude e desdenhoso, algo que apenas os novos-ricos podem ser. Sua atitude do estilo "bem, você não poderia entender" era um sinal muito claro que ele estava no topo de sua própria cadeia alimentar e, nas palavras de Shania Twain, "não me impressiona muito". E bom para ele ter talento em fazer dinheiro, mas eu não elogio o que ele fez para a Fórmula 1 e estou feliz para aplicar minha bota na parte de trás da calça de sarja para ajudá-lo na direção da porta marcada com o sinal de "uscita" (saída em italiano).

Eu estava conversando na grelha com Ron Dennis quando Mackenzie navegava por ali e se intrometeu na conversa e Ron, sabendo de que lado seu pão com manteiga é ligado, imediatamente respondeu com um grande sorriso. Eu já não existia. Eu era o homem invisível. Muitas pessoas são propensos a fazer isso e tem-se a opção de fazer observações sobre a educação, que sempre cria uma situação embaraçosa, ou pode-se retirar graciosamente uma vez que está provado que eles não vão mesmo dizer "desculpe-me". Mackenzie, infelizmente, perdeu claramente a classe sobre ter classe, mas ele estava tão convencido da minha invisibilidade que ele disse "esta é a minha última corrida" para Dennis. É rude para ouvir as conversas dos outros, mas se intrometer e deixar escapar as coisas quando você ainda faz parte da conversa, a culpa não é sua. Assim, tanto quanto eu estou preocupado, isto é um jogo justo. Portanto, Donald confirmou que a venda seja concluída.

Perfeito. Meu notebook lê: "Donald salta fora".

Então, adeus Sr. Mackenzie, ele está de volta ao lixo das empresas industriais peritas na alienação de património. Seus dias na Formula 1 acabaram. E, aqui, na terra do desporto, estamos regozijando. O dia do chacal é longo. Eu vejo todos os financiadores como inescrupulosos e gananciosos, e ele vê todos os jornalistas como sendo pessoas más. O Oriente é o Oriente e Ocidente é o Ocidente, e nunca se encontrão."

Agora, resta saber os planos dos novos donos da Formula 1, e se vão também comprar a parte que cabe a Bernie Ecclestone, que em conjunto - direta e indiretamente - detêm cerca de 17 por cento das acções da Formula 1. Em caso de compra - até pode nem ser agora - o titio Bernie pode dizer adeus à competição que o fez enriquecer. Alguns falam que isso até poderia acontecer agora, mas tenho as minhas dúvidas e até parte em contrário, eu creio que ele só sairá dali quando o Lucifér vier dos fundos da terra e dizer que a hora de organizar o Mundial de Formula 1 no Inferno já chegou...

A nova curva de Monza

Os rumores de que vai haver uma modificação no desenho de Monza são cada vez mais uma realidade. Em 2017, haverá uma nova variante no lugar da Curva Grande, e para isso acabará a primeira chicane, alargando ainda mais a distância onde os carros andarão a fundo.

Segundo conta o site F1fanatic.com, a primeira chicane vai ser suprimida  e os carros entrarão nessa secção de prego a fundo, antes de abrandarem e seguirem em frente, rumo à Variante della Roggia. Com isso, desaparecerá também a Curva Grande, que se fazia a fundo.

Segundo conta a organização, espera-se que as voltas diminuam em cerca de dois segundos com essa supressão, mas também ainda não se sabe bem quantos mais segundos eles ganharão com as novas configurações que entrarão em vigor no ano que vêm. Para além disso, haverá outras pequenas alterações, como na Parabólica, onde será retirada a escapatória em asfalto e recolocada a gravilha.  

Rumor do dia: Pirelli pode testar no Estoril?

Se no post anterior falei de muitos dos rumores que circulavam em Monza e que podem ser reais nos próximos dias, este poderá acontecer no próximo ano, pois tem a ver com os pneus da Pirelli. 

Como é sabido, a marca italiana vai estrear um novo tipo de pneu, mais alargado do que os existentes anteriormente, mas não vai ter muito tempo para os testar. Aparentemente, haverá apenas oito dias de testes, a partir de 27 de fevereiro, com novo teste a acontecer a 7 de março. E segundo conta a Autosport portuguesa nesta noite de domingo, a Pirelli quer testar no Estoril, entre outros sítios em Espanha, como Valência e Jerez.

A razão é que eles pretendem testar num sitio quente, para poder experimentar os novos compósitos em ambientes semelhantes a aqueles que vão encontrar ao longo da temporada, em carros que em 2017 serão totalmente novos. “Temos que ter esperança que não vai haver problemas com os pneus nos testes” disse Mario Isola, um dos responsáveis da marca italiana.

O grande receio será que, caso encontrem problemas, eles não terão muito tempo para reparar, pois o GP da Austrália acontecerá dentro de duas semanas, mas as equipas já disseram que poderão disponibilizar um segundo carro, em caso de necessidade.

domingo, 4 de setembro de 2016

Os próximos dias que podem agitar a Formula 1

Monza é um excelente lugar para falar sobre a atual situação da Formula 1 e o seu futuro próximo. E desde quinta-feira que o pelotão tem recebido noticias que estão a dar a ideia de que está a aproximar-se do final de uma geração... e mais algumas coisas interessantes, até na estrutura da categoria máxima do automobilismo.

Primeiro que tudo, falar de Felipe Massa e Jenson Button. Algum dia iria acontecer que estes dois pilotos, corredores de fundo na Formula 1, iriam pendurar o capacete e gozar mais tempo com a familia. Mas vê-los abandonar ao mesmo tempo criou um enorme buraco no mercado de pilotos, e um lugar apetecível na Williams. Se no caso da McLaren, Stoffel Vandoorne era o herdeiro natural, no caso de Massa e do lugar agora vago na Williams, as coisas são um pouco mais complicadas. Há alguns candidatos interessantes, mas já neste fim de semana, um desses possíveis candidatos já saiu de cena, quando o mexicano Sérgio Perez renovou pela sua equipa, a Force Índia.

O brasileiro Felipe Nasr é uma forte hipótese para o lugar, pois ele já foi piloto de testes da equipa, antes de rumar para a Sauber, em 2015. Com a Petrobras como patrocinadora da equipa, ela poderá querer um piloto brasileiro na dupla de pilotos para 2017, para além do dinheiro do seu patrocínio do Banco do Brasil, do qual contribui com cerca de 25 milhões de euros para a atual equipa, a Sauber. Contudo, mesmo com a possivel injeção de mais dinheiro na equipa de Frank Williams e da sua filha, Claire, poderá ser contrariada por dois pilotos interessantes, velozes... e endinheirados: o alemão Pascal Wehrlein e o canadiano Lance Stroll.

No caso de Wehrlein, a ideia de ele trocar a Manor pela Williams seria para abater um pouco mais o preço dos motores Mercedes para 2017, porque talento, ele o têm. Aos 21 anos de idade - fará 22 no próximo dia 18 de outubro - o campeão do DTM em 2015 já deu um ponto para a Manor este ano e estar na Williams seria  oportunidade para o piloto protegido pela asa da Mercedes para rodar noutra equipa antes de ir para a principal num futuro próximo, quando Nico Rosberg ou Lewis Hamilton sairem da equipa.

Contudo, Wehrlein, apesar do talento e do possível alivio na conta dos motores, tem a concorrência de um piloto mais jovem ainda. O canadiano Lance Stroll, de 17 anos - fará anos no próximo dia 29 de outubro - vai ser o campeão deste ano da Formula 3 europeia, e é um piloto literalmente nascido em berço de ouro e trabalhado para ser piloto de Formula 1. Filho de Lawrence Stroll, um dos homens mais ricos do Canadá, começou a andar em monolugares em 2014, e em 2016 lidera o campeonato de Formula 3, depois de ser quinto classificado no ano anterior. É também piloto de testes e de desenvolvimento da Williams, depois de o ter sido na Ferrari, em 2015. E em 2014, venceu a Formula 4 italiana. Talento e dinheiro, o piloto têm, mas não se sabe se a Williams quer dar já em 2017 um lugar, para acompanhar aquilo que a Red Bull fez com Max Verstappen, e a Mercedes fez com Esteban Ocon.

E falando em Max Verstappen e Red Bull... a tarde deste domingo viu também o rumor vindo de alguma imprensa dizendo que este poderá ter sido a última corrida de Daniil Kvyat na Toro Rosso. O piloto russo nunca mais recuperou da despromoção da Red Bull, após o GP russo, e tem estado deprimido. Para piorar as coisas, a Toro Rosso, com os seus motores Ferrari de 2015, está em nítida recessão na grelha - está constantemente a ser batido pela... Manor - e isso não ajuda muito na recuperação da auto-confiança de Kvyat.

O possivel substituto de Kvyat seria o francês Pierre Gasly, de 20 anos - nascido em Rouen a 7 de fevereiro de 1996 - e a acontecer, ele estaria no carro já em Singapura. Ele lidera a GP2 este ano, depois de ter sido o vice-campeão na World Series by Renault em 2014, e é neste momento piloto de reserva da Red Bull. Contudo, no final deste domingo, Gasly escreveu na sua conta pessoal de Twitter que os rumores são o que são: rumores. Mas também afirmou que "espera ter em breve a sua oportunidade na Formula 1".

O terceiro grande rumor que circulou este domingo em Monza tem a ver... com a própria Formula 1. No passado dia 26 noticiei sobre a possibilidade do grupo Liberty Media comprar a Formula 1 à CVC Capital Partners por um valor a rondar os 8,5 mil milhões de dólares. As negociações andam entre avanços e recuos desde há ano e meio, mas nos últimos dias, ganharam relevo, e este domingo, ainda mais, quando se afirmou que ambas as partes estariam bem perto de um acordo. A Autosport britânica fala que um acordo pode ser anunciado nesta terça-feira, mas que isso poderá não acontecer tão cedo porque existem ofertas de duas concorrentes à CVC Capital Partners para comprar a parte de 35 por cento que lhe compete por valores mais altos.

Uma dessas concorrentes é a RSE Ventures, de Stephen Ross, e que detêm a propriedade da equipa de futebol Miami Dolphins - em associação com uma firma de investimento do Qatar - e outra é uma firma cujo nome é desconhecido. E ambos poderão nem comprar a totalidade da parte que pertence à CVC - há a possibilidade de comprarem apenas 20 por cento por cerca de cinco mil milhões de dólares.

E em caso de venda - dependendo a quem é que isto vai ser vendido - poderá significar o fim da era de Ecclestone na Formula 1. Apesar de ser dono de 17 por cento dela - metade em seu nome, a outra metade em nome da Bambino Trust - as negociações estão a ser feitas apenas em nome da CVC, sem ninguém a interferir, nem mesmo o próprio Bernie. Se a Liberty Media ficar com a propriedade do negócio, eles poderão depedir Ecclestone e colocar no seu lugar outro nome, em regime de transição, como Chase Carey, um americano de 62 anos que está associado a Fox desde 1988, com passagens pela News Corp, de Rupert Murdoch.

Contudo, a ideia de Carey por ali seria num regime de transição, pois a Liberty Media tem olhos noutro CEO mais novo e com experiência neste meio: o espanhol Alejandro Agag, o CEO da Formula E. Bem mais novo do que Ecclestone - tem 45 anos - o espanhol, que é casado com a filha do ex-primeiro ministro José Maria Aznar, já foi o dono da Addax, equipa da GP2 e desde 2013 está na frente dos destinos da Formula E. A Liberty Media comprou em 2015 a Formula E, e como é uma série que está em grande crescimento, com a inclusão dos vários construtores na série, muitos vêm o seu sucesso na formula E como o "balão de ensaio" para voos mais altos. E como ele tem menos 40 anos que o próprio Bernie...

Muitos disseram que hoje poderemos ter visto Bernie Ecclestone pela última vez num paddock da Formula 1. Eu não creio isso, porque ainda há muito mais em jogo nesta história. E ainda não deu a sua última palavra.  

Formula 1 em Cartoons - Itália (Pilotoons)

A corrida italiana, depois da partida, tornou-se... vazia em termos de emoção. E claro, o Bruno Mantovani mostrou isso da melhor maneira com a reação de Nico Rosberg à sua segunda vitória consecutiva neste campeonato...

Formula 1 2016 - Ronda 14, Itália (Corrida)

Um campeonato do mundo de Formula 1 sem uma visita à Catedral de Monza não é a mesma coisa. Aconteceu uma vez, em 1980, e no ano seguinte, eles voltaram lá. Apesar de ser um circuito que acusa a sua idade (tem quase cem anos), ainda faz sonhar pilotos e fãs, especialmente com o ambiente criado pelos "tiffosi" que vão lá para apoiar os carros da Scuderia. Já vão longe os tempos em que as placas publicitárias ficavam esburacadas com os adeptos que as usavam para ver os carros sem ter ninguém ou nenhum obstáculo na sua frente. Monza moderniza-se, sempre que pode, mas não perde a sua alma.

Depois de Lewis Hamilton ter humilhado a concorrência, criando uma das maiores diferenças na temporada, temia-se que a corrida deste domingo fosse um passeio dos Flechas de Prata rumo a uma dobradinha, com o inglês a ser o melhor, e Nico Rosberg a secundá-lo, rumo a um tetra do qual todos pensam que deverá ser alcançado ou em Interlagos, ou ainda antes, pois parece que o inglês tem tudo a seu favor, e quando as coisas aparentam estar mal, como aconteceu na Bélgica, ele consegue minimizar os prejuízos, chegando até ao pódio.

Portanto, tudo indicava que a história desta corrida é a história de uma dobradinha da Mercedes na casa da Ferrari.  Mas a partida mostrou-nos uma caixinha de surpresas: Hamilton fez uma péssima largada e caiu para sexto, com os Ferrari a beneficiar de tudo isso, e Nico Rosberg a ficar com a liderança. Valtteri Bottas era quarto, no final da primeira volta, enquanto que Felipe Nasr era o primeiro a abandonar, depois de um toque com o Renault de Joylon Palmer.

Hamilton começou a recuperar posições, passando Ricciardo para ser quinto no inicio da terceira volta. Os pilotos na sua frente tinham pneus super-moles, mais velozes do que aqueles que calçava, que eram moles, e Hamilton tinha dificuldades em apanhar Valtteri Bottas. Somente no inicio da 11ª volta é que ele passou o piloto finlandês, e nessa altura os Ferrari estavam bem longe.

 A partir daqui, a corrida ficou mais calma. O primeiro dos pilotos da frente a ir às boxes foi Bottas, na volta 15, ao mesmo tempo que Max Verstappen e Fernando Alonso, enquanto que na volta seguinte, parou Kimi Raikkonen. Vettel parou na volta 17, com Ricciardo logo atrás. Parecia que toda esta gente iria parar por duas vezes, enquanto que a Mercedes iria tentar para por uma vez. E foi o que aconteceu, pois Nico Rosberg parou na volta 25, para meter médios, com Hamilton a entrar na volta seguinte, também com médios calçados, e a ir até ao fim da corrida.

Na volta 28, novo abandono: o Manor de Pascal Wehrlein para de vez na primeira chicane.

Por esta altura, Hamilton estava atrás dos Ferrari, mais a observá-los do que a atacá-los, porque tinha pneus para ir até ao fim da corrida, apesar de ser quarto classificado nessa altura. Na volta 31, Bottas era o primeiro a parar pela segunda vez, e basicamente tinha colocado pneus até ao fim, e a mesma coisa fez Sebastian Vettel na volta 34, seguido por Fernando Alonso. Kimi parou na volta seguinte, e Verstappen na volta 36.

As coisas andavam aborrecidas até que na volta 42, Hamilton falhou a travagem para a primeira chicane e seguiu em frente. Não houve grandes consequências, senão o atraso para Rosberg e a aproximação de Vettel, mas de uma certa forma, os tiffosi adoram ver o sofrimento dos outros.

Mas isso não impediu de que o resultado fosse aquele mais previsivel: Nico Rosberg foi o grande vencedor da corrida italiana, com Lewis Hamilton atrás de si e o Ferrari de Sebastian Vettel no terceiro posto. Mas mais interessante ainda era que o campeonato estava ao rubro, pois a diferença para Hamilton tinha-se reduzido para dois pontos: 250 a 248. E com as etapas europeias terminadas para 2016, restava saber se nas corridas asiáticas e americanas, onde é que Hamilton iria reagir, para no final ter a mó de cima necessária para ser campeão do mundo... aparentemente.