sábado, 26 de agosto de 2017

Formula 1 2017 - Ronda 12, Bélgica (Qualificação)

Depois de um mês de férias, a Formula 1 regressava ao ativo num clássico do automobilismo: Spa-Francochamps. Numa semana em que foi anunciada a renovação de Kimi Raikkonen, e esta manhã também a de Sebastian Vettel - mais três temporadas com o Cavalino - não se tinha a certeza que a Ferrari conseguiria ser mais veloz do que a Mercedes num circuito de alta velocidade como este.

Se para ambos os pilotos da Ferrari, o ideial seria estar na frente da Mercedes, para Hamilton, mais do que bater os carros vermelhos, ele tinha outros objetivos, mais históricos, a alcançar: estava no seu 200ª Grande Prémio, ele queria ver se igualava as 68 pole-positions de Michael Schumacher, e também apanhar o alemão e o brasileiro Ayrton Senna para ver se conseguia quatro poles na pista belga.

Com tempo nublado, mas sem chance de chuva, a qualificação começou com Hamilton a ser o primeiro a sair para a pista, marcando um tempo para impor respeito à concorrência, com 1.44,316, superado pouco depois, com 1.44,275. Pouco depois, o inglês fez melhor, com 1.44,184, e todos eles com pneus ultra-macios, os púrpuras.

No final da Q1, algumas surpresas. Se os Sauber eram esperados, o que não se esperava era ver os Williams por ali. A Lance Stroll, apenas conseguiu superar os carros suíços, mas a Massa, que teve um fim de semana complicado, foi o primeiro dos eliminados, superando o Toro Rosso de Daniil Kvyat. Aliás, era ele ou era Sainz Jr, mas o espanhol da Toro Rosso conseguiu ser melhor do que o Williams do veterano brasileiro.

Na Q2, Hamilton deixou logo a sua marca, com 1.43,539, mas Raikkonen e Bottas andavam bem perto, a menos de três centésimos. Verstappen conseguia ser também mais veloz do que Vettel, e Joylon Palmer até andava muito bem, com o sétimo melhor tempo, quando teve problemas no seu carro e teve de ser empurrado até às boxes.

Na parte final dessa Q2, Hamilton faz cair o tempo para 1.42,927, com os pneus purpura, e estabelece novo recorde de pista. E a acompanhá-lo foram os Mercedes, os Ferrari, os Force India, os Renault - Palmer voltou à pista e conseguiu manter o sétimo melhor tempo! - e os Red Bull. Fernando Alonso ainda tinha uma chance, mas ficou sem motor na parte final da volta e ficou apenas na 11ª posição, o primeiro a ficar de fora. A acompanhá-lo ficaram o seu companheiro de equipa, Stoffel Vandoorne, Romain Grosjean e Kevin Magnussen, os pilotos da Haas, e o Toro Rosso de Carlos Sainz Jr.

A última parte da qualificação começava com o carro de Joylon Palmer a parar na zona de Pouhon, sem pressão na sua caixa de velocidades, enquanto que Raikkonen é o primeiro a marcar tempo, mas logo depois, Hamilton faz 1.42,907 e baixa ainda mais o recorde da pista.

Na parte final, Hamilton consegue baixar para 1.42,553, com Vettel no segundo posto, a mais 242 centésimas do britânico, o que de uma certa forma mostra como está o campeonato. Os seus objetivos foram alcançados, era certo, mas em termos de campeonato, as coisas estavam todas iguais.

Poucos minutos depois, a familia de Michael Schumacher deixou-lhe uma mensagem no seu Facebook oficial, afirmando que "como dizia no tempo dele, os recordes são para ser batidos. E conseguiu-o com mestria. Parabéns, foi bem merecido, Lewis!"

Resta saber como será amanhã, na corrida. Com os dois pilotos próximos um do outro, as coisas não se resolverão por aqui, é certo. Mas se Hamilton não aproveitar bem a corrida na pista belga, a seguir, poderá ver os Ferrari a alargar mais a sua vantagem.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Volkswagen alerta para o aumento de custos na Formula 1

As construtoras decidiram apostar na Formula E em detrimento da Formula 1 nos próximos anos. Muitos não compreenderam muito bem essa decisão, e alguns acham que a culpa tem a ver com os custos de uma temporada da Formula 1 e algumas vozes concordam com isso. Se uma equipa na categoria máxima do automobilismo gasta cerca de cem milhões de euros para sobreviver, na Formula E, as equipas gastam cerca de 15 milhões, pois os chassis são todos iguais e o desenvolvimento é controlado, para evitar o disparar dos custos.  

Bernard Gobmeier, diretor do Grupo VAG e antigo responsável da Ducati, no MotoGP, acredita que a Formula 1 está a ir por caminhos perigosos, por causa do aumento de custos na competição e que, por sua vez, afasta os construtores de participarem por lá, preferindo novas competições como a Formula E.

A Fórmula 1 está a seguir caminhos perigosos. É muito cara. A maioria das equipas, tirando as quatro grandes, vivem problemas financeiros. As pistas não conseguem pagar o que eles pedem. Estão a seguir um caminho perigoso, na minha opinião. Vemos isto em todos os lados. A Mercedes tem mais de 1500 pessoas a trabalhar no projeto da Formula 1, sem considerar os fornecedores, por isso deve passar os 2000 trabalhadores nos dois carros. Deves considerar quanto devem pagar em salários em Inglaterra e nos custos do material. Nos Estados Unidos, eles devem controlar os custos, já perceberam isto. Na Europa, existem muitas categorias, algumas controlam bem os custos, mas outras como a Formula 1 e a WEC não”, começou por dizer em entrevista à Autosport britânica.

O número de patrocinadores está a diminuir. Os grandes patrocinadores, como as marcas de tabaco, já não podem patrocinar. Os mais pequenos também estão a diminuir. O número de patrocinadores, no geral, está a descer, tal como o número de espetadores. Ao mesmo tempo, os custos aumentam, algo está mal. É urgente fazer das corridas um espetáculo maior e melhor. O MotoGP está acima da Formula 1, do ponto de vista do espetáculo, é cem vezes melhor, não há comparação”, continuou.

O MotoGP, as suas corridas de apoio e o Mundial de Superbikes são muito melhores que a Formula 1. Teoricamente, o MotoGP tem potencial para capitalizar comercialmente a sua popularidade. E eles fazem-no. Temos a Ducati no nosso grupo e conseguimos ver as diferenças de patrocínios. Ducati está a conseguir o maior patrocínio. Mesmo a Porsche, Bentley e a Audi não conseguem alcançar patrocínios tão grandes. A Ducati é especial e comparável à Ferrari e os patrocinadores ficam valorizados. Eles fazem uma boa ativação nas corridas, tanto em termos de media, hospitalidade, programas, entre outros. As empresas automóveis não são tão boas nisso”, concluiu.

Formula E: Jani vai ser piloto da Faraday Future

O suíço Neel Jani, piloto da Porsche na Endurance, correrá na Formula E em 2017-18 pela Faraday Future Dragon Racing, anunciou ontem a sua equipa. O piloto de 33 anos fará a sua estreia na competição e será o terceiro suíço na Formula E, depois de Simona de Silvestro e Sebastien Buemi.

"Como equipa, estabelecemos que o nosso objetivo será o de ganhar corridas e competir pelo campeonato na próxima temporada, e Neel foi um componente essencial dessa equação", começou por dizer Jay Penske, o diretor da Dragon Racing.

"Quando você olha os melhores pilotos do mundo, de uma perspectiva de desenvolvimento de carro e corrida, Neel está no topo da lista. Ele é uma excelente mais-valia dentro do nosso programa", concluiu.

Desconhece-se quem ele irá substituir, mas o mais provável será o francês Löic Duval, que não teve uma temporada fácil pela Dragon Racing. À falta de resultados relevantes, também o facto de não poder competir na ronda de Paris da Formula E devido a compromissos no DTM selaram de uma certa maneira o seu futuro na equipa.

A nova temporada Formula E começará no fim de semana de 2 e 3 de dezembro, com uma jornada dupla em Hong Kong.  

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Youtube Formula 1 Classic: Fangio, o maior de todos


Há precisamente 60 anos, Juan Manuel Fangio era campeão do mundo pela quinta vez, depois de vencer de forma épica o GP da Alemanha, batendo os Ferrari de Peter Collins e Mike Hawthorn. Fangio foi um dos melhores pilotos da sua geração e os seus recordes demoraram a ser batidos, ao volante de máquinas como a Alfa Romeo, Maserati, Mercedes e Ferrari, acabando por pendurar o capacete em 1958, aos 47 anos de idade... não sem antes ser raptado pelos revolucionários cubanos, que o tentaram impedir de participar no GP de Cuba.

E hoje, para assinalar esse feito, o Antti Kalhola lançou este simples video sobre ele e os seus feitos. "Que viva El Chueco!"


Jenson Button regressa em 2018

Jenson Button vai regressar, mas não será na Formula 1. Aos 37 anos, e depois de uma temporada sabática, Button afirma que regressará aos monolugares em 2018, mas não revelou onde. Depois de  andar no GP do Mónaco, em substituição de Fernando Alonso, que participava nas 500 Milhas de Indianápolis, Button voltar a colocar o capacete numa prova de Super GT, os 1000 km de Suzuka, neste fim de semana, a bordo de um Honda NSX da Team Mugen.

Vou fazer algo no próximo ano, mas se é no Japão, na América ou noutro lugar, não sei ainda”, declarou numa entrevista à Autosport britânica.

"Contudo, as discussões estão em andamento. Veremos como vai ser este fim de semana. Se acabar bem e desfrutar deste fim de semana - o que eu acho que vou - então talvez eu possa estar a correr aqui no próximo ano", continuou.

Button correu entre 2000 e 2017, conseguindo quinze vitórias, oito pole-positions, oito voltas mais rápidas e 55 pódios, tudo em 309 Grandes Prémios. E teve como auge o título mundial de 2009, ao serviço da Brawn GP.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

WRC: Turquia substitui Polónia em 2018

O Rali da Turquia vai voltar em 2018, em substituição do Rali da Polónia. O anuncio foi feito esta tarde pela FIA, que justificou a decisão com os problemas que a organização do rali polaco teve com o controlo dos espectadores. 

Lamentamos perder a Polónia, é um mercado muito importante e um grande desenvolvimento nos últimos anos do WRC. Mas por razões de segurança a FIA tomou a decisão de não ir lá novamente no próximo ano”, afirmou o promotor do WRC, Oliver Ciesla.

Quero dizer claramente que não há falhas de segurança da responsabilidade do organizador, é uma consequência dos espectadores indisciplinados que vimos. Temos que actuar relativamente à segurança mas também em justiça com os pilotos”.

O anuncio vai ser confirmado na reunião do Conselho Mundial da FIA, em setembro, onde também se saberá se o mundial se alargará para 14 ralis, como se tem vindo a falar desde há algum tempo. A acontecer, os candidatos naturais serão a Croácia e a Nova Zelândia, a última dos quais com experiência, mas que não recebe ralis desde 2012.

Quanto à Turquia, já recebeu provas do WRC entre 2003 e 2010, e Sebastien Loeb foi o grande vencedor, com três vitórias em 2004, 2005 e 2010.

Clarkson substituído no The Grand Tour?

É uma possibilidade, mas a ideia de que Jeremy Clarkson possa ser (temporariamente) substituído no The Grand Tour começa a ser real. É sabido que Clarkson está a recuperar lentamente de uma pneumonia contraída enquanto passava férias em Maiorca com a familia, e isso poderia atrasar as gravações da segunda temporada do programa, cujos episódios começarão a ser mostrados em novembro, na Amazon Prime, o serviço de subscrição da gigante americana.

E é por causa disso que a Amazon decidiu colocar um anuncio procurando por um "apresentador temporário de um programa de televisão original". Só que os critérios são um pouco... apertados.

"O candidato bem sucedido irá se juntar a uma equipa de co-anfitriões de várias dimensões e possui um forte conhecimento de carros, metáforas e música rock progressiva.

Este anfitrião terá um histórico comprovado em lidar efetivamente com colegas que o consideram como sendo irritante e se perderão em locais desconhecidos. Eles devem ser divertidos, envolventes e dispostos a fazer uma pausa [cinematográfica] antes de entregar o "punchline" ou as palavras para certas frases.

Por favor, note: será dada preferência a candidatos especialmente altos e com cabelos encaracolados".

Em suma, parece que o único candidato indicado seja o próprio... Clarkson.

Como é sabido, esta temporada do The Grand Tour tem sido atribulada para os seus apresentadores. Richard Hammond sofreu dois acidentes este ano, o primeiro em Moçambique, quando percorria numa moto, e a segunda em maio, numa rampa na Suíça, quando perdeu o controlo do seu Rimac Concept One, causando lesões no seu joelho esquerdo. 

Noticias: McLaren anuncia renovação de Stoffel Vandoorne

O belga Stoffel Vandoorne vai ficar na McLaren em 2018, anunciou hoje a equipa de Woking. O piloto belga de 25 anos, que vai na sua primeira temporada completa na Formula 1, irá continuar na temporada de 2018, apesar de em 2017, ela não estar a ser fantástica, pois conquistou apenas um ponto no último GP da Hungria, devido aos problemas que tem tido com o seu motor Honda.

Estou maravilhado pelo fato de a equipe formalizar agora o anúncio de que vou continuar correndo para eles ano que vem porque vou conseguir abordar a segunda metade da minha primeira temporada com foco total no meu trabalho e tirando o máximo do meu carro, meus engenheiros e tudo e todos os que estão à minha volta”, começou por dizer Vandoorne no comunicado oficial da McLaren.

Já aprendi uma enormidade na primeira parte da minha primeira temporada na Formula 1, com meus engenheiros, [com] Éric Boullier, Zak Borwn e Jonathan Neale, e também com Fernando Alonso, que é um piloto brilhante e um excelente companheiro de equipa. Gostaria de agradecer também aos parceiros da McLaren e aos fãs pelo entusiasmo. Eles são os melhores nisso, e também ao Comitê Executivo da McLaren, como Shaikh Mohammed e Mansour Ojjeh, que continuam a depositar fé em mim", completou.

Quando nós anunciamos, no fim de 2016, que Vandoorne seria piloto titular da McLaren em 2017, nós indicamos nosso plano de que ele corresse connosco por vários anos. O plano não mudou, e estou muito feliz por conseguir confirmar que ele vai continuar correndo connosco na próxima temporada”, destacou Eric Boullier, o diretor desportivo da marca.

Como todos os estreantes, ele aprendeu muito na primeira metade da sua primeira temporada na Formula 1, mas nós temos grande confiança nele, e ele vem melhorando cada vez mais com o passar do tempo. Seu companheiro de equipe é um oponente bastante duro, até porque é o melhor piloto da categoria na atualidade, mas o enorme talento de Stoffel e sua ambição nos garante que ele vai alcançar muito sucesso connosco no futuro”, complementou o dirigente.

O belga Vandoorne, antes de chegar à Formula 1, teve passagens pela Formula Renault 3.5, onde foi vice-campeão em 2013, e pela GP2, onde venceu o campeonato de 2015. Por essa altura, já era terceiro piloto da McLaren, e ali substituiu Fernando Alonso no GP do Bahrein de 2016, onde levou o seu carro até ao décimo lugar, alcançando o seu primeiro ponto na sua carreira. Nesse ano, participou na SuperFormula japonesa, vencendo duas corridas e acabando a temporada na quarta posição, com 27 pontos.

Noticias: Raikkonen fica por mais uma temporada

A Ferrari anunciou ontem que Kimi Raikkonen vai continuar na marca por mais uma temporada. Num curto comunicado oficial à imprensa, a equipa de Maranello fez o anuncio. “A Ferrari renovou seu acordo com Kimi Räikkönen. O piloto finlandês, portanto, corre para a equipe de Maranello no Mundial de Formula 1 em 2018

O anuncio era esperado, mas provavelmente não agora. Todos julgavam que a Ferrari iria fazer o anuncio da renovação da atual dupla Raikkonen-Vettel em Monza, no inicio de setembro, mas afinal de contas, decidiu antecipar, pelo menos no caso do veterano finlandês, que está na sua segunda passagem pela Scuderia, depois da primeira, que durou entre 2007 e 2009, e que lhe deu o seu único título de campeão do mundo, em 2007.

A caminho dos 38 anos - fará a 17 de outubro - Raikkonen correu entre 2002 e 2009, e desde 2012, em equipas como Sauber, McLaren, Ferrari e Lotus, fazendo 264 Grandes Prémios e vencendo vinte, com 88 pódios, 17 pole-positions e 45 voltas mais rápidas. Pelo meio, teve uma passagem pelo WRC, onde conseguiu 59 pontos em duas temporadas, conseguindo como melhor resultado um quinto lugar no Rali da Turquia de 2010.

Apesar de não vencer desde o GP da Austrália de 2013, este ano conseguiu uma pole-position no GP do Mónaco, terminando com um jejum de nove anos que já vinha desde o GP de França de 2008. Nesta temporada, está na quinta posição com quatro pódios, uma pole e duas voltas mais rápidas.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

The End: Don Nichols (1924-2017)

Don Nichols, o fundador e patrão da Shadow, equipa que esteve na Formula 1 entre 1973 e 1980, morreu esta segunda-feira aos 92 anos, segundo informou Mike Wilds na sua página do Facebook. Nichols foi um dos patrões da Formula 1 nos anos 70 e foi uma personagem e tanto em termos da sua vida.

Nascido a 23 de novembro de 1924, pouco se sabe sobre a sua vida em termos de juventude. Esteve no exército na II Guerra Mundial e na Guerra da Coreia, servindo na inteligência militar, chegando à patente de Major. Saído no exército, foi para o Japão nos anos 60, onde foi representante da Goodyear e da Firestone, ajudando a estabelecer uma comunidade automobilística no país do Sol Nascente. Ajudou na construção do circuito de Mont Fuji, em 1965, e no final da década, decidiu regressar aos Estados Unidos.

Ali, em 1968, ajudou a fundar a Advanced Vehicle Systems, para dois anos mais tarde mudar para Shadow Cars. Nesse ano, construiu um chassis para a Can-Am, o Mk1, desenhado por Trevor Harris, que seria guiado por Vic Elford e George Follmer. O carro era conhecido pelo seu baixo centro de gravidade e embora veloz, era pouco fiável.

Nos anos seguintes, a Shadow teve mais sucesso na Can-Am, sendo um dos rivais da poderosa McLaren, embora sem vencer corridas. No final de 1972, Nichols, com o apoio a petrolífera UOP (Universal Oil Products) decide dar o salto em frente e ir para a Formula 1. Escolhem como pilotos o americano George Follmer e o britânico Jackie Oliver, com o chassis DN1. Um terceiro chassis é construído para Graham Hill, que em 1973 decidiu construir a sua própria equipa. O DN1, estreado no GP da África do Sul, em Kyalami, dá-lhes dois pódios e nove pontos no total.

No ano seguinte, constroem o DN3. Mostrou alguma promessa às mãos do americano Peter Revson e do francês Jean-Pierre Jarier, mas Revson acaba por morrer num teste no circuito sul-africano devido a uma falha na suspensão de titânio, que andavam a testar naquela altura. Depois de algumas corridas com o britânico Brian Redman, escolheram outro, Tom Pryce, para o seu lugar.

Nesse ano, a Shadow domina a Can-Am, com Oliver ao volante, mas por esta altura, a competição sofria com as restrições causadas pelo primeiro choque petrolífero e seria interrompido no final dessa temporada.

O grande ano da Shadow foi a temporada de 1975, quando conseguiram três pole-positions e duas voltas mais rápidas. Dois delas com Jarier ao volante (Argentina e Brasil), e outra com Pryce, na Grã-Bretanha. Contudo, no final dessa temporada, a UOP sai de cena como patrocinadora. 

Pryce deu-lhes dois pódios nas duas temporadas seguintes, mas a equipa lutou para se manter no meio do pelotão, especialmente em 1976. No final do ano, encontram o italiano Franco Ambrosio, que fica com parte da equipa e coloca um piloto italiano num dos lugares. A temporada de 1977 começa com Renzo Zorzi ao lado de Tom Pryce, e o DN9 é apresentado ao público, mas o galês morre trágicamente em Kyalami, no GP da África do Sul. Para o seu lugar entra o australiano Alan Jones, e pouco depois, Ambrósio troca Zorzi pelo jovem Riccardo Patrese.

Depois disso, a temporada é de sonho: Jones vence em Zeltweg e alcança pódios em Monza e Watkins Glen, conseguindo 21 dos 23 pontos que a equipa tem nessa temporada, mas no final do ano, acontece uma rebelião entre alguns dos membros da equipa, que queriam depor Nichols do seu lugar. Os dissidentes saíram da equipa e formaram a Arrows. Nichols manteve a Shadow, mas a decadência é inevitável. Em 1978 teve Clay Regazzoni e Hans-Joachim Stuck, mas não conseguiram mais do que seis pontos, e em 1979, Elio de Angelis deu à marca os últimos três pontos, resultantes de um quarto lugar em Watkins Glen.

Contudo, pelo meio, Nicheols obtêm uma vitória na secretaria: o Arrows FA1 era muito parecido com o DN9, acabando por os colocar em tribunal. Este provou que o carro era uma cópia do carro anterior - ambos tinham sido desenhados por Tony Southgate - e a meio de 1978, depois de Patrese ter conseguido um segundo lugar no GP da Suécia, o tribunal decidiu que a Shadow tinha os direitos sobre esse chassis.  

Contudo, essa vitória não teve grandes consequências. No inicio de 1980, Nichols vende a sua parte para Teddy Yip, o patrão da Theodore, abandonando a Formula 1. A Shadow encerraria as suas atividades pouco depois, e Nichols decidiu retirar-se para a California, gozando a reforma, aparecendo em várias reuniões automobilísticas para falar sobre a carreira e a sua equipa. Ars longa, vita brevis, Don.

Rosberg abre portas para a Formula E

Campeão do mundo em título, Nico Rosberg decidiu pendurar o capacete no final de 2016 para se dedicar à familia. Contudo, apesar de afirmar que não voltaria a correr na Formula 1, ele está atento ao que se passa no automobilismo e afirma que está a seguir com muita atenção à Formula E. Numa entrevista à agência de noticias alemã DPA, elogiou a categoria e pensa nela a partir de 2018, quando a Mercedes fizer a sua participação na competição.

"É o futuro do mundo. Será divertido ver todas estas fábricas colocarem suas cartas na mesa", começou por dizer. "Vai mudar completamente o nosso mundo. Temos carros que vão se conduzir por eles mesmos - e não [vai acontecer] em 20 anos, é um processo que já está em curso. Estou muito interessado em ver como nossas vidas vão ser simplificadas por isso", continuou.

Em relação à participação de Rosberg na Formula E, fala-se que ele poderia entrar como diretor de corrida, mas ele não coloca de lado a ideia de sentar-se no volante para experimentar, mesmo até como piloto. 

"Correr sempre foi divertido para mim, então vamos ver o que acontece. Eu sempre serei um apaixonado pelo automobilismo e sempre haverá opções para me envolver. Não precisa ser amanhã, pode ser em dez anos, mas sempre será uma possibilidade", afirmou, antes de dizer que a Formula 1 é um "capitulo encerrado".

Rosberg, que correu por onze temporadas (2006 a 2016) por Williams e Mercedes, conseguiu 23 vitórias, 57 pódios, 30 pole-positions e vinte voltas mais rápidas, conquistando o título mundial em 2006.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

O campeonato virtual de Formula 1

A Formula 1 vai coroar este ano o seu primeiro... campeão virtual. Numa parceria entre a Fórmula 1, a Codemasters, a empresa que faz o jogo oficial da competição, e a Gfinity, especialista neste tipo de competição, irá acontecer em Londres o primeiro campeonato virtual, numa forma de estar a par com a "eSports". A competição começa já em setembro, e os 40 pilotos mais velozes passam à fase seguinte que será em Londres na Gfinity Arena a 10 e 11 de outubro. Os vinte primeiros desta ronda passam à final, que será em novembro, em Abu Dhabi, durante o fim de semana de encerramento do campeonato.

Este lançamento apresenta-nos uma excelente oportunidade para a Formula 1: estrategicamente e numa forma de ganhar adeptos. Primeiro que tudo é uma maneira muito boa de ganhar adeptos. Claro, que tal como fazemos na Formula 1, vamos continuar a inovar e a evoluir, de forma a que possamos ter o melhor campeonato possível para os nossos adeptos”, disse Sean Bratches, diretor comercial da Formula 1.

A adesão da Formula 1 aos eSports é a mais recente. O WRC já faz destas competições desde 2016, e no inicio deste ano, a Formula E fez uma competição em Las Vegas, com um prémio de um milhão de dólares para o vencedor. E a McLaren está a criar o projeto ‘World’s Fastest Gamer’, em que o vencedor terá a oportunidade de usar o simulador da equipa.

Honda: Hasegawa admite desilusão

O falhanço das negociações com a Sauber e com a Toro Rosso deixou a Honda desiludida com o resultado, pois acreditavam que seria uma mais-valia no desenvolvimento do seu programa de motores. Três temporadas depois do começo da parceria com a McLaren, e seu o resultante fracasso, Yusukue Hasegawa afirmou que ter uma segunda equipa teria sido mais útil para resolver com maior rapidez os problemas que tiveram no desenvolvimento dos seus motores, algo que não puderam fazer por causa do contrato que assinaram com Ron Dennis.   

Numa entrevista à Racer americana, Hasegawa admitiu que o falhanço das negociações foram uma desilusão completa. "Claro que o falhanço das negociações são uma desilusão. Apesar de ter um programa com uma equipa cliente, por isso daí não resultar um grande dano para o nosso programa principal na Formula 1. Mesmo assim esperávamos de ter a oportunidade para o nosso motor rodar mais noutra equipa. Teríamos mais dados e poderíamos fazer comparações. Por isso nessa medida é uma deceção. Mais do que isso, do lado prático tivemos que parar os preparativos que tínhamos em curso para esse efeito”, comentou.

Apesar de não haver mais construtores em 2018, A Honda espera que isso seja resolvido num futuro próximo. Mas a margem de erro é cada vez menor, pois se não fizeram um motor mais eficiente, a sua presença na Formula 1 está em risco. Nesta temporada, a equipa conseguiu apenas onze pontos e uma volta mais rápida, estando na nona posição do campeonato de construtores.

domingo, 20 de agosto de 2017

Endurance: Perrinn cancela programa da LMP1

A Perrinn anunciou este sábado que parou o seu programa para construir um carro de LMP1 para se concentrar em construir um projeto para a Garagem 56 em 2019. A marca tinha anunciado no inicio do ano que tinha aceite a encomenda de dois chassis, mas que no final, o projeto não avançou muito mais para além de conversas iniciais.

Segundo conta o site DailySportscar.com, o projeto seria financiado pela Renault, que os rebatizaria os carros de Dacia, contudo, a ideia tembém era de conseguir financiamento vindo de outras formas romenas, bem como apoio governamental. A pessoa por trás desse projeto seria Franky van Nunen, um holandês com profundas ligações à Roménia.

Perrinn disse que o projeto foi cancelado depois de terem passado os prazos para arranjar financiamento. "Estávamos prontos e começamos a trabalhar para garantir que os carros fossem entregues no prazo devido, mas infelizmente não aconteceu", disse ele. "Eu permaneço completamente confiante de que nosso modelo de "open source" tem muito a oferecer, mas agora, pelo menos, isso deve acontecer no futuro e eu estou passando para outros projetos", concluiu.

E o novo projeto é o "424", um projeto elétrico que vai ser colocado na Garagem 56 em 2019. A ideia é de ser um carro elétrico com alguma autonomia, onde a cada hora, faria três voltas consecutivas: um ao ritmo de um GTE (cerca de 280 km/hora), outra ao ritmo de um LMP1 (325 km/hora) e uma terceira em modo autónomo, antes de ir para as boxes, onde carregaria por 45 minutos.

WRC 2017 - Rali da Alemanha (Final)

O estónio Ott Tanak foi o melhor no Rali da Alemanha e ajudou a Ford a vencer mais uma vez nesta temporada. Conseguiu superar Andreas Mikkelsen e Sebastien Ogier para vencer pela segunda vez na temporada, depois da vitória no Rali da Sardenha. Para o piloto estónio, este foi um saboroso triunfo, ainda por cima porque aconteceu no dia nacional do seu país. 

É uma excelente sensação, o início do rali correu bastante bem, acho que guiei bem, fiz também boas escolhas de pneus, em condições bem difíceis, depois foi só controlar a liderança. É o meu primeiro triunfo no asfalto, o que sabe bem, e agora vamos continuar assim e lutar pelo campeonato”, disse.

Já do lado de Sebastien Ogier, o seu terceiro posto o poderá ter deixado a respirar um pouco melhor em termos de campeonato, mas a três provas do fim (Catalunha, Gales e Austrália), o piloto francês não pode baixar a guarda em relação a Neuville. 

Foi para isto que trabalhámos todo o fim de semana. Não foi sempre fácil, depois da desistência do Thierry, pois não dei sempre o máximo. Não tive a velocidade ideal para conseguir algo mais, mas foi um bom resultado para o campeonato”, disse Ogier.

No último dia do Rali da Alemanha havia uma grande dúvida sobre se Ogier teria tempo para apanhar Mikkelsen para o segundo posto, e se a partir dali, a M-Sport daria ordens a Tanak para que deixasse passar Ogier para que deixasse alargar o comando do campeonato, pois Neuville não tinha chegado ao fim deste rali. No final, acabou por não ser necessário, pois ao longo do dia, e nas quatro últimas classificativas deste dia, o francês da Ford não se tinha aproximado o suficiente para o apanhar.

Neste dia, Juho Hanninen aproveitou e atacou o quarto posto de Elfyn Evans e ficou com ele, distanciando-se ao ponto de não só ficar com ele, mas ver o seu adversário perder o quinto posto a favor de Craig Breen, a bordo do seu Citroen C3 WRC. E ainda conseguiu mais um ponto pois acabou nos cinco primeiros na Power Stage, vencida por Dani Sordo, na frente de Esapekka Lappi e Jari-Matti Latvala.

Depois de Evans, no sexto posto do rali, Jari-Matti Latvala foi o sétimo, a quase quatro minutos, na frente de Hayden Paddon, o veteranissimo local Armin Kremer (cinquenta anos de idade!) e o francÊs Eric Camili, o melhor dos WRC2.

No campeonato, Ogier tem 177 pontos, contra os 160 de Neuville, os 144 de Ott Tanak e os 123 de Jari-Matti Latvala. O próximo rali do campeonato do mundo acontecerá entre os dias 6 e 8 de outubro, em terras catalãs.