terça-feira, 11 de abril de 2017

O regresso dos turcos?

Surgiram esta tarde no Twitter a imagem de uma reunião entre o presidente da Turquia, Reçep Tayip Erdogan, e Chase Carey, o homem que dá a cara pela FOM. E claro, desde logo, surgiram especulações sobre o regresso do GP da Turquia ao calendário, seis depois da sua saída. A corrida turca, apesar de ser disputada num dos melhores circuitos que Hermann Tilke já desenhou - à parte de Sepang - nunca atraiu muita gente para assistir. Nos últimos anos, era o deserto: apenas 25 mil pessoas durante o fim de semana de corridas.

A razão pelo "deserto" pode ser explicado por muitas coisas, mas a politica é uma delas. A ideia de um GP da Turquia sempre foi para mostrar o país ao mundo, especialmente na era Erdogan. No inicio da década passada, os turcos entraram em força no automobilismo, com o rali e a Formula 1. O circuito de Kurtkoy, construído no lado asiático da cidade, era o exemplo dessa projeção da Turquia para o mundo - como as várias tentativas de acolher os Jogos Olimpicos, por exemplo - e claro, isso também serviria para que o governo mostrasse ao mundo a sua visão das coisas. 

Contudo, quando tentaram isso, em 2006, as coisas correram mal. Nesse ano, convidaram o presidente do Chipre do Norte, uma entidade apenas reconhecida pela Turquia, para entregar o troféu ao vencedor, e a FIA detestou isso, multando os organizadores em meio milhão de dólares. O governo, que até então patrocinava em força, perdeu o interesse e quando quis renegociar o contrato, Erdogan negou.

Agora, as coisas são um pouco diferentes. Bernie Ecclestone não está mais por ali, ele quer ser o novo Vizir - há um referendo por estes dias para saber se dão ou não poderes presidenciais - e a Liberty Media quer ter mais circuitos na Europa, largando a Ásia. Que como sabem, tem muitos circuitos, e nenhum é lucrativo.

A reunião, apesar de lá estarem todos os grandes responsáveis do governo local - presidente, ministro dos desportos, proprietário do circuito e o presidente da Federação Automóvel - poderá dar em tudo e não dar em nada. Mas a ideia de que estão a ser explorados novos locais é sinal de que eles estão a mexer-se. 

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